Reportagem Policial

Lembro do traficante batendo no capô do carro e mandando a gente “vazar” da localidade de Canelão, bairro de Salvador, capital baiana. Eu estava acompanhando o repórter do jornal nas suas apurações pela cidade. Eu era um mero trainee. O repórter era especializado em jornalismo criminal, então se pode ter noção do que nos esperava naquele dia. Reminiscências que emergem hoje, vinte anos depois do desaparecimento desse profissional.

A anedota citada antes explicita a dimensão do perigo em que esse repórter se envolvia. O nome dele era Pedro Andrade. Lembro também do delegado de polícia elogiando ele para mim. “As reportagens que esse cara escreve são tão boas que parecem contos literários”. De fato, ele escrevia muito bem, mas não via toda essa qualidade literária. O policial estava elaborando um panegírico gratuito.

No mesmo dia ele tinha ido a um outro bairro. Traficantes tinham metido bala num rapaz no dia anterior. O corpo dele ficou na escada. Pedro foi entrevistar pessoas que moravam próximas ao local do crime bárbaro. Quase ninguém queria falar. Eu e o motorista do carro que nos levava por aí observávamos de longe os “foras” que ele levava. Uma frase muito comum escutada em favelas é “olho viu, boca piu”. Ou seja, se você viu algo não convencional, não comente nada, não fale nada. Não compre sua passagem para o inferno. Era nesse ditado popular que estava a explicação para as dificuldades em entrevistar pessoas a respeito de algum crime. Mas Pedro era experiente. Estava há anos no ramo. Chegou um momento em que uma pessoa conseguiu abrir o bico sem medo de ser feliz.

- Vai lá rapaz, vai ver como é que ele entrevista. Como ele arranca respostas do entrevistado. - disse o motorista.

Eu fui. Mas quando me viu se aproximar, a entrevistada - era uma mulher - disse algo ao repórter Pedro, entrou e fechou a porta. Eu havia arruinado a apuração de Pedro. Ele não me disse nada, passou por mim em direção ao carro.

- Foi eu quem sugeriu para que ele fosse até lá.

- Não tem problema. É assim mesmo. Natural que a pessoa fique inibida. Ela teme ser a próxima metralhada.

Foi uma longa manhã - era o turno que ele trabalhava. A chefe de reportagem do jornal ligou para Pedro e disse que havia um protesto no bairro de Valéria, lugar longe que nem o inferno. A polícia matou um rapaz e alegou ser legítima defesa. A versão oficial dizia que a vítima era um traficante de drogas que começou a atirar “de forma enlouquecida” ao ver uma viatura policial. Houve revide e o suposto bandido sucumbiu. A população discordava da versão obstinadamente. Disse que o rapaz foi executado e depois a polícia plantou armas e drogas para incriminá-lo. No local, Pedro entrevistou uma pessoa.

- A viatura não tinha uma única marca de bala. Como assim Luiz Henrique atirou neles “de forma enlouquecida” e não acertou um único tiro?

O entrevistado era bom em sarcasmo e tinha conhecimento em cultura pop.

- Vai ver Luiz Henrique era como aquele personagem de Pulp Fiction que atira nos dois matadores protagonistas e erra todos os tiros. Logo depois, um deles vira crente, acreditando que a péssima mira do cara foi intervenção divina. Os policiais deveriam fazer o mesmo!

Uma multidão protestando em defesa do garoto começou a queimar pneus e bloquear uma via local que levava até as “profundezas” do bairro. Levantavam cartazes chamando a polícia de “bandida” e insistindo na inocência da vítima. Causaram congestionamento e motoristas ficaram exaltados. Começaram a sair e houve bate-boca.

- Me deixem passar, porra! Eu não tenho nada a ver com isso.

Prato cheio para qualquer repórter. Melhor ainda para repórter de TV. Havia três emissoras no local gravando ao vivo o conflito.

- Tá vendo aquela repórter gostosa? Ela foi casada com o Alexandre.

- Quem diabos é Alexandre? - perguntei.

- Repórter especial do jornal. Uma hora você irá conhecê-lo.

Enfim, manifestantes e motoristas partiram para o quebra pau, para deleite do jornalismo baiano, telespectadores e leitores de jornais impressos do dia seguinte. Um homem tentou jogar o carro em cima das pessoas que protestavam. É o tipo de coisa que tem que ser extrema: ou você vai com tudo ou nem começa. A primeira opção te coloca com inúmeros processos judiciais no lombo, com carteira de motorista suspensa ou cassada, talvez até a cadeia, se acabar matando alguém. A segunda coloca em risco, no máximo, seu fôlego. É o campo da bravata, você ameaça jogar o carro em cima, xinga as mães dos manifestantes, mas não sai disso. Um dos motoristas acelerou o carro, atingiu duas pessoas e depois parou. Então os manifestantes cercaram o carro e começaram a destruir o veículo. Alguém jogou uma cadeira e acertou o carro que estava atrás. O condutor saiu e foi para cima. Outros motoristas se empolgaram e uma pancadaria generalizada começou. Entramos no carro e voltamos. Ficamos olhando de longe. Pedro teria uma reportagem e tanto para escrever.

No caminho de volta para a redação, Pedro se gabou dizendo que tinha material para uma página standard inteira. Eu disse que ele tinha material até para livro, depois do que passamos naquele dia. Ele riu e respondeu que não tem saco para escrever livro. O negócio dele era escrita rápida, efêmera, que vira embalagem de peixe no dia seguinte. Não tinha vontade de escrever textos atemporais, cuja natureza é incompatível com a notícia, que seria um produto à venda. Foi Machado de Assis que escreveu que “o operário que se retira ao lar, fatigado pelo labor cotidiano, vai lá encontrar ao lado do pão do corpo, aquele pão de espírito, hóstia social da comunhão pública”. O escritor carioca falava do jornal. Talvez Pedro achasse que livro era coisa de aristocrata.

Meses depois fui efetivado como jornalista do mesmo jornal em que fui trainee. Repórter policial. Na minha mesa, um computador velho que travava toda hora. Você tentava entrar no Facebook e o troço travava. Parece planejado. Em “O Jornalista Profissional”, John Hohenberg escreveu que “o repórter policial dos velhos tempos era um rei dentro de seu pequeno mundo”. Só se for dos velhos tempos. O repórter policial dos novos tempos tem uma cadeira giratória fodida como trono. Não dá nem para regular a altura.

A carreira começou morna. Comecei cobrindo incontáveis assaltos a ônibus. Entrevistava gente na porta de delegacias, pessoas que estavam olhos fundos de choro ou de pavor, ou com cenhos que expressavam o cansaço cínico. Verificava estatísticas. Nada muito incomum. Vagabundos entravam disfarçados de sólitos passageiros e num determinado momento da viagem anunciavam o assalto. Xingavam os passageiros, ameaçavam, davam tapas, coronhadas, puxavam cabelos. Gostavam de agredir mulheres, especialmente as “patricinhas”. Procedimento padrão do bandido pé de chinelo que metia o cano. Talvez houvesse até algum tipo de manual escrito com orientações circulando no meio dos marginais. A maioria fazia quase a mesma coisa.

De vez em quando, havia horror gerado por algum evento que obrigou os bandidos a improvisarem. Noticiei uma vez cinco mortos dentro de um ônibus. Um homem armado reagiu e um tiroteio começou dentro do veículo. Dois vagabundos contra o herói. Um deles morreu, o outro foi pego. O herói fugiu. Bala para todo lado. Uma criança foi atingida na cabeça. Morreu na hora. Quatro trabalhadores também foram baleados de forma fatal.

Outro dia o assaltante agiu sozinho e um peão de obras acertou a cabeça dele com uma marreta. “Caiu no chão como uma jaca”, disse uma das testemunhas que entrevistei. Os passageiros foram para cima com tudo. Chutes, pontapés, pisões… O cara foi arrancado do ônibus e a sessão de espancamento continuou do lado de fora. Outro peão ia matá-lo com um golpe de Pé de Cabra Vergalhão enferrujado. Um defensor dos direitos humanos não deixou. A polícia chegou e jogou o cara como lixo dentro da viatura. Jurou que ia levá-lo ao hospital.

Também teve um relato em que o bandido gostou de uma das passageiras. Ordenou que seu comparsa levasse os outros para o fundo do ônibus. Com uma arma em punho, obrigou que ela tirasse a roupa e a estuprou numa das cadeiras. Estava pouco se fodendo para as câmeras, que foram colocadas no ônibus na esperança de intimidar bandidos. Que nada. O cara olhou, deu um sorrisinho e tudo mais.

O primeiro “grande” caso que cobri foi a morte de ex-empresário num condomínio. Ele levou dois tiros no peito e o suspeito era um homem que ele conheceu na cadeia. O nome dele era Lucas Rodriguez. Vinte anos antes ele havia sido preso por ter liderado um sequestro-relâmpago da então assessora jurídica Patrícia Vilela, na região da Pituba. Sua ex-mulher e mais um cara participaram do crime que resultou na morte de Michel Nogueira, ex-namorado de Patrícia. Ele teria tentado bancar o herói e foi assassinado por Lucas durante uma perseguição de carro. Foi um caso que causou comoção na época.

Lucas pegou 24 anos de prisão. Na cela se envolveu com um homem chamado Joel. O cara protegia ele na cadeia. Quando saíram, Lucas tinha uma dívida com ele e por isso o levou para que morassem e trabalhassem juntos. Tudo ocorria bem, até que apareceu uma mulher que seria amante de Joel. A relação entre os dois ex-presidiários estiolou desde então. Joel insistia que a mulher fosse morar com eles, para formar um trisal talvez. Lucas recusava de forma obstinada, talvez se entendesse com um homossexual pleno e não bissexual. Ele dizia para Joel que “não servia para triângulo amoroso” e que por isso “ele deveria ir morar com essa mulher”. Mas Joel não queria perder a vida boa que tinha com o ex-empresário. A tese é que ele e a amante articularam o homicídio.

Observe o leitor que coloquei a palavra “grande” entre aspas, logo acima. Eu costumava comparar as pautas que eu pegava com as de Pedro Andrade. Ele sim lidava com casos policiais de prestígio e com ampla cobertura da imprensa. Enquanto eu noticiava sobre crimes passionais como a do ex-empresário morto pelo amante, ele cobria casos de figurões da classe média alta baiana que cometiam crimes horrendos. No mesmo período em que eu informava sobre o “Caso Lucas”, os textos dele eram sobre o médico retalhador de mulheres ou sobre o pai que matou a própria enteada e dissolveu o corpo dela em ácido. O objetivo era se vingar da mãe que não queria mais nenhum tipo de relação com ele.

Só caso barra pesada. Ele era repórter policial e eu, um mero iniciante. Enquanto ele noticiava sobre acontecimentos que talvez deixassem a imprensa vitoriana com inveja, eu relatava sobre viciados em drogas mortos na frente do cemitério em pleno domingo de Finados. Pedro era um jornalista versátil, conseguia reportar com maestria qualquer coisa. Não importava se eram crimes de bairros miseráveis ou no Horto Florestal.

A conversa na redação, onde ele era admirado, dizia que ele era alguém destemido.

- Todo mundo aqui te enxerga como alguém fodão.

- Eu realmente sou.

- Nada modesto também. Dizem que você não tem medo de nada. Entrevista qualquer assassino, sem medo. Pode ser um traficante que matou o rival ou o médico que cortou a paciente em centenas de pedacinhos.

- Destemido porra nenhuma, meu velho. A verdade é que me borro de medo. Estou tomando ansiolíticos. Quase desenvolvi Síndrome do Pânico. Minha mãe às vezes fica muito preocupada com meu trabalho. Parece até que sou polícia! Maldito Eduardo Velozo Fuccia, que disse no livro dele que repórter policial de “verdade” era aquele que “cobre rebeliões in loco, entra em penitenciárias e mantém contato com amotinados, acompanha perseguições e corre os mesmos riscos de bandidos e policiais, e participa de operações em morros e favelas, sujeitando-se a toda sorte de perigos”. Porra, eu acho que levei isso ao pé da letra!

O tom dele era um pouco cômico, enquanto o cenho estava similar ao rosto de passageiros comuns de ônibus soteropolitano. Ou seja, cansado e cínico. Essa mistura dava uma certa ambiguidade na sua fala. Era trágico e sério ou só estava usando do humor para lidar com o trabalho perigoso. Difícil concluir algo a respeito.

Estava na sala da editoria de ciência. Na verdade não era uma sala. Era uma mesinha no canto da enorme sala que era a redação. E era o canto onde ficava a lixeira. Isso explica por que o jornalista científico estava com sua mesinha cheia de bola de papel. Sentar ali era uma vantagem e uma desvantagem. Vantagem: pertinho da lixeira, ele não precisava levantar para jogar papelada fora. Desvantagem: os outros precisariam, porém como são preguiçosos de merda, tentavam jogar de longe, como um arremesso de três pontos no basquete, mas erravam. Acertavam outro alvo, o pobre do jornalista, que tinha que ler artigos científicos complexos para escrever reportagens.

Foi quando ele me explicava sobre um meteorito que caiu em Salvador, que a preocupação surgiu na redação. Pedro Andrade estava sumido há horas. A chefe de reportagem ligava para ele. Porém o celular não era atendido. Chamava e ninguém atendia e depois parecia que estava desligado. O motorista que estava com ele também sumiu. Entre as pautas que foram dadas a ele, estava uma que o orientava ir até o bairro do Canelão. O tráfico de drogas estava aliciando crianças, denunciavam moradores.

Sim, o mesmo local onde o traficante bateu no capô do carro da reportagem com uma pistola e mandou a gente cair fora. E nós só estávamos na entrada do bairro. Na época de trainee escutei coisas tenebrosas sobre esse bairro. Não havia escutado relatos horrendos, diretos e explícitos, apenas o aviso que saía da boca de motoristas, repórteres, fotógrafos e um cara dos Correios: se a chefe de reportagem exigir que você vá até as “profundezas” desse local, não vá. Será que Pedro foi?

Horas se passavam e nada do jornalista. Havia ultrapassado o horário em que ele bate o ponto. Tentaram ligar para o celular do motorista que o acompanhava e nada. Desespero começou a contagiar toda a redação. O diretor do jornal foi comunicado e a polícia foi acionada. Passou um dia, dois, três… Nem sinal de Pedro e do motorista. Associações de Imprensa começaram a fazer notas de repúdio. Então uma chama de esperança começou a surgir entre os jornalistas. Nada é mais intimidador do que notinhas de repúdio escritas por associações. Começamos a imaginar o medo dos traficantes - se foram realmente eles. Os caras só iam ler o primeiro parágrafo da nota e entregar o motorista e Pedro sãos e salvos.

Para nosso horror e surpresa, isso não aconteceu.

Mais dias se passavam. Lembrei que Pedro me disse que a mãe dele morria de preocupação. Ela dava entrevistas com olhos fundos de tanto choro. Namorada, amigos, colegas de redação… Diariamente havia depoimentos comoventes sobre Pedro.

A polícia tinha como principal hipótese a narrativa de que Pedro foi entrevistar pessoas no Canelão. É provável que a bandidagem local já estivesse de olho nele. Ele havia ido lá outras vezes e pode ter escrito algo que os criminosos não gostaram. Eu estava numa dessas. Segundo a polícia, é provável também que a bandidagem o matou junto com o motorista e enterrou os dois cadáveres em algum cemitério clandestino. Ou esquartejou os corpos dos dois e distribuíram os pedaços pelas ruas da cidade. Ou queimou os pedaços.

Outra tese era aquela que dizia que as reportagens de Pedro devem ter incomodado algum figurão querendo esconder crimes. Mas ele não era jornalista investigativo. É bom que fique claro: nem todo repórter policial é investigativo. Pedro era um cara que lia Boletins de Ocorrência, conversava com testemunhas, checava estatísticas, mas não desvendava crimes. Suas notícias reproduziam versões oficiais mescladas com entrevistas. Raras vezes ele contestava o que dizia delegados, polícias e afins. Ele nunca havia ido mais fundo que isso. Era a polícia que o pautava, não o contrário.

Depois de dez dias investigando, a polícia enc0ntrou duas testemunhas que tinham visto Pedro entrar no Canelão. Fui designado para entrevistá-los. Dois homens que estavam bebendo na rua quando viram o carro da reportagem do jornal passar pela rua em direção ao infame local. Eles não lembraram da hora exata.

- Amigo, eu não lembro nem o que tomei no café da manhã. Eu disse isso à polícia.

- Cachaça.

- Cala a boca.

- Você não toma café de manhã. Sua mulher até te critica. Diz que você está cada vez mais esquelético. Vai te trocar por outro.

- Olha, garoto, se fosse para estimar um horário, eu diria que foi entre 10 e 11 da manhã.

Mesmo com poucos indícios de que Pedro e o motorista sem nome foram mortos ali e com a pressão diária da sociedade civil e associações com suas notas de repúdio, um batalhão da polícia invadiu o bairro do Canelão. Desmontou um esquema de tráfico. O preço: 28 cadáveres, todos supostos bandidos. E dois supostos chefes do tráfico foram capturados.

- Talvez os dois façam um acordo e digam onde estão os corpos ou - espero que estejam vivos - onde é o cativeiro. Em troca, redução de pena. - disse eu, o ingênuo que cobre crimes.

Colegas de trabalho riram da minha cara.

- Rapaz, esses dois se foderam. Vão dar choque na pica deles, arrancar unhas, dar porrada, quebrar dente. O “acordo” é esse. Você acha que estamos num filme americano? Eles vão dizer tudo. Não duvide.

Os caras disseram tudo. Mas não confessaram a morte de Pedro e do motorista. Tampouco admitiram que sequestraram eles. Revelaram um cemitério clandestino e até fornos onde queimavam corpos esquartejados. A polícia vasculhou tudo. Retirou ossadas de debaixo da terra. Pedro e o outro trabalhador sem nome sumiram há menos de 17 dias. Os ossos achados no cemitério pareciam ser de pessoas mortas há meses, talvez há anos. Posteriormente, a perícia confirmou isso. Os restos dos dois poderiam estar entre os ossos queimados e as cinzas no forno.

Depois de dias examinando, a conclusão: os restos de Pedro e do motoristas não estavam no meio da ossada queimada. Não havia provas de que os dois foram mortos no Canelão, nem por aqueles traficantes. Também não encontraram nenhum vestígio do carro que sumiu com eles, nem de seus pertences pessoais. A polícia tinha que recomeçar do zero. Outras hipóteses também não foram confirmadas. Como o caso não andou, acabou arquivado.

Hoje vinte anos depois lembro o ambiente lúgubre que se tornou a redação. Os dois sumiram e ninguém sabia o que tinha acontecido. Sensação de impotência era geral. Lembro também da mesa dele sendo esvaziada. Os pertences foram dados à família, que depois declarou morte presumida. Dele só ficaram as lembranças e o aprendizado.

Pedro Andrade e o motorista do jornal nunca mais foram vistos novamente.