Segredos de um criminoso X
O visitante de Ângela não acreditava no que tinha acabado de fazer, pois amava tanto Ângela quanto Angélica. Mas aquilo tinha que ser feito. Não havia outra opção.
Estava nesses pensamentos quando uma luz ofuscou seus olhos.
_Você está cercado! Não tente fugir!- soou uma voz em seus ouvidos.
Ele logo compreendeu o que acontecia. Estava na eminência de ser pego e não poderia deixar que isso acontecesse.
Voltou para dentro da casa.
Não demorou a voltar segurando com dificuldade o corpo de Ângela apontando uma arma para a cabeça da mesma.
A luz foi novamente apontada em sua direção mas não demorou em perder a força. O nascer do sol iluminava a escuridão que ainda reinava e dissipava os resíduos de noite que por ventura ainda havia. Mas também tornava público o artíficio de fuga engendrado pelo visitante de Ângela. Agora era possível ver que ela estava toda manchada de sangue, denunciando sua morte.
Em meio àquela situação, uma gargalhada foi ouvida.
_Muito esperto de sua parte, mas agora acabou! Entregue-se!
Foi então que o inesperado aconteceu.
O corpo de Ângela foi jogado ao chão e arma que lhe fora apontada momentos atrás agora se encontrava na direção da cabeça de seu algoz por iniciativa do próprio.
Ninguém sabia o que poderia acontecer no momento seguinte.
De repente, o corpo do visitante de Ângela foi ao chão. Próximo ao ouvido direito podia-se ver um filete de sangue se formando.
Todos os policiais que estavam presentes se aproximaram imediatamente do corpo. Não havia mais o que fazer.
Nunca saberiam se havia sido ele o responsável por todas as mortes que estavam acontecendo nos últimos tempos.
_Pobre garoto! Preferiu morrer a ser pego!
Apesar das circunstâncias, teve policial que chorou a morte daquele assassino. Ele não tinha culpa no que havia se tornado.
Em meio a tudo, curiosos haviam se acotovelado para ver o fim daquela história.
Foi então que surgiu uma velha senhora.
Era dona Vírgula.
Ela se debruçou sobre o corpo do assassino.
_Porquê?
Ele era seu neto, embora tivesse sido criado por Ângela e Frederico. Havia sido anos de procura para terminar daquela forma. Não teve tempo de curtí-lo.
Com lágrimas nos olhos, fez a única coisa que poderia fazer por ele naquele momento:
_Descanse em paz! E que Deus tenha piedade de sua alma, Bernardo.
Suas lágrimas foram aos poucos se depositando sobre o corpo ali caído. E para surpresa de todos, o corpo de dona Vírgula também veio
a tombar sobre o mesmo.
Estava morta.