Bella Grega VII
Cap. 7 - Apenas Vivendo
Geralmente quando alguém se muda, procura faze-lo o mais rápido possível. Geralmente. Nem atos agem assim, como por exemplo, a mansão ao lado da dos Monteiro. Seu dono não apareceu por lá desde que comprou o lugar, sem falar que não param de chegar moveis. Ele não teve a mínima pressa, afinal você não acha que duas semanas são um tempo razoável pra ficar se mudando em vez de apenas um único dia? Justamente no dia marcado para Mia voltasse à mansão Monteiro, ele resolveu aparecer. Mia passava em frente da casa dele, em direção a mansão, quando um carro saiu correndo de lá de dentro e bateu no carro dela. Ambos desceram e começou a gritaria:
__ Ei! Você não olha por onde não idiota?
__ Quem você está chamando de idiota sua barbeira.
__ Barbeira eu? Você sai correndo desse jeito e a culpa é minha?
Os gritos chamaram atenção das pessoas nas casas, incluindo Pedro, o motorista da mansão que correu em socorro da Mia.
__ Srtª.Danglars? O que ocorreu? A senhorita bateu o carro?
__ Não fui eu Pedro, foi aquele imbecil que bateu no meu carro.
Os motoristas nervosos se aproximam e Pedro tentou apaziguar a briga.
__ Você vai pagar os danos no meu carro __ disse o estranho.
__ Eu? É você quem vai pagar os danos no meu carro __ retrucou Mia.
__ A culpa não foi de ninguém, aconteceu. Foi o destino que não soube interligar seu tempo com o tempo dele senhorita.
__ Destino? Que destino Pedro? Foi ele mesmo quem causou bateu em mim, ele vai pagar o conserto e não o destino.
Os ânimos continuaram acirrados até que chegou o Dr.Camilo. Como Mia tinha um compromisso, ela deixou de brigar e entrou. O estranho entrou novamente em casa. Ambos ficaram com parte da lataria amassada.
No salão de entrada ainda houve comentários:
__ Nossa Estér, que confusão era naquela? Você ouviu?
__ Ouvi dona Clara, soube que foi uma coisa realmente digna de plebeus. Com muitos gritos e xingamentos, um verdadeiro barraco na porta da mansão Monteiro.
__ Pois é, como este bairro mudou. Nunca houve algo assim aqui antes.
__ Onde este mundo vai parar dona Clara? Onde?
Mia passou depressa e nem ouviu as duas. O Dr.Camilo tinha marcado dele conversar com Mia e dona Helena no dia seguinte após a leitura do testamento. Eles conversavam de portas abertas no escritório quando entrou Percival pedindo explicações a Mia sobre a confusão externa.
__ Olhe aqui, eu posso até aceitar que você venha a esta casa, mas não permita que faça espetáculos nos portões da mansão.
__ Sr.Percival! __ gritou o Dr.Camilo __ o que esta fazendo aqui?
__ Eu moro aqui, se esqueceu?
__ O senhor por acaso não deveria estar na Bella Grega trabalhando?
__ E por que faria isso?
__ O testamento Sr.Percival, lembra-se do testamento? Pois é, lembra-se de ter que trabalhar por um ano senão não recebera sua herança.
__ Pensei que fosse brincadeira do meu irmão.
__ Mas não é. E como o testamento, o senhor e seu filho estão sujeitos aos regulamentos da Bella Grega e agora o senhor já tem uma advertência por faltar ao serviço sem um motivo justo. Agora só faltam duas pra ser demitido e perder a herança, senhor Percival.
__ Eu não sabia que tinha que começar hoje, pensei que seria daqui uma semana.
__ Daqui uma semana será outro assunto, agora a menos que queira perder todo o seu dia de trabalho, é melhor correr pra Bella Grega e se apresentar a Cybele.
Percival só viu o tamanho do problema que teria com a herança quando ouviu estas palavras do Dr.Camilo, ele jamais pensou que seria obrigado a trabalhar pelo próprio irmão.
__ Dona Helena, não acha um castigo pesado demais pra ele? __ perguntou Mia.
__ Sinceramente não, nunca imaginei que o Ricardo pudesse fazer isso com o irmão, mas tenha a certeza minha querida que o que falta ao Percival é um pouco de trabalho duro. Por falar nisso, onde eles vão trabalhar Camilo?
__ Bem, inicialmente a recomendação do doutor Ricardo foi para que os colocassem no que soubessem fazer de melhor. Eu já falei com a Cybele e ela não sabe onde coloca-los.
Os três conversaram por horas sobre o assunto do bebê e da herança e enquanto isso na sala da presidência da Bella Grega:
__ Olá Sr.Percival! Como passou a noite? Dormiu bem?
__ A muito bem Cybele, obrigado.
__ E a que horas o senhor acordou hoje?
__ Às oito horas, como sempre.
__ Que ótimo, sabia que seu filho Carlos chegou aqui as sete da manhã?
__ Mesmo? Os jovens são tão apressados! Não é mesmo?
__ É verdade, ainda sendo que todos os funcionários devem estar aqui pontualmente às sete horas da amanhã. E o senhor esta três horas atrasado.
__ Que importam os horários, estou aqui não estou. É o que interessa, marque presença e eu já vou indo.
__ Parece que o senhor não entendeu ainda. Eu vou lhe explicar a situação de forma bem clara. Temporariamente eu estou no comando, sou Zeus. Nesta gaveta aqui Sr.Percival tem uma ficha já escrita com seu nome nela. Esta é a sua ficha de sua demissão, sabe o que significa isto? Se eu assina-la, o que não me custa nada, o senhor irá perder meio milhão de dólares. Minhas ordens são pra contrata-lo e só. Não importa o cargo que ocupe, será um empregado comum. Três advertências são necessárias pra ser demitido pelos regulamentos internos da Bella Grega, eu posso fazer isto a qualquer momento. Você só precisa me dar um motivo, um simples e insignificante motivo pra demiti-lo. Pra mim não terá sido nada, pra você a maior perda do mundo. Então se quer preservar seu emprego e sua herança, chegue no horário, nunca se atrase e siga os regulamentos internos. Estamos entendidos?
__ Sim! __ respondeu Percival com seu ar de superioridade, mas em tom assustado.
Na fazenda já era quase hora do almoço, o coronel e Romeu chegaram da cooperativa. Os dois trabalhavam duro no projeto da feira de artesanato que ocorreria dentro de pouco tempo no Rio de Janeiro. Os dois entraram na cozinha onde Maria terminava o almoço:
__ Bom dia coronel! Como foi lá na cooperativa?
__ Muito bem Maria, se continuar assim o Romeu vai acabar sendo contratado e eu vou perder meu melhor empregado.
__ Que nada coronel, não pretendo sair daqui. Vocês são os únicos que conheço e poderia confiar.
__ Romeu, me faz um favor?
__ Claro senhora, o que?
__ Vá procurar a Diana, está quase na hora do almoço e essa menina desapareceu.
__ Estou indo.
Romeu procurou em muitos lugares, sem sucesso. Depois de meia hora a encontrou Diana no rio, dentro do rio. Ela se banhava, seu corpo brilhava ao sol. O tímido Romeu tampou os olhos com as mãos e seguiu em frente pra chamá-la:
__ Diana! Diana! Está na hora do almoço, vem comer.
__ Que faz aqui Romeu? Me espiando?
__ Não, não! Sua mãe me mandou procura-la.
__ E por que está com as mãos no rosto?
__ Você está sem roupas, não é educado.
__ Pode olhar agora, já estou vestida.
__ Ah! Sua mãe mandou te procurar, é hora do almoço.
__ Eu ouvi da primeira vez que disse.
__ Espero que não me mate.
__ Por que faria isso?
__ Uma mulher com seu mesmo nome matou quando percebeu que estava sendo observada enquanto se banhava.
__ Quem?
__ Diana, a deusa romana das florestas. Não sou bom em mitologia romana, mas nesses últimos dias me lembrei de umas lendas gregas. Na Grécia, Diana era chamada Ártemis. Esta deusa, dizem, era belíssima. Um dia quando se banhava, um homem que havia se perdido enquanto caçava a viu nua no rio. Ela pra se vingar lançou sobre ele seu olhar penetrante, o caçador sentiu tanto medo que saiu correndo. De repente percebeu que estava mais rápido, mais ágil. Parou diante de um regato e viu sua imagem, ele tinha se transformado em um cervo. A sede de vingança da deusa não cessou enquanto os cães do próprio homem não o mataram.
__ Nossa!
__ Por isso perguntei, vai que você era própria Ártemis e quisesse me matar.
O almoço foi calmo como a maioria dos que acontece na casa grande. Lucas não deixou de observa-lo de longe, a cada dia seus ciúmes, sua inveja e seu rancor aumentavam mais e mais. Via Diana se derretendo pra ele, via ele se aproximando cada vez mais dela. Já fazia um mês que estava na fazenda e se tornava mais importante pros patrões, mais indispensável e por conseqüência ficava mais difícil uma brecha pela qual pudesse expulsar Romeu da fazenda.
O vizinho que causara todo aquele problema na rua voltou a mansão pra se desculpar com Mia e pelo interfone falou com Roberta:
__ Alô? Quem é?
__ Eu sou Montgomery, Willian Montgomery. Sou o novo vizinho, comprei a mansão ao lado.
__ Ah, então o senhor é o misterioso dono da casa ao lado. O que quer?
__ Quero falar com os donos desta mansão, cumprimentar meus vizinhos.
__ Sinto muito, mas o dono da casa não está.
__ Não? E quando ele chega?
__ Não sei se chega, ele está desaparecido há um mês.
__ Não diga, que coisa __ respondeu interessado.
Mia foi ao seu escritório no horário de almoço, passou a manhã toda ocupada com o testamento. Chegou ao meio-dia já pra dispensar a Natacha pro almoço.
__ Pensei que não apareceria mais, não a vejo desde Sexta-feira.
__ Tive alguns compromissos. Ontem foi a abertura do testamento do Rick, eu chamada como herdeira.
__ E herdou alguma coisa?
__ Três coisas: um apartamento de luxo em Copacabana.
__ Uau! E a segunda?
__ Um segundo apartamento de luxo, só que em São Paulo.
__ Duas vezes uau! E a terceira?
__ Nada mais e nada menos do que 9% das ações da Bella Grega __ disse emocionada quase gritando de alegria __ 9% de 160 milhões de dólares.
__ Não!
__ Sim!
__ Não!
__ Sim!
__ Sim?
__ Não! Quer dizer, sim!
__ Quer dizer que você agora é...
__ A mais nova milionária da cidade. E eu que achei que ele não me deixaria nada, me deixou milhões e milhões muito bm investidos. Nunca mais vou precisar trabalhar.
__ Ei! E eu? Se você não trabalha, eu não trabalho. E se eu não trabalhar sou despejada, e se for despejada juro que vou morar com você.
__ Não, não precisa tomar medidas tão drásticas. A Decoradora Danglars fica aberta e você ganha um aumento.
__ Eu te amo chefe, sabia?
__ Sabia, sabia sim que você era cínica.
E as duas caíram na gargalhada. Como grandes amigas foram juntas comemorar a salvação da Decoradora e a herança do Rick que chegou em boa hora. Foram a Bella Grega comerem com estilo no restaurante cinco estrelas. Mia comeu e foi pra cidade, tinha negócios a resolver. Natacha ficou na Bella Grega e fez um passeio pela área das piscinas. Ao sol da uma da tarde, muitas mulheres tomavam sol, mas o que lhe interessou foram os homens desfilando com corpo molhado em sua frente. Natacha adorava a visão quando viu um deles olhando pra ela. A troca de olhares durou alguns segundos, depois ele saiu num gesto que significou que ela tinha que segui-lo. Atrás dos vestiários os dois flertaram um pouco e depois se beijaram loucamente. Ela se apresentou:
__ Natacha Oliveira.
Beijaram-se mais e ele se apresentou:
__ Ivan Maia.
No final da tarde Mia foi ao escritório do Dr.Camilo e lhe contou sobre o resultado de sua busca. Os dois se dirigiram pra mansão Monteiro soltar mais uma bomba. O homem que beijou Natacha, depois que se despediu dela, se vestiu e foi pra loja. Subiu ao último andar do imponente prédio e entrou na sala de Zeus. Lá, foi direto até a Cybele e a beijou:
__ Oi meu amor. Como passou? __ perguntou Cybele.
__ Bem, a piscina estava ótima. Nadei bastante, tomei um pouco de sol..
__ E o que mais?
__ Apreciei a paisagem. De vez em quando eu olho aquelas estatuas como se fossem a primeira vez. São tão belas e quentes...
__ Quentes Ivan? Como assim quentes?
__ Quentes Cybele, sabe, parecem quase reais. O escultor colocou muita vida na estatuas, quase dá pra sentir o calor da pele ou ver aqueles lindos olhos piscarem pra você __ disse tentando disfarçar.
__ Que bonito! Você aprecia mesmo aquelas estátuas, não é?
__ Muito meu amor, muito mesmo __ respondeu.
As últimas coisas que tenho pra falar neste capítulo são sobre a bomba que atingiu a mansão Monteiro e a novidade da casa grande do coronel. Primeiro a novidade. Durante o jantar Dario olhou pra Diana, segurou forte sua mão, levantou-se e tomou a palavra:
__ Coronel, seu João e dona Maria, eu tenho uma coisa pra falar.
__ Pois então diga rapaz __ respondeu o coronel.
__ Qual é o assunto? __ interrogou seu João.
__ É sobre a Diana e eu. Coronel, eu quero lhe dizer isso já há algum tempo, mas só hoje tomei coragem pra falar.
__ Já sei do que se trata, mas continue __ disse o coronel.
__ Eu... quero... quero... pedir...
__ Vá logo ao assunto e pare de gaguejar __ incentivou Diana bem baixinho.
__ Eu quero pedir a sua neta, sua filha e sua filha em namoro. Pronto falei.
__ Até que fim! Mas como demorou pra pedir!
__ Estou sem palavras __ disse dona Maria.
__ Papai, o senhor já esperava isso?
__ Há quase um mês atrás. Só vocês que nunca perceberam isso.
__ Mas como? Quando?
__ Eu acho que foram os cuidados e a paciência de sua filha, são comuns os casos em que os pacientes se apaixonam por suas enfermeiras. Este é o meu caso.
__ Eu já sabia faz tempo, vocês que são cegos.
__ Papai, e a resposta? __ perguntou Diana.
__ Aceita João, sua filha gosta dele e ele gosta dela.
__ Mas e sua memória Romeu? __ perguntou Maria.
__ Desculpe-me senhora, mas nada tem haver a cabeça com o coração. A cabeça não se lembra, mas o coração sabe quando é amor.
__ E depois é só namoro, não é casamento __ concluiu o coronel.
__ Nessas circunstancias, está bem. Eu permito que namorem.
Os novos namorados pulam de alegria e se beijam de felicidade. O casal é aplaudido pela pequena platéia presente.
__ Um momento, momento __ disse Romeu novamente pedindo a palavra __ eu queria recitar alguns versos. Posso?
__ Deve rapaz __ disse o coronel.
Recitou:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não quer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrario a si é o mesmo Amor?
Luiz Vaz de Camões
Mais uma salva de palmas, desta vez especificamente pra ele, pra Romeu. Ele passara todo o dia decorando este verso de Camões pra recita-lo durante o jantar se permitissem o seu namoro.
Agora o outro assunto: a bomba da mansão Monteiro.
O Dr.Camilo e a Mia chegaram juntos na mansão, ela foi escritório e lá concordou em esperar até que a bomba explodisse e ela pudesse ir até a sala de jantar com segurança. Depois do jantar, o Dr.Camilo começou com todos reunidos:
__ O que é agora Dr.Camilo? Mais alguma clausula que tinha se esquecido? Mais alguma humilhação?
__ Nada disso Percival, para você é uma notícia muito pior. É sobre Dario e sua parte na herança. Antes da notícia me dada pela srtª.Danglars ontem, a aconteceria o seguinte: no acidente Dario ficou dentro do carro enquanto Silvia pulou, o carro caiu no rio e foi levado pela correnteza. Um quilômetro a baixo o veiculo foi encontrado, vazio. Pela lei, Dario está vivo.
__ Dario está morto __ disse Clara.
__ Desaparecido! A lei funciona com provas e contra-provas, ele só está desaparecido.
__ Desculpe-me Dr.Camilo sou da família, mas não há nenhuma prova que diga que o Dario está vivo __ afirmou Estér.
__ Mas também não há nenhuma prova que indique sua morte. É com isso que a lei trabalha, com provas e até que apareçam provas suficientes de que morreu, ele está simplesmente desaparecido.
__ Tá, entendemos esta parte. O problema é que desaparecido ou morto, Dario não está aqui pra receber sua herança __ concluiu dona Helena __ e o que fazemos agora?
__ De acordo com a lei, o segundo herdeiro mais importante tem o direito de tutorar os bens do herdeiro desaparecido.
__ Dr.Camilo, quer dizer... eu? __ disse Silvia.
__ Você mesma Silvia.
__ Então eu passarei a ter 91% das ações?
__ Não senhorita, a senhora continuara tendo os mesmo 40%. A senhorita apenas seria tutora dos bens do Dario.
__ Como assim?
__ A lei exige um período de dez anos de desaparecido pra que se aceite o herdeiro como morto e os bens então passariam pro seu nome.
__ Por que tantos verbos no futuro imperfeito? Seria, passaria?
__ Aí entra a novidade da srtª.Danglars e muda toda a história.
__ Muda em que ponto? __ perguntou Percival.
__ Muda no seguinte, Mia me confidenciou e provou com teste comprovado por um médico respeitado, que está grávida.
__ Grávida? E daí? Se estiver grávida bom pra ela, não temos nada ver com isso __ disse Percival.
__ Concordo com meu marido.
__ Cegos! Não vêem o que está acontecendo, não imaginam de quem é o filho?
__ Do meu pai? __ perguntou Silvia.
__ Do meu irmão? __ perguntou Percival.
__ Não, do Dario. Mia carrega o herdeiro do Dario e por consequência, o herdeiro de todo o império da Bella Grega.
Não preciso me prolongar, você já sabe qual foi à reação de todos. Dona Helena adorou. Percival teve um acesso de raiva. Clara ficou branca como papel e quase desmaiou. Silvia ficou inerte, sem ação. Não soube o que dizer ou que fazer. Sem o noivo ao seu lado, foi amparada pela Henriqueta. Ela precisava mais dos serviços de enfermagem de Henriqueta do que dona Helena. Mesmo com esses problemas o Dr.Camilo continuou:
__ Alguns dias antes do acidente, Dario fez um check-up e nesses testes dois ou três eram de sangue. Falei com o laboratório e eles confirmaram que tinham quantidade de sangue necessária de sangue pra fazer o teste de DNA.
__ Espera, quer dizer que há possibilidade do bebê não ser do Dario? __ perguntou Percival.
__ Não, Mia me garantiu que o filho é mesmo do Dario. O teste de DNA é apenas pra atender trâmites burocráticos. As tais provas de que já lhes falei.
Neste turbulento momento Mia entrou, todos os olhares recaíram sobre ela como fechas afiadas e envenenadas. Já ouviu a expressão: “Se olhares matassem...”? Foi bem essa a recepção dela. Falou mais uma ou outra coisa para faze-los pensar que aconteceu na mesma noite que Dario saiu da mansão. Mia teve um plano que colocaria em ação pra despertar a raiva nos inimigos que armaram contra ela.
__ E quando sai o teste que comprova espera um filho do Dario?
__ Em oito meses.
__ O que?
__ O médico me aconselhou a só fazer o exame depois que o bebê nascer. Aí é que será seguro pra retirada do sangue. Antes disso ele pode não estar preparado. Ah, Silvia, posso lhe pedir uma coisa?
__ Peça Mia, se estiver ao meu alcance.
__ Eu posso dormir aqui amanhã à noite?
__ Claro, pode sim. Mas por que?
__ Eu vou fazer a mudança pro meu novo apartamento e tudo vai estar uma bagunça. Queria não ter que me preocupar com isso amanhã.
__ Claro Mia, não tem problema algum.
__ Muito obrigado.
A vida continuava apesar de tudo o que aconteceu, apesar de todas as lagrimas derramadas. Havia problemas sim, mas aí alem de fazerem parte de outro capitulo, são coisas que só o tempo poderá resolver. O sábio destino em sua imensa sabedoria age de modos estranhos, por caminhos tortuosos. Nunca que há um mês atrás você pensaria que tudo isso poderia acontecer, mas aconteceu. As coisas boas e as ruins.
continua...