Mistério Literário

- Silas! Meu café! – gritou mais uma vez Garibaldo.

- Já estou indo, tenha calma!

Mais que homem hipócrita. Ele sabe por acaso que tenho alergia a qualquer pó, até o de café? É claro que sim, porque nunca paro de repetir isso, mas ele nem liga. Mais que filho de uma dona Marta.

Despejei o café em sua xícara preferida, e também na minha, as coloquei numa bandeja e fui para o escritório. Garibaldo estava com os pés em cima da mesinha de vidro, como se essas coisas nem fossem caras!

- Ô Garibaldo!

- O que?

- Tire seu pé sujo da minha mesinha!

Como sempre, ele me ignorou.

-Acho que você devia pegar férias, flor! – ele e aquele olhar de sarcasmo me engolindo na enorme imensidão.

- Foi você que não tirou férias ainda, minha queridinha.

- É claro! Eu sou importante aqui, você não faz nada! Você apenas fica comendo meus doces, sua gorda.

-Pois bem, quem as compra que é gorda, Garibaldo.

Ele me olhou com um olhar raivoso, e achei melhor parar de brincar, pois se tratava de Garibaldo.

- Enfim – eu disse, colocando as xícaras de café na mesinha. – acho que vou dar uma volta na praia hoje.

- Praia? Por que?

- Talvez eu encontre algo interessante, ora bolas.

- Algo interessante? O que se pode encontrar de interessante numa praia?

- Bem, talvez eu encontre... Deixe-me ver... Água e areia. – Ele me olhou novamente com raiva. – Então, tchau!

Peguei rapidamente minhas chaves, saí e fechei a porta com uma força desnecessária e ouvi que meu diploma de Detetive do Mês, eleito pela delegacia, o qual eu não limpava há muito tempo, havia caído e seu vidro havia sido estraçalhado. Maldita seja a gravidade.

Utilizei um metrô, dois ônibus para apenas chegar a uma praia que estava totalmente deserta, chegando até ser anormal. Havia apenas uma neblina muito forte, afinal fazia puro inverno em Londres naquele ano.

Acabei me sentando na areia. Por sorte havia colocado minha calça mais quente naquela manhã. Estava tudo muito calmo, até que ouvi um ruído, ou melhor, um grito. Era voz feminina e estava longe, e cada vez mais se aproximava. Levantei-me e aticei meus ouvidos, ela gritava por ajuda. Dizia: ‘UM DEDO, ME AJUDA! ENCONTREI UM DEDO!’

Chegando até mim, ela desabou em meus braços, ofegante pela longa corridinha que teve de fazer.

- Me ajude, por favor. Achei um dedo.

- Um dedo?

- Sim, sim.

Ela levantou a cabeça, e percebendo o fato de estar agarrada aos meus braços, se endireitou. Olhava-me com uma cara estranha. Em sua mão direita ela segurava o dedo que levava com si um anel verde, muito lindo e por sinal, bem caro.

Ambos não falavam nada e nos olhávamos com olhares medonhos.

- Você é estranho. – Ela me disse.

Ofendido, rebati com a mesma falta de educação:

- Você também é estranha.

Ela possuía olhos castanhos claros que eram pequeninos. Estava vestida de um modo simples e comum do ano de 1888, mas possuía um cabelo feio.

- Muito educado da sua parte, cavalheiro. – Disse com sarcasmo.

- Ah, sim. Sei ser muito hostil com pessoas estranhas.

- Que elegante... – Ela olhou para o lado e se voltou para mim. – Bem, só há você aqui na praia, então... Qual é o seu nome?

- Silas, e o seu?

- Amélia.

- Bem, Amélia deixe-me ver seu precioso dedo enigmático.

- Precioso? Ele não é precioso, ele é um dedo! De uma pessoa! Uma pessoa teve seu dedo arrancado e jogado ao mar. Isso não é nem um pouco precioso. – Ela me entregou o dedo e o observei.

- Interessante. Se ele foi arrancado de fato, isso não aconteceu há muito tempo. A pele está gelada, obviamente, mas a pele continua intacta. Onde exatamente você o achou?

- Na beira da água. Estava guardando areia e água em recipientes, e o achei.

- E por que a senhorita estava guardando areia e água?

- Curiosidade. E você, o que estava fazendo?

- Andando por aí. – Olhei para o mar, que estava calmo. – Devemos voltar à cidade e tentar descobrir sobre.

- Muito engraçado. Não vou entregar isso a alguém para pesquisarem.

- Ora bem. Não precisamos entregar a alguém. Sou detetive. Meu novo slogan é: SILAS DETETIVE, TODO MUNDO SEM RINITE.

Ela demonstrou um pouco de zombaria, mas aceitou voltar à cidade comigo, e fomos direto ao meu escritório. Garibaldo não estava lá. Retirei o anel do dedo. Havia algo escrito.

- Relojoaria Dorsal.

- Â?

- Na parte interna, está escrito Relojoaria Dorsal. Vê?

- Pois então, pertencia a alguém muito rico.

- Possivelmente. Vamos até lá, quem sabe não descobrimos quem foi o comprador.

Chegando à relojoaria, observei o local. Nada de estranho. Pelo menos até agora.

- Posso ajudar? – Disse um homem forte e alto.

- Bem, reconhece esse anel, meu caro? - Mostrei-o apenas o anel. O dedo havia ficado em uma caixinha em minha casa.

- Sim, vendi-o faz... Acho que há três anos e meio. – Boa memória, pensei.

- E para quem você o vendeu? – Disse Amélia.

- Para um senhor muito rico, que vive em uma das áreas mais nobres de Londres, senhorita.

- O nome, por favor.

- Arnold Johnson.

Acabei indo à casa do Sr. Johnson no dia seguinte, mas Amélia não estava junto, apenas esperava informações. Apertei a campainha da enorme casa, que possuía um enorme quintal aos fundos, e possuía quartos altos, com janelas bem lim...

- Posso ajudar? – Uma senhorita jovem, a empregada, me atendeu.

- Ah, sim. O Sr. Johnson se encontra?

- Sim, mas... Qual o seu nome?

- Detetive Silas.

- Detetive?

- Posso entrar?

- Sim, sim. Se sinta confortável. O Sr. Johnson em um minuto descerá.

Entrei na casa, e boquiaberto foi um adjetivo páreo à minha reação. Que casa enorme e linda. Feita de pura madeira. Após poucos minutos, um senhor descendo as escadas, perguntou:

- Bem vindo, Detetive Silas! Prazer conhecê-lo.

Pus-me de pé, e o cumprimentei:

- Muito obrigado pela recepção, e me desculpe por aparecer sem avisar. Quero apenas lhe fazer perguntas simples.

- Pois bem. – Ele se sentou e eu também.

- Sr. Johnson, o senhor possui esposa?

- Possuía. Falecera faz três anos, quase quatro. – Descartando a possível senhora como dona do dedo, prossegui.

- E, por acaso, o senhor comprara um anel verde para ela em certa ocasião?

- Sim. Ela queria um anel exatamente como aquele, mas não sei onde ele foi parar. Acho que o enterrei junto a seu corpo, mas por que a pergunta?

- É complicado de se explicar. Uma amiga minha o achou numa praia.

- Numa praia?

- Sim, mas havia algo a mais.

- Como assim?

- Havia um dedo junto a ele.

Como previa Sr. Johnson não reagiu muito bem à informação. Demorou a ele dizer algo.

- Pois bem, então pesquise sobre.

Até que enfim, um homem esperto e confiável nesse mundo.

- Tenho sua permissão?

- È lógico. Esse dedo não pertence a minha esposa. Eu a enterrei.

Quando estava passando pelo portão de saída da bela casa do Sr. Johnson, vi algo na terra atrás de uns arbustos com flores. Seria aquilo um sapato? Fui até lá. Sim, era um sapato. Conseguia-se perceber claramente que fora jogado ali há quase três anos, e estava sujo. Olhei para cima. A janela dava para um quarto, e eu precisava descobrir a quem pertencia. Voltei à porta e toquei a campainha novamente.

- O senhor novamente?! – Disse a empregada.

- Sim, com licença. – Eu precisava saber, então saí em disparada pela escada e corri atrás do possível quarto. Olhei em vários, mas nenhum resultava na certa paisagem, até que o quinto era o certo. Entrei, vi uma cama, um guarda-roupa simples etc.

- Senhor, saia do meu quarto, por favor! O que o senhor está fazendo? Senhor Detetive! – Ela estava me detendo, pois fui até a janela e a abri. A altura até o chão não era muita, qualquer um poderia pular dali.

O tamanho do calçado era 39.

- Senhorita, quanto a Sra. Johnson calçava?

Ela pensou um minuto.

- Pelo que me lembre, calçava 37.

Decidi ir embora, talvez fazer algumas pesquisas sobre a morte da senhora não fizesse algum mal. Eles eram famosos na cidade, e vários jornais haviam comentado sobre sua morte.

Algo interessante me chamou a atenção. Dizia no jornal que seu cunhado, irmão do Sr. Johnson havia sumido após sua morte.

Quando entrei na casa umas horas antes, passei pela cozinha e associando ao fato da casa possuir apenas cinco pessoas morando nela (Sr.Johnson, a empregada, o jardineiro, a florista, e o caseiro), vi seis pratos à mesa postos para o almoço. Elementar, meu caro leitor.

Associando a tantas coisas, ele poderia morar lá escondido. Não na casa, pois provavelmente o Sr. Johnson saberia. Acho que ele estava a par do desaparecimento, precisava verificar isso.

Associando a mais coisas, havia a casa do caseiro e da florista. Caseiros são homens de muita confiança, ele não deixaria um provável estranho morar escondido lá, pois o irmão de Sr. Johnson visitava muito pouco a família, e ficara hospedado apenas nos dois últimos meses antes da morte da Sra. Johnson. A florista poderia ser uma suspeita. Ela não saía muito de sua casa apenas em meses em que flores floresciam.

Voltei lá no dia seguinte, mas não apertei a campainha. Fui direto à casa da florista. Bati na porta de madeira. Ela a abriu e me olhou com um olhar assustado.

- Bom dia. - Eu disse.

- Bom dia.

- Senhorita, eu vou ser claro e rápido. A senhora está fazendo de sua casa um esconderijo?

- Como?

- A senhora está escondendo em sua casa o irmão do Sr. Johnson? É bem provável.

- Seu detetive...

- Senhorita, apenas diga. Não irei fazer nada a respeito com a senhora, já ao senhor que a senhora esconde aí, não sei.

Ela me puxou para dentro de um modo medroso e rápido.

- Seu detetive, sou uma pessoa do bem. Não quero confusão.

- Eu sei minha cara. Não é com a senhorita que irei causar problemas.

- È difícil explicar. Ele, digamos, é importante para mim.

- Amor?

- Não, não. Ele é como um filho que nunca pude ter. O senhor entende?

- É claro, mas eu preciso vê-lo e conversar com ele.

- Por favor, só não conte ao Sr. Johnson. Ele confia em mim.

Para minha surpresa, ela abriu uma porta pequena que se encontrava abaixo de um tapete. Lá se encontrava o irmão do Sr. Johnson que possuía quase a mesma idade.

- Olá, meu senhor.

- Ah, olá.

- Tudo bem aí embaixo?

- Bem, sim...

- Apenas quero conversar. Pode subir aqui em cima?

A florista foi logo fechando as cortinas. Ele subiu através de uma pequena escadinha.

- Como o senhor me descobriu?

- Simples. Havia seis pratos postos à mesa, sendo que moravam aqui na residência apenas cinco pessoas. A não ser que a Sra. Johnson estivesse viva. – O.K., eu disse isso com sarcasmo, mas parece que ninguém gostou da piadinha.

- Não fale assim dela, Detetive. – Me deteve o homem loiro.

- Foi apenas uma leve brincadeirinha, meu caro.

- Sarah nunca foi e nem será motivo de brincadeirinha.

- Ora, bem. Chamando a Sra. Johnson pelo primeiro nome, meu senhor. Alguma intimidade que escondes?

Sua cara passou de raiva para desespero.

- Claro que não. Ela era esposa de meu irmão, Seu Detetive.

- Eu sei, mas parece que não era o que o senhor gostaria que ela fosse. Ninguém a chamava pelo primeiro nome, a não ser o Sr. Johnson que, certamente, possuía intimidade com sua esposa. Seria muita falta de respeito.

- Argh, que porcaria, Seu Detetive!

- Apenas admita.

- Sim, eu possuía. Ela era linda e carinhosa, e meu irmão não a merecia. Conhecia ela faz tempo, desde o casamento deles, mas passei a sentir outro sentimento quando me mudei para cá e ela sentiu o mesmo. Quando ela morreu, não tinha mais o porquê de continuar naquele inferno de casa. Então pedi ajuda a Linda, que decidiu me ajudar. Mas, eu peço desculpas...

- Pelo o que?

- Por... – Ele começou a chorar. – Vender... Vender...

- Fale logo homem! – Disse Linda, a florista.

- ME DESCULPA POR TER VENDIDO O ANEL, MINHA QUERIDA! DESCULPE-ME. – E desabou em lágrimas.

- Anel? O anel verde?

- Sim... Ela me deu uma semana antes de sua morte. Me lembro que ela pulou a janela do quarto de Margarida, a empregada para me encontrar à noite. Ainda lembro que ela colocara saltos maiores de tamanho para Arnold não checar seu armário e visse um par faltando, e pensar que ela havia ido embora e que apenas fora dar um volta.

Por isso, o salto de tamanho 39. Provavelmente pertencia a empregada, e o pegara antes de pular a janela. Sendo grande o tamanho para seu pé tamanho 37, provavelmente o sapato escorregara e saíra de seu pé pela queda.

- E para quem você o vendeu? – O engraçado de tudo isso é que decidi jogar verde, da cor da pedra. Não diria a ninguém que já estava com o anel.

- Para um judeu, que vive no centro de Londres. O nome dele é Joseph Mallarz e mora na Kingdom Road, número 148.

Fui disparado ao local e bati na porta cinza, que logo após um jovem senhor abriu.

- Joseph Mollarz? – Perguntei. Não havia tempo a perder.

- Sim. Quem é o senhor?

- Por acaso você ainda possui o anel que um senhor vendeu a você?

- Um anel verde? Sim, eu o dei a minha mulher. Deve estar com ela, ela não o tira do dedo. Mas ela está no mercado agora. Gostaria de entrar e me explicar o porquê de tudo isso?

Ás vezes me empolgo e não dou satisfação. Como se fosse normal um detetive bater a sua porta e perguntar por um anel verde.

- Ah, sim. Claro.

Sentei-me na dura cadeira. Teria que esperar a mulher voltar do mercado, e isso poderia levar horas. O judeu possuía um cachorro forte, que se encontrava ao seu lado.

- Por favor, me explique seu desespero pelo anel.

- Com prazer. Caro Joseph, sou detetive, me chamo Silas, e simplesmente é uma história bem complicadinha. Se não se importa, apenas quero esperar sua esposa chegar e verificar o que penso.

Assustado com minha eficácia na fala, ele assentiu assustado. O cachorro nesse mesmo momento saiu da casa e voltou poucos minutos depois com a boca molhada. Até aí tudo estava completamente, mais ou menos, normal. Eu esperava que estivesse. Mas aí, o cachorro novamente saiu da casa e demorando um pouquinho mais de tempo desta vez, voltou lambendo a boca.

- Meu caro, por que seu cachorro sai e volta?

- A uns metros daqui, há uma represa. Acho que ele vai lá tentar caçar algo, ou beber água.

O.K. Isso era estranho.

- Querido, acabei compran... Nossa, Olá! Quem é o senhor? – Era a mulher do judeu, que chegara com as compras. Joseph se levantara e fora ajudar ela.

- Querida, esse senhor é um detetive e esta procurando pelo seu anel verde, aquele que dei a você.

- Meu anel? Â... o que ele tem a ver ? Por que o senhor o quer?

- Onde ele está? - Eu já sabia que provavelmente ela havia o perdido, mas precisava descobrir como. Nesse momento o cachorro novamente saíra de casa.

- É que eu o perdi. Acho que semana passada... Perdoe-me meu bem. – Disse ela ao marido.

- O perdeu? Mas como?

- Eu não sei, simplesmente ele sumiu, acho que a pelo menos... Dois ou três dias. – O cachorro havia voltado desta vez lambendo novamente o focinho. - Eu o havia deixado em algum lugar. – Ela disse saindo da sala e indo pro quarto, indo procurar o anel.

O cachorro saiu novamente, e pela curiosidade de detetive, decidi segui-lo. Ele ia em direção a represa que Joseph havia me falado, onde havia um homem parado à beira. Soube quem era na mesma hora que o vi. Na verdade, qualquer detetive saberia. Era claramente simples saber quem era. Não sabia seu nome, apenas seu pseudônimo e sobre seus crimes. O nome ele nunca revelara, nem principalmente sua identidade. Puro assassino. Puro sanguinário.

Fui até ele, era hora de revelar tudo. Parei ao seu lado, e olhei para a represa à minha frente. E disparei:

- Você o adestrou? – Estava me referindo ao cachorro.

- Não se precisa adestrar o amor canino. Eles são puros de almas, não precisam de bobeiras.

- Anel bonito aquele hein. E muito caro. Por que você, simplesmente, não o vendeu? Na verdade, como você o conseguiu?

- O cachorro me trouxe. Quando o vi, pensei que seria mais uma bela distração para os policiais nojentos dessa cidade que são humanos demais para pensar direito e me descobrir. Eles descobririam a quem pertencia o anel, e prenderia a pessoa, isso caso o achassem. Foi simples: cortei um dedo de uma das minhas mulheres muito pálidas, coloquei-o numa caixinha. Eu só iria jogar no mar, mas aí o meu querido amigo o trouxe na boca e lhe recompensei com biscoitos. Ele ama biscoitos. – O corpo que havia disfarces acariciou o cão.

- Ah, bem. Esperava algo mais, mas enfim.

- Pois bem, Detetive Silas. Você daria um bom ajudante. Cansa-me ter que fazer meus joguinhos fáceis sozinho.

- E por que eu faria isso?

- Sei que você não gosta de onde trabalha. Aquele Garibaldo é um insuportável. Exibido é pouco para sua pessoa. Ele daria uma boa sopa.

- É, talvez eu não goste mesmo. Talvez eu te ajude, deve ser legal... É, acho que sim. Vou te ajudar, na condição de nunca revelar meu nome.

- Isso nunca. Esse será meu maior enigma que o mundo tentará descobrir, mas eles irão mofar tentando.

Nossos olhos ficaram presos, observando a represa à nossa frente. Eles tentavam voltar à atenção para outra coisa, mas estavam presos à beleza daquela paisagem. Olhávamos para o horizonte como se não houvesse tempo. Isso seria o começo de uma jornada incrivelmente incrível, meu caro leitor.

Aquela imagem que se encontrava ao meu lado era uma figura extremamente ligeira e certamente possuía senso felino. Rápido como uma bala de Calibre 12, nunca foi descoberta. Era magnífico demais para o resto do mundo, que o procurava sem parar, tentando pelo menos descobrir seu nome. Ele era ligeiro, rápido, esperto, inteligente, e amador. Ele era assassino. Era sanguinário. Era a sombra que saíra em tantos jornais. A sombra que causara tanto desaforo. Era meu futuro companheiro. A sombra era Jack, o Estripador.