Diário de Uma Assassina

Um Dia Após a Morte

Por: Valdison Compositor

Romperam o silêncio do tempo. A noite quente com o vento frio soprando no rosto. Não vejo luz no fim da escuridão é como que se meus olhos estivessem vendados. Tento fugir, mas não encontro uma saída eu tento voltar, no entanto não encontro à porta de entrada. Não sei se morri, ou se estou esperando a morte num regresso breve.

Tudo é tão inóspito o habito de matar me fez assim, vendo sombras, assombrada, movendo meus pés em areias movediças. Sinto na pele a dor dos que torturei, sinto o cheiro de suas carnes, ouço seus gritos a todo instante em meus ouvidos. Morte, morte, será o fim o será o começo. Será tão somente o meio pelo avesso?

Perdi a conta de quantos eu matei, perdi a noção geográfica onde os enterrei. Somente suas vozes eclodem no meu pensamento. O sentimento é gélido e fugaz.

Porém hoje, amanhã quem sabe talvez morro pelas mãos de um vingador sedento por sangue, meu sangue. Enquanto isso eu vou vivendo, matando esperando a morte chegar. De um jeito lento, avassalado ou não. Apenas espero meu fim como cerrei vários olhos, então eu vivo espera de minha hora chegar.

valdison compositor
Enviado por valdison compositor em 09/03/2013
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