Caso Vivaldi (provisório) (2)
Na mansão dos Vivaldi, Marco está ao telefone falando com seus dois filhos que estão em Londres para voltarem logo, pois têm que ajudar na investigação, eles concordaram e prometeram voltar o mais rápido possível. Neste mesmo momento Mariano entra no escritório do pai.
- Pediu a eles que voltassem logo?
- Sim, é claro, mas se pudesse deixaria os dois fora disso, não quero meus caçulas envolvidos nesse caso.
- Não são mais crianças, já têm dezoito anos, a Dominique já é praticamente uma mulher formada e o Franco é um pouquinho infantil às vezes, mas é muito responsável.
- Eu sei que são, mas não têm nada a ver com o caso, estavam fora do país quando aconteceu, mas têm que vir por causa da polícia.
Dois dias depois, Mariano foi com o motorista da família ao aeroporto buscar seus irmãos, quando os viu se aproximando correu para abraçá-los, pois estava com muitas saudades. Todos entraram no carro e voltaram para casa. No caminho Dominique perguntou pelo pai.
- Ele não pôde vir-respondeu Mariano - teve que cuidar do banco.
- Sempre o banco – retrucou a filha- parece que nem liga para a gente.
- Está enganada, ele nem queria que vocês se incomodassem com a investigação, queria vocês fora do caso. E além do mais é o banco que financia todas as compras que os dois fizeram.
- Eu sei- falou Franco- mas parece que quando ele se preocupava com o Henrique dava menos importância para nós, inclusive você Mariano.
- Ele era o primogênito, era por isso, o grande herdeiro e futuro sócio majoritário. Papai o tratava como rei - disse a Filha
- E vocês dois como princesa e príncipe, não reclamem, além disso, ele é o pai e as decisões que toma são unicamente para o bem da família.
- E você Mariano? Qual o problema dele contigo? Sempre foi um filho dedicado à família e ele nunca te deu o valor que merece. E o Franco só era tratado como príncipe para que escondesse um segredo que acabaria com o nosso pai se os amigos dele soubessem.
- Vamos deixar o nosso pai em paz, ele está doente por causa do Henrique e por causa da nossa mãe também.
-Mamãe? Ela ainda está em choque? Perguntou Franco.
- Sim, não está mais internada, mas devido à depressão ela está tomando remédios muito fortes e isso está preocupando a todos na família. E a propósito o meu problema com o papai é coisa pessoal e vocês não precisam se envolver.
Tudo bem, não vamos - falou Dominique.
No dia seguinte o detetive Cláudio entra no gabinete do delegado e pergunta se já conseguiu alguma pista sobre o caso.
- De fato ainda não, o assassino é muito eficiente e não deixou evidências explícitas, só a janela quebrada do escritório, mas eu vou falar com a esposa de Henrique, ela esteve fora do país por duas semanas e agora consegui localizá-la.
- E você acha que ela vai querer falar sobre a morte do marido?
- Ela não tem escolha, eu sei que é muito doloroso, mas o depoimento dela é importantíssimo. Depois eu vou à casa dos Vivaldi, a família já está toda lá e posso colher o depoimento de todos, mas vai ser difícil fazer a mãe dele falar, ela está em forte depressão e não pode nem ouvir falar no nome do primogênito.
- É o seu trabalho, você consegue fazer as pessoas falarem.
- Às vezes eu gostaria que não fosse esse meu trabalho, ser delegado não é nem um pouco fácil.
Em outra mansão, Heloísa, a viúva que perdera Henrique há pouco tempo acaba de acordar, voltou da Espanha onde esteve por duas semanas para tentar descansar depois da tragédia que aconteceu em sua casa. Sua mãe bate à porta:
- Como está filha?Dormiu bem?
- Sim, mas poderia estar melhor, eu poderia ainda ter um marido ao meu lado.
- Foi um acidente e você não tem culpa nenhuma. O que poderia ter feito?
- Eu devia estar ao lado dele naquela hora, mas tínhamos tido uma discussão séria e eu vim para a sua casa aquela noite porque estava irritada com ele.
- Você não tem culpa alguma.
- Eu sei que não, mas a mãe dele não tem tanta certeza, ela acha que eu lhe roubei o filho querido.
- Olha, mandei trazer café -da -manhã no quarto, coma algo e troque de roupa, o delegado vem aqui em casa colher seu depoimento.
Heloísa apesar de ter dito que estava bem não conseguiu dormir nas duas semanas que esteve na Europa e não estava com fome. O assassinato de seu marido causou um baque tão grande que ela estava totalmente deprimida e com um arrependimento grande da briga que tiveram no dia fatídico.