O galpão
Era realmente muito pobre
mas não porque não trabalhava
mas, porque não estudara
e por isso era uma analfabeta que nem o seu nome assinava.
Era solteira e alugava um barraco que ficava
por detrás de um grande galpão
pertencente a família que lhe empregava
e, porque bem cedinho despertava
pois começava a trabalhar as seis quase todas as manhãs
pois tinha o domingo de fora mas, que mesmo assim logo passava,
porque em jejum assistia a primeira missa onde naturalmente comungava
e, quando no barracão chegava tomava o seu café com pão e margarina
indo logo em seguida lavar as suas roupas que logo no varão pendurava
para serem enxugadas ao vento e ao sol,
caminhando rapidamente até ao mercadinho, padaria e a feira de rua
que se localizava aos domingos numa pequena praça
e, o que realmente ninguém esperava lamentavelmente ocorreu
pois fora encontrada no dia seguinte sem vida
parcialmente nua no chão do grande balcão
e, segundo a perícia tinha sido estrupada
mas, o mais estranho desse caso
é, que, ninguém escutou gritos e ao seu lado estava
todas as compras que tinha feito para comer durante a semana
levando-lhes a crerem que o seu assassino de alimentos não necessitava.