Crime em Serra Verde (parte 2 de 3)
*V – O caso*
Daniel suspirou e começou a contar.
_Foi o seguinte: anteontem, o Eduardo saiu depois do almoço para fazer uma tal de Campanha do Quilo, ou como é que se chame isso, para arrecadar alimentos para cestas básicas. Quando ele estava voltando para casa, deve ter encontrado a D. Naraki, a assassinada, no portão e ficou conversando com ela. Ele gostava de conversar com ela, foi ela que ensinou japonês para ele. Veio pro Brasil durante a Segunda Guerra.
“A D. Naraki sempre convida as pessoas para tomar um chá e o Eduardo é louco por chá japonês. Ele entrou e tomou o chá. A D. Kanue, filha da D. Naraki, disse que ele entrou, ficou um tempo conversando, e, enquanto o chá não ficava pronto, saiu um pouco para comprar uns biscoitos salgados na mercearia. Quando ele voltou, elas já tinham começado o chá. Beberam, comeram e, depois de um tempinho que o mano foi embora, D. Naraki começou a vomitar muito, teve um colapso cardíaco e morreu.
"A autópsia disse que ela tinha sido envenenada, e que tinha sido veneno de rato. Um policial veio fazer perguntas para o Eduardo, mas ele já tinha ido fazer o retiro de Páscoa. Deixa eu explicar: toda Páscoa, o Eduardo gosta de ficar um tempo sozinho, longe de tudo, jejuando e avaliando o ano que passou. Normalmente, ele faz isso na Sexta-feira da Paixão e no Sábado de Aleluia, mas esse ano, ele vai para um encontro de jovens espíritas em Barbacena e resolveu adiantar para esse fim de semana o retiro. Depois que ele voltou da casa da D. Naraki, no sábado, só comeu alguma coisa, pegou a mochila e saiu, dizendo que estaria de volta na terça, ou seja, amanhã. Mas esse povo acha que ele fugiu!”
Sandro ouviu e ponderou por uns instantes.
_E vocês não podem chamá-lo nesse retiro? Não sabem onde está?
_Aí é que está _Carina interrompeu, vermelha de raiva. _Ele só disse que ia pra Reserva, mas a Reserva Florestal de Serra Verde é enorme e ainda não o encontraram! Ele levou o celular, está ligado, mas ele não atende. O Eduardo é assim, mesmo! _bufou.
_Ah, Carininha _disse Daniel, desanimado. _Você não lembra? Todo ano, um monte de gente liga pra ele, mesmo sabendo que ele está no retiro e nunca é nada importante. Por isso ele ignora as ligações...
_Mas deixa o celular ligado... _Sandro disse, vagamente. _Ju, o seu tá com sinal? Me empresta?
Juliana arregalou um pouco os olhos, mas obedeceu. Sandro perguntou um número de celular para Daniel e ligou.
Precisou tentar de novo umas três vezes, mas enfim, uma voz agradável respondeu do outro lado.
_Alô, Eduardo falando.
_Se você não quer ser acusado de assassinato _ Sandro modificou a voz, com a facilidade do bom ator que era _venha para casa agora.
E desligou. Os outros ficaram olhando espantados para ele.
_Não, não estou louco _sorriu. _Mas é que eu conheço bem essa figura e sei que o Eduardo é muito curioso. Essa curiosidade pode até resistir a chamados da própria casa e de conhecidos, mas nunca resistiria a um número completamente estranho. E ainda mais com esse chamado que eu fiz. Ele virá. Até que chegue, vamos tentar esclarecer algo da situação.
Os olhos de D. Cecília brilharam.
_Assim é que se fala! É muito bom ter alguém inteligente na casa! _piscou o olho, marota, para os outros jovens. _Vou começar a preparar o almoço. Eu precisava de algumas coisas, mas com esse bando de desordeiros aí fora...
*VI – O depoimento de D. Kanue*
_Me digam uma coisa _Sandro começou. _Por que essa gente está aí tão furiosa? Pensei que o Eduardo, sempre metido em ações sociais e tal e coisa, fosse popular na cidade...
_Rei morto, rei posto _Maria, falara, pela primeira vez, sombriamente. _São uns vira-casacas. A verdade é que esse povo tem inveja do Eduardinho. Sempre acreditam em todos os boatos maldosos que contam sobre ele. Além disso, quase todos os políticos o odeiam, ele faz panfletagem na época das eleições lembrando as cachorradas dos candidatos, aí vocês já viram...
_O mais estranho _Carina comentou _é que nem suspeitam da D. Kanue, que é a filha da D. Naraki. Tudo porque a D. Naraki deixou um dinheirinho para o projeto do Eduardo.
_Quanto? _quis saber Sandro.
_Seis mil.
Juliana se virou para ela, espantada. Notando esse olhar, Maria ficou na defensiva e retrucou:
_Mas a D. Kanue leva muito mais. A D. Naraki era muito rica, só não ostentava.
_A D. Kanue também é muito rica _lembrou Daniel _e não está com problema financeiro nenhum. Por isso o falatório.
Sandro suspirou.
_E a D. Kanue? Ela já depôs? Qual sua versão do caso?
_Ela depôs ontem _informou Daniel, prontamente. _Disse que deve ter sido um acidente. Tenho um amigo que trabalha na polícia, ele me passou os pontos principais do depoimento _exibiu orgulhosamente um caderninho. _Mas não diz muita coisa _continuou, um pouco desanimado.
_Deixa eu dar uma olhada.
Sandro abriu o caderninho e Alberto e Juliana se debruçaram sobre o ombro dele, com interesse.
POLÍCIA: Pode relatar os movimentos da senhora sua mãe durante o dia de hoje?
KANUE: Ela acordou bem. De manhã, foi ao hospital. Ela estava reclamando muito de cólicas intestinais fortes nos últimos tempos e o médico pediu uns exames. Voltou e não quis almoçar, apesar de estar em jejum e tomando laxantes desde ontem. Devia ser umas três da tarde, quando aquele rapazinho simpático, Eduardo, acho, estava passando pela porta da casa dela, e a mãe o convidou para um chá. Tomamos o chá, ele foi embora e, cerca de meia hora mais tarde, minha mãe começou a vomitar muito, fiquei assustada. Ela começou a reclamar de dormência pelo corpo e decidi que devia ligar para a emergência. Quando a ambulância chegou, ela já estava inconsciente. Teve parada cardíaca e chegou morta ao hospital.
POLÍCIA: Fale mais sobre esse chá. Você ou Eduardo ajudaram sua mãe a prepará-lo, ou ela fez tudo sozinha?
KANUE: Fez tudo sozinha. Mamãe era muito independente. O Eduardo, aliás, nem viu o chá ficando pronto, ele saiu para comprar uns biscoitos salgados na mercearia da esquina. Quando ele voltou, o chá já estava servido e já tínhamos começado a beber.
POLÍCIA: E ele alguma vez chegou perto da xícara da sua mãe?
KANUE (espantada): Não, claro que não. Estávamos em uma mesa para seis, ele estava em uma cabeceira e a mãe em outra. Teria que se debruçar sobre a mesa. E tenho certeza de que não fez isso.
POLÍCIA: E como explica, então, a morte de sua mãe?
KANUE (pensativa): Não sei o que pensar. Deve ter sido algum acidente horroroso. Ela nunca falava quando estava sentindo as coisas, só quando ficava insuportável, como o caso do intestino. Podia ter sido uma reação a algum laxante que ela tomou, a gente nunca sabe quando é alérgica a essas coisas...
POLÍCIA: Ela foi morta com veneno de rato, D. Kanue. Laxantes não contém veneno de rato.
KANUE: Que horror! (pausa) Então, eu não sei. Não, não, eu não sei! Mas deve ter sido algum acidente!...
_Está meio seco _comentou Daniel, quando eles terminaram _mas é só o principal, mesmo. Esse meu amigo disse que a D. Kanue tinha um ar triste, mas não parecia que estava sofrendo taaanto assim.
Sandro porém, não estava prestando muita atenção. Tinha a testa franzida.
_Que tal é a D. Kanue? Inteligente?
_Muito. Ela já era rica quando morava com a mãe, mas fez fortuna própria. Não mora aqui, mora lá em Belo Horizonte. Acontece que, como ela falou no depoimento, a D. Naraki estava com esse problema de intestino e ela veio fazer uma visita para obrigar a mãe a ir no médico. Elas se preocupavam muito uma com a outra.
A testa de Sandro franziu-se ainda mais.
_Curioso... _murmurou.
_O que é curioso? _Carina, que tinha bons ouvidos, perguntou, alerta.
O rapaz olhou bem para o caderninho e soltou a respiração lentamente.
_Por um instante, aceitemos como certa a hipótese de que a D. Naraki foi envenenada durante o chá e que os únicos que poderiam ter feito isso eram o Eduardo e a D. Kanue. Digamos que o assassino seja o Eduardo. Ele deveria ter colocado o veneno quando as xícaras já tinham sido servidas. Só que nessa hora, ele não estava sequer na casa. Quando chegou, cada uma delas já estava com sua respectiva xícara e ele se sentou em um lugar em que não podia, secretamente, colocar o veneno. Teria que chamar atenção sobre si. Além disso, com toda a inteligência dele, é de se espantar que cometa um crime de uma maneira tão grosseira, na frente de uma testemunha que pode facilmente incriminá-lo. Mas nunca se sabe, por isso, não podemos abandonar a hipótese.
Maria Santa soltou uma exclamação, indignada. Sandro fixou o olhar nela e levantou as mãos, em um gesto conciliador.
_Calma, calma. Estamos no terreno da hipótese. Também não acho que nosso amigo tenha cometido esse crime, mas só achar não basta. Precisamos de provas e não as temos. Agora, vamos examinar o outro lado da questão. D. Kanue. Ela é uma mulher inteligente e de sangue frio. É bastante rica, mas digamos que quisesse ser mais. A oportunidade que ela teve de cometer o crime é excelente, já que ela esteve com a mãe o tempo todo que o chá foi preparado. Não tem nenhum álibi, porque quando o Eduardo chegou com os biscoitos, elas já estavam tomando o chá. Seria facílimo, depois, para ela lançar suspeitas sobre Eduardo. Era só dizer que ele estivera perto das xícaras, e que tivera oportunidades de pôr o veneno. Seria a palavra dele contra a dela. Ela é uma mulher rica, que não precisa da morte da mãe e tem fama de filha dedicada. Ele é um rapaz de quinze anos que todos vêem com desconfiança, e que está sempre pedindo dinheiro para seus projetos. Quem teria mais credibilidade diante de um júri, não é?
“Só que aí as coisas não encaixam. Porque o depoimento de D. Kanue inocenta Eduardo, sem deixar qualquer brecha para culpabilidade. Ela própria afirma que não havia como ele pôr nada na bebida e insiste que foi um acidente! Isso não se parece se encaixar com o que uma criminosa com o perfil dela faria. Confesso que ainda não consigo entender muita coisa.”
*VII - Eduardo*
Os outros baixaram a cabeça, desanimados. Relendo o caderninho, Sandro perguntou, distraído:
_Veneno de rato... Os sintomas não parecem de alguém que tomou arsênio.
_Ah, não, não foi arsênio _corrigiu Daniel. _O meu amigo falou o que era... Carbonato de bário, acho.
_Ah, sim, ele também é usado como veneno de rato. Sim, os sintomas confirmam.
O olhar dele se desfocou das letras garranchadas do caderno. Sandro adorava Química. Tinha vários livros sobre o assunto e estava esperando ansioso pelo resultado de seu pedido de iniciação científica júnior na Universidade Federal de Ouro Preto.
“Carbonato de bário... Um sal que se dissolve muito pouco em água formando íons bário e íons carbonato. Os íons bário são tóxicos para seres humanos, mesmo em quantidades mínimas. Quando uma pessoa é envenenada com carbonato de bário, o que se deve fazer mesmo? Ah, sim, dar à pessoa sulfato de sódio. O sulfato de sódio reage com o carbonato de bário resultando em sulfato de bário, que é insolúvel em água. Sendo insolúvel o sulfato de bário, não forma íons bário em grande quantidade e não é tóxico, sendo, inclusive, usado para...”
O rapaz levantou a cabeça. Uma idéia doida, inconcebível, cruzou sua mente. Agarrou o caderno com avidez e releu o depoimento, para se certificar. Seus companheiros perceberam essa mudança súbita e o fitaram com ansiedade. Ele, porém, não disse nada. Sentou-se e ficou olhando para cima. Depois de muita reflexão, perguntou ao teto:
_Será que D. Naraki fez exame de raios-X?
Todos estranharam e ninguém soube o que responder.
_Agora, mais que antes, preciso conversar com o Eduardo. Temos que esperá-lo.
Carina tinha afastado o cobertor da janela por uns instantes para espiar e comentou, com uma entonação estranha:
_Falando no diabo...
Houve um aglomerado na janela da sala para ver o que acontecia do lado de fora. Primeiro, as pessoas que protestavam gritaram ainda mais alto. Mas algo fez com que gradativamente ficassem em silêncio. Conseguindo um ângulo adequado, Juliana finalmente pôde entender o silêncio. Parado e completamente impassível, estava um garoto tão parecido com Daniel que só podia ser seu gêmeo idêntico. Só que esse era mais esguio e mais pálido, usava uns óculos redondos de aros grossos, era mais sardento e usava uma camisa social displicentemente abotoada para fora da calça jeans, uma gravata frouxa e carregava uma mochila de acampamento. Irradiava tal magnetismo pessoal que era compreensível que todos se calassem.
Tão logo se fez silêncio completo, ele falou, com uma voz amável em que se escondia uma pontinha de ironia:
_Quem eu matei dessa vez? Jesus Cristo? César? Joana D’Arc? Olha, gente, eu estou cansado, fiz três dias de jejum e tem um grande amigo meu de Ouro Preto me esperando lá dentro. Quando eu tiver resolvido isso, volto aqui e a gente conversa, tá?
Entrou em casa absolutamente tranqüilo. Abraçou o irmão e os amigos, cumprimentando-os, e voltou-se para Sandro:
_Olha só, há oito anos que não nos encontramos pessoalmente! _sorria de uma forma simpática e divertida. _Estou encantado!
Sandro apertou a mão dele de forma comicamente formal, mas Eduardo puxou-o para si e deu-lhe um abraço também. Cumprimentou Alberto e Juliana com mais polidez. Voltou-se para o amigo e perguntou, sorridente:
_E então? Quais as novas?
_Antes de dizer as novas... Como sabia que eu estava aqui? Não me lembro de ter dito no telefonema que era eu...
Eduardo tirou o celular do bolso e explicou, ar professoral:
_Número de celular do Rio de Janeiro. _Apontou para Juliana: _Namorada do Rio de Janeiro. Um artifício bastante inteligente apelando para minha curiosidade para que eu interrompesse meu retiro. Somando todos esses termos, o resultado aponta para meu único amigo com tais características. Voilá.
Juliana e Alberto se entreolharam assustados. Os outros na sala já não demonstraram tanta incredulidade. Estavam acostumados.
Daniel fez menção de abrir a boca para pôr o irmão a par dos acontecimentos, mas esse levantou a mão pedindo silêncio.
_Esse cheiro delicioso que estou sentindo é almoço? Então, tenho uma idéia melhor. Vou subir, tomar um banho rápido, coisa que não faço há três dias. Almoçamos e, quando nossa digestão já não estiver muito ameaçada, vocês me contam. Antes disso, nem uma palavra.
Sorriu para o irmão emburrado e subiu as escadas em direção a seu quarto com bastante agilidade. Ele era um doido varrido!
*VIII – A idéia de Sandro*
Juliana achou a hora que se seguiu uma das mais exasperantes da sua vida. Lá estavam seis jovens fervilhando de novidades, que esperaram horas por uma pessoa para despejar toda a informação e lá estava a testemunha de um crime, que ainda não fora ouvida por ninguém. Ao invés de estarem discutindo assuntos palpitantes, a dita testemunha comia tranqüilamente um caldo de lentilhas acompanhado de porção generosa de arroz e feijão, recusando-se terminantemente a abordar o assunto e interrogando o amigo que não via há muito tempo.
_Então, está indo passar a Semana Santa no Rio, hein? Estou indo para o extremo oposto. Barbacena tem a fama de ser uma das cidades mais frias de Minas Gerais. Mas vale a pena, quem foi ao primeiro encontro de jovens, ano passado, disse que foi muito bom. Tem planos para a semana, ou vai só curtir a praia, mesmo?
_Ainda não sei... Depende do padrinho...
_Ah, a praia... _suspirou Carina.
_Temos que ver, também. Pode estar frio...
_Vira essa boca pra lá! _Alberto cortou.
A conversa, porém, não evoluía. Só Eduardo e Sandro não paravam de falar, os outros faziam silêncio em protesto à não discussão do assassinato. O telefone tocou. Daniel foi atender e voltou num estado de tensão quadruplicado. Só um olhar particularmente frio do irmão conseguiu mantê-lo calado.
Acabando o almoço, como se já não fosse suficiente, Eduardo ainda foi lavar as louças, trabalho que levou mais alguns minutos angustiantes para realizar. Foi até difícil de acreditar quando ele finalmente se acomodou no sofá da sala de visitas e disse:
_Agora que já cuidamos das nossas necessidades mais importantes, podemos finalmente tratar de assuntos indigestos. Comecemos por partes. Quem morreu?
Todos falaram ao mesmo tempo, mas ele pediu silêncio com energia.
_Calma, assim não dá para entender. Um de cada vez. O Dani está quase morrendo para falar alguma coisa, é melhor ele ser o porta-voz. Se alguém tiver algo a acrescentar, peça a vez educadamente. Vamos tentar de novo.
Virou-se para Daniel e esse começou a explicar.
_A D. Naraki, maninho, foi assassinada anteontem. Morreu pouco depois de você ter ido para o retiro.
Uma expressão tão sincera de consternação apareceu no rosto dele que era difícil acusá-lo de assassino.
_Ela era uma boa pessoa _murmurou. _Deve estar melhor que nós agora. Agora, aos detalhes sórdidos.
O caso foi exposto para ele, sendo complementado aqui e ali por apartes. Ao fim, Daniel, sem conseguir mais se conter, anunciou dramaticamente:
_Agora a pouco o Helinho ligou, maninho. Terminou a análise das xícaras de chá. Não tinha nenhum veneno em nenhuma das três!
Silêncio.
_É claro que não tinha _Eduardo fez um gesto de impaciência. _Eu não a matei e D. Kanue não tinha motivo para matá-la, ela só poderia ter morrido de outra forma. _Continuou, com uma leve ruga na testa: _Carbonato de bário... Isso me soa como um dejá vù.
_Sim _Sandro olhou para ele significativamente. _Ela fez exames na parte da manhã. Você se lembra se fez um raio-X?
Eduardo olhou para o alto, consultado sua memória cinematográfica por uns instantes. Compreendendo, sorriu.
_Sim, ela fez. Você acertou no alvo, meu amigo. Eu não esperava menos. _Sua expressão enrijeceu. _Temos que fazer alguma coisa logo.