O RUBI
Há muitos anos, numa pequena vila na Birmânia um mineiro encontrou no fundo mais escuro de uma mina um lindo rubi da cor de sangue. Como era muito grande, resolveu escondê-lo no bosque, sob uma rocha. Cavou o terreno com as mãos e pôs aquela linda pedra secretamente numa noite de chuva. No dia seguinte, escreveu uma carta contando o acontecido a uma parenta distante.
Semanas depois, partiu para uma terra distante, mas alguns mineiros desconfiaram de sua partida repentina, e se puseram de emboscada a nove milhas da vila, pois pensavam que ele havia encontrado alguma coisa e não quisera revelar nem lhe apontar o lugar de onde retirara.
Quando o mineiro se prepara para dormir, foi surpreendido por um tiro certeiro no peito. O corpo caiu já sem vida no chão, e o sangue manchou o verde da primavera de ódio.
Surpresos por encontrar apenas roupas sujas, um pouco de comida e uma fotografia já desbotada de uma linda jovem, algumas cartas e uma pequena Bíblia, se retiraram frustrados.
Dois dias depois, o encontraram no mesmo lugar. Então um homem da lei veio à cidade com uma menina triste, em posse de um mapa, retirou o lindo rubi. Antes de ir embora, a mulher escreveu a seguinte frase na parada do trem: “Apesar do tesouro que possuo você roubaram a coisa mais valiosa que existe, o direito de viver.”