O bilhete da morte l
Era noite quando Antônio Ribas chegou em casa. Como morava sozinho, era seu costume parar em bares ao longo do caminho para beber uma cerveja com os amigos. Algumas vezes trazia consigo uma ou outra mulher para compartilhar com ela sua solidão.
Naquele noite estava sozinho.
Enquanto ia espalhando pela casa partes da roupa que vestia, se dirigiu até a cozinha para comer alguma coisa. Ao chegar àquela parte da casa, pegou uma maça que havia esquecido pela manhã em cima da mesa e começou a comê-la. Foi quando o viu.
Em cima da mesa estava um papel do qual não se lembrava. Era um bilhete. Este dizia: " volto mais tarde". Não havia assinatura nem data e, pela letra, não havia sido ele que havia escrito. Não conseguia se lembrar de nenhum bilhete que alguma das mulheres que as vezes trazia em casa pudesse ter deixado.
Tentou tirar aquilo da cabeça e foi para cama. Mas o sono não vinha. O bilhete tinha ficado grudado em sua mente. "Quem poderia ter escrito aquele bilhete?", pensava. Enquanto a noite prosseguia, Antônio rolava de um lado para outro e ouvia o tic tac aterrorizador do relógio.
Num dado momento, ouviu um barulho que vinha do primeiro andar da casa. Levantou-se de sobressalto.
Apesar do medo, saiu do quarto e se dirigiu às escadas.
Olhos atentos e ouvidos em alerta, começou a descer as escadas em meio à escuridão. Não queria alertar seu visitante de sua presença e então não acendeu as luzes.
De repente, novo barulho. Assustou-se apesar do estado de alerta em que se encontrar. Pisou em falso e veio a cair escada à baixo.
Quando se levantou, sentiu uma tonteira e voltou ao chão. Seus olhos foram ficando embotados e não conseguia ver quase nada à sua frente.
A luz começou perder o brilho, mas antes que tudo se apagasse teve a impressão ter visto um ...
Estava morto.