Os Segredos da Rua Baker 2: 15- Com quem você se preocupa?
Do meio da escuridão surgiu uma voz.
-Irene? É hora de acordar.
-Você está viva! – Ela tentou dizer, mas havia algo em sua boca.
Ao abrir os olhos se viu em um luxuoso quarto com vários móveis da era vitoriana.
-Oh, finalmente acordou!
Irene sentiu seu coração gelar, era o Sherman, porém ela não conseguia virar a cabeça para fita-lo. Não conseguia mexer nada em seu corpo.
-Nem mesmo tente. – Continuou ele. – O que lhe dei não permitirá que se mova. Não fique assim, se a quisesse morta já teria lhe matado tempos atrás... Ou a faria cometer suicídio como nesse sonho induzido. – Ele ia saindo, mas retornou. – Oh, peço desculpas por tê-la amordaçado, acontece que farei uma reunião em minha casa e não posso correr o risco de ouvirem gritos. Acabo de ouvir a campainha. Deve ser meus colegas, com sua licença. Logo estarei de volta.
Uma lágrima escorreu; Irene nunca havia se sentido tão sozinha. Ela não estava habituada a esse tipo de sentimento, entretanto Sherman tinha o poder de fazê-la vulnerável.
Sua respiração se tornava cada vez mais rápida. Não tinha como sair dali ou pedir alguma ajuda. Aliás, ela não era de pedir ajuda... Mas se o John estivesse junto seria mais agradável ou Diana. Ficava feliz por tudo não ter passado de um pesadelo introduzido por alguma droga alucinógena. Sua irmã estava bem e longe, com o soldado.
Sherman estava recebendo o conselho da Cúpula dos Nobres, ele fez questão de leva-los para uma sala que ficava em baixo do quarto que Irene havia sido colocada. Com o único intuito de ela ouvir a voz do seu tio Mycroft.
A relação da Irene com o tio que a criou era no mínimo estranha. Os dois se preocupavam um com o outro, mas demonstrar não era o forte de nenhum. Ao ouvir a voz dele, ela entendeu o objetivo do Sherman: fazê-la mais suscetível a aceitar o seu jogo.
Já na 221B, John estava cada vez mais preocupado com o sumiço dela. Diana chega a casa com Sean, queria distribuir as lembranças compradas na lua de mel e rever a irmã, mas só encontra o inspetor andando pela sala.
-Não vejo a Irene já faz dois dias. Tenho medo de ter acontecido algo.
-John, ela costuma sumir. Por que acha que dessa vez é diferente? – Por seu silencia, Diana entendeu. – Um caso. Óbvio.
-Não posso te contar a respeito.
-Ela é minha irmã!
-Nós a vimos na tv esses dias, apesar de ter salvado o dia não parecia feliz. Tem a ver com isso? – Perguntou Sean.
-Ela parecia meio perturbada.
-Sim, o ocorrido todo foi planejado por esse homem. Ele é muito esperto e perigoso, por estou apreensivo.
-Ela vai conseguir...
-Ele passou a perna nela. Quando pensou que estava vencendo, na realidade estava fazendo exatamente o que ele queria.
Sean ficou surpreso e Diana começou a se preocupar de verdade.
-Você precisa me contar tudo John.
-Não. Acho que ela não iria querer que soubesse, não ainda, apenas me ajude a encontra-la.
John ás vezes tinha esse jeito firme que fazia todos acabarem concordando com o sua vontade. Assim, Sean e Diana se uniram a ele no departamento da Scotland Yard para desvendar o sumiço da Irene.
Na casa do Sherman a reunião acabava e Irene já conseguia movimentar pequenas partes do corpo. Ele vai imediatamente vê-la.
-Você andou chorando! – Passa a mão enxugando o rosto dela.
-O que quer de mim?
-Cooperação.
-Em que?
Sherman senta na cama e começa a acariciar o cabelo dela.
-Eu sei o quanto a segurança da sua família e do inspetor lhe aflige.
-Sabe?
-Eu sei quem lhe causa verdadeira preocupação, Irene. E quero saber se é recíproco.
-Como?
-Alguns testes. Eu já comecei alguns, mas agora vou me aprofundar.
-O que você realmente quer de mim?
-Entretenimento!