Gosto de Sangue - Parte 1
Assassino
Em uma chuva forte, perto das 10 da noite, um rapaz aparentando ter 30 anos com uma capa de chuva preta, puxa parte dela em seu pescoço devido o frio e olha para os dois lados na rua iluminada de um bairro de classe média. A angústia dele se tornando bem visível, até ver um jovem trabalhador saindo apressado e com a idade aproximada a sua, a casa do jovem que estava trajando roupa social e ainda se arrumando até chegar em seu carro, logo que o carro some no final da rua, o rapaz da capa de chuva aproximasse da casa, e começa a falar sozinho:
- Pela pressa e os trajes o rapaz é um trabalhador e seu modo de olhar para casa, só pode ter deixado alguém aí, mas acredito que não sejam seus filhos, ele é muito novo. - O olhar vai rapidamente ao caminho muito utilizado e ao se aproximar mais vê a porta um pouco aberta, acaba rindo. – Muito descuido, ele confia demais nesse bairro a ponto de deixar assim e o caminho ainda posso usar sem problemas.
O rapaz chega a porta pelo caminho que viu, tomando o cuidado de utilizar marcas anteriores, ao chegar a porta empurra a mesma com a mão e estando com luvas pretas, o rapaz logo na entrada vê o par de sapatos limpos e rapidamente retira os seus que deixa para o lado de fora da casa e já dentro da casa coloca os limpos do morador, ele olha envolta enquanto retira sua capa de chuva e a colocando no gancho e fecha a porta, após fazer isso para não deixar rastros caminha pela casa procurando a cozinha. Chegando ao seu destino só repara na bagunça que estava de panelas e alimentos ao chão que foram empurrados da bancada, o rapaz ao chegar mais perto vê um pedaço de carne que estava sendo cortada, olha decepcionado com o corte e ao se virar o sorriso brinca em seu rosto quando se depara com um faqueiro, ele se aproxima do lugar e já brincando com os cabos das facas, puxa uma avaliando seu fio perfeito e também via seu rosto meio duro e magro, os olhos castanhos, aquele sorriso levemente maníaco que nos dias normais conquistava algumas garotas e o cabelo sem corte caindo nos olhos:
- Faca perfeita para fazer o que quero. – olhando a cozinha novamente. – Com essa bagunça é bem visível que tentaram transar aqui. E tenho uma vantagem bem clara de minha estrutura ser bem próxima do rapaz, hoje estou com muita sorte.
Ele volta a andar pela casa ainda sorrindo pela sorte que tinha e seu olhar já na última peça com a porta semi-aberta mostrando o quarto com uma cama de casal com lençol claro desarrumado e as pernas bronzeadas de uma mulher, ao chegar mais perto ele ouve a voz sonolenta e com um sotaque forte da mulher:
- Já chegou, querido?
O rapaz ficando receoso de chegar perto pensando que teria mais trabalho, mas repara que a mulher volta a dormir e o rapaz empurra a porta e vê o corpo magro e bronzeado da mulher com aproximadamente 20 anos, ela estando nua com seus cabelos pretos bagunçados na cama, o rapaz já pensa “que garota bonita, mas não é seu dia de sorte”, ele analisa mais um pouco e relembra de seu sotaque e vendo seu cor de pele já imagina que é mexicana, aproximasse mais da bela garota indefesa em seus sonhos, retira seus cabelos do pescoço e falando em seu ouvido:
- Sim, minha querida. – Ele diz isso com a voz rouca, a mulher abre os olhos com um terror indescritível ao perceber que não era seu marido, mas nesse momento o rapaz já coloca a faca em seu pescoço e corta-o com um movimento rápido que o sangue saiu rapidamente pelo corte e junto com o corte rápido a vida da garota se vai, o rapaz com seu sorriso maníaco admira o sangue, mas acorda de seu sonho deslumbrante quando lembra do marido,deixando a faca ao lado do corpo, ele ajeita a cabeça e corpo de sua vítima para olhar a porta e enquanto faz isso se depara com a aliança dourada e a retira para ser sua lembrança. O rapaz olhando sua roupa repara que as vestes estão ilesas, mas as luvas ficaram sujas pelo sangue e limpa elas com o lenço em seu bolso, retirando o sangue e voltando a colocar o lenço no bolso, após isso volta a porta da entrada um pouco rápido, pega sua capa de chuva e retira os sapatos limpos, abrindo a porta e encaixando os pés em seus sapatos molhados, volta a encostar a porta como estava e caminha para a trilha usada para o acesso a rua, o rapaz anda mais 2 quadras até pegar um táxi e ao entrar no veículo sua feição se torna normal, mas por dentro está em êxtase.
Detetive
No dia seguinte pela manhã, a alguns quilômetros da casa onde fora chamado para começar uma investigação sobre um assassinato, o detetive e o chefe de polícia conversavam sobre o que viria, a bordo do Pontiac preto da polícia discutiam sempre sobre os métodos de investigação, que o chefe dizia que fugiam do seu controle.
- Por que sempre que aparece um caso você se tranca em seu apartamento e não divide suas suspeitas com ninguém? Sabe que eu odeio isso, sem falar que posso trazer quanta ajuda seja necessária, e...
- Primeiro são só suspeitas, segundo gosto de fazer as coisas do meu jeito e terceiro aqueles homens fardados que você diz que são policiais não encontrariam nem ovos escondidos na páscoa quanto mais um assassino que segundo me relataram não deixou nem sombra no local.
Depois de uns 20 minutos de discussão, o motorista já avisava que estavam chegando ao local do crime, estacionavam o carro praticamente em frente ao portão da casa só deixando espaço para que os outros agentes entrassem e saíssem do local, o chefe já desembarcava dando ordens a todos para onde irem, o que procurarem e relatarem tudo a ele, mesmo que fosse coisa mínima pois ele não gostava que o investigador saísse com as honras por solucionar os casos, coisa que Bryan evitava muito por ser um tanto desconfiado com relação a pessoas que não costumava ver.
Logo depois do chefe Cotton ter desembarcado, foi a vez de Bryan, o homem de cabelos castanhos com alguns fios brancos já aparentando uns 40 anos, calça jeans azul e terno marrom de camurça, já se encaminhando em direção a casa cheia de policiais com uma feição de aborrecimento e um pouco de pena pois já imaginava o que o esperava.
Já adentrando a casa, o detetive nota que a porta não foi arrombada, que o assassino foi cuidadoso em não deixar nenhum vestígio de sua passagem, ao entrar na cozinha que tinha uma porta grande já aberta e era o cômodo mais perto da entrada, encontra alguns policiais e Cotton conversando e achando que haveria uma briga já que estava bagunçada, mas Bryan rapidamente os interrompeu:
- Não houve briga, parece mais que a vitima estava necessitada de calor humano. – Disse isso erguendo uma meia-calça que já tinha sido fotografada pelos policiais.
Não valorizando muito que o colega dizia, o chefe de polícia somente fala para o detetive ir ao quarto onde estava a vitima antes de formar mais pensamentos sobre o crime.
Entrando no quarto, Bryan vê muita confusão entra os policiais que estavam tirando fotos e os que estavam colhendo amostras no local, mas a visão pior era a da jovem envolta de lençóis cobertos de sangue.
Bryan ao analisar todo o local vê que também não há sinal de briga e que a vitima foi morta rapidamente e sem chance de defesa, a arma do crime estava ao lado do corpo, mas para o detetive isso não serviria para muita coisa porque pelo que já notara do assassino provavelmente não teria deixado digital. Chefe Cotton como sempre queria saber todas as informações obtidas por seus policiais, porém Bryan já sabia toda informação que o perito podia extrair e foi logo falando para o chefe para que não enchesse sua cabeça com perguntas:
- Pelo que vi na cozinha, no quarto e sobre a arma, o crime foi entre as 9:00 e 10:00 da noite, em que ela estava fazendo o jantar que foi interrompido por seu marido que a levou para cama, mas a diversão dos dois foi interrompida por uma ligação de trabalho, deduzi isso vendo na geladeira vários lembretes que ele fazia para ele mesmo com indicações de que trabalhava sem horário determinado por isso tinha relações sempre que podia, depois que o senhor Dennis recebeu a ligação vestiu-se rapidamente e deixou um sapato mais confortável pronto para usar perto da porta, saiu deixando a porta aberta e foi trabalhar de carro.
- Mas com relação ao assassino que é o que me interessa. – Disse o chefe de corpo robusto e sem muito cabelo.
- Já chego lá meu amigo gordinho. – disse Bryan. – O criminoso viu quando senhor Dennis saiu de casa, calçou os sapatos que estavam perto da porta para não deixar as suas pegadas, ele já sabia que a srt. Penélope esta na casa, sem pressa ele teve tempo para escolher uma arma porque se estivesse com pressa pegaria a do balcão e não a do faqueiro entrou no quarto viu a jovem consciente mais com os olhos fechados e sonolenta e a esfaqueou na garganta por trás dela, enquanto a arma não creio que vamos descobrir algo, provavelmente ele estava usando luvas, não iria se preocupar com pegadas deixando suas digitais para trás, e agora vou ver se alguém no bairro pode me contar algo sobre o crime.
Saindo da casa, Bryan conversou com Dennis que foi a primeira pessoa que viu o corpo de Penélope, mas seu álibi era bom porque seu patrão tinha confirmado sua estada no escritório na hora do crime para a polícia, o detetive também tinha sido informado de que não haviam encontrado nenhuma digital ou vestígio do assassino, sem muito que fazer Bryan seguiu para sua casa onde descansou depois de um dia inteiro de investigação.
Na manhã seguinte, Bryan foi acordado por Cotton entre as 5:30, meio zonzo pois mesmo querendo descansar, foi difícil por causa das dez xícaras de café que tinha tomado, quando abriu a porta Cotton já entrou mostrando a manchete do dia em três jornais:
“JOGO DAS ESTRELAS! A cidade estará segura? Cidadões temem novos assassinatos.”
- Temos que ser rápidos para pegá-lo. – disse Cotton
Bryan rapidamente respondeu:
- Eu não posso fazer muita coisa, as pessoas só precisam se proteger mais e nós esperamos um erro do assassino.
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