Beco dos marginais
Num bairro periférico situado
mesmo ao pé de um morro
tanto violento como também barulhento,
todos os dias logo após o almoço
via através da janela do apartamento
do meu amigo onde estava
por uma semana hospedado,
sempre no mesmo lugar, de fato,
estacionar um camburão
onde os policiais civis dele saíam
e, diagonalmente ao bar caminhavam
e, ali algumas horas ficavam
tanto bebendo como se interligando
literalmente com alguns dos traficantes
por serem cúmplices, é claro.
Na semana que passei ali
francamente fiquei abismado
por definitivamente agora entender
como os negócios no mundo do crime
realmente funcionam, de fato.
Outro motivo que tanto me abismou
como também literalmente me apavorou,
foi claramente quase toda noite
assustado despertar no meio da noite
com os terríveis barulhos
de tiros vindos de armamentos
de realmente grossos calibres,
causando com isso sempre vítimas
até mesmo totalmente inocentes
devido as inúmeras balas perdidas
que lamentavelmente tantas crianças matam
assim como cidadãos, de fato.
E, quando uma nova aurora chega
e os corpos finalmente são coletados,
além de claramente demonstrarem
marcas de uma guerra,
geralmente são corpos de jovens viciados
que aderiram ao crime após terem se tornado
totalmente dependentes das drogas
que, literalmente lhes mataram.
Enquanto isso um novo dia começa
e, essas vítimas naturalmente passam
à serem apenas números
desse bairro periférico, é claro,
pois quase automaticamente são substituídas
nesse realmente mega negócio
qual, nunca irá terminar, de fato,
e quem morreu foi quem perdeu,
embora não seja assim que veem, é claro.