Balança errada
Num pequeno mercado
que vendia de quase tudo, de fato,
situado num bairro periférico
onde por alguns anos
como adolescente morei, de fato,
nele existiam duas balanças
mas não como nos dias de hoje
que são realmente eletrônicas,
mas sim totalmente antigas
por serem pesadas com pesos de ferro
além de serem totalmente pensas
e, portanto propositalmente tortas, de fato.
E, por causa desse roubo automático
os seus donos em pouco tempo
realmente ficaram ricos,
pois ao pesarem tudo
que ali era comprado,
desde o açúcar aos peixes,
todo o peso que era literalmente
dos seus fregueses roubados
naturalmente vos davam num maior lucro
e, por essa triste razão enricaram
as custas das suas erradas balanças
que, quase todos reclamavam
mas, pela falta de concretas provas
não podiam provar, é claro,
que estavam sendo enganados.
Até que um certo dia
e, através de boatos
rapidamente como o fogo na palha seca
por todo o bairro se espalhou
que, o seu Manoel
tinha vendido o seu pequeno mercado
e retornado para Portugal, de fato,
e, agora o novo dono
que já possuía um mercadinho
na parte mais antiga daquele bairro
ao remodelar e expandir o mercado
observou que em ambas as balanças
tinham um pequeno calço
feito por um pequeno pedaço de fórmica
que, por as balanças não serem eletrônicas
sempre naturalmente tiravam
quase quarenta gramas de cada quilo
e, embora esse caso na época
não tenha na delegacia sido registrado,
esse conhecido comerciante ali nascido
fez questão a todos esse fato dizer
qual, hoje dele lembrei
daí ter aqui narrado.