Transições
- Você demorou...
- E tinha hora pra chegar?
- Hmm.. certo, você tem um argumento. Diga lá qual a bronca.
- É sobre um possível assassino em série.
- Diga mais.
- Bem, ele é responsável de 40 pessoas nos últimos 6 meses e, tudo indica, que está se encaminhando para a nossa cidade.
- Sabe dizer onde ele atua ou o tipo físico dele?
- Pelas investigações é um homem, que gosta de assassinar famílias por onde passa.
- Hmm... assassinos assim costumam atender padrões, pelo que leio nos jornais.
- Sim, e esse não é diferente.
- E qual o padrão dele?
- Costuma atacar famílias, residentes em áreas próximas a lanchonetes e cafeterias.
- Nossa, que incomum!
- Pois é! Não sei porque essa fixação em atuar perto de cafeterias, mas o padrão dele é atacar famílias inteiras, o que me leva a crer na possibilidade de algum trauma dentro da própria família...
- Entendi. E em quais cafeterias, você acha que ele irá atuar agora?
- Pelo seu histórico, creio que nas mais antigas da cidade, onde tem os maiores números de família também.
- E qual seria o meu papel nessa história.
- Gostaria de você colocasse infiltrados nas cafeterias a partir de hoje, pois daqui a 3 dias, esse assassino deve aparecer por aqui.
- Entendi e eu devo dizer pra eles ficarem atentos a que?
- Às pessoas que aparecerem usando luvas.
- Luvas?
- Sim, foi um dos utensílios deixados nos locais do crime. Creio que seja uma das marcas do assassino.
- E você tem certeza de que é um homem?
- Pelas investigações iniciais, sim. Mas não me surpreenderá se não for...
- Entendi... Bem, o tempo urge, então, vamos organizar esse pagode.
- Acho justo.
- Ta, irei convocar alguns dos meus para ficarem como infiltrados. Creio que uns 5 está de bom tamanho, certo?
- Sim, mas escolha pessoas de perfil discreto, ninguém tão espalhafatoso para chamar a atenção.
- E eu lá nasci ontem? Lógico que primarei pela descrição, relaxe...
- Assim espero. Ligarei daqui a dois dias para saber do processo.
- Quaisquer novidades, eu te notifico via zap.
- Não vá fazer besteira como no último caso.
- E eu lá vou trapacear quem me paga? Até a próxima.
- Beleza, até.
Na manhã seguinte, próximo às fronteiras da cidade, uma silhueta se aproxima, trajando calças e camisas longas, um óculos escuros e uma mochila de camping às costas. Olhando para as primeiras placas de entrada na cidade, abre um sorriso e apenas diz:
- Então, é aqui que tem um investigador famoso? Bem, acho que terei uma boa diversão pelas próximas semanas...
Seria uma sinal de fogueira por aí?
O andarilho