Visitante.
Marília acordou subitamente. Olhou a sua volta, não viu nada fora do lugar. Odiava seu quarto, simplesmente não havia nada de infantil nele. As paredes com tintura branca descascando, o grande armário de madeira escura, sua cama e uma comoda, era o que tinha.
Da rua ouviu vozes alteradas, provavelmente de bêbados, comum em seu bairro, devido aos diversos bares baratos.
Numa olhada mais detalhada, deteve se na porta entre aberta do armário. Lembrava se de telo fechado. Incomodada, levantou se e fechou.
Na manhã seguinte, foi despertada pelo chamado insistente do telefone. O relógio digital na comoda ao lado de sua cama, marcava dez e meia. Pulou da cama correndo. Sua mãe sempre a levantava as oito em ponto, para deixa la com sua avó e ir trabalhar.
Bateu na porta do quarto de sua bela e jovem mãe. Não foi atendida,resolveu entrar devagar. Não queria ser surpreendida por um homem nu ao lado de sua mãe,como já havia acontecido antes.
O que viu foi ela inerte na cama. De bruços, sem cabeça e sangue espalhado pelos lençóis. Esfregou os olhos, não acreditando no que estava vendo.
A porta rangeu. Seu sangue gelou ao ver uma sombra enorme crescendo na parede.