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Missão nas Guianas
(Conto Policial em 5 capítulos)

Capítulo I

Desconhecia as razões da missão do governo, mas cumpria ordens em completo sigilo. Para cumprir essa incumbência Pedro procurou um homem ligado ao submundo do crime chamado Juan, um criminoso que agia na América do Sul, Central, Caribe e até na América do Norte, seu trabalho era tolerado por dirigentes da América do Sul e Caribe. Juan praticava, tráfico de drogas, humano, armas, sequestros e assassinatos, vendia informações sobre movimentos revolucionários das Américas e Caribe. Pedro sabia das suas ações criminosas, pois o serviço secreto francês mantinha regular parceria com Pedro, fornecendo informações sobre criminosos, entre tantos o perverso Juan. Sendo a Amazônia brasileira um imenso vazio populacional e uma longa fronteira pouco guarnecida, tornara-se um terreno fértil para o tipo de operação criminosa de Juan.

Juan preparava um vultoso carregamento de armas e drogas destinado ao Caribe, o contrabando seria transportado em um luxuoso iate ancorado no porto de Belém, tendo como destino a Georgetown, mas Juan desviaria o curso do barco para Caiena onde entregaria a maldita carga. Nos documentos constava exportação de pimenta do reino produzida na cidade de Tomé-Açu no Pará. Pedro procurou Juan propondo-lhe: — Em sigilo, você leva um casal ao Caribe e eu esqueço a carga desse barco. Juan retrucou dizendo — Não é proibido exportar pimenta-do-reino, tenho a documentação. — Disse Juan. — Mas, armas e cocaína, sim. Não tente me enganar, eu conheço essa carga, do contrário não estaria aqui. Se o Governo francês descobrir que esta carga é destinada a Caiena, você será morto pelo serviço secreto deles. Os franceses destroem a embarcação com tudo que estiver a bordo, inclusive você e seus capangas, essas são as regras. Eles são duros porque Caiena, para onde vai essa droga, é apenas um entreposto para a Europa, você sabe disso, portanto leve o casal em segurança e ficaremos quites! Propôs Pedro. O bandido sabia que Pedro conhecia sua atividade e respondeu: — Para mim, tudo bem — Não tente me enganar, posso mandá-lo para o inferno, — disse Pedro. — Imagine se vou lhe enganar, até gosto muito de você! — Sim, acredito que você me ama! Respondeu o agente. Acertaram que Pedro não poderia levar mais de duas pessoas além dele e do casal, ele concordou porque não viajaria sozinho em companhia de Juan e sua tripulação, pois não costumava abusar da sorte. Os capangas do traficante eram perversos assassinos e tinham como profissão matar.

Dias depois, do porto de Belém o iate zarpou com destino ao Caribe. A bordo estava o casal, Pedro, Antônia, Luíza e Juan com uma tripulação de seis homens. Do Caribe o casal seguiria para Miami e a missão terminaria. Juan entregaria a carga e Pedro voltaria ao Brasil em companhia das duas moças, mas o plano de Juan era outro. Viajavam a quarenta e oito horas e com o uso de binóculo avistaram o continente. Chegara o momento ideal para a consumação do plano de Juan, que desconhecia a capacidade de luta de Pedro e das duas moças com cara de inocentes. Pedro imaginando que algo ruim poderia acontecer, determinou que as moças se mantivessem em alerta total.

O casal colocou-se estrategicamente fora da mira dos bandidos. Antônia era conhecida por praticar ações rápidas e suaves qual uma lufada de vento e permaneceu observando o movimento dos fora da Lei, sua arma era a navalha e a preferência a garganta do adversário, especialmente tratando-se de criminosos. Luíza era bonita e sedutora, com esses atributos tornava-se uma mulher muito perigosa, especialmente usando explosivos. Juan acompanhado por dois guarda-costas a pretexto de falar do desembarque, chamou Pedro para uma conversa, todavia a intenção Juan era outra. Antônia acompanhou seus passos estudando seus movimentos e Juan dirigindo-se a Pedro falou baixinho: — Aqui termina sua viagem e sua vida imunda.

Dois bandidos apontavam suas armas para Pedro que, num movimento rápido, saiu da mira e deu espaço para Antônia atirar. Antônia atirou certeiro na cabeça de um e num movimento rápido, cortou o outro na garganta e ainda se colocou atrás de Juan com a navalha em seu pescoço sobre a jugular. Pedro permaneceu em seu lugar e acertou a cabeça de dois homens. Quatro guarda-costas haviam ido para o inferno. Toda a ação foi calculada e provaram ter grande experiência nesse ofício. Juan não esperava uma reação rápida e ficou paralisado esperando o golpe final, que não aconteceu, pois, dominado Juan seria um arquivo vivo para Pedro e o serviço secreto brasileiro. Os outros dois homens foram imobilizados e presos ao mastro da embarcação. Tudo aconteceu em poucos segundos. Preso ao mastro, Juan oferecia milhões de dólares por sua liberdade.

Juan confessou alguns crimes que Pedro precisava saber, dentre tantos, o local onde alguns presos brasileiros estavam confinados. Pedro, Antônia e o casal afastaram-se do local num bote, Luíza permaneceu a bordo tomando   providência e embarcou noutro bote indo encontrar os companheiros e juntos observaram o clarão da explosão do barco de Juan. — Eu avisei para não mexerem com os explosivos, que pena! — Disse Luíza. O bandido, sua maldita carga e seus guarda-costas foram para o fundo do mar. Alguns criminosos estavam fora do crime organizado e Pedro sabia que aquela guerra não terminaria com a morte de Juan. Sabia que havia aplicado uma derrota ao crime organizado. Muitas coisas ruins ainda aconteceriam, milhões de dólares se transformaram em fumaça e certamente alguém reclamaria esta carga, visto que outro era seu destino. Mas Pedro estava determinado a cumprir sua missão, embora estivesse apenas começando uma difícil batalha ... 

 
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 24/03/2020
Reeditado em 26/03/2020
Código do texto: T6895874
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