O caso da esposa desaparecida
Era uma infernal noite de verão. Temperatura nas alturas e nos soando feito um cavalo depois de uma carreira, só queríamos encontrar um lugar qualquer onde pudéssemos tomar uma cerveja gelada e aproveitar a vida um pouco.
Chegamos ao bar do Jora era umas vinte e uma hora. Escolhemos uma mesa e ali pedimos uma, duas ou três geladas para ir dando um susto no calor, não demorou muito para ela entrar no bar, não ficou muito tempo e veio sentou-se em nossa mesa sem cerimonia.
Eu olhei para minha esposa, ela olhava ainda mais firme para mim, sinceramente eu vi que de seus ouvidos saia uma fumaça, e no seu semblante aquela pergunta básica que toda a mulher casada se faz quando chega alguém do sexo oposto se aproxima de seu marido.
Sinceramente eu nunca a tinha visto antes. Ela era morena, lábios carnudos e olhar penetrante, ela puxou conversa com minha mulher e falava a respeito de alguma coisa que eu não conseguia ouvir o que era, ela cochichava no ouvido de minha esposa, e com o passar dos minutos o olhar de indagação de minha esposa foi se desfazendo e dando lugar para um olhar mais sorridente e feliz.
As vezes ficava espantada, as vezes ficava feliz e as vezes ficava apenas me olhando com um olhar mais tímido. Algum tempo depois sai e fui no banheiro e quando voltei cadê as duas, sai, procurei mas não as achei. Quando cheguei em casa as coisas de minha esposa tinham sumidos, todas as roupas, todas as coisas, ela simplesmente tinha sumido.
Procurei-a por algum tempo e depois desisti, fui em tudo que é lugar para tentar encontrar-la, mas nada, ela tinha desaparecido e eu fiquei louco, procurei a policia que fez um boletim, investigou daqui e dali e não descobriu nada. Voltei ao bar da Jora, falei com todo mundo, mas ninguém nunca mais viu a morena de lábios carnudos e eu nunca mais vi minha esposa.
Dois anos depois eu estava vendo televisão e quando vi uma reportagem ao vivo no centro da capital, vi minha esposa passando atrás da repórter, não tive duvida era ela, o que estaria fazendo na capital e por que tinha sumido, isso era o que eu precisava descobrir e por isso que estou aqui para pedir a sua ajuda.
Eu ouvia tudo atentamente a historia, minha mente me dava alguma noção do que tinha acontecido, mas aquele homem parecia que necessitava mesmo da verdade e eu sábia que precisava ajuda-lo e por isso aceitei o caso, que é o mais surreal da minha longa carreira profissional.
Depois que meu cliente saiu retomei meu pensamento para o caso, alguma coisa me cheirava muito errada. Minha experiência me ensinou a não fazer suposições sobre os casos, pois quando já temos uma ideia pré-formada deixamos escapar detalhes daquilo que precisa ser formado para o desfecho do caso.
Antes de qualquer coisa eu precisava saber quem era o meu cliente, e uma pesquisa básica já me deu essa resposta. Luiz Carlos Aucheres Camargo, é filho de uma das famílias mais tradicionais de São Paulo, mas depois da morte dos pais em um acidente de avião se pegou praticamente falido. Com o dinheiro do seguro de vida havia se mudado para Caxias do Sul onde pretendia recomeçar a vida. Sobre a esposa as únicas informações que tinha era aquelas que me foram fornecidas por Luiz Carlos, quanto a morena de lábios carnudos eu não tinha informação nenhuma.
Fui atrás do vídeo onde a suposta esposa apareceu na reportagem ao vivo. Comparei com as fotos e também tive certeza que era a mesma pessoa. Era uma mulher de meia idade, pelo que o marido falou tinha quarenta e um anos, mas pelas fotos e pela imagem mostrava ter bem menos, loira, magra e alta eu diria que uma bela mulher e como uma singularidade que consegui notar pelas imagens, uma marca no pulso, algo que o zoom me mostrou se tratar de uma cicatriz, fato que não havia sido citado pelo marido.
Meu primeiro passo foi o mais racional, fui para o mesmo local onde a reportagem tinha acontecido, pois se ela passou naquele local, no noticiário do meio dia, significava que estava indo almoçar, ou vindo de um almoço, é o mais lógico, e as pessoas por natureza são rotineiras e as chances dela passar novamente no mesmo lugar era razoavelmente grande.
Passaram-se uma semana, e todos os dias estava eu no mesmo lugar, mas nada, nem sinal da esposa. Fiz algumas perguntas na região e nada. No lugar havia três restaurantes, mas em nenhum havia qualquer pessoa que já tivesse visto aquela mulher.
Não tinha muito o que fazer, aquilo tudo me parecia muito estranho e ao mesmo tempo uma perda de tempo. Estava decidido a desistir do caso, pois de modo algum conseguiria encontrar aquela mulher que mais me parecia um fantasma, mas os ventos mudaram, e aqueles acasos que acontecem raramente aconteceram.
Estava em um café na Redenção quando abri o jornal e uma noticia chamou minha atenção, uma mulher havia sido encontrada morta boiando nas águas do Guaíba, ela não tinha documentos e estava já em estado de decomposição adiantado. O corpo estava no necrotério, e ainda não tinha sido identificado, então usei o principal instrumento de trabalho de um bom detetive a intuição e ela me dizia claramente que aquela mulher poderia ser a chave para o meu caso.
Quando cheguei ao necrotério, tive que subornar o atendente que era um sujeito baixote com uma barriga roliça e meio careca, para que ele me permitisse ver o corpo. E sem pestanejar ao agrado de três notas de cinquenta me levou para dentro do local.
Nitidamente não tinha como identificar nada naquele corpo totalmente desfigurado pela decomposição, mas com um pouco de esforço notei a mesma marca de cicatriz que havia visto na esposa sumida no braço da defunta, não tive duvida, era a mesma pessoa e teoricamente minha missão estava encerrada.
Comuniquei o marido, recebi o valor combinado pelo caso e voltei para meu modesto escritório no subúrbio. Li no jornal a noticia do reconhecimento do corpo da esposa de Luiz Carlos Aucheres Camargo.
Dois dias depois estava eu no aeroporto esperando um amigo de São Paulo que vinha me visitar, quando notei na área de embarque um casal conversando. Sou uma pessoa muito curiosa e gosto muito de prestar atenção nas pessoas, e olhando atentamente para aquele casal notei alguma inquietação em ambos, por isso resolvi me aproximar.
Aproximei-me lentamente e para a minha surpresa o casal era Luiz Carlos e a esposa sumida morta, e que ali estava muito bem viva. Fiquei um instante sem entender nada.
Depois comuniquei a policia do aeroporto através de um conhecido que logo depois os deteve para averiguações. Quando o inspetor Santos chegou ao local, veio rápido me procurar. Contei a historia para ele exatamente como tinha acontecido e fomos atrás de alguma coisa que nos desse qualquer luz naquele caso. Ambos mostraram os documentos e que se veio em seguida foi ainda mais surpreendente.
A mulher junto a Luiz Carlos era sua cunhada, irmã gêmea da falecida e ambos estavam de viagem para espairecer depois do baque do ocorrido, era uma boa justificativa, não havia nada que pesasse contra eles e por isso foram liberados para viajar.
Mas algo me dizia que aquela historia ainda não tinha acabado, e por isso decidi ir a fundo nas investigações, e o desfecho desta historia você saberá no próximo capitulo.
Minha primeira reação foi tentar saber mais sobre tudo aquilo que estava acontecendo, então precisei de alguns contatos para chegar até uma informação que mudou o rumo da historia, mas antes preciso abrir um parêntese, um bom detetive precisa irrevogavelmente de bons contatos, digamos que os contatos são tudo, relações ajudam em qualquer profissão, mas na nossa área isso é uma regra, imprescindível, e eu tenho bons contatos, e foi através de um desses bons contatos que descobri a primeira pista que elucidava aquele caso.
A compra da passagem para a viagem de meu cliente e da irmã gêmea da morte ocorreu a exatamente oito dias, ou seja, eles fizeram uma reserva de oito dias, o que significa que aquela era uma viagem planejada, sem contar a burocracia para se conseguir uma viagem a exterior que leva mais alguns dias, dessa forma o motivo da viagem que inicialmente era para superar a morte da falecida ocorria neste caso por outro motivo.
O segundo ponto foi seguir os passos da irmã gêmea, e a única coisa que consegui descobrir foi que ela havia pedido demissão do serviço a mais ou menos um mês e depois nunca mais foi vista por ninguém da empresa, ou amigos.
Dessa forma voltei às atenções novamente para a esposa, e desta forma a descoberta depois de alguns dias foi mesmo surpreendente, o marido prevendo a falência de seus negócios havia feito um seguro de vida milionário em nome da esposa, e em contrapartida a mesma tinha feito um igualmente milionário colocando como beneficiário único o marido.
Tudo o que pensei então foi que marido e esposa haviam assassinado a esposa para ficar com o seguro de vida da mesma, mas uma ideia me assaltou a cabeça, e foi essa que decidi que poderia ter mais cabimento, e se a esposa não tivesse morrido e ao invés disso a irmã gêmea tivesse sido assassinada, pois assim ela morta passaria pela irmã, e o casal receberia o seguro de vida.
Assim que o casal voltou ao Brasil, um amigo da policia escutou a minha historia, e foi atrás deles, tudo por baixo dos panos, e depois de um interrogatório simples onde ele afirmou que o exame de DNA tinha provado que a esposa morta não era a esposa e sim a irmã, e usando um atributo que muito ajuda de que o marido já havia entregado o esquema e acusado a esposa pelo assassinato, essa confessou todo o caso.
Por mais sórdido que seja a mente humana ela não admite ser traída, se for para sair perdendo então nada melhor que levar o traidor consigo e nesse ponto ambos caíram. O exame de DNA comprovou a minha teoria, e o depoimento confessório da esposa deu os detalhes. Ambos mataram a esposa, e montaram a historia.
Para fugir de qualquer suspeita usaram um detetive para descobrir o corpo da esposa e depois somente o reconhecimento do corpo pelo marido e pela família da morta foram suficientes para declara-la morta, e ai receberam o seguro tudo como previsto, o que eles não contavam era com as coincidências do destino, eu no aeroporto no dia do embarque, e segundo algo ainda mais imprevisível a cicatriz no braço. A morta tinha uma cicatriz que ganhou numa tentativa de suicídio enquanto a esposa não possuía essa cicatriz. No dia que ela cruzou próximo da imagem para me dar uma luz de onde procurar, ela usou uma maquiagem muito bem feita para simular a cicatriz, mas no dia em que estava no aeroporto ela por um descuido banal ainda tinha o pulso muito vermelho como se tivesse usado algo com muita força no local para limpar a maquiagem, e a partir dali eu fui atrás do restante.
Em breve contarei outras historias minhas, por hora obrigado pela paciência em me ouvir.
Era uma infernal noite de verão. Temperatura nas alturas e nos soando feito um cavalo depois de uma carreira, só queríamos encontrar um lugar qualquer onde pudéssemos tomar uma cerveja gelada e aproveitar a vida um pouco.
Chegamos ao bar do Jora era umas vinte e uma hora. Escolhemos uma mesa e ali pedimos uma, duas ou três geladas para ir dando um susto no calor, não demorou muito para ela entrar no bar, não ficou muito tempo e veio sentou-se em nossa mesa sem cerimonia.
Eu olhei para minha esposa, ela olhava ainda mais firme para mim, sinceramente eu vi que de seus ouvidos saia uma fumaça, e no seu semblante aquela pergunta básica que toda a mulher casada se faz quando chega alguém do sexo oposto se aproxima de seu marido.
Sinceramente eu nunca a tinha visto antes. Ela era morena, lábios carnudos e olhar penetrante, ela puxou conversa com minha mulher e falava a respeito de alguma coisa que eu não conseguia ouvir o que era, ela cochichava no ouvido de minha esposa, e com o passar dos minutos o olhar de indagação de minha esposa foi se desfazendo e dando lugar para um olhar mais sorridente e feliz.
As vezes ficava espantada, as vezes ficava feliz e as vezes ficava apenas me olhando com um olhar mais tímido. Algum tempo depois sai e fui no banheiro e quando voltei cadê as duas, sai, procurei mas não as achei. Quando cheguei em casa as coisas de minha esposa tinham sumidos, todas as roupas, todas as coisas, ela simplesmente tinha sumido.
Procurei-a por algum tempo e depois desisti, fui em tudo que é lugar para tentar encontrar-la, mas nada, ela tinha desaparecido e eu fiquei louco, procurei a policia que fez um boletim, investigou daqui e dali e não descobriu nada. Voltei ao bar da Jora, falei com todo mundo, mas ninguém nunca mais viu a morena de lábios carnudos e eu nunca mais vi minha esposa.
Dois anos depois eu estava vendo televisão e quando vi uma reportagem ao vivo no centro da capital, vi minha esposa passando atrás da repórter, não tive duvida era ela, o que estaria fazendo na capital e por que tinha sumido, isso era o que eu precisava descobrir e por isso que estou aqui para pedir a sua ajuda.
Eu ouvia tudo atentamente a historia, minha mente me dava alguma noção do que tinha acontecido, mas aquele homem parecia que necessitava mesmo da verdade e eu sábia que precisava ajuda-lo e por isso aceitei o caso, que é o mais surreal da minha longa carreira profissional.
Depois que meu cliente saiu retomei meu pensamento para o caso, alguma coisa me cheirava muito errada. Minha experiência me ensinou a não fazer suposições sobre os casos, pois quando já temos uma ideia pré-formada deixamos escapar detalhes daquilo que precisa ser formado para o desfecho do caso.
Antes de qualquer coisa eu precisava saber quem era o meu cliente, e uma pesquisa básica já me deu essa resposta. Luiz Carlos Aucheres Camargo, é filho de uma das famílias mais tradicionais de São Paulo, mas depois da morte dos pais em um acidente de avião se pegou praticamente falido. Com o dinheiro do seguro de vida havia se mudado para Caxias do Sul onde pretendia recomeçar a vida. Sobre a esposa as únicas informações que tinha era aquelas que me foram fornecidas por Luiz Carlos, quanto a morena de lábios carnudos eu não tinha informação nenhuma.
Fui atrás do vídeo onde a suposta esposa apareceu na reportagem ao vivo. Comparei com as fotos e também tive certeza que era a mesma pessoa. Era uma mulher de meia idade, pelo que o marido falou tinha quarenta e um anos, mas pelas fotos e pela imagem mostrava ter bem menos, loira, magra e alta eu diria que uma bela mulher e como uma singularidade que consegui notar pelas imagens, uma marca no pulso, algo que o zoom me mostrou se tratar de uma cicatriz, fato que não havia sido citado pelo marido.
Meu primeiro passo foi o mais racional, fui para o mesmo local onde a reportagem tinha acontecido, pois se ela passou naquele local, no noticiário do meio dia, significava que estava indo almoçar, ou vindo de um almoço, é o mais lógico, e as pessoas por natureza são rotineiras e as chances dela passar novamente no mesmo lugar era razoavelmente grande.
Passaram-se uma semana, e todos os dias estava eu no mesmo lugar, mas nada, nem sinal da esposa. Fiz algumas perguntas na região e nada. No lugar havia três restaurantes, mas em nenhum havia qualquer pessoa que já tivesse visto aquela mulher.
Não tinha muito o que fazer, aquilo tudo me parecia muito estranho e ao mesmo tempo uma perda de tempo. Estava decidido a desistir do caso, pois de modo algum conseguiria encontrar aquela mulher que mais me parecia um fantasma, mas os ventos mudaram, e aqueles acasos que acontecem raramente aconteceram.
Estava em um café na Redenção quando abri o jornal e uma noticia chamou minha atenção, uma mulher havia sido encontrada morta boiando nas águas do Guaíba, ela não tinha documentos e estava já em estado de decomposição adiantado. O corpo estava no necrotério, e ainda não tinha sido identificado, então usei o principal instrumento de trabalho de um bom detetive a intuição e ela me dizia claramente que aquela mulher poderia ser a chave para o meu caso.
Quando cheguei ao necrotério, tive que subornar o atendente que era um sujeito baixote com uma barriga roliça e meio careca, para que ele me permitisse ver o corpo. E sem pestanejar ao agrado de três notas de cinquenta me levou para dentro do local.
Nitidamente não tinha como identificar nada naquele corpo totalmente desfigurado pela decomposição, mas com um pouco de esforço notei a mesma marca de cicatriz que havia visto na esposa sumida no braço da defunta, não tive duvida, era a mesma pessoa e teoricamente minha missão estava encerrada.
Comuniquei o marido, recebi o valor combinado pelo caso e voltei para meu modesto escritório no subúrbio. Li no jornal a noticia do reconhecimento do corpo da esposa de Luiz Carlos Aucheres Camargo.
Dois dias depois estava eu no aeroporto esperando um amigo de São Paulo que vinha me visitar, quando notei na área de embarque um casal conversando. Sou uma pessoa muito curiosa e gosto muito de prestar atenção nas pessoas, e olhando atentamente para aquele casal notei alguma inquietação em ambos, por isso resolvi me aproximar.
Aproximei-me lentamente e para a minha surpresa o casal era Luiz Carlos e a esposa sumida morta, e que ali estava muito bem viva. Fiquei um instante sem entender nada.
Depois comuniquei a policia do aeroporto através de um conhecido que logo depois os deteve para averiguações. Quando o inspetor Santos chegou ao local, veio rápido me procurar. Contei a historia para ele exatamente como tinha acontecido e fomos atrás de alguma coisa que nos desse qualquer luz naquele caso. Ambos mostraram os documentos e que se veio em seguida foi ainda mais surpreendente.
A mulher junto a Luiz Carlos era sua cunhada, irmã gêmea da falecida e ambos estavam de viagem para espairecer depois do baque do ocorrido, era uma boa justificativa, não havia nada que pesasse contra eles e por isso foram liberados para viajar.
Mas algo me dizia que aquela historia ainda não tinha acabado, e por isso decidi ir a fundo nas investigações, e o desfecho desta historia você saberá no próximo capitulo.
Minha primeira reação foi tentar saber mais sobre tudo aquilo que estava acontecendo, então precisei de alguns contatos para chegar até uma informação que mudou o rumo da historia, mas antes preciso abrir um parêntese, um bom detetive precisa irrevogavelmente de bons contatos, digamos que os contatos são tudo, relações ajudam em qualquer profissão, mas na nossa área isso é uma regra, imprescindível, e eu tenho bons contatos, e foi através de um desses bons contatos que descobri a primeira pista que elucidava aquele caso.
A compra da passagem para a viagem de meu cliente e da irmã gêmea da morte ocorreu a exatamente oito dias, ou seja, eles fizeram uma reserva de oito dias, o que significa que aquela era uma viagem planejada, sem contar a burocracia para se conseguir uma viagem a exterior que leva mais alguns dias, dessa forma o motivo da viagem que inicialmente era para superar a morte da falecida ocorria neste caso por outro motivo.
O segundo ponto foi seguir os passos da irmã gêmea, e a única coisa que consegui descobrir foi que ela havia pedido demissão do serviço a mais ou menos um mês e depois nunca mais foi vista por ninguém da empresa, ou amigos.
Dessa forma voltei às atenções novamente para a esposa, e desta forma a descoberta depois de alguns dias foi mesmo surpreendente, o marido prevendo a falência de seus negócios havia feito um seguro de vida milionário em nome da esposa, e em contrapartida a mesma tinha feito um igualmente milionário colocando como beneficiário único o marido.
Tudo o que pensei então foi que marido e esposa haviam assassinado a esposa para ficar com o seguro de vida da mesma, mas uma ideia me assaltou a cabeça, e foi essa que decidi que poderia ter mais cabimento, e se a esposa não tivesse morrido e ao invés disso a irmã gêmea tivesse sido assassinada, pois assim ela morta passaria pela irmã, e o casal receberia o seguro de vida.
Assim que o casal voltou ao Brasil, um amigo da policia escutou a minha historia, e foi atrás deles, tudo por baixo dos panos, e depois de um interrogatório simples onde ele afirmou que o exame de DNA tinha provado que a esposa morta não era a esposa e sim a irmã, e usando um atributo que muito ajuda de que o marido já havia entregado o esquema e acusado a esposa pelo assassinato, essa confessou todo o caso.
Por mais sórdido que seja a mente humana ela não admite ser traída, se for para sair perdendo então nada melhor que levar o traidor consigo e nesse ponto ambos caíram. O exame de DNA comprovou a minha teoria, e o depoimento confessório da esposa deu os detalhes. Ambos mataram a esposa, e montaram a historia.
Para fugir de qualquer suspeita usaram um detetive para descobrir o corpo da esposa e depois somente o reconhecimento do corpo pelo marido e pela família da morta foram suficientes para declara-la morta, e ai receberam o seguro tudo como previsto, o que eles não contavam era com as coincidências do destino, eu no aeroporto no dia do embarque, e segundo algo ainda mais imprevisível a cicatriz no braço. A morta tinha uma cicatriz que ganhou numa tentativa de suicídio enquanto a esposa não possuía essa cicatriz. No dia que ela cruzou próximo da imagem para me dar uma luz de onde procurar, ela usou uma maquiagem muito bem feita para simular a cicatriz, mas no dia em que estava no aeroporto ela por um descuido banal ainda tinha o pulso muito vermelho como se tivesse usado algo com muita força no local para limpar a maquiagem, e a partir dali eu fui atrás do restante.
Em breve contarei outras historias minhas, por hora obrigado pela paciência em me ouvir.