UM SANTO NO INFERNO!


 

Em nossa vida andamos e muitas vezes nos deparamos com situações complicadas, onde a linha tênue que divide:
-O certo e o errado/ A Consciência e a intuição/ O feio e o bonito/ O novo e o surrado/ A emoção e a razão/ A LIBERDADE E O CÁRCERE, bipolarizam as ações e nos colocam em confronto direto com a vida!

Este conto pega o último viés deste pensamento acima e descreve o curto, mas o quase interminável tormento na vida de um jovem homem de bem, cuja maior ocupação era trabalhar, rezar e descansar para o batente de todos os dias"

E assim começa...

  Reginaldo 32 anos, casado com Luci (30 anos), pai de um casal de filhos (Rafaela de 8 e Rafael, 10 anos), nunca mais esquecerá o dia 28 de fevereiro de 2015, nem ele e nem sua família, esquecerão aquele angustiante e triste dia.
  Este foi o dia que passaram á viver o pior período de suas vidas, que nem em seus piores pesadelos imaginavam passar.
  Voltando de seu trabalho (oficina autorizada em manutenção de máquinas de lavar-
xxx), inclusive neste dia alongando seu horário para terminar um conserto demorado de uma máquina para entrega imediata.
  Chegando próximo a sua casa foi bruscamente abordado por  cerca de dez policiais que foram logo o algemando, sem dar-lhe de pronto, um real motivo .
E sem pedir-lhe licença foram empurrando para dentro da viatura.
  Cumprindo a velha e habitual resenha sobre seus direitos, aqueles direitos que nunca dão chances de defesa á ninguém, e foi bem assim que Reginaldo, o bom sujeito e valoroso trabalhador, fora conduzido violentamente para prisão. Sem sequer dar-lhe chances de pronunciar um aí, para se defender.
  Com o infalível instinto de mãe, Luci assiste a cena pela janela de casa, onde espera o esposo diariamente.
  Recolhe seus dois filhos e leva para casa de sua irmã, que morava na quadra anterior á sua, ali no mesmo bairro, á tempo de piscar-lhe os olhos, dizendo em código que já voltaria para explicar o que estava ocorrendo.
  Com bastante pressa, pede para Lucia que tomasse conta das crianças e que voltaria o mais rápido possível para explicar tudo.
  Luci muito esperta age por Reginaldo, que naquelas alturas sua tranquilidade se soma a dor calada da injustiça, então a esposa aciona amigos e consegue um advogado, conhecido dos seus....
  Embora sua destreza e ação fosse imediata, Reginaldo ainda passa aquela e mais 34 noites subsequentes trancafiado na prisão, sem quase direito á nada.
  Dizer que no outro dia bem cedo a esposa estava ali, não condiz com a verdade, pois Luci nem arreda pé da frente da delegacia, juntamente com sua cunhada (Rita), irmã de reginaldo, e ali passam a noite inteirinha!
  No outro dia as coisas começam a tomar sentido e a verdade aparecer, apesar de em nada explicar coisa com coisa, mas enfim tinha-se então um norte á seguir.
  Nos autos constava que um sujeito com as características físicas de Reginaldo, havia assaltado uma relojoalheria, inclusive com disparo de arma de fogo na qual veio á ferir com certa gravidade, o dono da loja.
  Vocês devem estar se perguntando o que fez chegarem ao encalço daquele pobre homem?
  Pois bem, o tal sujeito ao tentar rapidamente evadir-se do local e assustado com o disparo da arma, deixa cair a carteira de identidade do bolso, mas não foi bem assim e já vão entender melhor esta história.


EXPLICAÇÃO CHAVE...
 
 
Reginaldo, como disse, era pacato e tranquilo ao extremo, mas tinha um irmão de idades bem próximas e suas feições eram bem parecidas.
  Seu irmão de nome Ronaldo, este sim sempre ás voltas com a justiça e em entre choques constantes com a bandidagem circunvizinha. Viciado em drogas nas suas mais diversas formas, Ronaldo havia perdido o senso de família.
  Somando ‘dois e dois’, não fica difícil perceber e deduzir que o irmão delinquente, em seu estado extremado de alucinação rouba-lhe o documento e de caso pensado deixa cair e usa como álibi propositalmente para que incriminasse, posteriormente seu irmão.
  Como não existe crime perfeito, após um mês e já com o dono da relojoalheria fora de perigo, em depoimento oficial afirma categoricamente que aquele homem á sua frente, embora a incrível semelhança o incriminasse, não era a mesma pessoa que havera assaltado seu estabelecimento. Afirma categoricamente isso, por um simples detalhe, ou seja, o bandido que o atacou, o feriu e depois o roubou, era no mínimo 10 centímetros mais alto e bem mais magro, seguramente pelo uso frequente de entorpecentes.
  Reginaldo, depois desse depoimento e passados exatos 35 dias, foi declarado inocente e após os tramites legais, libertado da prisão. Á prisão, onde passou seus piores dias e onde pode protagonizar esta história, a história de...

“UM SANTO, NO INFERNO”!
SERRA GERAL
Enviado por SERRA GERAL em 23/06/2020
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