O poder da água
Era inverno......2ºgraus
Lola chamou Nina, a cachorrinha de estimaçao, colocou a coleira vermelha em seu pescoso e saiu...eram 8:20 da manha fria de segunda feira.
No bosque de eucalíptos, em frente onde moravam ainda estava molhado do sereno da noite.
Os gatos que restavam, via-se pouco a pouco se espreguiçando e gruiindo, alguns em tocas e outros em arvores.
No céu, as névoas deslizavam-se deixando aparecer algum pequenos focos azuis.
Lola cumprimentou o porteiro saindo rapidamente pelo portao de entrada, atravessou a rua levando a guia na mao e Nina correndo solta por entre as flores e plantas rasteiras.
No apartamento Pablo ainda dormia, tossindo de vez em quando.
Lola andou pelo caminho de sempre, percorrendo um quilômetro, como fazia todos os dias.
Pablo sentou-se na cama, pegou a pastilha para tosse que estava na gaveta e o remédio do coraçao.
Despejou no copo, a água que restava na pequena jarra de cristal e tomou os dois comprimidos.
Sentindo-se um pouco tonto, sentou-se na cama...deitando-se em seguida.
Na volta do passeio com Nina, Lola lembrou-se de passar na padaria e comprar pao fresco e presunto para o café.
Quando estava chegando no predio onde morava, viu um grande movimento de pessoas e carros, incluíndo uma ambulância.
Aproximou-se devagar com um ar de surpresa e indagando o que teria acontecido.
O porteiro, correu ao encontro de Lola dizendo:
- Dona Lola! corra lá em cima, os medicos estao com o Sr. Pablo, foi a empregada que chamou a ambulancia quando chegou.
Lola subiu correndo, quando entrou no quarto o médico que atendia seu marido veio ao seu encontro dizendo que nao puderam fazer nada , seu marido já estava morto quando chegaram.
Esperaram pelo transporte do corpo, para o Instituto Medico Legal, onde fariam a autópsia.
E quando saiu o resultado...Lola nunca pensou que isso mudaria totalmente sua vida.
Ele foi envenenado por cianeto.
Mas, como foi isso? ela perguntava na delegacia.
Nao foi eu! repetia pelo corredor, Nao foi eu!
Mas nunca conseguiu provar o contrario.
Lola foi presa e condenada pelo assassinato de Pablo.
Lucia, a empregada, levou Nina para casa e todos os dias saía pela rua a caminhar, sentáva-se na praça e seu pensamento ia longe, lembrava-se da noite que antes de sair, colocou cianeto na jarra de água, no móvel ao lado de Plabo.
Repetia baixinho, com um leve sorriso:
-Pensou que fosse me fazer de boba, depois de tanto tempo.
-Venha Nina! vamos para casa.