Opção Errada

A viatura avançava rápido pela noite. Havíamos recebido a missão de atendermos a uma ocorrência de assalto à mão armada. O endereço, um tanto indistinto, situava-se em uma das vilas populares de nossa área de atuação. Paramos o veículo em frente a um acanhado botequim com o intuito de obtermos informações relativas ao endereço.

Descíamos da viatura quando um rapaz negro, mal vestido, evadiu-se rapidamente do local. Logo deduzimos: é o assaltante. Corremos atrás do indivíduo. Ele, vendo-se perseguindo, adentrou num beco fétido e mal iluminado.

O suspeito fizera a opção errada: o beco não tinha saída.

Rapidamente, apesar da alta dose de adrenalina gerada pela perseguição, traçamos um plano para colocá-lo em xeque-mate.

No beco, dispusemo-nos de forma estratégica, dando-lhe em seguida voz de prisão:

- Pare! É a polícia. Coloque as mãos para cima!

O negro, ante a iminência da prisão, ao invés de obedecer à lacônica ordem, levou a mão esquerda à cintura e sacou uma arma.

Dois estampidos, quase simultâneos, romperam o silêncio da noite.

Aproximamo-nos. O corpo do jovem negro jazia no chão batido do beco, imerso em uma grande poça de sangue. Empunhava, na mão esquerda, a imitação plástica de uma pistola de calibre .40.

Mallmith
Enviado por Mallmith em 06/01/2007
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