flores murchas
capitulo 03
- meu Deus já viu que horas são? Já são quase 4 horas. Passamos o dia inteiro trabalhando e nem vimos o tempo passar, trabalhamos muito hoje.
Ao conferirem os números e constatarem que estava mesmo tudo errado, chega Jessé a uma conclusão, alguém da diretoria está roubando a fabrica, até mesmo retirando do principal, mas quem? Quem seria o ladrão, é quando o investigador Toni entra e procura
e pergunta Marcela:
- onde está o faxineiro? preciso falar com ele!
- aconteceu alguma coisa? o que ele fez?
Toni olha para o chão e pensativo fala:
- encontrei algo de estranho nas mãos de seu pai durante o exame de corpo de delito. uma substancia estranha, polem seco.
Todos se entre olharam e ficou no ar um suspense:
- mas de onde veio esse polem seco?
Quis saber Marcela de pé perto de uma mesa no canto da sala.
- de flores murchas, que estariam nessa sala.
- mas o que isso quer dizer? não havia flores aqui. na cena do crime.
Toni caminha em direção ao cesto do lixo e diz:
- tem certeza?
Em meio as folhas jogas no cesto esta bem discretamente colocada uma rosa, seca, uma rosa vermelha. mas quem a colocará ali? quem havia colocado a flor murcha naquele cesto do lixo?
- vou ligar para o central de serviços de limpeza e pedir para falar com o seu Amadeus, pedirei que ele venha até aqui.
Toni caminha até bem próximo de Marcela e falou:
- a senhorita é a secretaria da diretoria a quanto tempo?
- a 10 anos senhor! por que?
- sabe se seu chefe recebeu flores no dia da morte?
- não que tenha passado por mim. E eu não sai da minha mesa, um instante sequer durante o dia.
- então de onde veio está flor? Vou levá-la comigo pra ser examinada no laboratório da delegacia.
ao desligar o telefone Marcela olha para Jessé e diz:
- ele pensa que fui eu.
- mas eu sei que não foi! Por que diz isso dele pensar que foi você?
- sou uma secretaria e não viu como ele me olhou? aqueles olhos queriam me intimidar eu senti isso.
- você deve? foi você ou facilitou a entrada do assassino nesta sala?
- não! Mas sempre sobra ou para o mordomo ou para a secretaria, é sempre assim a corda arrebenta do lado mais fraco sempre.
- não se preocupe. Eu vou cuidar que você fique longe dos olhos de lince do inspetor.
- obrigada! Minha tia deve estar preocupada.
- eu a levo em casa isso é se aceitar minha carona?
- aceitei uma vez quando nem o conhecia. E agora que o conheço porque não aceitaria? Temos que ir.
Começaram a juntar os papeis, quando um calhamaço deles cai no chão, Jesse adianta-se em pegar mas suas mãos esbarram nas de Marcela, mãos finas, dedos longos, delicados, bem desenhados, pareciam esculpidos as unhas bem pintadas em um tom suave de rosa e perfumadas de um cheiro agradável de gardênias, as mãos deles grandes, fortes, dedos longos e bem firmes, unhas bem cortadas e marcada por um pequenas cicatrizes. Elas se encontram, se tocam, parece que algo ou alguma coisa as leva uma para outra os olhos então se olham, fixamente, olhar lindo aqueles olhos tão claros que refletiam aos poucos a luz da tarde que entrava pela varanda do prédio, encaram os de Marcela, algo parecia explodir dentro dos olhos de Jesse, que atordoado buscava nos olhos de Marcela um sinal uma palavra que idioma nenhum poderia falar, os olhos dela corriam os olhos dele como se também procurasse uma palavra, mas palavras pra que, era sonho, era real o que era aquilo. Mas o devaneio deles foi interrompido pela voz de Toni que chamava por eles:
- por favor os senhores podem me dizer que papeis são estes?
Levantaram-se atordoados ainda meios tontos da enxurrada de sentimentos e sensações, que os havia mergulhado:
- são papeis da diretoria. Balancetes, contas...
- é a contabilidade da diretoria da fabrica.
Respondeu Marcela sem titubear, enquanto apoiava os papeis na mesa, e ainda olhava Jesse que segurava suas mãos:
- por que? -Quis saber Jesse- no isso lhe intereça?
- as contas estão certas. O assassino de seu poderia queres calá-lo para falir a fabrica, uma vingança talvez?!
Jesse e Marcela jamais pensaram nessa possibilidade, um ladrão vingativo. Será? Seria possível?
- não, não estão. Há um grande desfalque nos cofres da empresa.
Falou Marcela ainda tremula com a idéia de alguém se vingar de seu Marcos um homem tão bondoso e honesto com todos sempre.
- então? O que farão?
- vou convocar uma reunião da diretoria, e perguntar quem fez a retirada. Quero a verdade. Custe o que custar.
Marcela não conseguia se concentrar em nada a não ser a voz de Jesse, era suave e forte, bonita e verdadeira, ela não entendia o que estava acontecendo com ela, será que estava mesmo apaixonada? Mas apaixonada pelo chefe? Isso era sua demissão instantânea, ele certamente teria uma noiva, ou gostaria de alguém de sua mesma classe social, uma senhorita rica e de posses como ele. Alem do que ela era uma secretaria uma reles secretaria, que estava na marca do inspetor que investigava a morte de seu Marcos.
- o Dr. Marcondes!
- que tem ele Marcela?
- ele quando chegamos estava na mesa do seu pai enquanto se vangloriava de ser o próximo presidente da fabrica. Lembra Jesse?
- lembro, vou fazer a investigação com calma. Eu não vou me arriscar a colocar tudo perder por minhas ações precipitadas.
Ele era perfeito, lindo mai que lindo, forte, sabia tudo de contabilidade, e ainda era justo? Ele era o sonho de home da Marcela, perfeito. Mas ela sabia que ninguém era perfeito, ele tinha que ter um defeito, mas qual?
- então vamos?-Falou a voz de Jesse, bem próximo de Marcela- vamos levar os papeis? Será que podemos analisar mais alguns em sua casa? Ou no meu apartamento?
- acho que ainda podemos estudar mais um pouco. Na minha casa.
Jesse sentiu-se magoado no peito e orgulhoso Marcela alem de tudo era uma moça recatada, linda, de família, ele confirmara seus pensamentos ao ouvir a resposta dela a sua proposta de ir para seu apartamento. Ele pensou:
- é a mulher que meu pai sempre falou que eu encontraria, ela é sim a mulher pra casar!
Ele ficou corado como se acreditasse que alguém pudesse ter ouvido seu pensamento.
O inspetor Toni saiu pela porta falando com o velho Amadeus que estava na porta há esperá-lo:
- até amanhã dona Marcela. Seu Jesse!
- esqueça o seu Jesse. Sou apenas Jesse.
- como queira Jesse.
O elevador chegou e eles entraram, nos compasso que os andares passavam os olhos de Jesse se voltavam para Marcela, em busca de seus olhos, que estavam no chão. Envergonhados.
- fiz ou disse algo que a tenha constrangido?
- não! Eu sou meio matuta mesmo.
- na verdade eu penso que é discreta, elegante, simplesmente uma lady.
- não, zombe de mim, sou uma pessoa simples e fui educada assim. Para ser assim.
A porta se abriu e eles viram o salão de entrada vazio. Jesse colocou a pasta que trazia nas mãos no chão e falou:
-quando eu era criança e vim pela primeira vez com meu pai aqui tive vontade de fazer uma coisa. Neste salão.
- o que?
- isso!- correu em direção a porta de entrada e escorregou, sorrindo- vem tenta acho que vai gostar! Anda menina, é divertido!
Marcela colocou a pasta no chão se jogou escorregou, parecia patinar em uma pista de gelo, era liso o piso o que facilitava o deslizar dos sapatos, eles deslizavam e riam, riam e deslizavam, pareciam duas crianças. Até que caíram, em um canto perto do balcão de atendimento. Jesse a apoiou na queda e eles estavam abraçados, olhos nos olhos, mãos nas mãos. Foi quando Marcela notou que Jesse chorava:
- o que foi? Fiz algo?
- não! É que fiz isso com meu uma única vez. Lembrei dele. Quando ele morreu fazia exatamente 10 anos que havíamos nos falado, eu rompi com meu pai por não concordar com ele.
- nossa. Me desculpa! Se quiser não precisa mais falar!
- eu quero falar. Meu pai queria que eu fosse administrados, mas eu sempre sonhei com a arte. Não arquitetura, ele sempre achou que a fotografia era um passa tempo, um divertimento barato. Eu não conseguir ter tempo de provar que ele estava errado.
- nossa eu nem sei o que falar.
- eu montei um estúdio no centro da cidade, e quando eu consegui, o sucesso que eu jurei pra ele conseguir, que eu vim mostrar pra ele isso eu encontro ele morto. Um critico elogiou minha arte e me deu credito por um comercial que fiz pra uma fabrica de roupas fui matéria de capa do jornal da cidade.
- então o fotografo que ele estava falando mais na hora que chegou no telefone era você? Seu pai, entrou, ontem cedo com um jornal nas mãos e com um sorriso iluminador, e no telefone falava da matéria.
- então ele viu? Viu que eu consegui? Mas eu não dei o abraço que eu queria dar, nem ouvi os parabéns dele.
Foi quando ela o abraçou e ele viu que ela estava em seus braços, os rostos colados ela também chorava, também sentia a mesma dor. Quando os rostos se voltaram estavam mais perto, quase se tocando, era inevitável o beijo aconteceu, suave, leve, molhado pelas lagrimas da emoção da confição da dor pela perda, eles não conseguiam mais parar de beijar, era incrível como aquele beijo era único, inexplicavelmente aquele, palavras são insuficientes para falar o que ele representou, uma musica parecia tocar ao fundo algo como uma sinfonia clássica com batidas de rock, mas coma mesma suavidade. Ao se afastar os rostos ainda estavam imóveis os olhos não conseguiam ficar longe:
- isso... Marcela... eu não sei o que falar!
- nem eu!
- não falemos nada?
- não falemos!
- vivamos?! Eu acho que eu to apaixonado... eu to apaixonado
- eu não sei! Eu não sei Jesse! Eu quero entender o que eu sinto.
- está bem, mas eu quero que você saiba que se existe amor a primeira vista esse é um. O meu por você nasceu quando te vi ontem e hoje quando toquei suas mãos tive a certeza. Por favor me dexa te levar em casa eu não sou um cafajeste eu juro.
Jesse estava confuso e nervoso.
- eu não me aproveitei Marcela da situação, eu juro.
- eu sei se eu também não quisesse não teria acontecido, mas vamos ainda vamos trabalhar?
- claro! Vamos?!
Levantaram ele agora um pouco mais corado, com um sorriso no rosto, com um ar de felicidade. Pegaram as pastas e saíram, ao entrar no carro Marcela respirou fundo e fechou os olhos. Jesse ligou o radio nele tocava uma musica que dizia:
- “eu tenho milhões de amigos mas você foi meu melhor namorado”...