Os Segredos da Rua Baker 2:14- Todas as Escolhas são Ruins

-Esse é o meu notebook? – John questionou ao entrar em casa.

-Óbvio! – Respondeu Irene sem tirar os olhos do que estava fazendo.

-Estava protegido por senha!

-O nome da primeira garota que você gostou na vida... – Ela o encara. – Não é bem um desafio.

-Como pode saber disso?

-Eu trabalhei anos com o seu irmão, lembra? Ás vezes ele não calava a boca. Uma ou outra coisa acabou ficando. Nunca achei que fosse ser útil, mas as pessoas se surpreendem todos os dias, não é John?

Ela sorriu de um jeito brincalhão que o deixou assustado.

-Esquisito! O que houve com o seu notebook?

-Quebrou.

-Como?

-Eu o atirei na parede.

-Por quê?

-Ele estava fazendo um barulho muito irritante. Não se preocupe, amanhã comprarei outro. Aliás, você entra em sites bem estranhos...

-Ok. Já chega! Dê-me isso.

No meio de toda essa discussão acabaram não notando a entrada do Sean. John foi o primeiro a perceber sua presença ali, foi logo dando boas vindas perguntando da lua de mel.

-O que houve? – Perguntou Irene.

-Diana veio aqui?

-Não.

-Chegamos e fomos trabalhar, mas ela ainda não voltou para casa. Fui ao laboratório dela e havia coisas quebradas. – Ele falava pausadamente como se não acreditasse nas próprias palavras.

-Vamos até lá.

Sean já descia as escadas enquanto Irene pegava sua jaqueta, poucos antes de segui-lo, foi parada por John que segurava seu braço com bastante força.

-O que diabos você está fazendo?

-Não vá!

-Está louco? É da minha irmã que estamos falando.

-Você ainda não confia em mim, não é?

-John, eu confio, mas a vida da Diana pode estar em risco.

-Acorda! – Ele a segurou firme.  

-O que?

John apertou seu braço com uma intensidade ainda maior, os dois estavam frente a frente, Irene não entendia a razão de ele estar agindo assim. Ela começou a se sentir mal. Sua vista escurecia como se fosse desmaiar, porém acabava se vendo em outro lugar, isso continuou por alguns segundos até ela ouvir a voz do Sean a chamando. Irene se livrou do inspetor e correu com o cunhado para pegar um táxi.

Os dois entraram no laboratório que estava uma grande bagunça. Irene andava pelo local extremamente concentrada, não foi difícil encontrar os sinais do sequestro.

-Diana lutou bastante. Vê essas marcas na bancada? Ela tentou se segurar e aqui no chão tem a ranhuras feitas pelos sapatos. Devem ter usado algo para desacordá-la, então não usaram a entrada principal. Sean me mostre um caminho por onde podem ter ido.

Ele a levou por uma entrada de funcionários já desativada. Ao chegarem ao jardim Irene olhou em volta; nenhuma câmera. Havia marcas de sapatos e de pneus.

-Eles foram para o sul, mais a frente tem câmeras. O seu notebook está aqui?

-Sim.

-Vá buscá-lo.

Sean foi em direção a sua sala. Nesse mesmo instante o celular de Irene começa a tocar, quando ela foi atender uma mão a impediu.

-John? Não sabia que tinha vindo.

-Eu sempre virei quando precisar.

-É… Você é meio obcecado por mim.

-Você sempre poderá contar comigo, Irene. Eu nunca vou te decepcionar.

Ela foi tentar atender ao telefone mais uma vez e mais uma vez ele não permitiu.

-O que diabos tem de errado com você hoje?

-Se fizer isso eu vou sumir.

-Pare de agir desse jeito, John. Sempre foi um pouco estranho, mas hoje está passando dos limites. – Ela se afastou. - Alô?

-Eu vou te mandar um endereço. Venha sozinha.

-John, era o Sher... John? Pra onde ele foi?

Ela o procurou por alguns minutos sem resultado, então foi até um prédio abandonado. Subiu até o terceiro andar. Um salão enorme com uma mesa de escritório em um canto.

-Eu estou feliz em revê-la.

-Gostaria de dizer o mesmo. – Falou ao se virar e encará-lo. – Onde está Diana?

-Você é capaz de amar, Irene? Todos diriam que não, mas não é essa a verdade, não é?  Você ama alguém. Tragam-na.

Diana entra sendo segurada pelos braços, a colocam no chão perto do Sherman e retornam até a porta. Irene dá um passo na direção da irmã, mas Sherman faz um sinal para ela não se mover.

-O que fez com ela? – Tinha fúria em cada letra dessa frase.

-Ela foi envenenada. – Um dos homens tira um vidrinho do bolso. – Aquela é a cura. Você faria qualquer coisa para salvá-la, não faria?

-Sim.

-Mate-se.

-O que?

-Irene... Não. – Diana falou com uma voz fraca e pastosa.

-A sua direita naquele balcão, primeira gaveta. - Irene foi até lá e pegou uma arma. – Espero que seja esperta o suficiente para não tentar me ameaçar.

-Eu não sou estúpida.

Ele sorriu.

-Mate-se logo.

-E quem me garante que após minha morte você a salvará?

-Você tem minha palavra de honra.

-Isso não vale muito.

-Pense rápido Irene. Ela não aguentará muito tempo.

Irene olhou para a irmã no chão que repetia para ela não fazer isso.

-Quem é você?

-Isso não é relevante.

-Prefiro morrer sabendo o motivo de tudo isso.

Diana soltou um gemido de dor.

-Tic-toc. Você me conhece, Irene Holmes... Há muito tempo.

Diana começa a expelir uma espuma branca pela boca.

-I-Irene... Me ajuda! Irmã…

Irene encostou a arma na parte debaixo do queixo e olhou para a irmã.

-Eu sinto muito, Diana. Eu não consegui te proteger, mas eu tentei. Por favor, não se esqueça de mim e me perdoe. Adeus, irmãzinha.

Ela aperta o gatilho fazendo a bala atravessar sua boca indo em direção ao cérebro, fazendo um buraco no crânio. Escuridão... Era tudo que existia dali em diante.

ALANY ROSE
Enviado por ALANY ROSE em 08/07/2017
Código do texto: T6049321
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