À MANEIRA DE CHARLES BUKOWSKI

Eu ia passar a perna na vaca da princesa loura, mas ela me trapaceou primeiro. Ela me pegou no estacionamento do hipódromo numa limusine com motorista, montei no carrão e quis fazer o serviço ali mesmo, mas ela não deixou. Eu devia ter ficado puto mas o seu recolhimento me deixou mais excitado. Ela não me deixou nem passar a mão nos peitinhos.

Santa Mônica, California, calor dos diabos. Essa princesa loura estava do meu lado na tribuna, “you won a lot of money, brazillian”, ela disse, o cavalo que eu apostara venceu pelo nariz, “quer que eu lhe faça feliz?”, eu disse, e a saia dela ergueu-se para mostrar-me gordas e extraordinárias coxas, “the people pay two hundred to be with me”, ela disse.

Depois ela me levou para um hotel de beira de estrada, um motel de terceira que não tinha nem cama redonda e banheira de hidromassagem, coisas que qualquer motelzinho de São Paulo possuí. Mas eu já não estava mais ligando para nada, ela sabia o que estava fazendo, ela era uma profissional, aquele pudor todo havia me deixado louco. Quando entramos no quarto, avancei sobre ela como um cão danado. Comecei a lamber ela toda de roupa e tudo, ela colocou a mão na minha boca e eu lambi a mão dela, mordi o dedo dela, daí ela apertou a minha boca com força, então abri os olhos e ela disse que tinha que ir ao banheiro.

É, ela usou o velho truque do banheiro. Eu pensei que isso só acontecesse nos filmes. Fiquei deitado na cama esperando um, dois, três, quatro, cinco minutos. Olhei para o banheiro e havia água vazando por debaixo da porta. Arrombei a porta e o banheiro estava vazio, com a torneira da pia aberta transbordando e a janela arrombada.

Corri para todos os lados, não sei como, mas ela havia levado a minha maleta de dinheiro com ela ao banheiro. Ou estava no carro? Corri para o carro de cueca, mas a maleta não estava mais lá, só o motorista, um porto-riquenho enrolado, que após eu contar a ele o que acontecera, ficou mais puto do que eu. Erro de vernáculo meu amigo.