ESTRUPO
João indo para o centro da cidade viu um fato que o intrigou, uma bela mulher sendo preso, seu filhinho chorava muito. Ela gritava:
_Não chore meu filho! mamãe vai voltar, fique com seu avô.
Os policias algemaram e a colocaram no camburão, eles gritavam:
_Agora você vai virar colchão para as outras presas na cadeia.
As calçadas encontram-se cheias, e todos estavam indignados com o fato daquela bela mulher estar sendo presa e seu filho chorando, que imagem triste.
João enxerido sem entender o que estava acontecendo perguntou a uma senhora que estava do seu lado:
_ Porque ela esta sendo presa?
A senhora respondeu:
_ Ela esta sendo presa acusada por ter estuprado um rapaz e ficou grávida.
_Senhora como que uma mulher estupra um homem, aquele garoto é filho do rapaz?
_Olha moço aquele garoto é filho do ex-marido, ela esta grávida é do rapaz que a acusa de tê-lo estuprado, olha não sei aonde vamos parar com toda esta modernidade.
O senhor que estava próximo escutando o que João e a senhora conversavam, contou que o rapaz foi à delegacia e fez um boletim de ocorrência contra ela dizendo que tinha sido estuprado.
João pediu licença para o senhor e a senhora, saiu correndo, ligou para Maria sua esposa e lhe disse que ia chegar um pouco tarde, tinha que visitar um amigo; mentindo para sua esposa foi até a delegacia que era próximo de onde ele estava para saber mais sobre o absurdo, uma mulher estupra um homem. Chegando na delegacia João pediu informação no balcão, a pessoa que veio atendê-lo era Flávio um amigo de infância.
Conversa vai, conversa vem, Flávio pergunta:
_ No que posso ajudar João?
_Flávio eu gostaria de saber sobre o rapaz que está acusando uma mulher de tê-lo estuprado.
_Espere um minuto João, vou mostrar o boletim.
Flávio entrega o boletim nas mãos de João que começa a ler.
_Na data tal, do dia tal, o senhor Floresberto veio até esta delegacia dizendo que foi estuprado,
o senhor doutor delegado Romualdo fez as seguintes perguntas a ele.
_ Você viu o meliante?
_ Sim.
_ Como ele era?
_Senhor delegado, não deu para ver direito, foi tão rápido, era uma morena gostosa, pernas torneadas, shorts curto, que dava para ver a polpa da bunda, seios fartos, cabelos sobre os ombros, lábios carnudos, batom vermelho e tinha olhos claros.
_Espera aí Floresberto, então você a conhecia?
_Sim senhor, é minha vizinha a Rosa, ela me chamou em sua casa com uma voz manhosa, me pedindo para consertar o seu chuveiro, depois que consertei ela me serviu um cafezinho, quando eu estava saindo trancou a porta, me pegou pelo braço, me obrigando eu ter relação com ela, arrancou toda a minha roupa contra minha vontade, me deixando só de meias .
_ Floresberto, por que te deixou só de meia?
_Senhor delegado, eu também fiz esta mesma pergunta para ela, sabe o que me respondeu?
Que era para não esfriar os meus pés, pois eu poderia pegar um resfriado.
_ Floresberto, conte o que realmente aconteceu na casa de dona Rosa.
_Senhor delegado estou com vergonha, mas vou lhe contar; Rosa fez de tudo comigo ela mandou eu deitar e vinha por cima, depois de lado, em pé, de todos os jeitos, eu gritava:
_ Não! Não! por favor, não! mas Rosa não escutava.
_Rosa gritava comigo, batia, xingava, fazia o que ela queria e eu indefeso não podia fazer nada, senhor delegado foi muito humilhante, depois me deixou jogado na cama.
_Floresberto eu vou lavrar o ato da ocorrência e mandar meus homens atrás de dona Rosa.
Enquanto João e Flávio liam o boletim começaram a escutar alguns gritos, saíram para ver o que estava acontecendo, eram vários homens com faixas escritas as seguintes frases:
_ Cadê os direitos dos homens! Mulheres estuprando homens, aonde nós vamos para? Entre outros dizeres.
Os homens queriam entrar na delegacia para pegar a acusada dona Rosa. O tumulto foi aumentando e começaram chegar os carros da imprensa. O delegado vendo todo aquele tumulto dos homens e da imprensa chegando, pediu reforços. Os repórteres foram descendo de seus carros fazendo perguntas para os homens presentes.
_Qual é o nome do senhor?
Antes que o repórter terminasse a pergunta, o senhor perguntou:
_ Está ligado?
_Sim.
O homem gritou:
_Vira isto para lá, minha esposa pode ver, ela é muito brava! saiu correndo.
Em outro ponto da manifestação:
_Aqui é o repórter Roberto Dias, do jornal SE NÃO SEGURAR EU CAIO, entrevista o senhor Antônio, que está com uma placa que diz assim:
_ Homem não é capacho.
Ele concordou em dar uma entrevista, mas de costas para a câmera, pois sua esposa não podia vê-lo.
Por que vocês querem pegar esta mulher?
_Nos homens não queremos pegá-la, só queremos nossos direitos, quantos homens são estuprados todos os dias? O nosso amigo Floresberto teve coragem de vim até a delegacia e denunciar este abuso que ele sofreu, mas muitos de nós sofremos calados, por isso que estamos aqui para apoiá-lo e dizer que não podemos mais viver assim submisso, por estas mulheres que transforma nós homens em escravos sexuais, nossas autoridades tem que fazer alguma coisa.
_Obrigado senhor Antônio, quer dizer mais alguma coisa para nossas autoridades e para nossos telespectadores que estão nos assistindo agora?
_ Não Roberto, já falei tudo que queria.
_Aqui é seu repórter Roberto Dias direto da delegacia, acabamos de entrevistar Antônio, mais um homem cansado de ser usado por estas mulheres, voltaremos a qualquer momento com mais notícias.
Dentro da delegacia João resolve sair, mas o delegado Romualdo diz:
_Daqui ninguém sai e nem entra.
João começa a se desesperar, porque tinha mentido para Maria que ia à casa do colega.
_ Flávio como que eu vou sair daqui? E se minha esposa liga?
Começa um barulho de sirene dentro da delegacia.
_Atenção! Atenção! Este celular está sendo monitorado via satélite.
Todos que estão presentes se assustam, João fala:
_Calma gente é meu celular tocando.
João olha no visor.
_ Nossa, é de casa Flávio, vou ter que atender.
Oi minha linda, está tudo bem?
_Aqui em casa está tudo bem, aonde você está?
_Na casa daquele meu amigo.
_João se você está na casa do seu amigo como que estou lhe vendo na televisão, dentro da delegacia?
_Olha Maria tudo tem uma explicação, meu amigo mora do lado da delegacia, nos estávamos conversando, o telefone toca, era o delegado chamando todos os policiais que estavam de folga para se apresentar imediatamente, porque estava acontecendo um tumulto de frente a delegacia.
_João o que está acontecendo realmente aí? Por que estes homens estão com faixas e cartazes?
_Maria você não vai acreditar, um rapaz esta acusando uma mulher de tê-lo estuprado.
_Mas João, como uma mulher pode estuprar um homem? Isto é um absurdo, conte isto direito.
_Maria estou com o boletim em minhas mãos, ela está sendo acusada de tê-lo pegado à força e estuprado deixando só de meias em cima da cama. O rapaz está todo arranhado, tem alguns hematomas pelo corpo, Maria você se lembra quando nos fazíamos amor e você me dava beijos que ficava roxo?
_Olha João faz muito tempo, mas ainda tenho uma vaga lembrança, que bons tempos eram aqueles quando eu tinha um homem em casa, vai ver que a mulher fez tudo isto porque estava muito tempo sem ter nada com o marido e atacou o rapaz. João, você se lembra daquele meu primo do interior, o Ricardo?
_Sei Maria, aquele que foi seu namorado.
_ É aquele mesmo, o pessoal o chamava de pé de mesa, ele está aqui em casa nos fazendo uma visita, vou preparar um cafezinho para ele até você chegar, tudo bem amor? Não tenha pressa.
_Maria parece que está tendo outro tumulto lá fora, tchau vou desligar, beijo, cuide do primo.
O delegado espantado fala:
_Nossa, só me faltava esta agora, vim às mulheres para porta da delegacia.
Mulheres com panela, rolo de amassar massa, com vassouras, placas com dizeres.
_Queremos o pé de pano!
_ Queremos homens dentro de casa!
_ Queremos que soltem a Rosa? Queremos que soltem a Rosa?
_Cadê os direitos das mulheres? Queimamos nossos sutiãs, agora teremos que queimar nossas calcinhas para eles nos verem.
_Aqui é Roberto Dias do jornal SE NÃO SEGURAR EU CAIO, voltando diretamente da delegacia agora com o panelaço das mulheres, vou conversa com uma delas. Vou entrevistar em primeira mão a irmã da acusada, a dona Margarida.
_Porque que sua irmã Rosa estuprou este rapaz, o Floresberto?
_Roberto Dias o problema é falta de homem, minha irmã esta separada do marido, menina nova com todo fogo, tremendo mulherão, ela passa de frente do boteco eles mexem, depois ficava gritando:
_Gol! Gol! é do timão!
Eles só pensão em jogo, ainda tem mais Roberto, nós só servimos para lavar, passar, cozinhar, e de vez em quando eles se lembram que tem mulher em casa. O negócio deles é os amigos, bater uma bolinha no final de semana, tomar um chopinho, criar barriga, ficar falando mentiras, dizendo que catou não sei quantas, mas a mulher em casa não vê nada, eles dizem para os amigos que são bons de cama, deitam viram de lado e rocam, tem daqueles que nem conseguem virar por causa da pança. É por isso que estamos aqui, para mostrar para estes homens e para o delegado que nós temos peitos. Queremos minha irmã solta, ela não fez nada demais, só fez a obrigação deles.
_Roberto nós temos uma arma contra o delegado, chamamos sua esposa a dona Jurema, ela nos disse que está do nosso lado, que apóia a nossa causa e disse mais; delegado Romualdo só pensa nos presos e na delegacia e também esquece dela.
_Aqui é Roberto Dias que acaba entrevistar a irmã da acusada de ter estuprado um homem, que agora tem o apoio da esposa do delegado.
_Qual será a reação do delegado ao saber que sua esposa está apoiando a manifestação das mulheres?
_ Na verdade os homens não estão é com nada.
Elas continuam a bater suas panelas, cantando é na boquinha da garrafa, sobe, desce, rebola, requebra, desce e sobe.
_Obrigado dona Margarida por sua entrevista.
_Obrigado você Roberto, por ter nos dado o direito de resposta aos absurdos que nos foram atribuídos pelos nossos homens.
_Agora meus queridos telespectadores, depois de toda esta pressão será que o senhor delegado vai soltar dona Rosa, cadê Floresberto?
_Será que as mulheres estão certas de pegarem os homens à força? elas falam que só estão fazendo o papel deles, e os homens será que não tem o direito de tomar seu chopinho nos finais de semanas com seus amigos e jogar uma bolinha? A pergunta ficar no ar, quem está certo? Aqui é seu repórter Roberto Dias, voltamos em instantes.
João continua preso com o amigo Flávio dentro da delegacia, está preocupado porque deixou sua esposa em casa e agora com visita e não pode dar atenção para ele.
Lá fora a delegacia continua cercada por policias, mas a tensão aumenta, a cada momento os homens querem pegar a prisioneira e as mulheres querem que a soltem, as mulheres continuam cantando e batendo panelas e os homens gritando por justiça, o nome de seu herói Floresberto.
_Onde estará Floresberto!?!
_Cadê dona Jurema a esposa do delegado?!?
_Aqui é seu repórter Roberto Dias voltando ao vivo, a tensão aumenta, os nervos começam a ferver. Os homens querem invadir e as mulheres querem que soltem dona Rosa. Começam a chamar:
_Roberto, Roberto!!
_Gente o que vocês querem?
_Queremos que você fale com o delegado.
_Tudo bem eu vou falar com delegado Romualdo.
_Delegado Romualdo eu Roberto Dias venho saber que final vai ter esta história, porque os homens e as mulheres estão querendo entrar? Seu pessoal não vai conseguir conter esta multidão.
_Roberto, para acabar com esta bagunça o senhor Floresberto tem que voltar na delegacia e retirar a acusação de estupro contra dona Rosa, enquanto isto eu não posso fazer nada, é a lei e estou cumprido-a.
_Roberto, já que estamos ao vivo vamos fazer um apelo para que seu Floresberto venha até a delegacia e retire a queixa.
Do lado de fora começa uma buzinação, um fusca quatro cores encosta e sai de lá de dentro a esposa do delegado dona Jurema de mãos dadas com Floresberto, todos começam a bater palmas.
Dona Jurema puxa Floresberto para dentro da delegacia, fica um silêncio... todos ficam perguntando o que será que está acontecendo lá dentro, depois de uma hora sai na porta da delegacia dona Rosa. Todos começam a bater palmas e em seguida sai Floresberto, o delegado, sua esposa Jurema, João e Flávio.
_Delegado, delegado estamos ao vivo, Floresberto retirou a acusação contra dona Rosa?
_Sim Roberto, Floresberto retirou a acusação dona Rosa está livre, obrigado.
_Vamos tentar entrevistar dona Rosa.
_Dona Rosa como foi passar todo este tempo presa acusada de estuprar um homem?
_Roberto se for preciso estuprar outro homem eu estupro, duro foi ficar longe do meu filho, dos meus pais, mas agora isto virou passado, agora só quero abraçar meu filho e ir para casa com meu novo amor.
_Dona Rosa como novo amor?
Floresberto explica para o repórter.
_Roberto eu fiz tudo isto porque eu acabei me apaixonando por Rosa. Posso fazer uma pergunta? Estamos ao vivo?
_Sim, Floresberto há milhões de telespectadores nos assistindo agora.
_Rosa você quer se casar comigo?
_Sim, sim eu aceito o pedido de casamento!!!.
_Apesar da bagunça um final feliz!
_Aqui é seu repórter Roberto Dias do jornal SE NÃO SEGURAR EU CAIO diretamente da delegacia, acabou de cobrir mais um acontecimento, o homem que acusou uma mulher de tê-lo estuprado acabou pedindo ela em casamento.
PAULO PEREIRA