Barão do Casarão - part final

"Nunca mais faça isto..."

Diante aos pedaços de cadáver e provável morte de Eva, o Delegado Tedesco se isolou. Ninguém sabia ao certo se aquele corpo pertencia à sua noiva e ninguém encontrava vestígios de sua presença.

- Dr.Tedesco... Sinto muito.

- Edimilson, até que o exame de DNA fique pronto, não vou acreditar que seja Eva.

- Compreendo... É provável que encontremos algo no Casarão... Vamos emitir uma busca?!

- Não há indícios legais que levem esta determinação até o Barão do Casarão. Temos que aguardar outro homicídio, para pegar o desgraçado!!!

- Vamos agir à paisana e entramos no Casarão... Tenho certeza que vamos encontrar alguma coisa.

- Não se envolva... Se houver esta possibilidade, eu farei!!!

2010 na garagem do Casarão

- Juro que não vamos mais roubar nada!!!

- Thiago!!! Eu estou sem mão!!! Eu estou sem mão!!! _(Felipe amarrado dentro do porão.

2018 às 23:00 hrs, no caminho da sua casa

Eva vê um casal de carroceiros se aproximando. Ela acredita que não há motivos para temer e continua andando.

- Dona... Tem cigarro? _(Um homem todo sujo se aproxima).

- Não.

- Ela é uma vadia... Pega ela Nego!!! _(Uma mulher com vestes sujas e demasiadamente drogada).

- Chega aí... Não vai embora sem pagar pedágio... Papai está com fome...

Eva empurra o homem, qual caí para trás... A mulher pega um pedaço de madeira e ataca Eva na cabeça, que caí desmaiada.

A cena fica congelada como uma espécie de retorno no tempo... No mesmo instante que Eva caí desmaiada, tudo se volta ao hospital no ano de 1984.

- Mamãe, ele me salvou!!! Foi ele!!!

O pai de Eva olha sério para a esposa Eleonora, que simplesmente sorri e diz:

"Sim!!! Seu pai lhe salvou! Aberto, veja?! Eva sabe que você à salvou!!!"

Em 2018, dentro da Delegacia e esperando terminar mais um Plantão...

O Delegado Tedesco olhava para o seu computador, verificava todos RDO's emitidos dentro do lote que se localizava o seu suspeito. Na esperança de encontrar alguma falha da investigação e arrumar um jeito para emissão de um mandado... Era uma chance para fazer busca e apreensão dentro da propriedade e pegar o Barão do Casarão.

23:15 hrs, na rua escura diante ao casal de carroceiros...

Estava caída no chão, sua cabeça sangrava, mas ela via aqueles bandidos lhe arrancar roupas, tênis e documentos... A mulher puxou uma faca e foi na direção de Eva.

Uma sombra fria... Era isto que ela via, quando não suportou e apagou.

2018, uma semana depois que a Polícia encontrou a mulher decapitada e esquartejada.

O Delegado Tedesco, fazia vigília aos redores do Casarão. Ele estava observando tudo, mas não via ninguém. Nem mesmo o tal, Barão do Casarão.

Era algo espantoso, pois nada se movimentava ali. Não havia entrada e saída de ninguém... Tudo parecia abandonado e não poderia alguém, habitar aquele lugar.

O exame de DNA estava à demorar... Nenhuma possibilidade de haver um mandado ao Casarão e o Delegado Tedesco, resolveu entrar em busca de Eva.

Ao atravessar o portão, havia correntes enferrujadas e três cadeados velhos com tamanhos diferentes. Iguais ao que Eva descreveu. Ele viu muitos gatos... Viu pedaços de carne crua ao chão... Sua cabeça estava como um aparelho que assiste filmes e tem a possibilidade de rever tudo novamente.

Tudo era igual a descrição de sua noiva, mas não havia sinal de vida humana.

Ele foi adentrando as mediações e avistou o mezanino... Viu a escada sinuosa e o carro todo deteriorado dentro da garagem.

Tedesco pegou a sua arma AF2011-A1... Uma pistola semi-automática que possuí cano duplo, 16 balas por conjunto de carregamento e, em 3 segundos, se descarrega toda a munição contra o alvo. Realmente um conjunto formado por duas colunas individuais de 8 projéteis calibre 45 cada, totalizando 16 projéteis e certamente, o Delegado não estava nem um pouco vulnerável!

Sua conduta estava sendo de um homem apaixonado pela noiva e por sua profissão, cuja tinha nas veias o tirocínio sagaz.

Um gato preto surgiu e saltou nas costas do Delegado, que simplesmente ignorou e continuou à adentrar o porão.

Ao atravessar uma parte do porão que ficava aproximadamente na direção norte à esquerda do Casarão, Tedesco viu muitos ganchos iguais um açougue... Havia algumas portas de metal que eram de frigoríficos. O lugar era escuro e tinha um armário todo de vidro com facas de vários tamanhos, tipos e cortes. Em um outro canto estavam jogadas algumas roupas e vários sapatos. Em uma visão geral, tudo parecia suspeito. Porém, Tedesco continuou... Ele examinou algumas lâminas e encontrou vidros de éter... Abrindo às portas de metal, ele avistou muitas peças congeladas de carne e uma outra porta, qual ia para outro lugar. Era uma espécie de passagem secreta que não era comum, pois estava dentro do frigorífico.

Ao abrir aquela porta misteriosa, havia uma escada que descia ainda mais. Ela levava ao subterrâneo. Ele foi seguindo e se apoiando nas paredes, pois era uma imensidão de escuridão. Parecia que não tinha fim...

Uma voz saiu pela lateral e Tedesco não viu mais nada.

Ao acordar, ele estava em outro lugar... Viu Eva deitada em uma maca completamente nua... A sua pele brilhava com a luz do refletor e ela tinha a transparência de uma porcelana... Mesmo ligada em tubos para manter a respiração, aparentemente estava muito bem cuidada e não havia sinal de tortura.

Tedesco observou aquele lugar, qual parecia um Centro Cirúrgico. Porém, não haviam médicos!!!

Ele viu a escada que anteriormente estava à descer... A mesma que alguém com éter lhe fez desmaiar... Uma sombra para outra porta e Tedesco se aproximou de Eva... Ao seu lado surgiu o Barão do Casarão.

Ele tinha um manto negro, usava um capuz e mal dava para ver o seu rosto... Era muito sombrio e espantoso como poderia estar diante daquele que Eva contava estórias e muitas vezes, Tedesco achava ser exagero da noiva.

O Barão olhou para o Delegado e disse:

- Ela está viva... Esperava você.

- Você fez mal à ela?

- Jamais.

- Então, quem fez?

- Estão mortos.

- Quem os matou?

- Isto importa?

- Para a lei...

- Pare!!! Leve a Eva embora.

- Eu posso?

- Lógico!!!

- Você sabe o que vou fazer depois?

- Não seja tolo!!! Depois que sair daqui, nunca mais nos veremos.

O Barão se aproximou de Eva e tirou o capuz... Ele tinha a cabeça toda queimada, com algumas falhas na pele e até apareciam os ossos de sua caveira craniana... Era assustador!!!

Porém, ele tinha um aspecto puro e isto, lhe dava a semelhante comparação de uma criança sem maldade.

"Há muitos anos em um trágico incêndio, aqui no Casarão. Meu pai morreu tentando me salvar... Minha mãe e os empregados cuidaram das minhas queimaduras. Durante anos não pude ver a luz do dia... Pessoas invadiam minha casa e faziam maldades, até conseguirem o que queriam... Minha mãe ficou doente e durante alguns anos era necessário prender ela no porão... Ela foi estuprada e meu mordomo matou o homem. Meu mordomo era judeu que veio da Alemanha... Ele sofreu em Campos de concentração e não suportava ver ninguém sendo violentado ou em perigo... Ele matou muitas pessoas durante vários momentos que houveram maldades por aqui. Dois delinquentes o mataram, quando ele pegou ambos roubando o motor do meu carro... Eu os matei, igualmente os dois que iam matar Eva. Como já sabe, os corpos não existem mais!!! Assim, leve Eva com você... Esta moça me dá trabalho desde criança!!!"

Ali deu um beijo na testa de Eva, tirou os aparelhos dizendo que ela não precisava mais usá-los e saiu, deixando o Delegado Tedesco totalmente pasmo.

Eva despertou olhando para o Delegado...

"Tedesco... Meu amor! Você me encontrou!!!" _ (Com um sorriso docemente puro).

O Delegado olhou para Eva e foi dizendo todo bravo...

"Nunca mais faça isto... Eu juro, que nunca mais vou te salvar!!!"

Ele olhou nos olhos da amada sem juízo e lhe deu um mágico e gostoso, beijo na boca!!!

Quando Tedesco e Eva atravessaram o portão, houve um forte tremor e tudo ali começou à desmoronar. Era tudo evidentemente óbvio e na lógica do acaso, houve uma triunfante despedida. Embora fúnebre, mas com todo o glamour que merecia o seu verdadeiro dono...

"Barão do Casarão".