ASSASSINATO NA RUA AUGUSTA

É outono, as arvores começam a perder suas folhas, nos galhos secos aparecem ninhos que antes se escondiam nas folhagens. Alamedas cobertas por folhas secas que são carregadas pelo vento. O sabiá canta logo ao amanhecer antecedendo ao bem te vi e o escandaloso João de barro.

 

O céu cinzento e carrancudo não intimidava Joao Carlos com sua caminhada matinal nas alamedas estreitas dos Jardins, um bairro elegante de São Paulo, Joao fazia sua caminhada pontualmente sempre no mesmo horário, seis horas da manhã, horário esse que não tinha movimento nas ruas nos finais de semana, alguns jovens que transitavam depois de saírem das baladas e dos bares noturnos e obviamente moradores de rua e usuários de drogas que de tanto ele fazer a rotina, já conhecia alguns e acabava cumprimentando, afinal era melhor manter se amigável.

Ele iniciava sua caminhada da Alameda Lorena subia a Avenida Augusta e seguia pela Alameda Santos.  Com destino aos parques Prefeito Mario Covas e o Parque Tenente Siqueira Campos, quando esticava um pouco mais ia até o parque Augusta.

 PARQUE AUGUSTA.

Usando seus fones de ouvido, seu relógio que marcava seus passos e batimentos cardíacos, ele se desligava do mundo e fugia dos dias estressantes no seu trabalho, sempre com sua calça moletom e blusa com capuz.

Quando pretendia ir até o parque Augusta, ele saia do Parque Tenente Siqueira Campos, seguia pela Rua Peixoto Gomide, atravessava a Rua Frei Caneca e chegava a Rua Augusta e seguia sentido Praça da Republica até chegar ao Parque Augusta.

 

Seis horas da manhã a Rua Augusta era praticamente deserta a não ser pelas pessoas citadas e algumas pessoas que estavam indo trabalhar nos hospitais próximos, Sírio Libanês, Nove de Julho e outros nas proximidades e alguns que iam entrar mais cedo nos shoppings próximos, shopping Frei Caneca e Center 3 .

Em um domingo como outro qualquer, Joao Carlos acordou às cinco horas, se trocou, tomou um café reforçado, escovou os dentes, sentou-se no sofá da sala e viu as primeiras noticias do jornal na tevê, colocou seu agasalho de moletom . Verificou seu relógio e colocou os fones de ouvido, saiu do seu prédio que ficava na Alameda Lorena e fez sua velha caminhada matinal, seguiu rigorosamente o mesmo percurso até o Parque Augusta, o tempo estava de mau humor, além de muitas nuvens escuras ainda caía uma garoa fina típica da cidade.

Alameda Lorena com alameda Campinas

Assim que passou pela Rua Frei Caneca e virou a direita para entrar na Rua Augusta, antes de chegar à próxima travessa Rua Dona Antônia de Queiroz tinha um caminhão da Enel, companhia de energia que fazia manutenção na rede elétrica. Depois que um caminhão Baú passou e arrastou alguns fios de alta tensão que atravessava de um poste para uma empresa do outro lado da rua. Enquanto isso três jovens de blusas com capuz estavam correndo em sua direção quando se esbarraram nele de proposito, empurraram um objeto na sua mão e continuaram correndo virando a direita da Rua Dona Antônia de Queiros que ele perdeu os de vista.

 

 Assustado ele ouviu um carro de policia com a sirene ligada e quando ele percebeu estava segurando uma faca ensanguentada na mão. Ele largou a faca que caiu no chão e logo só viu um policial pedindo para ele levantar as mãos, nem deu tempo dele tirar os fones de ouvido.

Foi logo algemado antes mesmo de contar sua historia, a arma do crime estava com ele e ainda sua mão e sua roupa estava suja de sangue.

- mantenha a calma senhor, seu documento esta com você? Perguntou o policial Taveira

- senhor policial, sai de casa para fazer caminhada e não trago nenhum documento, estava indo para o parque quando...  João Carlos não completou sua frase quando o policial o interrompeu.

- não fale nada agora, Você tem o direito de permanecer calado, tudo o que disser poderá ser usado contra você num tribunal. Você poderá falar na delegacia e explicar sua versão.

Joao Carlos foi levado para a quarta delegacia que ficava por coincidência bem perto dali, na Rua Marques de Paranaguá 246 bairro consolação.

 

Policiais cercaram o local com fita e cobriu o corpo depois de constatado a morte, minutos depois, começara chegar equipes de repórteres como corvos quando vê carniça, alguns tiravam fotos, outros filmavam e faziam perguntas para os policiais que protegiam o local do crime até a chegada da pericia. Na segunda feira foi noticiário nos jornais da televisão.

 

 Assustado já no banco da delegacia, João Carlos perguntou se podia ligar para um amigo advogado.  Um investigador que estava próximo disse para ele esperar o delegado chegar, que era hora de troca de plantão.

Joao Carlos ficou em uma cela sem as algemas enquanto aguardava a chegada do delegado chefe  para assumir seu plantão. Carros de policia passavam nas ruas próximas com as sirenes ligadas, e Joao não tinha ideia ainda do que tinha acontecido, mas imaginava que algo grave tinha acontecido, enquanto isso ele tentava manter a calma, pois ele sabia que não tinha nada haver com aquilo, só estava no local errado e na hora errada, além disso, deveria ter câmeras em algum estabelecimento que provava sua historia.

Enquanto isso, os três meliantes conseguiram fugir, a policia fez buscas na região mas acabaram perdendo eles de vista, provavelmente usaram algum veiculo para fugir ou pegaram metro  na estação Mackenzie que era a mais próxima.

Finalmente o delegado chefe chegou depois de duas horas de atraso.

Algumas ocorrências estavam a sua espera, a maioria era de menores delinquentes acusados por furto e roubo de celular e outros por brigas por bebedeiras que foram resolvidas muito rapidamente, os que não tinham testemunhas contra, foram liberados.

Até que chegou a vez de João Carlos.

 

O Delegado Ramirez, delegado experiente com mais de trinta anos de carreira andava bem vestido; de calça jeans, tênis branco e blazer de veludo azul bem desenhado ao corpo, pegou a ficha de João Carlos com o policial, deu uma lida e disse:

 

- Rapaz, tudo bem com você? Sente-se aqui vamos conversar.

Antes de ser interrogado João perguntou se podia ligar para um advogado amigo seu.

 

- claro, pode ligar sim, se preferir pode aguardar ele chegar para fazer o seu depoimento, ou pode já ir me contando o que aconteceu, dependendo você já sai daqui antes do seu advogado chegar, você quem manda. Disse o delegado.

 

- vou ligar e falar com ele, se ele disser que posso falar antes dele chegar, eu falo com o senhor.

João ligou para seu amigo advogado, Doutor Paulo Rebouças Tiguan, quando João explicou o ocorrido para ele, o advogado disse para ele se manter calado até que ele chegasse, e assim foi feito.

Então João retornou para a cela até a chegada do seu advogado.

Doutor Tiguan como era conhecido no meio jurídico e amigo de João, chegou a delegacia.

 Apresentou-se ao delegado e pediu para conversar com seu cliente.

Ainda na cela João contou sua historia para o advogado que pediu para contar tudo o que aconteceu nesse dia.

 

- bom, eu como de costume, todo domingo pela manhã saio para fazer minha caminhada, a maioria da vezes faço o mesmo caminho, mas em outras vezes eu faço outro percurso para poder ir até o Parque Augusta, que é um Parque novo e bacana de fazer alongamentos e exercícios, pois bem, acordei por volta das cinco horas, me troquei, tomei um café reforçado, escovei os dentes, coloquei meu relógio smarth e meu fone de ouvidos, sai do meu apartamento umas cinco e trinta, subi a Augusta, peguei a Santos e fui em direção aos Parques, passei pelo Mario Covas que estava fechado e segui para o Siqueira Campos, fiquei lá pouco tempo e quis vir para o Parque Augusta, o dia como você viu, está feio e garoando, então estava andando com fone de ouvido por baixo do capuz ouvindo musica, desci a Peixoto Gomide toda e quando cheguei na esquina com a Rua Augusta , dei uma diminuída no ritmo para respirar, e virei a direita sentido ao Parque, quando cheguei na altura do Pub Ball in Five, mais para baixo tinha um caminhão acho que de eletricidade mexendo nos postes, mas comecei andar mais rápido com a cabeça abaixada prestando atenção na calçada que tem muitos buracos, passei pelo caminhão e constatei que era da Enel que tinha isolado o local e o transito estava sendo desviado para outro caminho, andei mais alguns metros para frente, quando percebi uns três ou quatro moleques vieram correndo em minha direção e pensei que iam me assaltar, mas só esbarraram em mim e colocaram uma coisa na minha mão que acabei segurando por impulso , eles continuaram correndo e viraram a direita da Antônia de  Queiroz  e quando percebi que era uma faca eu soltei e caiu no chão e na seguida uma viatura que veio na contra mão, apesar de não haver transito, parou do meu lado e um soldado pedindo para eu levantar as mãos, não consegui  explicar nada para eles, já me algemaram, disseram meus direitos e me trouxeram para a delegacia e aqui estou em apuros.

 

Depois de ouvir a historia de João, Dr Tiguan disse para ele contar a mesma historia para o delegado, então seguiu até a sala do delegado onde já tinha o escrivão pronto para anotar o depoimento do suspeito, João contou a mesma historia para o delegado que também ouviu a versão dos policiais e o depoimento de duas testemunhas que contaram em seu depoimento que os autores do crime estavam com roupas parecidas com as de João, mas não davam para identificar os rostos porque estavam de capuz.

Sem saber ainda o que realmente tinha acontecido Joao Carlos pergunta ao delegado o que realmente ele estava sendo preso, porque foi tudo tão rápido que ele não tinha noção dos fatos.

Doutor Tiguan já sabia da historia toda porque havia conversado com o delegado antes e quis saber do que seu cliente estava sendo acusado,

 

O Ocorrido

 

Relato do boletim de ocorrência: por  volta das cinco horas e cinquenta minutos do dia sete de Janeiro, um domingo ; uma moça de vinte e oito anos de nome Jamily Romagnoli Alvarenga, cor branca, solteira, moradora da Rua Barata Ribeiro 3022 apto 134 bairro Bela Vista são Paulo capital, foi atacada e morta por três rapazes, supostamente um feminicidio já que  aparentemente não levaram nada da vitima, local ocorrido Rua Augusta altura do numero 730, junto com a vitima foi encontrado seus pertences pessoais como bolsa, documentos e telefone celular. Bem vestidos com agasalhos de moletom (detalhes esses dados pelas testemunhas sobre os suspeitos), que tiveram a identificação impossível de ver segundo duas testemunhas por conta do capuz que estavam usando, a vitima estaria saindo de uma boate noturna quando foi atacada e atingida por golpes de arma branca, que foi encontrada com um suspeito com as mesmas características e estava com a roupa parcialmente suja de sangue, as testemunhas que por segurança mantem se sigilo dos seus nomes, confirmaram que o suspeito enquadra-se nos detalhes mencionados acima, sendo o mesmo conduzido a delegacia juntamente com a arma do crime, aguardando em uma cela separada por seu depoimento junto ao delegado e por seu Advogado caso ele solicite.

 

O Delegado doutor Ramirez seguiu com suas perguntas ao suspeito

 

- senhor Joao, o senhor já me contou o que estava fazendo naquela hora naquele lugar, mas o senhor não conhece ou nunca viu a vitima?

 

- não doutor, na verdade eu nem cheguei a ver a moça, só soube do que se tratava quando o doutor Tiguan me contou, porque nem os policiais me contaram, sinto muito pela família e por ela, mas não tenho nada haver com essa historia, infelizmente estava no lugar e na hora errada, quando aqueles moleques se esbarram em mim e colocaram a arma na minha mão.

 

- mas qual foi sua reação quando viu eles correndo em sua direção? Não tentou correr ou sair do caminho? Porque segurou a faca?

 

- foi tudo muito rápido, não tive tempo de reação, estava com os fones de ouvido e cabeça baixa, quando percebi já estavam em cima de mim, enquanto um me deu um esbarrão, o outro colocou a faca na minha mão, nem sabia o que estava pegando, depois que eles seguiram correndo e que olhei e vi que estava segurando uma faca suja de sangue que ainda acabou sujando minha blusa, assustado soltei a faca quando chegou a viatura e mandou eu levantar as mãos.

 

- você se lembra de que cor eram as roupas que eles estavam usando e se conseguiu ver o rosto ou alguma tatuagem, alguma característica diferente, uma cicatriz?

 

João Carlos olhou para seu advogado como se quisesse perguntar se podia responder, o advogado concebeu com a cabeça que poderia responder.

 

- bom, foi tudo muito rápido como disse, mas dois estavam de moletom escuro, preto ou cinza, mas tinha um que estava com blusa moletom verde escuro  escrita Gangster na frente e de touca na cabeça.

Interessante, essa é uma observação que ainda não tinha ouvido de nenhum dos envolvidos, vai ajudar muito. Disse o delegado

 

- doutor, mas da para provar que eu não tenho nada com isso e que podem identificar os suspeitos pelas câmeras de segurança dos comércios próximo. Disse Joao Carlos,

 

- é verdade, porem por falta de sorte nossa e muita sorte dos meliantes, um caminhão arrancou fios de alta tensão na madrugada e a região ficou sem energia, então era quase impossível ter alguma imagem. Respondeu o delegado. O advogado Dr Tiguan perguntou ao delegado:

 

Doutor, meu cliente não é bandido, ele e trabalhador e tem endereço fixo e não tem passagens pela policia, não tem mais o que ele fazer aqui e estará a disposição do senhor e da justiça para responder qualquer pergunta que lhe for solicitado , então peço a liberação do meu cliente.

 

- está certo, ele está liberado, mas não poderá sair da cidade ou estado sem comunicar-nos e entraremos em contato caso tenhamos a necessidade de mais algumas perguntas.

Com as partes resolvidas Joao Carlos e seu advogado foram embora da delegacia.

 

Repórteres aguardava uma entrevista com João Carlos, que saiu escoltado e com seu advogado dentro de um carro cinza sem dar nenhuma palavra,

Delegado para amenizar a situação com os repórteres, disse que João foi apenas dar esclarecimentos já que ele estava próximo ao ocorrido e foi envolvido no crime, mas nada que o tornasse suspeito ou coisa parecida, que apenas deu azar de estar no local na hora errada.

 

 

 

Os personagens

 

Jamily Romagnoli Alvarenga

Jamily Romagnoli Alvarenga, nascida em 14 de maio de 1995 na cidade de Santa Maria no estado do Rio Grande do Sul, solteira, filha caçula de imigrantes. Pai Português e Mãe Italiana tinham mais dois irmãos na cidade gaúcha. Veio para São Paulo estudar medicina ainda jovem e acabou ficando na terra da garoa, formou-se em 2019 justamente na época da pandemia, fez estagio no sírio libanês onde acabou sendo contratada para ajudar pacientes em estado grave de covid, formada em  Pneumologia, esteve a frente junto com outros médicos para reabilitação de pacientes. Morava sozinha no seu apartamento relativamente pequeno, mas para uma pessoa sozinha não fazia muita diferença, gostava de sair com amigos e curtir sua folga em lugares alegres e convidativos. Não tinha quaisquer tipos de vícios, bebia o suficiente ate ficar alegre e sabia a hora de parar. Segundo relatos dos amigos teve apenas um romance longo de três anos, mas atualmente estava solteira. Foi um choque quando eles souberam da sua morte brutal e procuravam achar alguma evidencia do que poderia ter acontecido, mas não tinha nenhuma coisa que pudessem ser levado a serio como um motivo para um ato brutal. Na sexta feira ela trabalho até tarde disse Jussara uma amiga enfermeira que as vezes saiam juntas, sábado e domingo ela estaria de folga, então foi curtir um barzinho noturno na região da vila Madalena com amigos e não se sabe o motivo dela estar fazendo o que na Rua Augusta sendo que apesar dela morar próximo, ficava contramão para quem vinha da vila Madalena, mas depois dos depoimentos desses amigos na delegacia, soube-se que ela recebeu uma ligação e disse que ela iria embora sozinha de uber que iria se encontrar com uma pessoa, mas não quis revelar quem seria.

JOAO CARLOS

 

João Carlos Albuquerque, paulistano da capital, solteiro, nascido no dia 16 de março de 1989, era um cara pacifico mas de personalidade forte, seus amigos o desenha como uma pessoa justa, amigável mas que não abaixa a cabeça quando está certo de alguma coisa, mesmo que isso tenha lhe custado caro em algumas empresas que trabalhou. Ultimamente e chefe numa empresa de importação e exportação, sempre viaja para fora do país a trabalho, mas sabe aproveitar os momentos livres para curtir um pouquinho cada lugar, seu instagram é cheio de fotos e vídeos dos lugares que visitou. Um cara antenado na moda, mas não gosta de extravagancia. Não gosta muito de virar as noites em bares e boates, prefere lugares calmos  e discretos e quando saía era com poucos amigos, porem tem fama de conquistador  e estar sempre bem acompanhado com belas mulheres. Mora em um apartamento relativamente grande para uma pessoa sozinha de 75 metros quadrados na Alameda Lorena  próxima a famosa Rua Oscar Freire. Seus pais são separados e moram em outras cidades. Seu pai já se casou novamente enquanto sua mãe descobriu que ser solteira era a melhor coisa e mora sozinha, mas tem a visita constante dos outros três filhos.

Depois que a energia foi reestabelecida na região, alguns investigadores saíram visitando residências e comércios locais que tinham câmera de segurança para ver se registraram alguma coisa suspeita ou se em alguma delas capturaram alguma imagem de Jamily ou dos suspeitos próximos ao local dos fatos, mas não tiveram êxitos. Nesse meio tempo a família de Jamily foi avisada e chegaram a São Paulo para acompanham o desenrolar do caso.

 

AS INVESTIGAÇOES CONTINUAM

Após pericia técnica a faca encontrada com João era realmente a arma do crime e o sangue era da Jamily, sua morte foi causada por quatro perfurações no corpo, uma no peito, duas no pescoço e uma mais profunda no abdômen. Ela morreu no local, apesar dos socorristas chegarem rápido ao local, ela já estava sem vida.

O local do crime

Rua augusta altura do numero 730

Detalhes investigados do local do crime: Uma das funcionárias da casa noturna em frente a um condomínio explicou aos investigadores como funciona o movimento: “A entrada é R$60 e você ganha dois drinks. Conforme as coisas vão fechando, vem todo mundo pra cá. Então o movimento começa pelas 3h e 4h. E você tem livre acesso para entrar e sair quando quiser. E vai até as 10h, 11h, 12h”.

Uma das mulheres que trabalha na boate confirmou que existem cabines dentro do prédio residencial, onde acontece de tudo. A casa noturna que fica na altura do número 730 da Rua Augusta tem como dono o ex-proprietário da casa Love Story, que faliu e foi a leilão por R$ 2 milhões.

A funcionaria de nome fictício Sabrina, confirmou que no dia do crime a casa não funcionou. Como a energia acabou por voltas das quatro horas da manhã e a Enel informou que por conta dos fios rompidos, eles não tinham previsão para retornar, que para fazer reparo e energia geral seria desligada para fazer a manutenção, então os gerentes da casa resolveram dispensar os funcionários e encerrar o expediente já que não havia clientes na casa.

As imagens das câmeras foram verificadas para ver o movimento na rua antes da energia acabar, mas não tinha nada suspeito, mas deu para ver o caminhão que arrancou os fios passando o relógio marcava exatamente 03h32min três horas e trinta e dois minutos da manhã de domingo. O caminhão foi identificado como sendo de uma empresa que faz transportes de equipamentos médicos. O motorista e um ajudante foram interrogados e liberados após o interrogatório. No depoimento eles contaram que estava indo pela rua sem nenhum problema até que não perceberam que tinha uns fios que atravessavam para o outro lado que estavam mais baixos que o normal e acabaram rompendo os fios, com os fios soltando faíscas eles ficaram assustados e ligaram para a empresa que entrou em contato com a ENEL  informando o ocorrido e o local. Eles disseram ainda que não havia nenhum movimento na rua, estava deserta talvez por causa do frio e da garoa.

A noite fria e garoa fina, a Rua Augusta na Baixa Augusta era tenebrosa, estava calada, mas como todo lugar silencioso há olhos em algum observando. E isso era o que a policia aguardava, que em algum momento os olhos escondidos falassem alguma coisa.

E não era que eles estavam certos! Experientes e sem demonstrar ansiedade, os investigadores recebem uma ligação anônima que mudaria o rumo das investigações, mas tinham que manter sigilo total.

 

O velório de Jamily foi marcado para terça feira as 11 horas no crematório da vila Alpina, zona leste da capital. Após se despedirem da filha os pais de Jamily retornaram para Santa Maria, ficando o irmão dela mais velho acompanhando as investigações e acabou se hospedando no apartamento da própria irmã. Alguns amigos estavam no velório com a família, um investigador estava presente também e aproveitou para conversar mais com eles para ver se coletava mais algumas informações, e uma nova informação foi revelada, tanto a família quanto os amigos disseram que o celular dela não foi encontrado, nem com ela nem com os pertences que estavam na sua bolsa.

 

- como não? O celular estava na delegacia e foi entregue um relatório dos pertences dela que foi deixado com a perícia técnica, os outros pertences foram entregues para a família. Comentou o investigador Moraes.

 

- mas eu também não sabia disso, mas os amigos dela que estão aqui falaram que ela tinha dois celulares, um pessoal e outro particular, e esse que vocês encontraram era o telefone dela de contatos médicos e de pacientes, o particular dela sumiu, disse o irmão Rafael.

 

- nesse caso o crime muda de figura, deixa de ser feminicidio e passa a ser latrocínio, roubo seguido de morte, mas porque ninguém falou nada nos depoimentos? Vou precisar do numero desse telefone que desapareceu.

 

 

- então senhor Moraes, foi tudo correria, todos nervosos e só demos conta desse fato depois de conversar com os irmãos dela, porque eles também não sabiam disso. Disse Maria do Socorro, uma enfermeira chefe que trabalhava com Jamily.

Com as novas informações, o investigador seguiu para a delegacia para compartilhar com o resto da equipe.

O delegado Ramirez ficou comovido com a morte brutal da jovem e prometeu aos pais  que pegaria os assassinos, mas alguma coisa não se encaixava . Tinha alguma linha solta nesse carretel. Ele leu umas quatro vezes os depoimentos das testemunhas e dos amigos, também não estava totalmente convicto com a historia de João Carlos, embora sua historia tivesse sentido, alguma coisa não se encaixava. Ainda mais com o telefonema anônimo, sua desconfiança aumentava, embora ele soubesse que a maioria das vezes esses telefonemas eram trotes, mas valia a pena investigar.

O celular encontrado com Jamily foi desbloqueado pela pericia de T.I as informações contidas eram apenas sobre tratamento de pacientes e conversas profissionais com outros médicos, agora precisava rastrear o celular desaparecido, a última localização dele foi à Rua Pain, travessa da Rua Frei Caneca de dá acesso a avenida nove de julho e a Praça 14 Bis, onde ficam alguns moradores de rua e usuários de drogas. O sigilo telefônico foi quebrado e a policia rastreou as ultimas ligações, suas redes sociais e watsapp não foram acessados por toda noite, mas havia recebido que ela não atendeu, ou porque era de um numero desconhecido, ou porque realmente não viu, quando os amigos resolveram ir embora, ela pegaria carona com uma amiga, mas depois de pegar o celular viu que tinha uma mensagem no watsapp e disse que iria embora de Uber, que ia se encontrar com um amigo, essas foram as ultimas palavras dela. Nas mensagens de watsapp um amigo que ela tinha feito faculdade a convidou para se encontrarem em frente ao seu condomínio, que ficava no mesmo endereço no outro lado da rua. Informações essas levantadas pela equipe do D.H.P. P da quarta delegacia.

 

George Antônio Varejão, vinte e oito anos, natural de  Curitiba PR, mas que se mudou para São Paulo para estudar e assim como muitos acabaram ficando por conseguir trabalhar nos hospitais locais. A policia logo encontrou seu endereço de trabalho, já que ele, assim como os outros envolvidos, também mora sozinho.

Ao chegar ao local de trabalho de George, um dos investigadores reconheceu George como um dos presentes no velório de Jamily. Os investigadores foram discretos e levaram uma intimação avisando para George comparecer a delegacia, George não ficou surpreso e já imaginava que seria para dar algum depoimento sobre sua amiga morta. E no mesmo dia ele foi a delegacia.

 

 

DEPÓIMENTO DE George Antônio Varejão

- Boa tarde senhor George, o senhor tem ideia de o porquê foi chamado para vir a delegacia? Perguntou o delegado Ramirez

 

- bom, acredito que para responder algumas perguntas sobre Jamily. Respondeu George naturalmente.

- sim senhor, isso mesmo. Onde o senhor estava no dia  e na hora do crime? Perguntou delegado.

 

George pensou um pouco meio desconfortável com a pergunta e respondeu em seguida,

- esse dia estava de plantão no Hospital Adventista, o senhor pode confirmar no prontuário do hospital, mas porque essa pergunta doutor? Sou um suspeito?

 

- o que faz de mim um suspeito? Não estou entendendo essa suspeita doutor.

 

- estamos a interrogar todos aqueles que eram mais próximos a vitima, enquanto não pegarmos os suspeitos que fugiram, vamos interrogar quem teve mais próximo dela naquela noite, e o senhor foi uma da ultimas pessoas quem teve contato com ela, o senhor vai ficar detido até que prove o seu envolvimento com ela, rastreamos o celular da vitima e nas conversas pelo watsapp o senhor marcou encontro com ela na Rua que aconteceu o crime, que por coincidência em frente ao seu condomínio, o senhor já sabendo da falta de energia planejou o crime achando e desapareceu com o celular da vitima achando que ia se safar. O que o senhor tem a dizer sobre isso? Acho melhor o senhor procurar um advogado.

 

- que é isso Doutor, o senhor está me acusando de assassino? Impossível eu ter mandado mensagens para ela, pela manhã de domingo, eu acordei mais tarde porque trabalhei no plantão noturno, então quando fui pegar meu celular que deixei carregando, percebi que não tinha nenhuma mensagem nem no watsapp, nem ligações perdidas, o que era impossível, porque pessoas não param de me enviar mensagens, apesar de ficar no silencioso. Achei aquilo estranho, então liguei para minha operadora porque nem conseguia fazer ligações nem entrar nas redes sociais, então me falaram que meu numero foi clonado, tive que ir até uma agencia da operadora e refazer meu cadastro e trocar meu chip. E logo depois a minha operadora pediu para eu fazer um boletim de ocorrência on line, que foi o que eu fiz. Vocês podem confirmar com a minha operadora e o B.O vocês podem verificar agora, alguém usou meu numero.  Respondeu George.

 

- ok, então como o Doutor tem moradia e trabalho fixo, vamos libera-lo, mas pedimos para caso saia da cidade nos avise até descartarmos o doutor como suspeito. Finalizou o delegado Ramirez.

 

George foi dispensado e liberado, suas informações foram investigadas e confirmadas e os horários que seu numero foi clonado também, então ele estava falando a verdade. Agora era concentrar em encontrar os suspeitos fugitivos e recuperar o celular roubado.

 

Mais uma vez repórteres e jornalistas na porta da delegacia aguardando noticias do caso, ao sair, George não estava acompanhado com nenhum advogado e não se intimidou a dar uma rápida entrevista.

 

- qual o seu envolvimento com o caso Doutor George? É verdade que o você foi a ultima pessoa a falar com a vitima pelo telefone? Perguntou uma repórter de TV.

 

- não senhora. Não tenho nada haver com o caso, era apenas um amigo da vitima, não posso falar mais nada para não atrapalhar as investigações da policia, tenha uma boa tarde. Respondeu George enquanto entrou no seu carro e foi embora.

 

Uma câmera de um  comercio da Avenida Nove de julho tinha uma visão privilegiada do movimento sob o viaduto 14 Bis, as imagens foram obtidas e estão com a equipe de investigadores e analisando as imagens. Enquanto outra equipe cuida das informações dadas por um telefonema anônimo. Nas imagens da câmera aparece usuários embaixo da ponte na manhã seguinte após o crime conversando em grupo, um individuo com as características dadas pelas testemunhas estaria aparentemente mostrando um aparelho de celular aos outros parceiros, um outro pega o aparelho e abre provavelmente para tirar o chip e formatar o aparelho, mas não tinha como provar nada, a policia precisava contatar um informante. O rapaz de moletom que se enquadrava na descrição, saiu do local e foi em sentido da Rua Avanhandava.

Um policial infiltrado se passando por morador de rua, ficou dois dias infiltrados para recolher informações sobre o possível suspeito e do celular.

 

A polícia não dorme, trabalha silenciosamente fazendo com que os suspeitos pensem que eles estão livres e acreditarem que não serão descobertos.

 

Uma informação é revelada, o suspeito é da quebrada e bem conhecido no mundo do crime, não tem moradia fixa, muito menos trabalho, vive de pequenos furtos e receptação de produtos roubados e vende no centro de São Paulo para os Nigerianos.

O nome? Ariovaldo Padilha, mais conhecido como Ari pela malandragem. Sua Capivara era enorme, desde furtos, assaltos a mão armada, tentativa de homicídio e receptação,  com vinte e seis anos e desde os doze frequentou mais a fundação casa do que qualquer outro lugar, já com sua maioridade ficou preso na cadeia de Tremembé por quatro anos, por porte ilegal de arma e fogo e tentativa de homicídio além de outros agravantes, foi solto no induto do dia das mães e não retornou mais para a detenção, portanto é um procurado da policia, agora era questão de pouco tempo para localizar e prender o suspeito.

Enquanto as noticias iam surgindo o irmão de Jamily era notificado que a policia estava trabalhando e iria pegar os suspeitos e o assassino da irmã.

Enquanto os fatos eram decifrados pela policia, Antônio Carlos após o susto e com as recomendações da policia de não sair da cidade, levava sua vida normalmente.

 

A cidade tem olhos, mas mais do que isso, ela tem ouvidos e as informações corriam no meio da criminalidade, nada se mantinha por muito tempo em segredo, na hora das loucuras causadas pelas drogas, alguns acabam falando demais e a noticia corre entre eles até chegar ao informante.

 

Um indivíduo conhecido no meio do crime como borrachinha, acabou falando demais numa certa noite em que estava muito louco. Disse que sabia quem tinha cometido o crime na Rua Augusta e que tinha comprado o celular da vitima por duzentos reais e vendeu pelo mesmo valor para os Nigerianos que ficavam próximo ao COPAN. A informação chega a equipe do D.H.P.P que logo saem na procura de borrachinha , que era velho conhecido da policia e estava sempre perambulando pela avenida Nove de Julho. Em questão de poucas horas a policia o encontra próximo ao metro Anhangabaú, Borrachinha é preso, algemado e delicadamente jogado no camburão e levado para a delegacia.

Na delegacia Borrachinha ainda estava sob o efeito da droga e foi colocado numa cela até que o efeito passasse e ele pudesse ser interrogado. A equipe festeja e sabem que estão perto de esclarecer e pegar os suspeitos.

 

Depois de três horas Borrachinha já estava recuperado e não entendia o que estava fazendo na cela da delegacia, então depois dele informar seu verdadeiro nome, sua ficha criminal foi levantada e por incrível que pareça, não tinha passagens, era apenas um viciado que ficava nos faróis vendendo balas para comprar suas drogas. Raimundo Nonato da Silva, um nome tão comum quanto José Maria, nasceu no Piauí e veio para São Paulo trabalhar na construção civil e acabou conhecendo o mundo das drogas, não conseguiu mais trabalho e quando conseguia, o vicio não lhe dava forças para concluir suas tarefas e acabou indo morar nas ruas da cidade de pedra.

Então começou o interrogatório de Borrachinha.

 

- borrachinha é o seguinte, sabemos que você  é uma boa pessoa, que você so está nessa vida por conta do vicio, mas pela primeira vez você pode ser preso se não cooperar com a gente. Então não vamos fazer rodeios, fale o que você sabe e caso não fale será preso por não colaborar com a policia e estar protegendo um criminoso, ficamos sabendo que durante uma conversa com seus parceiros de vicio, que você comprou um celular que pertencia a vitima da Rua Augusta e que sabia quem era o autor do crime, então vai desembuchando e começa a falar. Disse o delegado.

 

- ah Doutor eu estava muito louco, se eu disse eu estava mentindo, nem sabia o que estava falando e por vocês saberem disso é porque alguém tem um X9.

 

- Sem essa borrachinha, pra cima da gente? Se você não falar vai dormir uns dias aí no xilindró.

 

O delegado ofereceu a ele um cigarro e um marmitex com um copo descartável de refrigerante e mandou-o voltar para a cela e se lembrar de alguma coisa o chamasse.

Borrachinha ficou na cela, comeu sua marmita, tomou refrigerante e não quis fumar, passou algumas horas e acabou chamando um dos policiais que estava por perto e pediu pra falar com o delegado.

O delegado pede para levar ele até sua sala, então borrachinha começou falar.

 

- pô Doutor, o senhor sabe que vou me complicar né, não sou X9. Mas não quero meu nome envolvido nisso, porque vão me perseguir la fora.

 

- tranquilo borrachinha, se você contar tudo, você já pode sair por aquela porta , se quiser uma viatura pode te dar uma carona até onde você fica pra dormir. Disse o delegado

 

- a gente estava na 14 Bis numa rodinha usando umas paradas, aí encostou um maluco que não é da nossa área, mas era conhecido do nosso meio. Ele chegou com um celular muito louco, bonitão mesmo e estava vendendo, o pessoal lá cresceu os zóio, mas não tinham a grana pra comprar, o cara disse que ele roubou de uma mina na Rua Augusta então a gente tinha que jogar o chip fora e formatar o aparelho porque poderia ter rastreador.

Eu tinha uns trocados e comprei por duzentos contos, tirei o chip e joguei fora, mas o celular era top e não consegui desbloquear para formatar, aí acabei me arrependendo e sabia que la no COPAN tem uns malucos ali na esquinas que compram e mandam para outro país, aí levei lá e passei pelo mesmo valor que comprei.

 

- e quem é o cara que você comprou? Como é o nome dele onde a gente encontra ele? Perguntou o delegado.

Só sei que os parças o chamam de Ari, ele não fica na nossa quebrada, mas ele sempre vai almoçar no albergue da Rua Pena Forte, ali cola uns malucos de todo lugar.

 

- ok e como é esse cara? Passa pra gente como ele é, se tem tatuagens.

 

- o cara parece esse mano de academia, ele é fortão tipo lutador tá ligado? Ele tem uma aranha tatuada nã mão e as unhas pintadas de preto, o cara é estranho.

 

- o que mais ele disse quando se encontrou com vocês, ele disse alguma coisa sobre o que aconteceu com a vítima?

 

- ele falou que só a agarrou por trás e que ia roubar a bolsa dela e o celular, mas acabou pegando só o celular porque parece que um dos caras que estava com ele, ficou irritado que ela não queria soltar a bolsa e acabou esfaqueando ela e no pavor todos saíram correndo, depois que ele pegou a grana, subiu as escadas que dão na avenida onde passa os ônibus e deve ter pego algum busão, acho que os caras que estava com ele cada um deve ter ido para um lado.

 

- beleza borrachinha, hoje você dorme ai na cela, amanhã um dos policiais te deixa em algum lugar que as pessoas não te conheçam, para te ver saindo da viatura e segue sua vida, mas sai dessa vida, procura uma ajuda, se quiser se tratar do vicio a gente da uma força pra você beleza?

 

- de boa, Doutor, vou ficar suave, talvez eu volte pro meu Estado.

Borrachinha foi preso e levado a delegacia como um outro qualquer sem deixar a imprensa saber que ele tinha envolvimento indireto com o caso, da mesma forma que saiu, também foi embora sem causar desconfiança dos repórteres .

 

No dia seguinte uma viatura deixou borrachinha num bairro distante e deu uns trocados pra ele pegar condução para onde ele quisesse ir. E montaram um esquema com o informante que se passava por morador de rua para ficar de campana no albergue, demorou alguns dias até que apareceu um cara com as características informadas, um cara de cabelo raspado e de barbicha, estava com uma camiseta preta regata e braço tatuado, na mão uma teia com uma viúva negra tatuada na mão esquerda e unhas pintadas de preto e alargador nas orelhas e um piercing no nariz. A equipe de investigação foi avisada, um carro da policia descaracterizado estava parado em frente ao novo empreendimento da rua que ficava em frente ao albergue, assim que uma viatura chegou e encostou, Ariovaldo que aguardava na fila viu a movimentação e correu sentido frei Caneca, mas tomou a decisão errada e foi segurado pelos policiais civis, tentou uma reação para fugir, mas foi logo mobilizado, algemado e levado para a delegacia.

Ariovaldo chegou a delegacia, esse não tinha co o esconder dos repórteres que ficavam de plantão. Ariovaldo sai do camburão com uma blusa encobrindo o rosto e elevado para dentro da delegacia, repórteres se acotovelam procurando espaço para falar com o delegado ou tirar uma palavra de Ari, sem sucesso.

Em entrevista para uma rede de televisão ao vivo, o delegado Ramirez concedeu uma entrevista.

Repórter

 

- Delegado, como está o andamento do caso? Esse homem que chegou é um suspeito do caso Jamily?

 

Delegado:

- sim, esse é Ari, com muitas passagens pela policia por vários crimes, ele está envolvido diretamente a morte de Jamily, será uma peça fundamental para elucidarmos os fatos e ir a busca dos outros comparsas. Com essa prisão acredito que já vamos chegar perto de prender os outros suspeitos e encerrar o caso. Agora me deem licença que tenho muito trabalho pela frente.

 

Os policiais trabalhavam exaustivamente nesse caso especificamente, por ter causado uma revolta tanto na população quanto para a polícia, uma jovem médica assassinada por não querer entregar a bolsa, ou será que tem mais alguma coisa que ainda falta ser rebelado? As investigações vão elucidar essa pergunta.

A equipe estaca cansada e não media esforços para achar os criminosos, Ari ficou isolado e aguardando para ser interrogado, o Delegado já no seu final de turno dispensa sua equipe e passar o turno para o Delegado substituto e descansar por essa noite porque o dia seguinte será puxado novamente.

 

Depoimento de Ariovaldo (ARI)

Às sete horas da manhã o delegado Ramirez e sua equipe chegam para assumir o turno, repórteres já estavam no pátio da delegacia com seus câmeras man preparados e com copos de café na mão aguardando novidades do caso,

Dr Ramirez pede para levar o individuo ate a sala de interrogatório, em uma salinha uma mesa ao centro, de um lado Ari estava sentado de frente para o delegado Ramirez com um escrivão em outra mesa gravando e anotando o depoimento de Ari, no canto ficava um policial acompanhando tudo.

 

- por  favor, diga seu nome completo e data de nascimento. (delegado)

- Ariovaldo Padilha, 29 de setembro de 1997.( suspeito)

 

- qual sua profissão e o que faz atualmente. (delegado)

 

- sou personal Trainer, mas estou desempregado no momento. (suspeito)

 

- ok, você já sabe por que está preso? (delegado)

 

- ah doutor, sabe como é, acho que é porque dei umas pancadas num maluco playboy numa festa de um bacana aí. (suspeito)

 

- você esta achando que somos idiotas Ari? Não faça perder meu tempo e quanto mais antes colaborar isso aqui vai acabar, então vamos direto ao assunto sem rodeios, me diga qual o seu envolvimento com a morte da moça da Rua Augusta, foi você que a matou? Diz ai pra gente como aconteceu. (DELEGADO)

 

- que é isso doutor, minhas paradas é  outra, eu não mato ninguém não, eu nem estava por essas áreas no dia, de vez em quando eu venho pegar um rango ali no albergue e encontrar uns parças que vive nas ruas. (SUSPEITO)

 

- já sabemos do seu envolvimento, já temos um parça seu preso e já deu nos dentes que você estava junto e disse que  você que esfaqueou a vitima, ( delegado mentiu só para deixar Ari assustado) me diz ai o que aconteceu naquele dia, (delegado)

 

- tem ninguém não doutor, o senhor está jogando comigo, conheço bem essas táticas de policia, to ligado que as testemunhas não identificaram ninguém e que não havia câmeras funcionando naquele dia, então não podem provar que eu estava lá. (suspeito)

 

- então você acabou de confirmar que esteve lá e está se garantindo que não podem te acusar, pois bem, então me conta sobre o celular da vitima que você roubou e vendeu na Praça 14 Bis. Seu parça já nos contou tudo, ainda disse que foi você que matou a vitima. (delegado)

 

Nessa hora Ari ficou agitado e disse que queria um advogado. O delegado Ari já tem muita experiência e sabia conduzir bem seu interrogatório.

 

- então Ari, voce já sabe como funciona, já e um velho conhecido da justiça e já foi preso por vários delitos, mas assassinato é coisa séria, estamos aqui dispostos a entender o que aconteceu naquele dia, se não foi você que matou a moça, não tem como você provar que seu amigo está falando mentira? Vamos acreditar nele e se ele se juntar com outro e eles te acusarem vai ser pior pra voce, já sabemos que você esta envolvido e podemos provar sim, temos testemunha e sabemos para quem vendeu o celular, acho melhor começar a falar a verdade ou as coisas vão piorar pro seu lado. (delegado)

 

Ariovaldo pediu um cigarro, delegado pediu para um policial arrumar um para ele. Enquanto fumava, abaixou a cabeça e disse que ia contar tudo, que ele não participou do crime.

 

- então doutor, sou sujeito homem e estou falando a verdade, já passei maioria da minha vida em instituições e prisões, já cometi alguns crimes mesmo, mas jamais tive coragem de tirar a vida de alguém e não é agora que um x0 vai jogar essa parada nas minhas costas não. Como eu falei, sou da zona norte, Parelheiros minha quebrada, mas conheço uns manos que vivem aqui no centro pedindo dinheiro nos trem e metro pra levantar uma grana fácil, aquelas ideias de que os guardas pegou as mercadorias e que esta levantando uma grana pra comprar de novo, a maioria vende os bagulho no trem pra levar uma grana pra família, mas a maioria e safadeza mesmo porque as pessoas compram fácil as ideias dos mano, eu já fiz isso e falo que é fácil levantar uma grana quando ta apertado, tem uns que ficam nas esquinas das ruas onde tem pessoal com grana que acabam dando umas moedas e assim vão levando a vida soltos na rua longe de impostos e de ter que pagar aluguel e ainda comprar suas paradas para ficarem brisados. Então estava ali passando a noite no Anhangabaú, quando um parça das antigas chegou com outro cara que não conheço e começamos a conversar, ele disse que tinha uma “fita” pra fazer que era molezinha , negócio fácil se eu queria ir junto. Que era só pra dar um susto numa patricinha, o que eu pegasse era meu, ai acabei aceitando.

 

Delegado:

Mas quem são esses caras, quais os nomes deles?

 

- então Doutor, essa é uma parada sinistra, ficar entregando os parças, mas se me entregaram não posso ir nesse barco sozinho. O mano que eu conheço a mais tempo  é o Roleta, não sei o nome dele não, mas vocês devem conhecer ele, o outro maluco só ouvi chamar ele de mudinho, ele não falava muito mas era meio esquisito, parecia que ele era mal, tanto que foi ele que esfaqueou a garota, era só pra assustar ela, o Roleta disse que quando chegasse perto, esperava ver se não tinha ninguém perto aí eu ia e segurava ela, e ele dava umas porrada nela, agora ele não falou porque estava fazendo aquilo, acho que ele já sabia que a moça já estaria ali, mas deu errado porque quando chegamos ela desceu de uma carro preto, o carro foi até certo ponto e manobrou e voltou a rua, acho que porque a rua estava interditada com o caminhão da eletricidade, ficamos encostados numa parede, e quando o carro passou a gente seguiu e agarrei ela por trás, ela se assustou e começou gritar e  tapei  a boca dela, nessa o Roleta deu uma rasteira nela enquanto o mudinho tentou pegar a bolsa dela, eu peguei o celular e soltei ela, o Roleta disse pra gente deixar ela e ir embora que ia sujar, mas o Mudinho queria a bolsa, como ela não soltou ele deu uns golpe de faca nela e saímos correndo, eu fui pra um lado e os dois foram sentido Paulista e eu fiz o inverso, voltei para trás sentido republica, só soube que a moça morreu pelo noticiário, esse mudinho é vacilão, não precisava fazer aquilo.

 

Delegado

- e quanto ao cara que eles esbarraram no caminho, o que sabe sobre isso?

 

Suspeito

- ah Doutor, essa parada não vi não, como eu falei, enquanto eles correram pra frente eu corri para trás, não vi nada depois disso e a gente não se viu mais.

 

O delegado pediu para os policiais levarem o detento para a cela.

Em seguida o Delegado pediu para trazer João Carlos para depor novamente na delegacia.

Pela manhã logo cedinho de uma quarta feira, policiais chegaram ao prédio onde mora João Carlos, se identificam na portaria e sobem até o apartamento de João Carlos, quando batem a porta ele olha pelo espelho magico e ve que são policiais, sem mostrar alguma reação ele abre a porta, os policiais dizem que ele está preso, enquanto isso uma mulher sai do quarto assustada embrulhada com um lençol de cama. Os policiais pedem para ela se vestir e ir embora. Após ela se trocar e sair, os policiais levam João para a delegacia.

Na delegacia, João é submetido a novo depoimento, João se contradiz com o primeiro depoimento e é questionado pelo delegado.

 

- Ainda não consegui entender, me explica essa parte João, você confirma que estava com fones de ouvido supostamente ouvindo musica certo? E que estava de cabeça baixa quando foi surpreendido pelos meliantes correndo em sua direção e empurrando a arma do crime em suas mãos, depois eles fogem virando a direita da Rua Antônia de Queiroz. Certo? Você confirma isso que estou falando? Perguntou o delegado.

 

- exatamente doutor, a gente fica nervoso e as vezes a gente se complica nas palavras, não raciocina direito, mas foi isso que aconteceu. Respondeu João Carlos.

 

- senhor João, você está preso temporariamente até os fatos serem esclarecidos, se quiser pode chamar seu advogado.

João abaixou a cabeça, não esboçou nenhuma reação já sabendo que estava enrascado.

As viaturas já estavam nas ruas e procuravam por Roleta e Mudinho, Roleta também já era velho conhecido da policia, já Mudinho não se sabia nada sobre ele. Mas pelas informações não demoraria muito para encontra-los.

Os repórteres a todo instante querendo uma entrevista com o delegado, os investigadores falavam que ele estava muito ocupado cuidando do caso e que logo eles teriam novidades do caso.

Nos noticiários nomes de Roleta e Mudinho são vazados pela imprensa e logo telefonemas começam a chegar pelo disk denuncia algumas ou a maioria são trotes ou informações atrasadas, mas uma os policiais levam a sério, uma ligação anônima informou que Mudinho fugiu para minas Gerais, especificamente para a cidade de Itajubá, a policia local é comunicada e dizem que o individuo tem parentes na cidade e que já e conhecido da justiça local.

Já se passaram onze dias desde o crime, a pressão da imprensa e d população era grande para a prisão dos culpados e pelo desfecho do caso.

Ainda no final  da noite chegou uma noticia da 33ª Delegacia Regional de Polícia Civil

R Antônio Correa Cardoso, 40 – Varginha – que atende também cidade de Itajubá de que Mudinho foi localizado e está detido na delegacia local.

Uma viatura foi destinada até Varginha para trazer o suspeito para São Paulo, Dr Ramirez agradeceu aos companheiros mineiros pela ajuda.

Na terça feira pela manhã, Mudinho chegou em São Paulo e seguiu direto para a 5ª delegacia Consolação.

O dia já começou tumultuado, com noticia vazado repórteres de rádios e teve já se aglomeravam em frente a delegacia a espera de uma entrevista, mudinho chegou em um carro descaracterizado e entrou por uma porta lateral da delegacia destinado a funcionários. Doutor Ramirez ainda não havia chegado a delegacia, então o delegado substituto deu uma pequena entrevista falando que o caso estava se fechando e em pouco tempo tudo será esclarecido e os culpados presos.

A Maldade não tem cara feia, não tem cor, raça ou religião, o mal começa com uma fraqueza sua, você abre um portal e ele se sente convidado a fazer parte da sua vida, ou pelo ego, pela traição, pela inveja e por a pessoa já ter uma pré-disposição a ser mal sem motivos algum. Maldade: qualidade do que é mau; perversidade, malignidade, crueldade.

Enquanto Mudinho estava em uma cela ao lado de João Carlos, eles se entreolharam com olhos serrados, abaixaram a cabeça e não disseram nenhuma palavra, até porque mudinho não podia falar.

Enquanto isso Roleta era procurado nas ruas, mas começaram a buscar no sistema prisional se ele não estava preso em alguma delegacia ou prisão, e para surpresa ou não, Roleta estava detido por furto de moto na 1ª delegacia de Guarulhos  R. Dom Pedro II, 244 - Centro, Guarulhos.  

 

Com o suspeito trazido para São Paulo, agora todos os suspeitos estavam presos e prontos para serem interrogados e presos para aguardar os julgamentos. Doutor Tiguan já se encontrava na delegacia para defender seu cliente João Carlos.

Doutor Ramirez, já estava na delegacia e começou a interrogar cada um eles separadamente.

Mudinho não falava perfeitamente por ter parte de sua língua cortada por outros criminosos após ele ser considerado um X9 (traidor) pelos criminosos.

Mudinho aprendeu sinais de libra e foi acompanhado por um tradutor e conseguia falar algumas audíveis.

Depoimento de MUDINHO

Qual seu nome data de nascimento, cidade que nasceu; delagado:

- José Ribamar Nepomuceno, 26 de dezembro de 1987, Itajubá minas Gerais. Mudinho.

- você conhece o Roleta? e se sim como o conheceu? Delegado.

- o Roleta é um parça das antigas, estamos sempre nos trombando ai nas quebradas, quando dá a gente faz umas paradas tranquilas. Mudinho;

- e quanto àquele cara na cela ao lado que você estava você o conhece? Delegado.

- Não senhor. Nunca vi esse mano, não sei quem ele é não. Mudinho.

- ta certo, você sabe que não pode omitir pra policia não é? Tem certeza que não conhece ou nunca viu esse cara? E o outro que estava na mesma cela que você , quem é ele? delegado

- não senhor não sei quem são não, posso ter visto eles por ai, mas não me lembro deles não. Mudinho

- não foi o que me disseram, como acha que encontramos você? Eles falaram que foi você quem matou a moça, ou eles estão mentindo? Desembucha logo, que já estamos cansados, não adianta ficar de rodeios porque já temos provas de que vocês estão envolvidos, só queremos saber qual foi a participação de cada um, eles dizem que foi você que matou a moça, que era só um furto de celular e você a matou com covardia. Delegado.

Mudinho hesitou por um momento, ficou agitado, se levantou e um policial o fez sentar novamente empurrando seus ombros para baixo. Pressionado e exausto depois de hora de interrogatório, mudinho finalmente começou a contar toda historia.

 

- então Doutor, já que os manos ali bateram nas línguas, a parada foi o seguinte:  no sábado de manhã a gente `tava`fumando na praça ali na paulista, eu estava com uns parças sentado no meio da praça e o Roleta estava do outro lado sentado sozinho , vi que passou um maluco por ele e ficaram conversando uma meia hora, o cara estava fazendo caminhada e pariu para conversar com ele, depois ele foi embora. Passou um tempo, ele me chamou de lado e me contou uma historia sinistra, mas pra gente era  moleza, que era só pra dar um susto numa mina que ia passar naquele lugar naquele horário, o cara já sabia que ela ia passar ali mas a gente nem perguntou, mas a parada saiu do controle mas não foi eu que meti a faca nela não, só vi que ela estava caída no chão com sangue e saímos correndo , demos uma sorte que estava sem energia no dia então a gente achava que não filmaram e também não tinha ninguém na rua a não ser os caras da energia . mudinho

- como o Ari entrou nessa historia? Perguntou o delegado

 

- eu e o Roleta estávamos no Anhangabaú dando um Rolê até dar o horário de ir pra Augusta, quando o Roleta disse que tinha uma fita pra fazer, se ele queria ir junto, ele contou a história e disse que ele podia ficar com o celular da menina. E ele foi com a gente, depois do que aconteceu fiquei sabendo que ele pegou o telefone dela. Finalizou mudinho.

Com depoimento de mudinho agora faltava o depoimento de Roleta, que iria fechar  historia toda.

 

DEPOIMENTO DE ROLETA

Roleta é levado pelos policiais até a sala de interrogatório, algemado e sentado de frente pelo delegado e acompanhado por policiais ao fundo.

- Roleta diga seu nome completo data e nascimento e que cidade nasceu. Disse o delegado Ramirez

- Mauricio Martins de Paula da Silva. 02 de fevereiro de 1999, sou de Mairiporã SP.respondeu Roleta

- porque o apelido Roleta?  Delegado

- é porque fizeram participar de uma roleta russa quando eu tinha 13 anos e as balas eram de festim e no final eu ganhei uma grana, aí começaram me chamar assim. Disse Roleta

- eu já conversei com todos seus parças e já sei de toda historia, então me diga qual a sua relação com aqueles três que estavam la nas celas? Delegado

- então, conheço dois, o outro playboy não sei que é não senhor. Roleta

- tem certeza que não sabe quem é aquele playboy? Não foi o que seus amigos falaram a gente já sabe de tudo que aconteceu, mas queremos ouvir de você, eles te acusam de ter matado a moça, vai assumir isso sozinho? Delegado.

- papo errado é esse doutor? Nunca matei ninguém não, ainda mais mulher, meus negócios é outras paradas, coisa leve. Mas eles sabem quem matou , quando eu  percebi que ela estava caída e sangrando vi que tinha dado merda, então eu e o Mudinho saímos correndo , a gente conhece cada buraco daquele lugar então corremos para um lado, o Ari foi para outra direção. Roleta

- não sei por que vocês estão escondendo o cara que deu as facadas, vocês vão responder os três por latrocínio, além de outras acusações como formação de quadrilha  entre outras e você vai aumentar sua pena por estar preso por furto. Vai deixar o cara sair dessa de boa? Quantos vocês receberam para fazer isso? Conta aí, seus parceiros já contaram, só queremos entender o que realmente aconteceu, se a história de vocês bate com a do outro e vamos terminar isso de uma vez. Delegado.

 

- ai doutor, vou falar uma coisa pro senhor,” tem pessoas boas que são piores que as más”, nós fazemos coisas erradas, mas não matamos ninguém , as pessoas deveria ter mais medo dessas que se dizem as certinhas, tem muitas ovelhas escondidas por baixo de uma péle de cordeiro. Roleta

 

Com mais de duas horas de depoimento, Roleta confessou que participou do esquema para assustar Jamily e contou com detalhes a participação de cada um deles inclusive a participação de João Carlos, após seu depoimento, todos os envolvidos estavam presos preventivamente até o julgamento e a decisão da sentença para cada um conforme sua participação. O advogado de João Carlos Dr Tiguan por ser amigo de João Carlos e sabendo da participação de João Carlos no crime, no qual ele ficou perplexo sem acreditar, acabou abandonando o caso.

Com o caso finalmente resolvido, o Delegado Ramirez convocou a imprensa juntamente com o irmão da vitima para uma entrevista e elucidar os fatos.

 

NO DIA SEGUINTE A ENTREVISTA E O ESCLARECIMENTO DO CRIME E DA INESPERADA PARTICIPAÇÃO DE JOÃO CARLOS.

Toda imprensa de noticias já estavam com suas câmeras e microfones em uma sala reservada.

- bom dia a todos, depois de quatorze dias finalmente os suspeitos foram presos e estão presos preventivamente e vão aguardar a decisão da justiça na cadeia.  Delegado

 

- doutor, quero parabenizar toda equipe por ter tido paciência e por sempre ter nos atendido, mas o senhor já imaginava o envolvimento de João Carlos?  Já que a principio ele não era um suspeito, perguntou o repórter de uma rede de TV.

 

- TODOS são suspeitos até que provem ao contrario, não descartamos ninguém, João sempre teve uma historia sólida e extremamente calmo, até mesmo quando foi desmascarado. Respondeu o Delegado Ramirez.

 

- doutor, bom dia. Sou da Radio Noticiando de Osasco  SP, queria saber sobre aquele telefonema anônimo, ele foi fundamental para descobrir os assassinos ? e o que disse a pessoa ao telefone? e mais uma se possivel, a ´policia chegou a desconfiar da historia do João?

 

- com certeza. Hoje a tecnologia ela tanto atrapalha a policia, mas também ajuda muito, nesse caso, uma testemunha anônima, estava com sua namorada vendo filme no seu quarto quando acabou a energia, sem terem o que fazer, ficaram brincando com a câmera do celular e foram para a varanda, começaram a filmar a vista da cidade, quando no exato momento eles viram movimento suspeito na Rua logo abaixo deles, uma moça bem vestida estava parada em frente ao condomínio deles mas do outro lado da rua, quando três suspeitos estavam parados em um muro  de esquina e foram em direção a moça que estava de costas, que parecia estar esperando por alguém, quando eles atacaram ela por trás, um cara forte de moletom a agarrou e a segurou enquanto os outros tentaram levar sua bolsa, ela acabou reagindo e protegendo sua bolsa, outro suspeito também de agasalho moletom, acabou pegando um celular e o terceiro suspeito ficou de lado observando, e aí é que aparece o quarto suspeito para nossa surpresa, nem nós como policiais experientes ficamos perplexos com a frieza que ele se aproximou da vitima já indefesa e sem poder de reação nenhuma e desferiu golpes contra ela, então nós já sabíamos que ele era o autor, mas não podíamos revelar a imprensa para não atrapalhar o resto da investigação e dificultar a captura dos outros suspeitos.  quanto a terceira pergunta, bem, aí foi o primeiro erro de João, quando o prendemos ficamos com seu relogio e seu fone de ouvido para periciar, mas João esqueceu que seu fone não tem nenhum acesso a radio, tem bluetooth, mas não estava conectado com nenhum aparelho, então ele não estava ouvindo musica como disse, aí foi onde começamos a questionar sua historia.         Respondeu o Delegado.

 

- bom dia doutor, aqui é o repórter Natanael da Radio Capivari , para nós também foi surpresa do João Carlos ser o assassino, já que ele sempre esteve calmo nas entrevistas e ainda manteve sua rotina durante as investigações, ele revelou por qual motivo ele assassinou Jamily?

 

- boa pergunta Natanael, por crueldade mesmo, já que segundo seu depoimento, ele disse que conheceu Jamily em um restaurante que ele sempre frequentava, ele já havia a visto com amigos, ele se interessou por ela  por ser muito bonita e extrovertida, e sempre a admirava de longe, com sua fama de galanteador tentou flertar com ela em momentos que ela estava sozinha em algum ambiente, ele disse que tentou algumas investidas mas foi sempre ignorado, uma coisa que ele não estava acostumado era ser rejeitado, isso acendeu uma raiva dentro dele por ter sido rejeitado e preparou todo um plano maquiavélico que só um psicopata podia elaborar, ele conseguiu através de hackers anônimos indicado por um nigeriano que ele não soube dizer o nome que esse cara que aparentava ser judeu ou pelo menos se vestia como tal, com aqueles chapéus e roupas pretas, conseguia hackear o numero de telefone de um amigo de qual Jamily tinha uma paixão, que era o amigo de faculdade que vocês já o conheceram. João sabia onde ela estava naquela noite e usando o numero do telefone dele, se passou pelo amigo marcando um encontro em frente ao seu condomínio, assim saberia que a vitima não negaria esse pedido do amigo, ele pagou três mil reais para Roleta e Mudinho, a intenção dele era incriminar os suspeitos que já tinham passagens pela policia e ele sairia ileso, mas não contava com as imagens gravadas pelo celular nem ser flagrado com a arma do crime. Delegado

 

- bom dia doutor, meu nome é Ruan dias da tevê vivavida, ficou claro toda a trama do João Carlos, uma duvida sobre a denúncia anônima, já que foi um telefonema, como o senhor recebeu as imagens do vídeo gravado pelo celular dos mesmos?

 

- bom dia Ruan, no telefone o denunciante anônimo, disse que tinha deixado um pen drive em uma banca de jornal que ficava próxima a delegacia, o jornaleiro disse que um garoto o entregou junto com um bilhete que dizia ao jornaleiro que a policia passaria lá para retirar o objeto e assim foi feito. Delegado.

 

- doutor, bom dia, meu nome é Marcia Maria da revista mulher em alta, o autor do crime será acusado de feminicídio? E a segunda pergunta é: como o senhor resumiria esse crime? Obrigado por desvendar o crime.

 

- bom dia Marcia, será incriminado por feminicídio entre outros crimes como, por exemplo, formação de quadrilha. Quanto ao resumo, bem, com trinta anos de carreira já vi muitos casos e assassinatos banais como um cara no ônibus que foi morto por dar um PUM do lado de um bandido que não gostou, discutiram ele acabou sendo assassinado dentro do ônibus na zona leste da capital, esse é um retrato de um cara que não está nem aí para a vida do outro nem as consequências que ele terá. Já esse caso Jamily, ela foi assassinada sem mesmo nem saber por qual motivo, foi enganada por um numero clonado de um amigo e foi cruelmente emboscada e morta, moça jovem de boa família e tinha toda uma vida pela frente que foi tirada dela e de sua família por motivos fúteis. João Carlos é mais um caso a ser estudado pelos psicanalistas, pois João também era uma pessoa aparentemente normal, de boa família e de classe media , tinha bom emprego, profissional liberal que tinha facilidade em ter relacionamentos com mulheres bonitas, mas quando teve pela primeira vez uma negativa, não soube lidar com a rejeição e sua mente mudou uma trava que liberou esse lado mau que nem ele nem ninguém imaginava, foi um choque para sua família, para família e para seus amigos que tentam entender o que aconteceu com ele, uma pena para dois jovens promissores e bonitos acabar assim, uma perdeu a vida absurdamente covarde, o outro passou  de um jovem atraente e inteligente, para um assassino psicopata. Delegado.

 

Depois da coletiva de imprensa, tanto o Delegado e sua equipe saíram, o irmão de Jamily que acompanhava o caso agradeceu ao delegado e sua equipe por prender os culpados, agora era aguardar os julgamentos dos acusados.

 

nomes ficticios, qualquer semelhsança será mera coincidencia.