PERIGO IMINENTE

“ Operando Eu ( Deus ) , quem impedirá? “

Isaías 43- 13

Nem sempre as pessoas se dão conta do quanto elas estão sendo protegidas em múltiplas situações da vida. Só reconhecerão o livramento depois do fato.

Havia um homem, o Paulo, cujo trabalho não era dos mais agradáveis. Mas ele o exercia com a maior lisura, preparando-se com cursos para o seu aprimoramento e procurando ser o mais justo possível.

Sempre teve que usar o bom-senso. Também a firmeza e a autoridade do seu cargo, quando necessário.

E ainda, o coração, porque ele era dos que pensam que o homem, no que nos concerne, deve ser assistido integralmente.

Levantou-se a questão: O mandado de prisão estava ali e seria cumprido em questão de momentos.

Aciona-se a Polícia e dentro de uma hora, já se encontram todos no setor de trabalho do indiciado por contrabando.

Os agentes do Estado que efetuariam a prisão, analisaram o ambiente. O homem estava no pátio e era muito forte. grandão mesmo! Falaram para Paulo:

- Se ele resistir, vamos mandar bala!

Foi aí que Paulo ponderou que seria melhor ir somente ele, falar com o grandão e lhe dar a tal “ voz de prisão “.

E assim foi feito. Depois de algumas palavras que o fizeram saber que estava preso, o homem pediu a Paulo que lhe fizesse um grande favor: a mulher e os filhos precisavam saber de sua situação. Poderia ir até lá e comunicar à família o não poder ele voltar pra casa?

Cumprida a sua função, saiu para cumprir o pedido do preso. O endereço que este lhe dera, era num bairro distante e de acesso difícil. Mesmo assim, chegou e contou à mulher em que Delegacia ele estava, prometendo-lhe que levaria notícia da família para o preso.

Alguns dias depois, anunciou-se ao Delegado. Precisava ver o preso.

A cela estava repleta. Todos afastados da grade e o fortão visivelmente transtornado.

Isso porque não havia como avisar a Paulo, o risco e a ameaça que pairavam sobre eles dois.

Ele já vira atrocidades perpetradas pelos colegas de cela com outros, como estrangulamento com camisa, violência sexual, sem participar de nada. Estava dominado pelo pavor. O que ele contaria mais tarde.

Seria de se esperar que Paulo chegasse bem perto e se encostasse, segurando a grade para falar melhor com o preso, mas isso não aconteceu. Ficou de longe e disse que os filhos do preso estavam bem e saiu.

Mais tarde é que ele soube: A grade estava serrada e colada apenas com chiclete. Tudo bem feito, mas se alguém esbarrasse ali e fosse descoberto o plano de fuga, o responsável morreria na hora. Portanto, se o homem se apoiasse ali, morreriam os dois, isto é, a visita e o preso.

À noite, fugiram todos, menos o fortão, que acabou beneficiado por essa atitude.

Não demorou muito, ganhou a liberdade, depois de cumprir o que devia à justiça.

Agora, pergunto eu: Se Paulo nem suspeitava que aquela grade representava perigo para sua vida, Quem o Segurou para não se encostar ali?