O massagista
Eram 20 h, ele chegaria para a massagem habitual das quartas feiras, Maira havia dispensado os empregados como fazia todas as quartas e sábados. Logo ouviria o ronco da Ferrari que lhe dera. Marco era forte, musculoso e um excelente massagista. Já fazia mais de um ano que se conheciam e Marco era para ela mais que um simples massagista. Era um especialista em fazer uma mulher sentir prazer verdadeiro e intenso. Ela o amava, sabia que ele tinha outras que como ela, o enchiam de presentes e de certa forma o sustentavam. Mas ela não se importava com isso, tinha medo de perdê-lo e evitava por todas as formas qualquer tipo de desavença. Preferia dar-lhe mais dinheiro. Era muito rica e aos 46 anos ainda muito bonita e elegante e de certa forma Marco tinha a ver com isso, era além de bom amante um verdadeiro conhecedor da profissão. Ele gostava de um cigarrinho de maconha e de vez em quando um carreirinho. Ela embora não curtisse drogas, não se importava. Marco era carinhoso e atencioso e ela se sentia muito feliz. Naquela noite preparara um jantar especial e lhe faria mais uma surpresa, havia trazido do Uruguai um laptop fantástico. Uma super máquina que Marco iria adorar. Quando ele chegou, ela já estava preparada, saíra do banho e o aguardava apenas com a saída de banho deitada sobre a mesa de massagens ainda com a toalha prendendo os cabelos. Ele gostava de vê-la assim e ela adorava sentir suas mãos insinuando-se e despindo-a lentamente como que a revelar cada parte de seu corpo. Depois, ele a tomaria em seus fortes braços e a levaria para o quarto e então ela viveria em seus braços mais uma noite de prazer indescritível que ela desejaria que nunca acabasse. Ela já tivera 3 orgasmos quando ele finalmente ejaculou e ficaram ali deitados recuperando as energias. Depois a fome bateu. Transar dá fome e foram para a cozinha onde a cozinheira deixara no moderno forno apenas na temperatura capaz de manter o prato aquecido um delicioso peito de peru a Califórnia, seu prato preferido. Regado a vinho chileno. Ela cuidava de todos os detalhes para que tudo fosse especial. Quando ela lhe entregou o presente, ele parecia um garoto feliz com um brinquedo novo. Assistiram a um programa de tv e preparavam-se para dormir. Ela sabia que teria um segundo tempo em que ele iria ainda faze-la contorcer-se de puro prazer. Como sempre ele daria um tempo no banheiro e provavelmente daria um tequinho. Marco diante do espelho admirava o reflexo de seus músculos fortes. Mas, aquela seria uma noite especial e por via das dúvidas um comprimido de Viagra poderia dar um impulso extra. Foram para a cama e Marco começou mais uma vez seu ritual que a fazia vibrar a cada carícia até que estivesse naquele ponto em que se entregava completa e loucamente. Ele a fez gozar mais 3 vezes e finalmente gozou intensamente. Seu braço por baixo do pescoço dela. Ele a acariciava com a outra mão sobre sua orelha esquerda e ela vez por outra colocava seu dedo na boca e gemia de prazer. Então um brusco movimento, o estalo de ossos se quebrando, o sangue vindo a tona pelo canto da boca e finalmente os olhos dilatados e fixos davam-lhe a certeza. Ela estava morta. Ele pegou a toalha e cuidadosamente limpou as marcas de seu desempenho. Lavou o local cuidadosamente. Eram ainda apenas 1,00 h. Dava tempo de preparar seu álibi. Dava sempre certo. Em São Paulo já havia feito isso 3 vezes e nunca fora apanhado. Claro que ele era suspeito. Mas a polícia nunca conseguira pega-lo. Atrasou o relógio em uma hora e nem teve muito cuidado com impressões digitais. Os funcionários da casa sabiam do motivo da folga. A tonta ainda deixara o cofre do escritório aberto, com as chaves no lugar. U$ 100.000,00 era um bom lucro além do que tinha no banco. Recolheu o dinheiro. Cartões de crédito e depois recolheu mais algumas jóias. Finalmente, apanhou o computador que ganhara e calmamente dirigiu-se para o carro. Saiu calmamente da mansão dirigindo-se rapidamente para a casa de Lú, outra perua das que o sustentavam e que também era rica. Não tanto quanto Maira, mas também valia a pena. Era mais jovem e seria nesta noite o seu álibi. Ela como de hábito já estava meio bêbada e já devia ter fumado pelo menos uns dois. Ela o abraçou e ele pegou seu pulso e roçou seu rosto junto ao relógio dela, depois o afastando falou, - Bem! O teu relógio está bem adiantado, quase uma hora. - Ah, ele anda meio desregulado, arruma pra mim? – Claro! Era o que ele queria. Ajustou o relógio pelo seu que marcava 0, 34 h. Depois começou a despi-la e tratou de cumprir sua função. Na manhã seguinte corrigiria os horários e pronto. Não poderia esquecer, mas ele nunca esquecia. O inspetor Castro, fora acordado as 7.00 h da manhã com um telefonema do departamento de investigações criminais. A empregada chegara as 6,30 h. e dera queixa do crime. Castro pegou seu carro e dirigiu-se para a mansão. Conhecia Maira Franco Meireles, era de uma família tradicional e muito conhecida. Estudara com ele na faculdade e quase chegaram a namorar, mas ele a perdera para um atleta do time de futebol. Como sempre, Castro não fazia muitas perguntas. Examinava tudo com cuidado e era muito minucioso. O pessoal da polícia técnica fazia medições e fotografava tudo. - A que horas ocorreu o crime perguntou ao legista da polícia. - Creio que por volta de uma da manhã, talvez um poço mais cedo, só depois da autópsia posso determinar. Depois interrogou a empregada sem muito entusiasmo. Ela apenas confirmara que o massagista estivera ali, como em todas as quartas e sábados. Castro determinou que dois investigadores fossem a procura dele. Depois voltou a examinar o local e voltou novamente ao cadáver. – Bem, aparentemente, foi roubo. Mas o cara era bom. Foi um simples movimento capaz de quebrar o pescoço. O cofre está aberto e revirado. Voltou a remexer nas coisas do escritório, abria gavetas, revirava o conteúdo. Havia um computador sobre a mesa ainda ligado. Apenas em modo de hibernação. Castro o reativou. Não havia uma senha para isso. Enquanto a polícia seguia com sua tarefa, Castro percebeu um pen drive de 60 GB em uma porta USB. Recolheu o pequeno aparelho do tamanho de um isqueiro e o colocou no bolso do paletó. Porque ela usaria uma peça destas? Em 60 GB cabem muitos dados, na verdade vários vídeos com filmes de longa metragem. Examinou mais alguns detalhes da casa e depois deu-se por satisfeito. Voltou para a rotina do escritório aguardando o resultado da autópsia e das diligências que estavam em curso. Lembrou do pen drive, examinou-o, mas voltou a colocá-lo no bolso. Iria examiná-lo à noite em seu computador pessoal. Tinha uma intuição de aquele aparelhinho tinha algo a contar. Ao final da tarde os agentes encarregados da investigação voltaram. – E daí? Perguntou.
– Inspetor, parece que o homem está limpo. Na hora do crime estava na casa da namorada, uma tal de Luiza Oliveira, conhecida por Lú. Marco concordou em dar um depoimento e disse que saíra da casa de Maira, por volta de meia noite e quinze, fato confirmado por Luiza Oliveira. Não havia testemunhas capazes de narrar algum acontecimento estranho nas redondezas da mansão ou da casa de Luiza. A autópsia confirmou que o crime ocorrera entre cinco e dez para uma da manhã. Isto colocava Marco fora de suspeita.
– Provavelmente um assalto comentou Julio um dos investigadores. À noite o inspetor colocou o pen drive em sua máquina e o abriu. Havia muitos vídeos. Vídeos das seções de sexo. Parece que ela gravava tudo. Depois os editava. Parecia haver 3 câmeras em lugares estratégicos. Mas os três últimos vídeos, não haviam sido editados e as cenas embora sem controle de movimento de câmera, foram gravadas naquela noite. Castro, ligou para Julio e o convocou.
– Vamos voltar à mansão.
- Há esta hora inspetor? – Sim. Ou muito me engano ou nosso assassino há essa hora pode estar de malas prontas. Voltaram para a mansão e examinavam os vídeos. Júlio era bom em informática e percebeu que os vídeos eram programados para gravar a partir das 21 h e desligavam-se automaticamente 2 horas depois. Então ela os editava.
– Parece que a mulher era tarada, gravava tudo pra se masturbar depois. Falou Julio.
- Espere, tem um detalhe aqui olhe a posição não é muito boa mas ele faz um movimento brusco e olhe,
- Mande expedir um mandato agora. Júlio saiu correndo. Castro tirou o pen drive do computador e dirigiu-se para a central de polícia. Seu amigo Chicão estava de plantão e ofereceu um copo de café quente. Logo depois alguém veio avisá-lo de que Marco fora preso e estava na sala de interrogatório. Castro entrou na sala e Marco bastante irritado perguntou.
– O que há agora inspetor, eu não matei Maira.
– Tire as calças.
– O que? – Vamos, quero ver a sua bunda. Você quer ver o que?.
– Vamos logo. Tenho a noite toda.
– Está bem. Marco baixou as calças.
– As cuecas também. Isso agora vire um pouco. Ok pode recolocar as calças.
– Mas, inspetor o que isso tem a ver? Marco estava começando a perceber que entrara em uma fria.
– Você sabia que Maira grava as cenas de sexo com você?
– Não! Não sabia. Deve ser por isso que sempre queria a luz acesa.
– Claro! Agora veja. Ela gravou o momento em que você a matou.
– Ok, inspetor mas, não prova nada, não aparece meu rosto. É mas, aparece a sua bundona e veja, amplie um pouco Julio. Veja a tatuagem na nádega direita, é igual a sua.
– Mas, inspetor, na hora do crime eu estava na casa da Lú.
– Não estava não! Felizmente essas câmeras digitais têm a mania de gravar a data e hora da filmagem. Lamento cara, mas, trate de contratar um bom advogado. Podem levá-lo. Sabem, já vi tatuagens em bunda de mulher mas...