A luz de emergência de uma viatura passa em grande velocidade seguida do som ensurdecedor da sirene. Biba e Leonardo caminhavam ocultando seus vultos cambaios visivelmente exaustos, enquanto se afastavam da cena do crime.Tília foi assassinada... Ela nunca fora presa por pequenos furtos. Sempre alegava que acontecera apenas um esbarrão e se dizia estudante, exibindo um livro que nunca lia. Cresceu de cima para baixo como rabo de cavalo e, quando se envolveu com tráfico de drogas, o corporativismo do pai não prevaleceu. Foi apanhada pela ronda do tenente Duran. Não adiantaram os protestos: “Sou filha de oficial.” Era verdade, a informação constava em sua identidade e esse registro em época de ditadura, salvou a pele de vários filhos de militares, envolvidos em crimes menores. Mas o tenente Duran era aroeira de sete cascas...
Por causa do tráfico, Tília curtiu meses de cadeia em presídio feminino do Rio de Janeiro, até conseguir, a custa de muito dinheiro, provar que a quantidade de drogas que portava não era aquela informada no processo. Não negou a droga dos bolsos, alegou que tinha pequena quantidade, o suficiente para alterar seu enquadramento de traficante, para usuária. Conquistou a liberdade mediante o arrolamento de falsas testemunhas e a contratação de um advogado de porta de cadeia, conhecido por Diabo Louro. Ela escreveu com mão canhestra a história de sua vida e deixou a imagem gravada em monumento de cera. Associou-se ao tráfico de drogas e entregou-se à prostituição. Dividiu, com outra prostituta, as imundices e depravações de uma cafua de bordel na Vila Mimosa. Comeu do fruto proibido e bebeu água do Nilo, ferida pela a vara de Moisés. A notícia de sua morte foi divulgada na “Folha da meia-noite”, um jornal de poucas páginas, desses vendidos nos semáforos por um quarto de real:
Uma mulher de nome Tília Abraham conhecida na VM por Conchita, foi encontrada morta, na madrugada de ontem, em um quarto-e-sala da rua Ceará, com um tiro no peito, dois na cabeça e um na perna... Segundo versão dada por populares, a vítima explorava a venda de bebida alcoólica e drogas, e teria sido morta pela amante. A polícia suspeita de Biba, que vivia um triângulo amoroso com Tília e Leonardo. Biba e Leonardo não foram localizados pela polícia.Por causa do tráfico, Tília curtiu meses de cadeia em presídio feminino do Rio de Janeiro, até conseguir, a custa de muito dinheiro, provar que a quantidade de drogas que portava não era aquela informada no processo. Não negou a droga dos bolsos, alegou que tinha pequena quantidade, o suficiente para alterar seu enquadramento de traficante, para usuária. Conquistou a liberdade mediante o arrolamento de falsas testemunhas e a contratação de um advogado de porta de cadeia, conhecido por Diabo Louro. Ela escreveu com mão canhestra a história de sua vida e deixou a imagem gravada em monumento de cera. Associou-se ao tráfico de drogas e entregou-se à prostituição. Dividiu, com outra prostituta, as imundices e depravações de uma cafua de bordel na Vila Mimosa. Comeu do fruto proibido e bebeu água do Nilo, ferida pela a vara de Moisés. A notícia de sua morte foi divulgada na “Folha da meia-noite”, um jornal de poucas páginas, desses vendidos nos semáforos por um quarto de real: