Mimi e Zizi - Parte II- Madrasta e Pai Assassinos - Final

As pernas passaram por elas subindo as escadas. Mimi engasgou o choro. A mão de Zizi num dos seus ombros lhe deu o devido conforto. Os passos na longa escadaria, lentos, buscando-´nas. Subindo e descendo. Até que o silêncio reinou em meio á escuridão assustadora.

Longe dali, Manuela estava embriagada em suas tramas diabólicas e num mar de vaidades, carregado de ganância e crueldade. Deitada no sofá, aguardava o desfecho do fatídico. A tensão nervosa forçou-lhe a fazer uma ligação para saber do fatídico, enquanto pensava: " tomara que morram os três nas águas do Dique-assim, ficarei com este apertamento para matar de inveja os fuleiros do Subúrbio Ferroviário, aquela gente chinfrim. Ter que aturar esse verme em cima de mim na cama, argh. Quero trazer muito negão aqui, então, sim, terei a vida que pedi a Deus."

" Coloque as duas em cima do motor da moto, então, escolha um ponto ideal na pista, mergulhe com a moto nas águas do dique e deixe que as duas morram afogadas - um acidente perfeito. Mais inteligente do que jogar da janela do apartamento, como fez aquele casal de idiotas." Havia dito para o pai das meninas.

E, ele: " Mas, eu não sei nadar..."

" Ah, te vira, homem, caia na beiradinha, depois arraste as duas para o fundo."

" Vou perder a minha moto nova..."

" Vai, perde a moto ou me perder, escolha."

A noite seguia. As duas meninas perdidas, fugiam da busca do pai. Este, desiste da busca. Segue de volta para casa. Preocupava a reação da assassina diante do fracasso do plano diabólico. Do alto da escada ouviram o ronco do motor da moto que seguia na outra pista, de volta para o túnel Américo Simas.

- O que vamos fazer, Mimi?

- Vou ligar para a polícia.

- Como? Não temos como ligar, não existem mais orelhões na cidade...E você sabe o número da polícia?

- Não sei, não...

-Então, o que vamos fazer, Mimi?

Dizia, chorando.

Mimi exibiu o celular do pai, havia pego-o do encosto do sofá.

- Escuti tudo o que eles tramavam contra a gente. Fingi dormir e fiquei aguardando. Quando se afastaram da sala, peguei o telefone do papai. desliguei-o e o guardei comigo. Pressenti que poderíamos precisar.

- Tem o telefone mas não tem o número da polícia, pouco adianta.

Mimi.

- Tem crédito, seja inteligente. Veja como vamos fazer.

- Então, começa,logo.

Zizi ligou para um dos números da agenda do telefone do seu pai. Quando atenderam, foi fácil conseguir o número da polícia.

- 190, quem está falando?

O telefone foi deligado, e rapidamente ligaram a para a polícia. Por mais que tentassem não conseguiam convencer os atendentes de que se tratava de uma ligação séria - pois, soava como trote. As duas meninas não sabiam dizer a localização de onde se encontravam:

- Tem um prédio grande de frente, e tem duas pistas de carro, dois viadutos e lojas, muitas lojas fechadas...

- Garotinha, tente ver algo mais específico, me entende? Viadutos e lojas fechadas tem em toda cidade...

- Tem um negócio grande, com lojinhas fechadas...

- Tente ver mais coisas...

Tentava ajudar o atendente da polícia. Este resolveu estender á ligação das meninas, pois, sentia veracidade na voz das duas, nos reclames e falas de choro.

- Ah, moço, tem um viaduto, a gente saiu de moto do viaduto, então subiu na ponte...

- Ponte ou viaduto?

- Isso, viaduto...

- Não tem alguém ou alguma casa por perto, onde podem procurar ajuda?

- Tem não, moço...

E, assim se estendia a comunicação entre as meninas e a polícia.

Nervoso e inseguro, estaciona a moto na garagem do prédio.

- Não deu certo.

falou com voz travada na garganta.

- O que aconteceu?

- As duas fugiram de mim.

- Palerma, idiota. Vamos atrás delas, pois, eu mesma vou dar fim naquelas duas.

Montaram na moto e seguiram em busca de encontrá-las.

"Um crime perfeito não deixa pistas. A perícia está a cada dia mais sofisticada em suas avaliações, em busca de provas."

A moto seguia pelo mesmo trajeto. saiu do túnel Américo Simas e seguiu para o cartão postal: o Dique do Tororó. Ali era muito comum, vez ou outra acontecer um acidente. Várias voltas foram dadas em torno da lagoa de águas escuras, até que no local ideal, onde havia uma elevação natural do solo, a moto saiu da pista e foi na direção das águas. Ali, entrou. Foi um vôo perfeito. depois, Tchhibuummmmm.

Sumiram nas águas. Ela se debatia, tentando sair das profundezas das águas. " Com esganadura, não. Ficam marcas no pescoço." Dizia, enquanto segurava-a pelos braços, mantendo-na sob as águas. tentou a muito custo não deixar que ela se afastasse, pois, a perderia na escuridão submersa. Agarrava-a pelas vestes. " Pelos cabelos, talvez, possa ser pouco ideal-quanto menos suspeitas, melhor."

Saiu das águas ileso. O corpo da morena desejada desaparecera nas águas escuras.

Uma semana depois. Delegacia de polícia.

-Sabemos de tudo. As meninas contaram como tudo foi tramado.

- Elas são peraltas, nada disso é verdade. São minha filhas...

Tentava se justificar.

- A casa caiu. Zizi gravou e filmou a trama diabólica no seu celular.

As meninas foram morar com as tias.

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 02/02/2013
Reeditado em 04/01/2018
Código do texto: T4119308
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