PSICOPATA FOI LONGE DEMAIS

Também conhecidos como Sociopatas ou portadores de Personalidade Perversa, os chamados Psicopatas são destituídos de sentimentos ditos positivos como pena, remorso e arrependimento. Egocêntricos ao extremo, são desprovidos de capacidade de enxergar para além de seus estritos interesses. As pessoas existem somente como objeto de sua satisfação pessoal. Muito inteligentes, na maioria dos casos costumam ser simpáticos, solícitos e sedutores, mas assim se comportam para disfarçar seus impulsos sinistros, destrutivos, assassinos, até. Podem ficar a vida inteira passando-se por cidadãos/CIDADÃS normais, inofensivos, bonzinhos, até. Mas o bom-mocismo constitui apenas um disfarce para seus projetos malignos.
Procedem de modo calculista. Planejam cada ato impiedoso nos mínimos detalhes, começando pela conquista da presa. A partir deste estágio, vem uma sequência de atos que culminam no objetivo final. Um detalhe, é que o psicopata nem sempre atua diretamente. Não raro lançam mão de terceiros, as ditas interpostas pessoas na execução do propósito. A tecnologia contemporânea facilitou enormemente a ação desses endemoniados. Telefonia móvel, internet e outros recursos são largamente utilizados, quando a finalidade é causar o pânico em determinada pessoa ou sobre grupos de indivíduos. Fácil: não é lá muito difícil obter informações envolvendo nome, idade, local de residência, até dados íntimos que pessoas deixam escapar ou divulgam através dos contatos pelas redes sociais, durante conversas ao celular, por exemplo.
Assim ocorreu: ELA conseguiu captar informações de um contactante e decidiu satisfazer sua desmedida crueldade fazendo advertências indiretas sobre o intento de maltratar, até à morte, por meios hediondos, pessoa ligada a ELE através do mais estrito laço afetivo.
Como todo psicopata de carteirinha, a impunidade a tinha levado a um tal ponto que ganhara auto-confiança ilimitada, já não se preocupando mais em tomar determinadas cautelas para passar despercebida. Pior para ELA. Ele era estudioso de mentes criminosas, atuava em área profissional que lhe permitira acumular amplo e profundo conhecimento do perfil desse tipo de "gente" e da diversidade de meios que costuma usar. E tinha uma mente analítica e inteligência dedutiva incomuns, sendo não raramente acionado para colaborar no esclarecimento de delitos cujas características apontavam ser o autor um psicopata, quando nada a autoria intelectual. ELE era homem de poder nada desprezível. Detinha uma certa folga em dinheiro e, mais importante que isto, possuía conexões com o mundo político, policial e jurídico. Seus tentáculos expandiam-se para MUITO além do que ELA fora capaz de supor quando insinuou a ameaça criminosa. Tão logo desconfiou de sua interlocutora frequente, deflagrou a ação investigativa. Rápido e com precisão, tinha em mãos dados como o nome REAL, ocupação, endereços, hábitos e outros subsídios relevantes sobre ELA. Tudo para deflagrar o ataque preventivo, capaz de imobilizá-la e impedir a efetivação do crime por ELA imaginado. ELA também não foi capaz sequer de imaginar o quanto ELE podia ir longe na defesa da integridade física e/ou psicológica de um ente querido. Interpretou como expressão de ingenuidade e falta de esperteza o modo cavalheiresco e de gente boa demonstrado por ELE.
Não estava equivocada em considerá-lo um cavalheiro, com todos os predicados que fazem um cidadão assim ser qualificado. Gentil, altruísta, generoso, leal, capaz, até, de sacrificar interesses pessoais para sair em socorro de alguém, assim ELE é. Mas, bobo e condescendente com "pessoas" da espécie como ELA estava se revelando, NUNCA! Nem mesmo no caso em que o perverso é um parente. Em casos como o DELA, a FERA que todo ser humano carrega em si quando está em questão a defesa de seus queridos entes, manifesta-se com a total força animalesca e irracional possível. Afinal, em legítima defesa da própria vida e de outrem, tudo é admissível e até legal. Pois foi assim que ELE decidiu agir.

Observação: continua no próxim
o capítulo.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 23/10/2012
Reeditado em 20/11/2012
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