OS INVISÍVEIS - PARTE 5

Ele saiu às pressas e com longos saltos em poucos segundos estava no setor de bagagens do aeroporto. Não conseguia localizar Raiska nem tampouco viu qualquer sinal de Lourdes.

Ele resolveu procurar pelo saguão e uma tv ligada apresentava uma entrevista com a Doutora Lourdes que teria uma palestra marcada para as 21 h. no salão de conferências da PUC. Isto definitivamente complicava as coisas. Então Lourdes não era DLX. O que ou quem seria então? Arriscou novamente um contato com Raiska, mas a voz ao microfone não deixava dúvidas. Ela havia caído nas mãos deles. O que fazer?

– Ouça quem quer que seja! Raiska está em nosso poder Queremos a fórmula da máquina de reversão!

– Alô...Desligaram.

Hélio lembrou-se do site do controle da inteligência. Raiska deveria ter um emissor de sinal em algum ponto do seu corpo. Valia à pena averiguar. Ao fazer o caminho de volta, viu uma moto ainda embalada para transporte, mas um pequeno logotipo chamou a sua atenção, DLX então é o prefixo de uma moto e não uma mulher. O que terá lá? Por enquanto não fariam mal à Raiska, ela era moeda de troca. Resolveu aguardar. Não tardou a aparecer a figura de Patchenko junto com um outro russo alto e muito forte. Hélio resolveu aproximar-se guardando uma distância prudente, mas perto o suficiente para ouvir o que conversavam.

– Está dentro do tanque de gasolina. Falou Patchenko.

– Ela vai para lá quando? Assim que terminar os compromissos aqui. Creio que amanhã à tarde.

– Vai ser brinquedo! Desta vez temos o governo americano na mão.

– Droga! Voltamos à estaca zero. DLX pode ser abreviatura de um nome e não um prefixo. A chave refere-se afinal a que? Hélio procurava entender o que estava acontecendo. A chave não era seguramente a máquina de reversão. Era outra coisa. Desta forma, Lourdes voltava a ser suspeita. Por outro lado, eles ainda não tinham a fórmula da máquina de reversão. Pretendem trocar por Raiska.

– Alguém deles deve estar na mesma situação em que me encontro então eles precisam igualmente da fórmula.

Voltou para o carro. Descobriu que o sinal eletrônico estava funcionando desta forma conseguiria rastrear o paradeiro de Raiska.

– É isso! Uma bomba! Eles podem ter usado a máquina para esconder uma bomba. A chave destina-se a detonar o artefato ou destravar o relógio. “Desta vez temos os americanos nas nossas mãos”. Eles planejam explodir algo muito grande ou importante. Na forma invisível, uma bomba pode ser levada para qualquer lugar sem causar suspeitas. O teste que fizemos mostra que até mesmo os sensores de fotocélula são ineficientes para localizar algo invisível. Hélio pensava em tudo isso ao mesmo tempo em que ampliava o mapa. O sinal de Raiska na tela mostrava que estavam em algum lugar na cidade. Precisava rodar o mapa e tentar localizar.

Finalmente conseguiu localizar um prédio provavelmente em construção na zona sul.

– Eles estão no terceiro andar. Terei que escalar por fora.

Hélio rumou para o endereço visto no mapa dirigindo o mais rápido possível, mas com cautela para evitar a abordagem de algum guarda de trânsito o que seria um desastre. Estacionou em um local afastado e começou a escalar o prédio com a ajuda de uma corda que pendia do quarto andar. Com a diferença gravitacional a seu favor em pouco tempo estava no terceiro andar. As paredes do prédio ainda não estavam completas e havia ainda muitos espaços abertos. Em uma pequena sala ao centro uma luz acesa Indicava que deveriam estar ali. Com efeito. Raiska estava sentada em uma cadeira rústica com as mãos e pés amarrados e uma mordaça de fita adesiva que cobria-lhe a boca. Havia apenas um homem forte e alto cujo rosto não podia ver, mas provavelmente era o mesmo russo do aeroporto. Havia bastante equipamento de rádio instalado naquela sala para um prédio em construção embora as obras estivessem paradas há algum tempo. O homem saiu da sala falando em russo com alguém ao celular e andou até as imediações da borda do prédio.

– Isto! Fique aí! É assim que eu quero. Falou Hélio com seus botões. Aproximou-se então e desferiu um potente chute no traseiro do grandalhão que alçou um belo vôo indo estatelar-se em uma pilha de tijolos abaixo.

– Aposto que não sobrou um osso inteiro. Gritou para Raiska. Correu então para livrar a companheira. Ouviu-se o barulho de um motor e um carro estacionou ao lado do prédio. Dois homens saíram e começaram a subir pelas escadas. Hélio e Raiska resolveram ficar e observar mais um pouco.

– O que ouve aqui? Perguntou um deles. Onde diabos o Nicolai está com a garota? Não era para estar aqui?

– Hora Jô! Retrucou o outro. – Você conhece o Nicolai, deve estar tirando uma casquinha. Ao ouvir isso, Raiska mordeu os lábios de raiva e saltando de onde estava aplicou um forte ponta pé bem na parte mais sensível da região genital do homem que cambaleou dobrando-se para a frente, mas não deu sorte. Encontrou o pé de Hélio que desferia um certeiro ponta pé em seu queixo. O Outro, um sujeito franzino de terno e gravata provavelmente um dos chefões tentou correr, mas hélio o atingiu com um tiro certeiro.

– Este aqui agora vai desembuchar tudo o que sabe ou vai fazer companhia pro monte de ossos lá em baixo. Droga! Outro russo? Parece que a máfia russa mudou-se para cá.

O russo recobrava os sentidos e tentava levantar, Hélio então deu-lhe um forte tapa de boas vindas.

– Desembuche, conte tudo o que sabe ou te mato agora!

– Não sei muita coisa, juro! Minha função era matar Raiska assim que recebesse ordens. Onde está Nicolai?

– Nicolai virou um monte de ossos e você terá o mesmo destino caso esteja mentindo.

– Espere! Falou Raiska. Eu ouvi enquanto estava amarrada umas conversas em russo pelo rádio. Eles não sabem que entendo a língua. Não dá pra acreditar, mas acho que os cretinos estão planejando nada menos que explodir o Pentágono.

– Você deve estar brincando.

– Hora! Meu amor um pequeno e silencioso helicóptero comandado por controle remoto, devidamente invisível aos radares, pode pousar no centro do Pentágono e.. Puft!

CONTINUA

Lauro Winck
Enviado por Lauro Winck em 19/07/2010
Reeditado em 19/07/2010
Código do texto: T2386684
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