Upp RJ O encontro .
Era só mais um dia de trabalho, depois de checar o equipamento saímos eu e o soldado Cardoso. Amigos, não é preconceito, mas o cheiro de café se misturando ao da fritura que vem dos barracos é horrível. entramos a pé em um dos becos por onde sempre passamos em nossa rotina de patrulhamento. A farra dos ratos rasgando os sacos de lixo foi interrompida pelo som dos nossos passos. Aquilo tudo me dava nojo, mais em especial naquele dia tudo me parecia ainda pior.
Já trabalhávamos juntos o soldado Cardoso e eu, a sete meses. Ele parecia bem mais adaptado a viver diariamente naquele inferno. Agora eu, definitivamente não queria ficar ali. Mas como qualquer soldado eu cumpro ordens. Faltava poucos minutos para acabar de clarear e enfim amanhecer mais um dia naquele inferno.
Eu, olhava para cima e via as janelas quase todas fechadas entre o maranhado de fios. seguíamos subindo uma pequena ladeira entre as vielas, sempre uma tensão a cada esquina, mas até aí tudo bem. Faz parte da rotina, a cada som de porta se abrindo, um sinal de alerta. mas era só mais um trabalhador saindo cedo para a batalha da sobrevivência.
Já no coração da comunidade, ouvimos o som de vozes e o barulho do motor de uma moto. O Cardoso se abrigou atrás de um poste de luz, e eu em um carro estacionado. O som dos rádios de comunicação não deixavam dúvidas, eram marginais que estavam a uma esquina de nossa posição.
A moto acelerou, e para nossa sorte, não veio em nossa direção. por uns dez segundo ouvimos o som dela se afastando. Quando de repente o som de de tiros e correria, dois elementos correram e passaram bem em nossa frente. com mochilas um deles carregava um rádio comunicador.
O Cardoso saiu correndo atrás dos elementos e eu fui em cobertura a ele. Da esquina mesmo ele efetuou alguns disparos na direção dos elementos. eu me voltei para o lado oposto ao dele na esquina e do alto observei uma moto caída no meio da rua, porém nenhum meliante próximo a ela. Foi quando Cardoso falou: - Peguei olha caiu. então olhei e vi um dos bandidos caído nas escadas, porém ainda vivo pois se movia com dificuldades. Vários disparos foram efetuados. e nos abrigamos para resguardar nossas vidas. pude ver dois homens de fuzil um olhava diretamente em nossa direção em quanto o outro ajudava a levantar o companheiro ferido. o som de motos e pude ver mais 3 motos cada uma com dois traficantes surgiram abaixo de nós, próximo a moto que estava caída na rua. um dos bandidos desceu e subiu na moto que estava largada na rua e bonde subiu a rua em nossa direção.
- Cardoso fudeu, vamos sair daqui. estamos cercados. Assim que nos levantamos, o som dos tiros de fuzil , as balas assobiavam sobre nossas cabeças, e perfuravam as paredes das casas corremos pelo caminho por onde tínhamos vindo. E ouvíamos o som das motos, e os insultos dos vagabundos. Nos escondemos nas escadas de uma das casas dentro do beco, e ouvíamos eles gritando uns com os outros. por fim ouvimos o som das viaturas se aproximando e os tiros de segurança afastaram os traficantes de perto de nós. depois de uns vinte minutos escondidos. finalmente fomos resgatados e retornamos a base.