Ironia do amor
Ele subiu correndo a escada que levava aos quartos, pegou a mochila, colocou as roupas dentro e desceu novamente a escadaria, encaminhou-se para o carro e zarpou pisando fundo no acelerador do seu carro.
Maria, continuava no chao da sala grande, agonizava lentamente, manchando de vermelho profundo seus leves cabelos loiros.
Duas horas antes disso, Maria se deliciava num banho de banheira com pétalas de flores, passava levemente as maos pelo corpo pensando nas carícias de Paulo.
Realmente Paulo era o grande amor de Maria, nao era qualquer um, era muito gentil, amoroso e sabia como fazê-la feliz.
Renato era primo de Maria, um homem culto e inteligente, veio da capital, exercer sua profissao na cidade e... amava Maria, seu coraçao explodia quando ela descia a escadaria, esalando um leve perfume.
Na infancia, sempre foram parceiros, percorriam a cavalo apostando quem chegaria primeiro em casa, deitavam em baixo das árvores e ficavam horas fazendo muitos planos para o futuro, dentre os planos, estava um grandioso casamento incluíndo muitos detalhes da festa.
Lucas era filho do jardineiro, cresceu bem diferente do menino definhado quando era criança, tornando-se um belo rapaz que amava a natureza, continuou na casa, fazendo o trabalho do pai e juntos faziam muitas brincadeiras e jogos desde a infância, os três sempre foram muito unidos.
A casa em que moravam, era um dos imóveis de herança do pai de Maria e com um pedido, que permitisse que o sobrinho também morasse nela, assim como todo dinheiro com que pagavam os funcionários que trabalhassem na casa. Era uma casa grande, com seis suites 4 salas e o que mais impressionava nela eram os cristais das janelas, todos bizoteados e o grande hall de entrada com piso de mármore carrara branco. Muito linda.
Lucas, rondava sempre a casa, olhando pelas frestas da janela e sacadas. Ele ficava suando ao observar por horas aquele corpo que tanto o exitava confundindo sua mente.
Quando estavam na piscina, ele nem podia se concentrar nas podas das ramas ou na colheita de flores que seriam usadas em belos vasos na casa.
Maria, quando ingressou na faculdade todos os projetos com Renato caíram por terra, ela conheceu Paulo, se apaixonaram e estavam vivendo um grande amor.
Aquele dia, Maria convidou Paulo para passar um fim de semana em sua casa, poderiam tomar banho no rio, deitar na relva fresca e ficarem juntos a noite, ele aceitou imediatamente o convite.
Quando chegaram em casa Renato ainda nao havia chegado da cidade.
Maria preparou o banho, ajustou a temperatura da água, colocou pétalas frescas das flores que trouxe do campo, entrou devagar na banheira e chamou Paulo.
Paulo aproximou-se lentamente, beijou sua nuca com carinho e desceu levemente suas maos acariciando seus seios macios... e de repente, bateram na porta do quarto, a voz era de Renato dizendo;
- Maria! Maria! tem alguem aí com você? Abra a porta!
Maria, saiu da banheira, colocou um roupao, deu um beijo em Paulo e disse:
- Já volto amor, me aguarde.
Abriu a porta e foi lá fora falar com Renato, que já havia entrado no seu quarto.
- Oi! o que quer Renato, porque esse escândalo? Perguntou Maria empurrando a porta.
- Quem esta no quarto com você?
- Meu namorado porque?
- Você nao pode fazer isso comigo e nossas promessas ... planos? Disse Renato segurando Maria pelos braços.
- Me solta! Gritou Maria se contorcendo com violencia, tentando se livrar das maos de Renato.
Maria deu-lhe as costas e saiu para a galeria que dava para seu quarto.
Paulo, da banheira ouviu os passos de Maria e depois um grito e o impacto de um corpo se chocando no solo do andar de baixo.
Renato, desceu correndo os degraus, desesperado chamando Maria.
- Você a matou! Gritou Paulo.
- Foi um acidente, um acidente, eu nao fiz isso, eu a amava! Retrucou Renato, chamando a ambulância rapidamente.
Paulo, após certificarse que Maria estava morta, subiu a escada que levava aos quartos, pegou a mochila, colocou as roupas dentro e desceu novamente a escadaria, encaminhou-se para o carro e zarpou pisando fundo no seu carro, deixando que Renato explicasse tudo para a ambulância e a posteriormente para a polícia.
Renato nao conseguiu explicar que foi um acidente.
Depois posteriormente, Lucas foi na cidade confessar o assassinato para a polícia, dizendo que havia sido ele, por nao aguentar mais ver o amor que Renato sentia por Maria.
Seu instinto de amor por Renato foi mais forte.
Ao ver Maria, fazer sofrer seu amor de toda sua vida, resolveu dar um fim nisso tudo, por amor a Renato, mas queria que parecece um acidente, entao empurrou-a pelo vao da escada, deixando que ela se estatelace na sala branca do andar de baixo.