Mão Negra - Prólogo

Mão Negra

Olá, tudo bem? Sou o investigador da policia civil e me chamo João Antônio, mais conhecido como J.A, dentro e fora do departamento policial. Já atuo na área a mais ou menos vinte anos e a oito venho tentando capturar o maior e mais escorregadio ladrão de todos os tempos, Manuel Clemente, o famoso Mão Negra. Pois é, esse sujeito vem tirando meu sono e por causa dele o meu casamento foi a ruína. Espera ai, não foi só culpa dele, mas digamos que Mão Negra contribuiu bastante para que o meu relacionamento fosse a falência, mas isso é uma outra história.

Manuel Clemente não é um ladrão de beira de estrada ou batedor de carteiras. Lógico que não. Mão Negra é profissional, é perigoso e sabe muito bem o que quer. Quando ele saia de seu esconderijo para suas ações ele jamais voltava com trocadinhos ou relógios e joias. Claro que não. Clemente é ladrão, e dos bons. Você deve estar se perguntando; será que, em oito anos eu não tive a chance de colocá-lo na cadeia? E eu digo que sim. Claro que tive, mas como eu falei no início, Mão Negra é escorregadio demais, seu serviço é limpo e quando ele se via encurralado, ele atirava para matar.

Certo ocasião ele conseguiu fugir da cena do crime com todo o dinheiro que um certo político milionário tinha guardado no cofre dentro de sua residência. Mão Negra saiu pela porta da frente, sem ser incomodado, sem dar um tiro sequer. O tal político perdeu toda a grana da verba que ele desviava dos hospitais.

Oito anos correndo atrás do rato e o rato sempre se safando, sempre se desvencilhando da ratoeira. As vezes eu recebia ligações do meu chefe no meio da noite me dando ordens para ir até o local onde o malandro havia estado. Minha mulher nunca entendeu muito bem isso. Por mais que eu dissesse que tudo isso era parte do meu trabalho, ela nunca se esforçou para entender. Numa madrugada dessas o delegado Celso Amorim me ligou e aos gritos me informou que Manuel havia entrado no apartamento de um playboy e saiu de lá com cinquenta mil reais, os fora mil dólares que encontrou num pode de biscoito na cozinha. Eu me lembro que eu não foi direto para o endereço. Rodei os quarteirões ao redor e quase o prendi. Trocamos tiros no meio da rua e o persegui a pé, mas, como ando fora de forma, Mão Negra desapareceu levando toda a grana. Foi a pior noite da minha vida.

Mas graças a Deus tudo isso passou e eu consegui por às mãos no Mão Negra e estou aqui para contar como foi. Não foi nada fácil, mas é como eu sempre digo: nada dura para sempre. Tanto o bem como o mal, um dia acaba. Então vamos nessa.

Júlio Finegan
Enviado por Júlio Finegan em 17/05/2022
Código do texto: T7517919
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