Os Segredos da Rua Baker3: 8- O Baile

David e Irene estavam com os olhos fixos um no outro. Henry tentou tirá-la dali, mas seu padrasto segurou Irene a convidando para uma dança.

Diana percebendo haver algo de errado mandou John até lá. Ele fingindo estar bêbado derrubou uma bebida na roupa do David, nisso Henry aproveitou para levar Irene até um dos quartos no andar de cima.

John foi retirado do evento; jogado na rua pelos fundos do prédio, isso depois de ter recebido uma liçãozinha dos capangas de David.

Diana encontrou o inspetor sentado na calçada sangrando.

-John, você está bem?

-É; Não foi nada. E quanto a Irene?

-Vi Henry a levando para o primeiro andar.

-O que aconteceu?

-Irene paralisou! Só consegui perceber que eles se conhecem.

-Você precisa voltar.

-Não vou te deixar aqui sozinho.

-Não se preocupe comigo. Vou a uma farmácia tentar arrumar o meu rosto. Estarei no celular.

Diana assentiu e retornou ao baile.

Em um dos quartos, Henry questionava Irene sobre o ocorrido. Ela contou ter conhecido David anos atrás em seu primeiro trabalho no MI6.

-Ele é um inglês naturalizado russo. Um traficante de armas... Todo tipo de arma. Acredite em mim, Sr. Colin, seu padrasto é pior do que pensa.

-Você está com medo dele?

-Eu o conheço profundamente. E já enfrentei muitos bandidos, terroristas, serial killers, atualmente eu estou em uma batalha com o homem mais perigoso que já conheci, porém nenhum deles me revira o estômago como David Lee Carter.

-O que aconteceu entre vocês?

Irene sentou na beira da cama e Henry se acomodou ao seu lado.

-Eu não tinha qualquer experiência em me infiltrar em organizações. Até ali só tinha resolvido alguns casos para a Scotland Yard. O diretor do MI6 queria provar que só estava ali por meu pai ser Sherlock Holmes e meu tio tê-lo obrigado a me aceitar, então me jogou nesse caso que requeria muita experiência.

-Meu pai era o diretor?

-Sim, Sr. Colin. Ele nunca gostou de mim, mas tudo bem. Ninguém ali gostava. – Ela respirou fundo. – Exceto o Bernard. Enfim, fui trabalhar na casa do David como babá. Conquistei a confiança dele, mas também o fiz se apaixonar. Eu me envolvi mais do que deveria.

-O que quer dizer?

-Ele costumava espancar a esposa. Ao invés de apenas fazer o meu trabalho, eu a ajudei a fugir com a criança. Ele mandou alguém atrás e na perseguição o carro virou. Eles morreram na hora.

-Ele descobriu a sua participação?

-David me torturou por dias. Eu não queria dá ao seu pai o gostinho de me assistir pedido socorro... Reverti a situação falando de amor: só queria tirá-la do meu caminho; eu o amo; quero você só pra mim e blá, blá, blá. Após algumas semanas obtive todas as provas necessárias para incriminá-lo. Eu fiz questão de pessoalmente jogá-lo em uma cela de prisão. Passado alguns anos, eu já fora do MI6, soube da fuga dele. David nunca veio atrás de mim e nem tentaram me contratar. Ele não era mais meu problema até você aparecer.

-Um bandido como ele não pode ficar a solta. Você já o conhecendo...

-Esse caso me ensinou a ser racional e não perder meu foco, Sr. Colin. Eu irei prendê-lo novamente apenas porque o senhor me contratou. Por mim, eu nunca mais olharia na cara desse homem.

-Qual o plano?

-Eu preciso encontrar a minha irmã! – Ela disse já se retirando do recinto.

De volta ao salão principal, Irene avista Diana conversando com um senhor meio calvo. Ela vai até lá e sem cerimonia alguma estende a mão chamando a irmã para dançar.

-Achei que nunca ia convidar. – Replicou Diana já aceitando o convite.

-Você nos ouviu?

-Já passou por coisas que nunca pensei em perguntar, irmã.

-Você confia em mim?

-Que tipo de pergunta é essa? É claro!

-Você confia no Sr. Colin?

-Nem tanto. Depende do caso. Por quê?

-Venha comigo.

Em um dos corredores, Irene, Diana e Henry traçavam seu plano para acabar com o David e ainda trazer Hal de volta a salvo.

Irene explicou que ele sempre leva consigo um caderninho azul com todas as anotações de seus negócios. Claro que estaria em código, porém no quartinho escondido na casa dos Colin deve ser encontrada a chave para decifrar o conteúdo do caderno.

-Ok. Por que eu? O que vão fazer? – Diana questionou.

-Confrontar o demônio.

-Eu não posso deixa-la fazer isso, Srta. Holmes.

-O que? Do que ele está falando? Irene?

-Eu sou a única capaz de detê-lo por tempo suficiente.

-Ele pode te matar.

-Não irá. – Ela ia saindo, mas Henry a segurou pelo pulso.

-Por que sempre tem de ser a mártir? Toda vez?

-O que quer dizer com isso? - Henry não foi capaz de responder, até mesmo por Irene perceber a presença de David os olhando no final do corredor. – Diana quando o Sr. Colin lhe entregar o caderninho, encontre o John, decifrem tudo, salvem o Hal e só aí voltem para a prisão ser efetuada. Sr. Colin? Espero que corra rápido.

David já havia sumido por uma passagem pela ala dos empregados. Irene imediatamente pôs-se a correr atrás dele com Henry a seguindo e Diana vinha logo em seguida.

Subindo as escadas até chegar ao topo da mansão onde havia um heliporto, mas nenhum helicóptero se encontrava no local. David sorriu ao se virar e vê Irene ali em sua frente. Ele havia imaginado o momento em que se reencontrariam por tantos anos; tantas ideias sobre o que fazer com ela. Como mostra-la o real significado de sofrimento.

-Linda como sempre, Bekka. Oh, desculpe, Irene.

-Sentiu minha falta?

-Prometi mata-la quando nos reencontrássemos.

Irene mostrou um sorriso de canto de boca, então partiu pra cima dele. Os dois iniciaram um longo combate corpo a corpo. Ele estava maravilhado com o quanto ela havia evoluído com o passar dos anos.

Ele acertou um soco nela que a fez dá uns três passos para trás, quase se desequilibrando, mas logo conseguiu pular enlaçando o pescoço dele com as pernas fazendo um giro e o jogando no chão.

Irene sentou em cima dele o golpeando sem parar, no entanto, em dado momento, ela agilmente retirou o caderninho azul do bolso e o jogou para Henry que acabara de aparecer. Apesar de querer ficar ali para ajudá-la, ele precisou percorrer o mesmo caminho para entregar o objeto para Diana, só aí poderia ir colaborar com o espancamento de David.

Devo lembrar que Irene continuava com suas alucinações, não aconteciam o tempo todo (por enquanto), porém sempre surgiam na pior hora. David nocauteou Irene apenas por ela ter visto, mais uma vez naquele dia, a mãe gritando bem em sua frente.

-Agora não! Agora não!

Ela bradava tentando mandar aquela alucinação para longe, nisso abriu a guarda e acabou inconsciente nos braços de um homem que a odeia mais que tudo no mundo.

ALANY ROSE
Enviado por ALANY ROSE em 17/11/2017
Código do texto: T6174048
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