Opção Errada
A viatura avançava rápido pela noite. Havíamos recebido a missão de atendermos a uma ocorrência de assalto à mão armada. O endereço, um tanto indistinto, situava-se em uma das vilas populares de nossa área de atuação. Paramos o veículo em frente a um acanhado botequim com o intuito de obtermos informações relativas ao endereço.
Descíamos da viatura quando um rapaz negro, mal vestido, evadiu-se rapidamente do local. Logo deduzimos: é o assaltante. Corremos atrás do indivíduo. Ele, vendo-se perseguindo, adentrou num beco fétido e mal iluminado.
O suspeito fizera a opção errada: o beco não tinha saída.
Rapidamente, apesar da alta dose de adrenalina gerada pela perseguição, traçamos um plano para colocá-lo em xeque-mate.
No beco, dispusemo-nos de forma estratégica, dando-lhe em seguida voz de prisão:
- Pare! É a polícia. Coloque as mãos para cima!
O negro, ante a iminência da prisão, ao invés de obedecer à lacônica ordem, levou a mão esquerda à cintura e sacou uma arma.
Dois estampidos, quase simultâneos, romperam o silêncio da noite.
Aproximamo-nos. O corpo do jovem negro jazia no chão batido do beco, imerso em uma grande poça de sangue. Empunhava, na mão esquerda, a imitação plástica de uma pistola de calibre .40.