A MARCA DA MALDADE
Pier Paolo nunca amara uma mulher, mas orgulhava-se da extensa lista de amantes que haviam passado por sua vida. E talvez permanecesse invulnerável, se Eva não tivesse surgido em seu caminho. Acostumado a estar o tempo todo no controle, o conde italiano levou um choque ao perceber que a misteriosa ruiva o dominava com um simples sorriso.
Quando Eva teve certeza de que tinha Pier Paolo nas mãos, tratou de excluir Martha do jogo. Não havia mais sentido em manter o triângulo amoroso. Eva estava a um passo de se tornar esposa do conde. O pedido de casamento acontecera em Veneza. A ruiva disse sim. E Pier Paolo colocou o anel em seu dedo diante da perplexa Martha, que embarcaria de volta ao Brasil no dia seguinte.
A ex-mulher de Horácio havia sido descartada com tamanha indiferença, que até ela — sempre tão fria — sentira o golpe. Pela primeira vez, Martha provara o gosto amargo do desprezo. No exato instante em que o avião tocou o solo, a ex-esposa de Horácio prometeu a si mesma que aquela história não terminaria ali.
A algumas quadras do aeroporto, Horácio vigiava os passos do marido infiel de uma cliente. O engarrafamento na região era intenso. Ao observar a enorme fila de carros, o detetive viu Martha dentro de um táxi. Como em um filme que brinca com a linha do tempo, cenas de seu passado misturaram-se aos outros acontecimentos recentes. Tudo ia e voltava com extrema rapidez diante de seus olhos arregalados. Porém nada parecera tão estranho quanto a imagem de sua ex-mulher chorando dentro daquele táxi.
NOTA DA AUTORA: Para melhor entendimento da trama, sugiro a leitura dos contos desta série: "O Primeiro Caso", "O Caso do Bar", "A Sombra de Eva", "A Ex-Mulher", "O Detetive", "A Secretária", "Virando o Jogo", "Duas Muheres", "Detetive por uma Noite", "Investigação Particular", "Sexo, Mentiras e Pôquer" e "Eva Venenosa".
(*) IMAGEM: Google