O LOBISOMEM TUPINIQUIM.(SEXTA PARTE.)

SEXTA PARTE.

NÃO DEMOROU MUITO PARA CHEGAR AO SITIO.

O LUGAR ESTAVA EM ESCOMBROS.

AS MARCAS DO INCÊNDIO AINDA SE FAZIAM VIVA NAQUELE LUGAR.

O QUE NÃO ERA RUÍNA ERA COBERTO PELO MATO, NÃO DAVA PRA ACREDITAR QUE ALGUÉM MORAVA ALI.

O INCÊNDIO REALMENTE FORA FEROZ E DEVORADOR.

A ÚNICA COISA INTACTA ERA A PLACA JUNTO A PORTEIRA QUE DIZIA BEM VINDO AO SITIO DO PATETA.

MESMO ASSIM DAVA PRA VER QUE NOS BONS TEMPOS AQUELE LUGAR OSTENTAVA UMA CASA GRANDE E BEM CONSTRUÍDA

-COMEÇAREMOS NOSSAS INVESTIGAÇÕES POR AQUI, ACREDITO QUE CONTINUA DO MESMO JEITO QUE FOI DEIXADA DEPOIS DO INCÊNDIO.

NINGUÉM ENTRAVA ALI HÁ ANOS, NEM OS MORADORES, AINDA DAVA PRA VER ONDE TUDO COMEÇARA COM VARIAS MARCAS DE PLÁSTICO DERRETIDO E DISFORME GRUDADOS NO CHÃO E ALGUNS MOVEIS QUE NÃO FORAM CONSUMIDOS PELO FOGO.

-É MELHOR SAIRMOS DAQUI. DISSE O SOLDADO PEREIRA QUE ANDAVA COM TODO CUIDADO POR ENTRE ENTULHOS DO QUE FORA UM DIA UMA COZINHA.

- AQUI NÃO TEM NADA ALEM DE LIXO!RESMUNGOU.

E O QUE RESTOU DO TETO PODE RUIR A QUALQUER MOMENTO.

-TEM SIM, DISSE. TEM A CONFIRMAÇÃO DA ESTÓRIA DOS LIMEIRAS.

REALMENTE TUDO É COMO DISSE O JUIZ.

-E ENTÃO QUAL O PRÓXIMO PASSO?

-ENCONTRAR LARRY, ELE ESTA AQUI EM ALGUM LUGAR.

-DESCULPE INSPETOR MAIS DUVIDO QUE ELE SE ENCONTRE NO MEIO DESSES ESCOMBROS. IMPOSSÍVEL ALGUÉM VIVER AQUI!

-MAIS SABEMOS QUE VIVIA E JUNTO COM SEU IRMÃO MOU.

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CHAMAMOS O ZÉ E O ANTÔNIO PARA FAZERMOS ALGUMAS PERGUNTAS E ELES DISSERAM QUE HÁ ANOS NÃO IAM ALI.

ESSA ERA PRIMEIRA VEZ DESDE O INCÊNDIO QUE ELES VOLTAVAM A AQUELE LUGAR.

DAVA PRA VER QUE ESTAVAM EMOCIONADOS, O VELHO PATETA ERA MUITO ESTIMADO.

RODAMOS DURANTE HORAS POR TODO O SITIO.

NÃO HAVIA NENHUMA CONSTRUÇÃO ONDE OS ELES PODERIAM MORAR QUE NÃO FOSSE A CASA GRANDE.

NADA DE GALPÃO OU UM MISERO ALOJAMENTO, UMA CABANA OU QUALQUER VESTÍGIO DE UMA HABITAÇÃO.

MAIS TODOS DAVAM COMO CERTO QUE OS IRMÃOS MORAVAM ALI.

PEREIRA JÁ ESTAVA DESANIMADO E SENTADO SOBRE UMA PEDRA DISSE.

-LOGO IRA ANOITECER E NÃO EXISTE UM LUGAR ONDE NÃO OLHAMOS,MELHOR IRMOS A NOITE AQUI DEVE SER ASSUSTADORA.

DITO ISSO RECEBEU O APOIO DO ZÉ QUE NÃO DISSE NADA MAIS COMO SEMPRE DEU SEU AVAL ACENANDO COM A CABEÇA.

ZÉ,SEMPRE COM SUA ESPINGARDA BEM A MÃO E ATENTO OLHAVA TUDO COM UM OLHAR APREENSIVO E DESCONFIADO.COMO TODO BOM CAÇADOR DEVE SER.

MAIS CONFESSO QUE VER AQUELA ESPINGARDA EM SUAS MÃOS ME DEIXAVA UM POUCO INQUIETO, MAIS FAZER O QUE A TAL JÁ FAZIA PARTE DE SEU CORPO.

JÁ ANTÔNIO ASSIM COMO O PEREIRA QUERIA IR EMBORA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, DIZIA ESTAR COM UM MAU PRESSENTIMENTO E A CADA BARULHO SE BENZIA.

E QUEM OLHASSE SEU SEMBLANTE PODERIA VER SEM MUITO ESFORÇO QUE ALGO ESTAVA ERRADO COM ELE, AQUELA TARDE ESTAVA MUITO QUENTE MESMO ASSIM ELE ESTAVA TREMENDO.

ESFREGAVA AS MÃOS E A ASSOPRAVA DIZENDO.

-NÃO HÁ NADA AQUI, VAMOS EMBORA A MULHER DEVE DE ESTAR PREOCUPADA, NUM É ZÉ?

-HOJE É NOITE DE LUA CHEIA!DISSE ESSE OLHANDO AO REDOR E ABRAÇANDO AINDA MAIS A ESPINGARDA.

NA VERDADE EU CONCORDAVA COM ELES O DIA FOI PERDIDO E A NOITE VINHA CHEGANDO LENTAMENTE. NÃO HAVIA MAIS ONDE PROCURAR E AINDA TÍNHAMOS DE LEVAR O ANTÔNIO E O ZÉ EM SUAS CASAS.

-VAMOS EMBORA DISSE EU!NÃO HÁ MAIS O QUE FAZER AQUI.

-UFF! DISSE ZÉ.

-BORÁ! RESPONDEU ANTÔNIO JÁ SE DIRIGINDO AO CARRO.

-O ÚNICO LUGAR QUE NÃO OLHAMOS FOI A CASINHA DO CACHORRO. REBATEU PEREIRA COM O OLHAR EM UMA QUE FICAVA ENCOSTADA A UM BARRANCO.

-BELA CASINHA! DISSE EU. -ONDE ANDARA O CACHORRO!

-OXÊ! QUE CACHORRO? INDAGOU ZÉ.

-O DOS PATETAS? UMA BELA CASINHA TEM DE TER UM CACHORRO.

-ELES NUNCA TIVERAM, NEM CHEGAM PERTO DE UM. RESMUNGOU ANTÔNIO. -MORREM DE MEDO, OUTRO DIA...

-MINHA NOSSA!DISSE INTERROMPENDO A ESTÓRIA. -EU JAMAIS IMAGINARIA. DISSE COMO SE AS PALAVRAS SAÍSSEM COMO UM ESTALO DAS IDEIAS.

-POIS NUM TO DIZENDO, MEDO QUE SE PELA!CONTINUOU ANTÔNIO ACHANDO QUE EU FALAVA COM ELE.

-NÃO, NÃO É ISSO, VEJA SÓ! DESCOBRI A CASA DELES. DISSE, ME DIRIGINDO A TAL CASINHA.

-ONDE?NÃO VEJO ONDE PODE SER. PERGUNTOU PEREIRA. OLHANDO EM VOLTA.

-A CASINHA DE CACHORRO, VEJA COMO A ENTRADA É GRANDE.

-CE TA VARIANDO, NE?VAMBORA HOMEM DEU PRA VARIAR. DISSE ANTÔNIO APERTANDO A CABEÇA. -SIMBORA ZÉ, O CABRA ENDOIDOU, ABILOLO DAS IDEIAS.

NÃO DEI ATENÇÃO AOS COMENTÁRIOS ABAIXEI-ME E DE QUATRO PÉS ENTREI. OQUE VI ME DEIXOU MARAVILHADO.

E NA MEDIDA EM QUE IA ENTRANDO PODIA OUVIR AS GARGALHADAS DE MEUS COMPANHEIROS QUE DUVIDAVAM DE MINHA SANIDADE.

LOGO MEU CORPO TODO JÁ ENTRARA NA CASINHA CAUSANDO ASSIM UM SILENCIO GERAL

NÃO DEMOROU PRA QUE EU SURGISSE E CHAMASSE O SOLDADO PEREIRA PRA DENTRO.

ESSE FICOU SEM AÇÃO MAIS PERSISTI E ELE CEDEU

A TAL CASA DE CACHORRO ERA SÓ UMA FACHADA ALI FICAVA A ENTRADA DE UM ABRIGO ESCAVADO NO BARRANCO.

ERA BEM PROJETADO, AREJADO E TINHA ATE CERTO CONFORTO. CONTINHA MOVEIS QUE CERTAMENTE FORAM RETIRADAS DA CASA GRANDE. NÃO SEI COMO SERIA EM DIAS DE CHUVA MAS COMO POR AQUI NÃO CHOVE MUITO...SIM PARECIA CONFORTÁVEL.

BEM MAIS A NOITE CAIA RÁPIDO E LOGO A ESCURIDÃO TOMARIA CONTA DO LUGAR PRECISÁVAMOS ARRUMAR E URGENTE UM JEITO DE ILUMINAR O LOCAL.

TÍNHAMOS DE INVESTIGAR NAQUELE DIA MESMO NÃO HAVIA TEMPO A PERDER.

FOI O PEREIRA QUE DEU FÉ DE LAMPARINAS A QUEROSENE EM PONTOS ESTRATÉGICOS DO ABRIGO.

ENTÃO PEDI QUE ELE FOSSE LÁ FORA E CHAMASSE CÁ PARA DENTRO TANTO ZÉ QUANTO ANTÔNIO, COM CERTEZA ELES TINHAM FÓSFOROS PARA ACENDER AS LAMPARINAS JÁ QUE OS DOIS FUMAVAM.

PEREIRA VOLTOU SÓ, ELES DISSERAM QUE NADA FARIA COM QUE ENTRASSEM ALI.

DEPOIS DE TER PEGADO OS FÓSFOROS TRATOU DE ILUMINAR O TODO O LOCAL.

A ILUMINAÇÃO TROUXE O PRIMEIRO ACHADO, SOBRE A MESA ENCONTRAVAS SE UM PRATO CONTENDO PEDAÇOS DE MANDIOCA E UMA CANECA DE ALUMÍNIO COM CAFÉ. QUEM O COLOCOU ALI NÃO TEVE TEMPO DE COMER.

ALGO O FEZ FUGIR SEM TOCAR NO ALIMENTO E A PERGUNTA ERA QUEM ESTEVE ALI.

ESSA PERGUNTA NÃO FICOU MUITO TEMPO SEM RESPOSTA POIS UM BARULHO DEBAIXO DA CAMA DENUNCIOU O OCULTO.

ENTÃO FIZ SINAL AO PEREIRA PARA QUE ESSE SE POSICIONASSE JUNTO A SAÍDA ENQUANTO EU IA EM DIREÇÃO AO BARULHO.MAIS AO OLHAR DEBAIXO DA CAMA VI QUE NÃO TINHA NINGUÉM,ACHEI QUE TINHA ME ENGANADO.MAIS LOGO OUVI OUTRO BARULHO

E ESSE VINHA DE UM CANTO ESCURO QUE CONTINHA UM TIPO DE ARMÁRIO. FIZ OUTRO SINAL AO PEREIRA AGORA PARA QUE CONTINUASSE A FALAR ENQUANTO ME PREPARAVA PARA VER QUEM SE ESCONDIA ALI.

SERIA O CRIMINOSO, PENSEI. AO CHEGAR PERTO OUVI BARULHO DE RESPIRAÇÃO OFEGANTE E COM UM GESTO PEDI QUE O PEREIRA SE APROXIMASSE

AGORA FOI O ELE QUE ME FEZ SINAL DE CAUTELA PARA E QUE EMPUNHASSE A ARMA.

EM SEGUIDA SE DISPÔS JUNTO APORTA PARA O MOMENTO DE ABRI-LA .

CONTEI COM MOVIMENTOS DE CABEÇA ATE TRÊS E ABRIMOS DE UMA SÓ VEZ O ARMÁRIO E PUXAMOS PARA FORA DESTE SEU OCUPANTE QUE NÃO ESBOÇOU NEM UMA REAÇÃO .

O SUJEITO MUITO ASSUSTADO SE JOGOU AO CHÃO COM OS OLHOS APERTADOS E O CORPO EM POSIÇÃO FETAL FICOU ALI GEMENDO.

continua.