A CAMAREIRA.

A CAMAREIRA.

Hotel cinco estrelas, top de linha, tarde de inverno, quatro graus centígrados no Condado do Mississipi em Charleston, Estados Unidos.

Suítes espaçosas com hidromassagem, piscina, sauna à vapor, cama redonda rotativa, luz negra e climatizador.

A nível presidencial, frequentado por uma população de elite da cidade, tal como, empresários, gerentes de bancos, chefes de poilícia, políticos, jogadores de Basketbol e artistas.

No oitavo andar, quarto número 835, aposento de menor porte, às 16:35 horas, aproximadamente, foi notado um filete de fumaça que saia por baixo da porta de entrada, aumentando de intensidade a cada minuto que passava.

Comunicado o gerente geral da instituição, após vários chamados através de batidas na porta, este ordenou o arrombamento, o que foi feito imediatamente. Ao adentrar ao quarto, o gerente, um auxiliar e uma camareira, depararam-se com um quadro estarrecedor. Um casal, na cama desfeita, por entre a densa fumaça que tomava conta de todo o interior do espaço, totalmente desnudos, com semblantes horríveis, edemaciados, circundados por vômitos alimentares que se espalhavam por toda a cama, até o espelho que se encontrava ao fundo, próximo aos travesseiros. O casal já estava em óbito a algumas horas. No banheiro, o chuveiro ligado, aberto às aguas quentes, causando todo aquele clima nublado e quente dentro do recinto.

Chamada a Polícia, iniciou-se o inquérito policial, para apurar as razões daquelas mortes trágicas. Na Delegacia Policial, após alguns meses de investigação, ficou constatado que já haviam ocorrido cerca de seis eventos com mortes semelhantes, naquele estabelecimento, sem que se chegasse a um culpado pelos acontecimentos.

O inspetor Robert Baltrin, com vinte anos de bons serviços prestados à Polícia local, ficou encarregado de levantar todas as provas que pudessem indiciar alguém, pelo delegado Willians Stiven, pois os dois chegaram à conclusão que aqueles crimes não foram cometidos por nenhum dos clientes do hotel e sim por pessoas que não estavam no interior dos quartos.

Inicialmente, Robert pediu ao gerente geral, uma lista de todos os empregados e as fichas de registro das vítimas. Foi também solicitado junto ao IML, o resultado do exame toxicológico dos mortos no hotel. Robert pediu, sigilosamente, a chave dos armários dos empregados para averiguar seus pertences em busca de instrumentos que pudessem associar-se aos crimes.

Após alguns dias de busca intensa da verdade, Robert descobriu que todas as vítimas foram mortas por envenenamento com Arsênico e já com certa convicção do responsável pela autoria dos assassinatos, resolveu pegar o criminoso com a boca na botija.

Hospedou-se no hotel, com identidade falsa, fingindo ser um rico fazendeiro do interior, alugando uma suíte no 9º andar, com a detetive Kate Maeling, travestida de esposa do milionário.

Iniciaram o plano imediatamente à chegada. Pediram ao serviço de cozinha um jantar especial regado ao melhor vinho existente na casa.

Após servido o banquete continuaram com a estratégia policial, descartando todos os alimentos servidos bem como o vinho. Depois foram ao banheiro e abriram as torneiras de água quente inclusive do chuveiro, tomando o cuidado de deixar sua porta aberta para a passagem da fumaça que certamente se formaria com o calor da água fervente. Feito isso, deitaram-se na cama depois de se maquiarem com pós vermelhos sobre as faces e troncos, pintando também as vestes.

Aguardaram deitados por duas longas horas, saboreando o gosto amargo da indecisão e da incerteza, com seus corpos suados pelo calor insuportável que a cada momento aumentava.

De repente a porta se abriu e de dentro daquela espessa nuvem de fumaça surgiu uma mulher de mais ou menos quarenta anos, cabelos ruivos, nariz e face vermelhos, a camareira, agindo com nervosismo, dirigindo-se diretamente às malas, abrindo-as, remexendo-as, procurando algo de valor para subtrair, quando lhe foi dada voz de prisão pelos policiais Robert e Kate, que depois encontraram o "pó da herança", Arsênico, em seu armário.

O Tribunal a considerou culpada pelo assassinato de doze pessoas, sendo condenada a cento e trinta anos de reclusão.

Por: Jaymeofilho.

11/08/2010.

Jaymeofilho
Enviado por Jaymeofilho em 11/08/2010
Reeditado em 11/08/2010
Código do texto: T2430811
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