A dor da morte
De repente, senti que ele estava atrás de mim e, antes que desse tempo para eu me virar e ver seu rosto, ele passou seu braço em volta de meu pescoço, e foi apertando cada vez mais. Comecei a me sentir zonza, o ar não entrava em meus pulmões e minhas pernas começaram a ficar fracas, provavelmente era isso que ele queria.
Quase sem consciência, percebi que me pegaram no colo, minhas vistas estavam embasadas, mas pude perceber como ele colocou meu corpo delicadamente na cama, eu o vi se aproximando e desabotoando minhas roupas e tirando-as do meu corpo, ele estava eufórico, o senti rasgando minha pele, me machucando cada vez mais. Estava sem reação, a falta de oxigênio e a dor tinha feito com que eu perdesse os sentidos, perdesse toda a força e não pude fazer nada para impedi-lo, eu desmaiei.
Quando acordei, porém, não havia ninguém no local, sentia meu corpo todo doer, uma dor quase insuportável, tentei levantar, mas não tive forças. Olhei em volta e, mesmo com as vistas embasadas, percebi que a casa estava revirada, a cama onde eu estava havia ficado cheia de manchas vermelhas, manchas que pareciam aumentar de tamanho lentamente.
Comecei a sentir meu corpo quente, as batidas do coração num ritmo quase monótono, meu sangue fervia em meus braços e minhas pernas estavam dormentes. Pude sentir o sangue saindo do meu corpo, meu pulso estava cortado, e só então percebi que iria morrer. Ele entrou em casa apenas para me machucar, me cortar e me fazer morrer lentamente, não ia aguentar essa dor por muito tempo, estava me sentindo muito fraca, estava ficando mais e mais distante da terra, estava perdendo o contato.
Olhei em volta mais uma vez, tentando manter a sintonia com esse mundo, mas era tarde demais, não tinha mais forças para respirar, a tontura aumentava, a dormência das pernas tinha subido e podia sentir meu coração parando, comecei a enxergar apenas vultos e borrões, e para por um fim a dor que sentia, fechei meus olhos pela ultima vez.