O Caso da mala
Dorisgleison Martins da Silveira desaparecido desde o começo do ano passado era um franzino investigador da polícia civil de Tremembé, e em suas mãos cabia resolver uma das falcatruas milionárias de um grupo mafioso italiano.
A proeza da vez foi o desvio da verba de quatro bilhões de euros de uma construtora privada para uma conta em Tremembé, Dorisgleison conseguiu prender Benevenuto, um dos integrantes do bando. Porém no dia do interrogatório, em uma sala mal iluminada, Benevenuto oferece ajuda ao investigador.
- Amigo, sei que você não está feliz com sua situação financeira correto? (Dorisgleison coça a cabeça e desabafa para o mafioso.
– Pois é, as coisas não estão muito fáceis não!, minha mulher só sabe reclamar e beber o tempo todo. Não encontro uma solução para todos os problemas da minha vida.
- Você sabe que eu posso te ajudar! É só o amigo responder que sim. Deve estar endividado até o pescoço e o salário mal dá para as compras do mês. Se o amigo aceitar um pedaço do bolo, todos esses problemas deixarão de existir.
Dorisgleison encara Benevenuto seriamente e responde:
- Negócio fechado!
- Naquela mala está o fim de seus problemas, pegue-a pra você amigo!
Dorisgleison estendeu a mão para fechar o acordo, mas Benevenuto estava algemado, então o investigador soltou o mafioso para um aperto de mãos.
Nosso investigador bonitão fora seduzido por uma generosa quantia ofertada pelo criminoso, agora Dorisgleison é um procurado da polícia e traidor de sua nação.
Por que Dorisgleison aceitou tão facilmente a oferta do mafioso Benevenuto Bartolomeu?
As tardes da polícia local de Tremembé nunca mais foram as mesmas a procura do investigador. O encarregado Givanilton, junto aos seus colegas de trabalho, Vangivaldo e Aldegunda foram até a casa do desaparecido e nada encontraram, apenas a vizinha fofoqueira dona Cremilda Sorocobó Pereira que informou sobre o movimento estranho na casa de Dorisgleison.
- Boa tarde! A senhora conhece Dorisgleison Martins da Silveira? Indagou Givanilton
- Conheço sim moço! Por que?
- Estamos a procura desse senhor e de seus familiares. Completou Vangivaldo.
- Não vejo Dorisgleison já faz dois dias e a esposa dele, a Rosenilde saiu, ela sempre sai à noitinha e só volta quando o sol tá nascendo.
- Dona Cremilda, a senhora notou algum comportamento estranho do senhor Dorisgleison enquanto ele estava por aqui? Perguntou Aldegunda.
- Pois é, agora que a senhora perguntou eu vou falar. Faz tempo que venho observando essa casa,sabe?! Seu policial, nem te conto! Essa casa ai ò, sei não!
- Seja mais específica senhora Cremilda! Zangou-se Givanilton.
- Essa senhora tá de enrolação isso sim! Reclamou Aldegunda.
- O Dorisgleison até que é gentil, honesto, gente boa mesmo, sabe?! Mas sua esposa que é o cão. Ô Muié briguenta, todos os dias é sagrado ouvir seus berros e reclamações. Todos aqui da região conhecem muito bem o temperamento de Rosenilde.
- Muito obrigado pelas informações dona Cremilda. Agradeceu Givanilton
- De nada, mas aconteceu alguma coisa?
- Agradecemos a sua atenção, bom dia.
- Precisamos averiguar a situação legal da esposa dele!
- Pra mim ela é do crime! Sugeriu Vangivaldo.
Os investigadores aguardaram próximo ao local até avistarem uma mulher que caminhava depressa e que assustadoramente olhava para todos os lados.
- Tenho certeza de que aquela senhora é a Dona Rosenilde. Disse Aldegunda.
Eles observavam atentamente cada passo dado por Rosenilde. Até ela abrir a porta de sua casa e ser surpreendida por uma mulher que lhe segurou pelo cabelo.
- Cadê meu dinheiro! Gritava a mulher.
As duas saíram aos tapas e puxões, a mulher era Gumercinda, dona no boteco Bananéias, onde Rosenilde assiduamente tomava seu rabo de galo.
Os investigadores interviram na briga, Givanilton segurou Rosenilde que tirou uma faca de sua blusa.
- Eu vou matar vocês!!! Garantiu Rosenilde.
- Essa mulher tá com demônio no corpo, segura ela!! Avisou Vangivaldo, segurando Gumercinda.
Aldegunda tirou a faca da mão de Rosenilde com muita dificuldade, pois realmente Rosenilde parecia estar com o capeta.
- Essa ai ó é lá do terrero do Pai Anatalino, também tá devendo os preto-velho!
Rosenilde foi detida junto com Gumercinda, pois os investigadores descobriram que o Bar Bananéias também funcionava como ponto de prostituição e tráfico de drogas.
Mas e Dorisgleison Martinaldo? Por onde andará o pacato investigador, pai de dois filhos, marido descontente, filho da Dona Quitéria.
Dorisgleison desaparecera usando bermuda, camiseta vermelha e chinelos havaianas e também carregando uma mala misteriosa.
Passaram-se oito meses e a polícia continua procurando o fujão. As últimas notícias foram de um professor nigeriano que teria visto o moço em uma farmácia lá na África, e a de um mecânico em West End afirmou ter avistado o investigador num posto de gasolina na semana passada.
Alguma informação do paradeiro desse moço perigoso favor avisar a Polícia civil, a Aeronáutica o Exército de sua cidade, a Interpol, a C.I. A, o F.B.I, e se puder o Capitão Nascimento.