Diário de Uma Assassina
Um Dia Após a Morte
Por: Valdison Compositor
Romperam o silêncio do tempo. A noite quente com o vento frio soprando no rosto. Não vejo luz no fim da escuridão é como que se meus olhos estivessem vendados. Tento fugir, mas não encontro uma saída eu tento voltar, no entanto não encontro à porta de entrada. Não sei se morri, ou se estou esperando a morte num regresso breve.
Tudo é tão inóspito o habito de matar me fez assim, vendo sombras, assombrada, movendo meus pés em areias movediças. Sinto na pele a dor dos que torturei, sinto o cheiro de suas carnes, ouço seus gritos a todo instante em meus ouvidos. Morte, morte, será o fim o será o começo. Será tão somente o meio pelo avesso?
Perdi a conta de quantos eu matei, perdi a noção geográfica onde os enterrei. Somente suas vozes eclodem no meu pensamento. O sentimento é gélido e fugaz.
Porém hoje, amanhã quem sabe talvez morro pelas mãos de um vingador sedento por sangue, meu sangue. Enquanto isso eu vou vivendo, matando esperando a morte chegar. De um jeito lento, avassalado ou não. Apenas espero meu fim como cerrei vários olhos, então eu vivo espera de minha hora chegar.