ANA MARA

Ela caminhava apressada pelo estacionamento do shopping em direção ao seu Audi A3 2006 cinza metálico, carro de pobre metido a besta como dizia sua amiga Natalia, além de amiga era colega de trabalho na joalheria especializada em bijuterias de alto custo com designer nacional para exportação, Ana Mara gostava de trabalhar lá, já conhecera muita gente boa e importante, além de garantir umas férias bem merecidas em um resort de luxo em Pernambuco, cortesia de um empresário capixaba do setor de mármore e granito, mas detestava fechar o caixa no fim de semana depois do horário de fechamento da loja , quando terminava já era tarde e o shopping já fechara e ela tinha que sair sozinha para pegar o carro estacionado no pátio lá embaixo próximo a cerca perto da pista , onde ficavam as vagas reservadas para os funcionários das lojas como dizia o administrador do shopping com certa dose de desprezo na voz, como quem diz empregadinhos, ela queria ver quando ela abrisse a sua loja como aquela bicha velha debochada iria tratá-la, se tudo desse certo como Jorge prometera, logo, logo ela iria poder olhar aquelas peruas deslumbradas de cima, como proprietária e não como uma vendedorazinha qualquer, dera um ultimato a Jorge se ele a amasse mesmo iria ajudá-la a realizar seu sonho senão podia ir arrumando outra namorada de fim de semana que aturasse suas manias e seus amigos tarados da terceira idade todos a olhando como se a estivessem despindo bem ali no salão do hotel em São Paulo ou no restaurante no leme, lugares onde ele evitava levar sua mulher velha e gorda, gorda como ele alias, mas pelo menos ele sempre fora bom para ela, sempre a tratara com respeito e atenção, diferente dos outros que conheceu ao longo dos seus trinta e cinco anos de vida, TRINTA E CINCO, mas com corpinho de vinte, pernas musculosas e saradas, abdômen tanquinho, bumbum durinho e empinado fruto de horas e horas de malhação nos fins de semana, aliadas a uma alimentação saudável e balanceada, coca-cola só light, hambúrguer nem pensar, sanduíche natural é bem melhor, nada de ficar como essas adolescentes de coxas flácidas e cheias de celulite de hoje, com um pé de barriga dobrando por cima do cós da calça, não, com ela não, ela sabia do que os homens gostavam, do que queriam e valorizavam, mas o seu motivo de orgulho maior eram os seios fartos e firmes com marquinha de biquíni, originais de fabrica, seus mesmo, nada comprado na mão de cirurgiões plásticos em prestações a perder de vista, ela sabia que Jorge preferiria morrer a perdê-la, tal certeza a fazia sentir um arrepio gostoso na espinha, aquele homem poderoso a quem políticos vinham pedir dinheiro para suas campanhas, e empresários estrangeiros convidavam para o jantar, comendo na sua mão como um cachorrinho, às vezes ela o comparava a um menininho apaixonado para quem o menor dos pedidos dela era uma ordem urgente, mas ela cansara de ninharias ela queria mais, merecia mais, esperava muito mais do que um apartamentozinho na praia do canto ou um carro semi novo no fim do ano, tudo para não chamar a atenção, não podemos dar na vista dizia ele, com medo da cachorra velha que era a sua esposa, branca sebosa na casa dos quarentas, mas com cara de sessenta, por causa das manchas de gravidez na cara gorda e chata de descendente de Paraíba, nossa ela não conseguia entender como Jorge conseguia manter relações com aquela criatura obesa e suada, Deus a mulher fedia a cêcê, e se achava, mas a lagoa ia secar jacaré, Jorge prometera que era só o tempo de acertar a papelada com os advogados, até o fim do ano ele estaria livre da porca gorda, e aí, aí sim eles iam poder viver a vida como ela tinha que ser vivida, a dois, só os dois, passeando de lancha na baía de Vitoria, comendo moqueca de peixe em Guríri, jantando na praia do canto, dançando forró em Itaunas, curtindo o inverno em Domingo Martins sem medo de serem visto por algum conhecido indiscreto, invejoso e fofoqueiro, Apresentada como a mulher e não como amiga de um empresário rico e poderoso.

Ana Mara estava ocupada com esses pensamentos , quando ouviu passos atrás de si , ela se voltou, mas não viu ninguém, levantou a cabeça e olhou por cima dos outros carros estacionados próximos ao seu e também não viu ninguém, apertou a bolsa de grife junto ao corpo, abriu o zíper e pegou lá dentro um estilete, lembrança dos seus tempos de professora substituta na serra, onde tinha que lidar com mães violentas, pais alcoolizados e diretores frouxos, que achavam que seus anjinhos (aviões do trafico) podiam fazer o que bem quisessem com a professora substituta, que ela tinha que entender afinal eram crianças, bem, dois de menor e uma vagabunda aprenderam que com ela a coisa era diferente, e verdade que perdera o emprego e nunca mais voltara na Serra, mas com ela nenhum marginal ia se engraçar não senhor, ela ouvira dizer que na semana passada uma menina que trabalha na praça de alimentação fora roubada ali no estacionamento por dois pivetes que saltaram a cerca e levaram a bolsa e o celular da garota na cara dura e o banana do segurança não fora atrás deles porque eles tinham pulado a cerca de dentro para fora e corrido pra rua , fora da área do shopping ele não podia fazer nada e que ela tinha que ligar pra policia, foi o que ele dissera pra moça, claro que amenina não ligou, ligar pra quê? , ninguém ia aparecer e mesmo se aparecesse, iam dizer que não podiam fazer nada que os bandidos já tinham saído do flagrante, que eram menores coisa e tal, bla! , bla! , bla! , já havia se passado um minuto desde que Ana Mara ouvira os passos e não vira ninguém, estava perto do carro agora, o momento mais perigoso para ser abordada por marginais, conforme aprendera com um ex namorado, policial, carinha gente fina, certinho, sem futuro na carreira, mas que fora o único que a pedira em casamento, pedido que ela recusou por medo de ficar viúva cedo , por onde será que ele andava agora , da ultima vez que ouviu falar dele foi por meio de uma antiga colega de faculdade , ele estava dando aulas de defesa pessoal em uma academia em vila velha , até pensara em ir lá vê-lo , perguntar como estava , se tinha casado , esse tipo de coisa , mas achou melhor não , passado é passado e Jorge poderia não gostar caso ficasse sabendo , ela pensava em tudo isso enquanto olhava para os lados e abria a porta do carro , jogou a bolsa no banco do carona , entrou no carro e baixou os pinos automáticos das portas , virou a chave na ignição e deu a partida saindo de ré da vaga , acelerando pra não dar chance pra nenhum moleque filha da puta se meter a besta , foi quando aconteceu , um segundo de vacilo e pronto tava a merda feita, acertara um carinha que aparecera do nada bem atrás dela , o sujeito voara literalmente uns três metros e caira sobre o capô de um Astra hatch prata com vidro fumê de rodas rebaixadas , carro de mauricinho , ela chegou a pensar em cair fora, mas olhou pelo retrovisor e viu o cara caído , corpo virado de lado, pernas jogadas de um jeito estranho , ela abraçou o volante e encostou a testa na buzina, o barulho a fez pular no banco e bater a cabeça no teto, tamanho foi o susto que levou, que abriu a porta , desceu do carro e correu pro carinha estatelado no asfalto , se agachando junto dele começou a chamá-lo , ei ! , ei!ei! Primeiro em voz baixa com medo de alguém ouvir, depois mais alto em um tom de voz aflito, mas baixou a voz, com medo de um segurança aparecer, deus ela queria sumir, mas não podia deixar o cara ali daquele jeito, ela começou a sacudi-lo e chamá-lo, estava ficando mais nervosa ainda com aquele silêncio dele, estava quieto, não se mexia, ela começou a ficar com medo mesmo, foi aí que viu o sangue escorrendo de uma ferida horrível no lado da cabeça que estava no asfalto, sangue, muito sangue, vermelho, fedido, horrível, deus o que fizera, meu deus, era tudo que pensava enquanto sufocava um grito com as mãos sobre a boca, estava sentadas no chão, costas apoiadas no pára-choque do Astra , o corpo tremendo , lagrimas correndo soltadas por sua face morena, a maquiagem borrada.

Estava esticando o braço para tocar o corpo caído, quando uma mão forte a agarrou pelo pulso quase esmagando seus ossos , e outra tapava sua boca apertando seu maxilar a ponto dos seus dentes rangerem devido ao atrito de uns contra os outros, com voz rouca e dura ele ordenou: calada!¨, dando um tranco nela para mostrar que falava serio, ela concordou com a cabeça, ele afrouxou o aperto do pulso e foi baixando a outra mão devagar enquanto a encarava bem dentro dos olhos.

Ele a levantou pelos ombros, a enfiou de cabeça no Audi, tomando a direção saiu devagar contornou as fileiras de carros estacionados e parou na cancela do estacionamento deu uma olhada rápida no porta-copo no console do carro, pegou o cartão de estacionamento, esses cartões tipo cartão de banco, o passou pelo leitor e saíram tranquilamente para a pista, entrando no fluxo de veículos da avenida beira mar, ela estava sentada encolhida, pés sobre o banco, cabeça baixa, chorando baixinho sussurrava entre soluços uma oração pedindo perdão, o homem a seu lado dirigia calado , tinha acendido um cigarro e aberto um pouco os vidros das janelas para que a fumaça saísse , mexia agora no painel, tentando sintonizar uma rádio qualquer, até que parou em uma que tocava musicas dos anos oitenta, estava tocando monte castelo de Renato Russo, ele cheirava a loção de barbear, óleo hidratante, cigarro forte sem filtro e conhaque, vez por outra soltava uma baforada de fumaça pela janela seguida de um pigarro seco, acompanhava o ritmo da musica com os dedos batendo sobre o revestimento de couro do volante.

Você vai me seqüestrar? , perguntou ela

Não, respondeu ele sem dar importância à pergunta

Vai me entregar pra polícia, perguntou ela, mexendo os pés sobre o assento do banco do carona

Não, não vou te entregar pra polícia disse com voz entediada

Você conhecia aquele cara? , perguntou o estranho

Não! Claro que não! , respondeu apressada

Calma não precisar se alterar... Na verdade assim e bem melhor pra todo mundo... Já pensou se ele fosse seu conhecido, seria bem pior, concluiu ele voltando a ficar mudo

Pra onde você esta me levando? , Quis saber, enquanto pensava no absurdo da situação em que se metera

Pra casa... Sua casa se apressou em dizer ao perceber como ela ficara hirta no banco do carona

Quem e você? , gritou ela, levantando a cabeça e olhando pela primeira vez para seu seqüestrador

Você não se lembra mesmo de mim hein?! , Mara. Ele pronunciou seu nome com um sorriso largo, franco e de olhar triste

Seu rosto estava mais magro, as olheiras mais destacadas a barba feita, usava camisa clara de manga comprida, calça social com cinto combinando, sapatos pretos, mas era ele, era ele mesmo, nossa mudara tanto e não mudara nada.

Era ele, Sandro! , depois de tanto tempo, o noivo recusado, o policial certinho sem futuro na carreira, viera lhe salvar como um herói de filmes noir, ela queria lhe perguntar como ele aparecera por ali, de onde viera, o que estava fazendo no estacionamento, porque a ajudara, mas ele só a olhava sorrindo, como o gato que comeu o rato , como se achasse graça de tudo e de todos , isso a irritava a irritava muito, a irritou no passado e a irritava agora, para quebrar o clima sem parecer mal agradecida a seu salvador ela perguntou:

Não vai te dar problema no trabalho? , sabe? Ajudar-me a sair de lá? , você nem ligou pra polícia ou acionou ao samu, você vai voltar lá? Ver como aquele cara ficou ou coisa assim!

Ei! Calma! , vamos devagar ta bom! , primeiro não vai me dar problema nenhum no trabalho ter te ajudado a sair de lá, segundo não vou ligar pra ninguém, até porque agora já não adianta mesmo, por ultimo não vou voltar lá, nem quero saber como ele ficou ou deixou de ficar ok! , ele dizia essas coisas enquanto baixava o volume do rádio e acendia outro cigarro, se ajeitando melhor no banco do motorista e ajustando o retrovisor interno

As respostas dele a pegaram de surpresa, ela nunca esperaria ouvir isso dele, justo dele que se tornara policia pra endireitar as coisas, contrariada deixou escapar em tom de ironia:

E assim que a policia age agora?

A polícia eu não sei, na verdade nunca soube como ela age, mas e assim que eu ajo desde que saí de lá

Você saiu da polícia? Perguntou incrédula

Mas era sua vida, tudo que você queria você... Você nasceu polícia... Não, serio às vezes eu achava que você tinha nascido pra ser policial, mesmo.

Enquanto falava, prestava mais atenção naquele que fora seu pretendente, estava mais magro, parecia mais alto, seus cabelos pretos agora apresentavam alguns fios grisalhos, fumava agora e usava roupas de advogado, daquele que conhecera restara o sorriso irônico , os olhos tristes e o tronco musculoso que sempre chamara sua atenção , mas até a voz e o modo de falar estavam diferentes , ela se enganara, ele mudou , mudou muito.

Ele começou a falar quando ela se calou, concentrada em sua nova avaliação:

Saí da polícia logo depois que me formei em advocacia na UFES, comecei a trabalhar com assessoria jurídica e consultoria na área de segurança privada, pra sua sorte tinha acabado de sair de uma reunião com a administração do shopping a respeito das responsabilidades da empresa sobre sinistros ocorridos nas suas dependências , quando te vi andando no estacionamento quase não acreditei que era você , eu estava para sair do meu carro e puxar conversa contigo, quando você entrou no Audi e fez aquela barbeiragem , jogando aquele infeliz bem em cima do meu carro a principio fiquei meio sem saber o que fazer por causa do susto eu acho, mas aí você desceu do carro correu pra perto do coitado e começou a falar e a mexer nele, depois que você se sentou no chão e começou a chorar, saí do carro e comecei a te chamar, mas você estava quase histérica por isso te tratei daquela formar, pra fazê-la calar e não chamar a atenção daqueles seguranças relaxados, por mais acomodados que sejam se você começasse a gritar, aqueles energúmenos trancados lá dentro do shopping iriam ouvir e acabariam vindo dar uma olhada, por fim chamariam à polícia e aí sim nos dois íamos ter muita coisa para explicar.

Mas e as câmeras de segurança, será que elas não pegaram nada? , tem um monte delas espalhadas pelo shopping, pelo estacionamento também, alguma delas pode ter filmado o que aconteceu, alguém vai ver o que eu fiz, vão chamar a policia vou ser presa, você tem que me ajudar Sandro, você e advogado você viu que não foi por querer, eu não vi ele, ele apareceu de repente atrás do carro eu tentei ajudar, tentei socorrer ele, mas você viu que não dava, eu, eu tenho que sair daqui, tenho que ir embora, o Jorge e isso vou ligar pro Jorge vou contar tudo pra ele, ele vai me dizer o que fazer, ele vai ligar pra umas pessoas e tudo vai dar certo, você vai ver, ele vai resolver tudo isso, vou ligar pro Jorge agora mesmo.

Sandro tentava acalmá-la falando sobre pontos cegos, locais onde as câmeras não filmavam, sobre o fato dos seguranças serem relapsos e se preocuparem só com o prédio principal e não com as estruturas anexas, Mas ela não ouvia só queria falar com Jorge, Jorge sim resolveria o problema, abafaria o caso, ele apagaria aquela maldita noite da sua existência, então ela se mostraria muito grata e agradecida do jeito que só ela sabia e ele gostava.

Ela pensava apressada enquanto revirava o interior da bolsa a procura do celular que não encontrava, o que a deixava mais nervosa ainda, jogando a bolsa no piso do veiculo abriu a porta luvas e começou a procurar o celular jogando tudo no piso do carro, urrando de raiva começou a esmurrar com os punhos o painel do Audi enquanto batia os pés, pisoteando tudo que jogara no chão, parecia uma criança pirracenta tendo um ataque.

Quando ela tentou abrir o a porta do carro em movimento, Sandro jogou o automóvel de lado no acostamento com um golpe de direção, pisou no freio de vez, o resultado foi que Ana Mara ficou igual a uma bolinha de fliperama dentro do Audi, pra frente e trás até parar descabelada no piso do carro, enfurecida olhou pra cima, para o motorista e se esticou toda para pega-lo, suas mãos em garras procuravam fatiar o rosto de Sandro, suas unhas afiadas pintadas de rosa claro riscando o ar a centímetros do rosto dele, os dois lutavam agora dentro do veiculo compacto que balançava no acostamento da via, os outros carros que passavam buzinavam e piscavam os faróis, enquanto os mais pra frente gritavam palavras obscenas de incentivo pelas janelas, achando que aquele balanço do carro era causado pelo movimento frenético dos corpos de um casal se pegando às margens da rodovia, dentro do carro Ana Mara se esforçava em rasgar a cara de Sandro, forçava o tronco para frente, enquanto cerrava os dentes e arfava de raiva e ódio por aquele homem que a segurava pelos pulsos sem fazer força e a encarava com um sorriso irônico de divertimento e desafio, virando a cabeça para os lados tentava morder os braços deles a fim de livrar os pulsos, mas ele os torcia ainda mais e ria com gosto das suas tentativas de machucá-lo , aí ela não agüentou , puxou lá do fundo do peito aquele escarro mais grosso e nojento que pode e o cuspiu bem na cara dele, pronto! , Sandro torceu seus pulsos para trás os prendendo com uma mão que mais parecia um alicate de pressão, com a outra agarrou seus cabelos pela nuca puxando sua cabeça pra trás com tanta violência que ela não pode deixar de gritar de dor, ele a puxou de vez e começou a beijá-la com raiva, com força, com vontade, ela tentava se esquivar, mas ele apertava seus pulsos contra as costas e puxava seus cabelos, ele beijou sua boca esmagando e mordendo seus lábios até eles sangrarem, se jogou sobre seu corpo, o banco cedendo sob o peso dos dois, ele agora a soltara e desamarrara os cordões do seu corselete, agarrando seus seios com força começou a mordiscar e a passar a ponta da língua quente e molhada em movimentos concêntricos nos biquinhos rosados e durinhos de tesão, agora beijava seu pescoço como um vampiro querendo sangue, Mara gemia fundo enquanto enfiava as unhas nas carnes de suas costa o puxando para cima enquanto o prendia pela cintura com suas pernas grossas e torneadas, vez por outra ele se erguia e a pegando pelo pescoço dava uma tapa tem dado na cara a chamando de piranha e cachorra gostosa, ela, cerrava os dentes, fechando os olhos, jogava a cabeça para trás, pressionando seu sexo úmido contra o membro ereto e duro, sussurrando em voz rouca de prazer: me diz que sou cachorra, me chama piranha, me bate, me come meu macho gostoso, me estupra que hoje eu quero ser sua, arrancando os botões da camisa dele com os dentes ela enfiava a cara no peito magro e másculo cravando suas presas, deixando sua marca, demarcando território, num movimento rápido e ágil Sandro se desvencilhou da pernas dela a virou de costas para ele, a colocando de quatro com as mãos apoiadas no banco traseiro, ergueu sua saia a jogando de lado sobre sua anca de potranca no cio, afastou suas coxas bronzeadas recobertas por uma penugem loirinha oxigenada, puxou sua calcinha negra de renda até os joelhos, abrindo o zíper da calça caqui que usava se posicionou segurando sua cintura com as duas mãos a penetrando em uma única estocada, Seca sem dó, com movimentos de vai e vem ele a penetrava fundo, bem fundo, gemendo e arfar, enquanto ela se contorcia mexendo os quadris de um jeito selvagem, escondendo o rosto entre os braços que mordia para suportar a dor que a fazia se arrepiar todinha em níveis de prazer que a muito não sentia, nossa ele era assim? Não se lembrava de outro que já a possuíra daquela forma nem que a tivesse pegado daquele jeito, ele se tornara o que ela sempre quis o que mais esperava de um macho e nunca teve.

Ela o queria, queria ali, agora, daquele jeito bruto, violento, descarado, sem pudor nem frescura, do jeito que gostava do jeito que queria, com sangue, com dor, com vontade, com jeito de macho, um animal bombando dentro dela, já estava tendo outro orgasmo quando ouviu a sirene e viu as luzes refletindo no vidro das janelas, na hora se jogou no banco encolhida, tentando se esconder com medo de ser vista, olhou para Sandro com o rosto escondido pelo emaranhado de cabelos negros e lisos que vinham até o meio das costas, olhos verdes arregalados, assustados como quem diz e agora? , ele respirou fundo contrariado, fechou a calça enfiando o melhor que pode a camisa por dentro do cós, enquanto acertava o cinto, passou as mãos pelos cabelos limpando o suor da testa, fez sinal para que ficasse quieta , desceu do carro tendo o cuidado de fechar a porta quando saiu , estava de pé ao lado, conversando com dois policiais uniformizados, ela o viu pegando a carteira no bolso de trás da calça e mostrar os documentos, uns minutos depois os três conversavam de forma animada e descontraída, apertaram-se as mãos e Sandro entrou no carro enquanto os policiais entravam na viatura e iam embora buzinando e acenando para eles, incrédula ela perguntou: o que você falou com eles? , você os conhecia? , perguntaram de mim? , cadê as chaves do carro?

Quer dizer que se eu não tivesse tirado a chave da ignição você ia se arrancar e me deixar pra trás não é, respondeu ele sentado atrás do volante, recolocando a chave no lugar e dando partida no motor.

Mulher só faz besteira mesmo, você acha que sair dirigindo como uma louca pra lugar nenhum ia livrar a tua cara é aqueles caras iam sair correndo atrás de você e de quebra chamar mais uma meia dúzia pra ajudar, você ia ter muita sorte de não acabar morta numa capotagem ou crivada de balas num bloqueio, e só pra te tranqüilizar eu conheço eles e eles me conhecem, Ah! não perguntaram de você , por isso não me vi obrigado a comentar nada sobre minhas ex namorada, quase noiva que atropelou e matou um estranho no estacionamento do shopping a uma hora atrás e que me obrigou a dar fuga a ela por meio de chantagem sexual.

Percebendo a irritação na voz dele Ana Mara se envergonhou de asneira que pensara em fazer, pediu desculpas encostando a cabeça no ombro dele abraçando seu braço estava tocando aquela musica do Caetano, aquela do refrão: às vezes no silêncio da noite fico imaginando nos dois, ficou sonhando acordado lembrando o antes o agora e o depois... Estavam parando agora em frente ao seu prédio ele estacionara o carro rente a calçada e já descera pra a abrir a porta para ela, a colocando sob o braço a conduziu pelo hall da portaria e entraram no elevador, com um olhar ela indicou o botão do terceiro andar e segundos depois estavam entrando no apartamento dela, ainda em silencio eles se beijaram, ela o levou até uma poltrona enfrente a mesinha de centro da sala e fez sinal para que ele se sentasse e esperasse não ouve palavras elas eram desnecessárias agora ela foi para a suíte a fim de se lavar e se preparar para ele, se despiu tirando a bota de cano longo de cor creme e salto alto, largando as roupas pelo carpete do quarto, entrou no Box ligando a ducha quente, se lavou com cuidado , aproveitando a sensação de conforto que a o banho lhe dava , saiu do banho e foi para o closet onde vestiu um roupão de algodão branco e macio, bem felpudo, enrolou uma toalha nos cabelos e passou um perfume bem leve e sugestivo a noite prometia muitas emoções ainda, ela saiu do closet e entrou no quarto, acendeu a luz a fim de ver se a arrumadeira deixara a cama pronta do jeito que ela gostava não queria que nada atrapalhasse sua noite com Sandro, foi aí que ela o viu caído de costas no chão acarpetado da suíte entre a cama kingsize de colchão de espuma ortopédica e o guarda-roupas de casal com portas corrediças, ela ficou ali parada, paralisada sem entender o que via, não conseguia compreender o que estava acontecendo, como ele poderia estar ali caído daquele jeito no chão do seu quarto, prestando mais atenção a cena ela ouviu um zumbido, som conhecido, o toque de um aparelho celular em vibra call , olhando em volta viu o seu aparelho sobre a cama display luminoso brilhando com o ícone da caixa de mensagem acessa , tremendo ela o pegou e apertou o botão correspondente a função mensagem automaticamente o envelope se abriu e ela leu em letras eletrônicas de formato bastão a seguinte mensagem: Adorei o convite para jantarmos junto, te espero as nove no seu apartamento conforme combinado beijos Jorge, saltando a cama ela se ajoelhou ao lado do amante morto e começou a revirar os bolsos do seu blazer cinza escuro a procura do celular do finado até que o encontrou no bolso interno do blazer, ela o pegou com mãos tremulas era um desses modelos de abrir e fechar de cor preta, ela o abriu e foi direto para a caixa de mensagem, pronto lá estava a sua mensagem enviada do seu celular às dezenove horas e vinte minutos, já eram dez e quinze, ela sentiu a chão faltar sob seus pés, o ar faltar em seus pulmões e o choro brotar em seus lábios trêmulos e contraídos quando viu que um braço de mulher com as unhas pintadas de verde estava para fora do guarda roupas, no pulso uma daquelas pulseirinhas de tecido do senhor do bonfim na hora ela soube sem precisar ver que marta sua ¨secretaria¨estava morta jogada dentro do guarda roupas , ela disparou pra sala onde Sandro se encontrava de pé com o celular no ouvido falando com alguém, ele ergueu a cabeça e sorriu um sorriso irônico e cruel, terminou a ligação pôs o celular em cima da mesinha de centro e caminhou em direção a ela, que sem saber bem porque se encolheu de medo, ele parecia enorme, perigoso, ameaçador.

Ele pousou as duas mãos de formar leve e delicada sobre seus ombros ela se sentiu menor ainda e embora o ar condicionado estivesse desligado sentiu um frio terrível percorrer sua espinha de alto a baixo, se curvando sobre ela, perguntou bem baixinho e suave na sua orelha: você o encontrou? , ela gelou dos pés a cabeça ia cair, mas ele a segurou como se ela não pesasse nada, colocando a mão direita sob seu queixo a obrigou a encará-lo, ele sorria para ela de forma meiga e carinhosa agora, enquanto dizia que ela lhe dera muito trabalho naquela noite, mas que isso era bom para quebrar a rotina do serviço, ele lamentava que as coisas terminassem desse jeito havia planejado de outra forma, mas a estúpida da empregada havia decidido provar o vinho chileno da patroa, por isso tivera que se livrar dela jogando o corpo no guarda roupas, mas iria levá-lo quando saísse afinal três era demais para ser convincente em uma cena de crime passional,o vinho envenenado era para os dois pombinhos não para a domestica intrometida, enquanto o ouvia ela sentia que ele colocava alguma coisa pequena e pesada em sua mão, reunindo toda a coragem que restava ela perguntou: por quê? , com ar enfadonho respondeu: por dinheiro claro, afinal você acha que trabalho de graça, a viúva cansou de apanhar e ser humilhada pelo saco de banha por sua causa e o pedido de divorcio foi demais pra ela, sabe como é filha de nordestinos, católica fervorosa, mãe de cinco filhos, não fica bem pra uma filha de senador das alagoas ser mulher descasada, largada do marido, então ela ligou pedindo ajuda pro advogado dela que alias era o mesmo dele e meu colega de faculdade, ela foi tãi convincente e explicita em dizer o que queria que ele fez umas ligações e agora estamos aqui, simples não é.

Mas, mas você me ajudou , me salvou da policia , fez amor comigo, você queria se casar comigo, falava agora com um fio de voz, soluços entrecortando suas falas, olhos vermelhos de tanto chorar naquela noite.

Eu tinha que te ajudar afinal se eu deixasse que te prendessem a coisa ia ficar complicada, o gordo com certeza te livraria da cadeia, mas a noticia iria atrair a mídia e eu ia ter que esperar meses por outra oportunidade, quanto a fazer amor contigo, lamento informar que não foi amor, foi só uma trepada no banco de trás do carro como seria com qualquer outra vagabunda que faz ponto no calçadão de madrugada, e ainda bem que você me deu o fora naquela época, sabe eu te agradeço de coração, depois daquilo acordei pra vida , mergulhei fundo na policia, aprendi o que precisava aprender, entrei pra faculdade, conheci minha esposa, fiz uns contatos, abri minha empresa e consegui os clientes certos,que precisavam de muito mais que consultoria para resolver problemas íntimos e pessoais, assuntos muito delicados que precisavam ser tratados da maneira sigilosa e discreta, por gente capaz, disposta a receber a justa remuneração pelos serviços prestados.

Não vai dar certo, vão achar o rapaz, as câmeras de vigilância registraram tudo, meu carro ta cheio de impressões digitais suas, aqueles policiais nos pararam, alguém nos viu entrar, vão sentir falta da empregada, se me matar, vão desconfiar da cachorra gorda, ela vai se ferrar e aí o pai dela vai mandar alguém te pegar, você vai se dar mal , eu, eu, por favor não me mata, eu faço o que você quiser, não me mata, por favor, ela não queria implorar , mas não conseguia parar , podia sentir a urinar escorrer por suas pernas e molhar seus pés , queria correr , gritar , lutar por sua vida mas sentia que não conseguiria , aqueles olhos a prendiam com uma força irresistível ,ela ia morrer e sabia disso .

Eu quero que achem aquele infeliz, aquele foi o maior golpe de sorte de todos, ele justifica toda cena que montei aqui, amante atropela e mata desconhecido no estacionamento, empresário temendo repercussão se recusa a ajudá-la, desesperada ela o envenena e depois se mata com arma do mesmo, oh! , só agora foi notar que esta segurando uma arma, e dele, você a conhece bem, até já atirou com ela, na casa de praia de búzios no verão lembra? , eu vi estava lá de olho em vocês na verdade já tem uns seis meses que estou seguindo vocês, estudando a rotina os hábitos, gravando suas aventuras amorosas, anotando os horários, acompanhando passo a passo, e quanto aos meus amigos não se preocupe eles não te viram, lembra, e eu disse que estava com uma piranha que peguei no calçadão pra curtir um happy hour nem vão desconfiar, já estão acostumados a me ver por aí de farra no fim de semana, quanto ao seu carro e a empregada essa e a parte fácil, o carro só vai aparecer daqui a uns dias em um lava carro qualquer, esquecido pela proprietária que pagou por uma higienização completa, acredite isso limpa mesmo, quanto à pobre empregada só vão procurá-la uns dois ou três dias depois que acharem vocês, o que vai ocorrer quem sabe lá pra segunda ou terça-feira quando os corpos começarem a feder o que é uma pena no seu caso, mas fazer o que não é mesmo, contrato e contrato, então e aqui que digo adeus, antes que ela pudesse dizer algo ele torceu seu pulso, levou sua mão armada até a têmpora e com o dedo por dentro do gatilho sobre o seu, ele disparou a pistola, um tiro só, certeiro, preciso, e Ana Mara caiu ao chão sem vida o corpo tombando de lado no chão da sala do apartamento comprado pelo amante.

Rico empresário capixaba do setor de mármore e granito, casado com a filha de senador alagoano, pai de cinco filho, homem atuante e respeitável na sociedade capixaba, católico e temente a deus, cometera um deslize e verdade, mas isso não seria suficiente para manchar a memória daquele homem digno e empreendedor, esse fora o teor da nota emitida pelos familiares enlutados.

Quanto a Ana Mara seu corpo ficou no IML sem ser reclamado por familiares ou amigos e acabou sendo enterrado como indigente numa cova sem nome, num caixão de pino branco forrado de roxo.

Sua empregada fora procurada pela policia para prestar esclarecimento, mas jamais foi encontrada.

Seu carro foi encontrado em um lava chato onde fora deixado por uma mulher com a descrição da própria Ana Mara, deixado para uma higienização completa que apagou qualquer vestígio suspeito que ajudasse nas investigações

As câmeras de segurança do shopping só mostraram o carro saindo do estacionamento, onde o corpo morto de um flanelinha acusado de atacar as funcionárias das lojas para roubar bolsas e celulares foi encontrado, o corpo foi achado caído perto de um Astra hatch rebaixado, roubado dias antes e abandonado no local, restos de tinta automotiva encontrados no corpo confirmaram que o flanelinha fora atropelado pelo carro de uma gerente de loja amante de um empresário que cometera suicídio depois de envenená-lo, pois provavelmente o mesmo decidiu não ajudá-la por medo de ser exposto como adultero na mídia nacional.

Então amor já terminou de ler o jornal, to esperando aqui no quarto, hein nego safado, lindo, gostoso, tesão

Nossa tudo isso por umas férias balneario camburiú , não mereço tanto!

Ah! Merece sim, a gorda ficou tão agradecida com o serviço que pagou até um extra para gente viu ,ela adorou ouvir a vagaba implorando pra não morrer pelo viva voz do celular, e melhor de tudo nos recomendou pras amigas, estamos cheios de propostas de trabalho para analisar quando voltarmos pra casa , quem diria que uma biscate como aquela poderia render tanto hein amor

Pois é nunca sabemos o quanto as pessoas valem até alguém as querer mortas

Me diz quando vocês transaram lá no carro na beira da pista... Você gostou não gostou?

Safada sabia que você tava por lá olhando tudo.

Mas é claro sabe que sim! lembra do corolla preto atrás de vocês ,fui eu quem ligou pro 190 denunciando um casal irresponsável que esta transando dentro do carro

Ciumenta!

Ela era? ou não era? tudo que eu te disse

Bem você tinha razão numa coisa ela era bem cachorra mesmo

Nem me diga! , ficou comigo uma vez e depois se fez de desentendida, aquela piranha teve a coragem de dizer que me queria só como amiga vê se pode aquelazinha esnobar uma mulher igual a mim, gostaria de ter visto a cara que ela fez quando você acabou com ela.

Que é isso amor, isso são modos de uma advogada se expressar, além do que você sabe que é antiético se envolver com colegas de trabalho doutora Natalia.

Mas amor esta satisfeita, essas eram as férias que você queria não eram

Com toda certeza, nego, mas também depois do trabalhão que eu tive pra roubar o celular daquela vaca, mandar mensagem praquele porco gordo, fazer copia da chave do apartamento, preparar o vinho, esconder o corpo da empregada no guarda roupas e olha que a peste era magra mas pesava pra burro hein ,eu tinha passado antes pra garantir que estivesse tudo pronto, foi aí que achei aquela criatura caída no banheiro com a cara na privada , quando estava pensando no que fazer o gordão chegou mais cedo pra fazer surpresa pra biscate , aí tive que correr pra sala e enrolar o sujeito falando que era uma amiga que tinha usado o apartamento pra um encontro, não e que ele acreditou de primeira, até me convidou pra ficar mais um pouco e fazer companhia enquanto a namoradinha não chegava, claro que fiz um doce fingido pra ele não desconfiar, e aí ele serviu duas doses de vinho , amor aí gelei , dei uma desculpa falando que não bebia, que era fraca, ele tentou me convencer a tomar um golinho, que o vinho era ótimo, importado do Chile, coisa fina, aí tomou de uma vez a dose toda e veio pra cima de mim com aquela conversa mole de querer me conhecer melhor, marcar um encontro , quem sabe um almoço , quando percebi que ele começou a bambear o levei pro quarto pra descansar um pouco , Ele dizendo que estava bem, que era só o calor ,que não tinha jantado ainda, que vinho não se bebia assim , nego foi só sentar na cama que o safado ainda tentou me agarrar antes de cair de costas e rolar pro chão mortinho da silva é mole ,Ah!,isso sem falar que tive de distrair o porteiro pra que ele não te visse entrando no prédio , tenho que dar um descanso né nego.

Sei! e você vai jurar que não transou com o comedor de farinha.

Mas claro que transei com ele!

Só por vingança né safada.

É e bem gostoso só pra ir a forra ta legal seu safado , galinha traíra , sem vergonha, cafajeste

Sabe que você me excita quando fala assim amor

É?

É

Então vem aqui e me pega de jeito seu cachorro, canalha

Ah!amor eu pedi uma coisinha no serviço de quarto pra distrair a gente

É o que ?

Uma massagista tailandesa , dizem que ela faz tudo, pra gente relaxar, o que você acha? Hein amor?

Eu acho que a gente podia ir se aquecendo enquanto ela não chega

Vem cá cachorra .

alexandre l tartaglia
Enviado por alexandre l tartaglia em 23/05/2010
Reeditado em 08/07/2010
Código do texto: T2274760
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