Desvendando um assassinato

Quando um caso criminal chega à tona, e todos se espantam ou pelo menos se familiarizam com o ocorrido, sempre há mais uma charada a ser resolvida. E não foi diferente no caso de Lucas Mendes. Lucas era um renomado advogado, que exercia sua profissão com todo amor que podia ter. Intenso e perfeccionista, Lucas agia de uma forma sutil e cautelosa, sobrepondo sempre a justiça e o bem estar das vítimas dos crimes ocorridos. Por isso ou por algo pessoal, Lucas foi assassinado a sangue frio sem que o suspeito deixasse pistas. Por essa razão, os amigos de profissão de Lucas como detetives e outros patentes da polícia militar e federal, tornaram o caso pessoal e uma questão de honra desvendá-lo. Ao começarem a desvendar o caso, perceberam que o assassino era de um nível profissional. Eles não encontravam pistas nem vestígios deixados pelo autor do crime, mesmo com uma equipe formada pelos melhores profissionais de sua área. O caso logo pareceu um jogo de xadrez entre o assassino e os detetives, fazendo com que eles usassem toda sua experiência e toda sua capacidade para desvendar esse homicídio. Após tanto trabalho e análises feita por toda uma equipe preparada e obcecada por desvendar esse crime, eles conseguiram achar uma pequena pista que poderia leva-los ao assassino. Uma certa quantidade de álcool foi encontrada no sangue de Lucas, e uma garrafa de vinho estava vazia ao lado do corpo dele com dois copos vazios em cima da cama onde Lucas foi encontrado morto. Parecia que antes do assassinato o suspeito havia tido uma espécie de “comemoração” ao matá-lo e o que mais surpreendeu a equipe que estava cuidando do caso foi que Lucas havia ingerido o vinho, e será que o assassino havia bebido também? Porque havia digitais de Lucas em um copo e no outro não havia nada, nem na borda do copo onde o suspeito teria colocado a boca. Da mesma forma que a equipe havia se animado com a nova descoberta, veio a frustação em saber que a nova descoberta não os levaria há lugar nenhum. Apesar da tentativa frustrada, eles não desistiram do caso e se dedicaram mais ainda em ganhar esse jogo. Eles desconfiavam de uma vingança, e o “brinde” com o vinho foi para comemorar a morte de Lucas, mas porque ele participaria desse brinde? Talvez tivesse se arrependido de algo que o assassino o cobrava e se contentou em ser assassinado? Muitas dúvidas surgiram após esse fato, que deu um “nó” na cabeça da equipe. Sem descansar e trabalhando dia e noite, os membros da equipe estavam usando todas as possibilidades, reconstituindo o caso, fazendo perícias e encontraram um bilhete que estava escondido dentro do colchão onde Lucas dormia, que dizia:

“Primeiro você ganhou a batalha, mas agora quem ganhou foi eu, a batalha e a guerra”

Depois disto os detetives tiveram quase certeza que o assassino fora um dos sentenciados por Lucas, e que agora se vingaria matando-o. Então toda policia envolvida no caso investigaram todos os processos que Lucas participara para tentar chegar ao suspeito. Eles começaram por ordem alfabética e foram eliminando os que estavam presos e os que já haviam falecidos, mesmo assim ficou grande o número de suspeitos, assim sendo, eles investigaram as características pessoais de cada um quem assassinava a sangue frio, quem supostamente gostava de beber, quem quase não deixava pistas em seus homicídios e por aí vai. Então eles chegaram a um nome: Raul Feitosa.

Raul era um assassino que matava suas vitimas com frieza e deixava sempre bilhetes por perto do corpo da vítima, e foi o que mais chegou perto das características do suposto assassino. A equipe já estava quase certa de que foi ele, e quando foram procurá-lo, o encontraram morto já fazia alguns dias na sua casa em Minas Gerais. A perícia constatou que ele havia sido morto há dois dias, justamente no dia em que eles chegaram ao seu nome. Será que alguém da equipe resolveu fazer justiça com as próprias mãos sem ter certeza de que ele era realmente o assassino? Todos da equipe ficaram quietos, ninguém disse nada. E assim surgiu mais uma interrogação para eles. Marta, uma detetive muito experiente e líder da equipe, começou a agir sozinha, pois depois do ocorrido ela não sabia se podia confiar em alguém de sua equipe, já que ninguém se manifestou ou deu alguma sugestão sobre o assassinato de Raul.

Marta era muito amiga de Lucas e mais do que ninguém queria desvendar este caso por uma questão de honra. Ela inseriu mais uma possibilidade em suas hipóteses, colocou que o assassino poderia ser algum amigo de Lucas que por inveja ou vingança o matara. Pesquisou sobre a vida de alguns amigos da polícia que Lucas teria tido alguma briga ou que não se falavam e encontrou um suspeito. Seu nome era Flavio Souza. Lucas e Flavio às vezes trabalhavam juntos em alguns casos, mas Flavio sempre sentia inveja de Lucas por ser tão bom no que fazia que quase nem precisava de sua ajuda. Marta descobre que no dia do assassinato de Lucas, Flavio estava de folga, e no dia do assassinato de Raul ele saiu mais cedo das investigações e só apareceu dois dias depois. Pronto. O crime parecia estar desvendado por marta. Para ela ter certeza ela fez uma pesquisa entre a letra de Flavio e a que estava escrito no bilhete, e elas eram iguais. Marta chamou a equipe e mostrou o que havia feito e pesquisado. Todos estavam espantados com o que viam e Flavio não sabia onde se esconder, pois estava junto da equipe. Então Flavio senta numa mesa e diz:

“Foi eu mesmo. Ele era tão bom e eficaz que isso me atormentava a toda hora e sempre quis ocupar o cargo dele, mas ele era quase que insubstituível não sabia o que fazer, achei que o matando, poderia ocupar o lugar dele, mas minha ideia não deu certo. Foi eu mesmo, eu que o matei.”

Apesar do espanto de todos, a equipe estava feliz por finalmente ter conseguido resolver o caso, mesmo sabendo que o assassino fazia parte deles, o que os deixaram meio tristes, mas só de saber que justiça foi feita e que o assassino de Lucas estava pagando pelo seu crime, isso os confortava. Marta foi promovida e ganhou uma medalha de honra por seu trabalho tão eficaz, e seu discurso foi o seguinte:

“Fico feliz por saber que a justiça foi feita, e dedico meu trabalho a memória de Lucas e a todos da equipe que no começo foram muito úteis para essa conquista. Infelizmente o assassino não foi o que todos esperavam, mas em primeiro lugar e mais importante foi a soberania da justiça.”

Thiago Ianson
Enviado por Thiago Ianson em 29/05/2016
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