Caso Vivaldi (Provisório) (1)
Prólogo.
Henrique e Heloísa estão discutindo, eles se casaram há sete meses, a conversa é sobre a mãe de Henrique e acaba em briga. Heloísa pega sua bolsa e casaco e sai da casa e Henrique irritado continua gritando com a esposa que já saíra dirigindo para a casa de seus pais.
- Cuidado. Você pode acabar causando um acidente dirigindo nesse estado - grita o marido, mas nesse momento Heloísa já está muito longe.
Henrique se irrita mais ainda e volta para dentro de casa. Depois de uma hora bate um arrependimento profundo e ele liga para Mariano, seu irmão:
- Oi Mariano, é o Henrique.
- Oi mano. Aconteceu algo? Você está estranho.
- Briguei com Heloísa por causa da mamãe.
- Ah não. Como você deixou isso acontecer? Estava claro que algum dia ia acontecer, a mamãe não suporta esse casamento.
- Eu sei, mas agora já fiz a besteira e a Heloísa não atende o celular. Tenho que pedir perdão.
- Quer que eu vá até aí? Pergunta Mariano.
- Não é necessário, eu vou tentar falar com ela.
- Ta bom então.
Após várias tentativas frustradas de falar com Heloísa, Henrique vai para o jardim fumar um pouco e pensar como pediria desculpas à sua esposa. Depois de fumar ele entra no quarto do casal e fica revirando as fotos dele e sua amada juntos. Pouquíssimo tempo depois ele ouve um barulho vindo do escritório como se fosse um vidro sendo quebrado. Henrique não tem armas de fogo em casa, mas pega uma grande faca de caça, que faz parte da coleção que ele possui no hall da casa. Ao entrar no escritório vê a janela já quebrada e alguns livros que estavam em cima de sua mesa derrubados no chão, acende a luz e não acha ninguém suspeito, preocupado começa a arrumar suas coisas em cima da mesa, sente um frio terrível e decide olhar para fora da janela, quando se aproximou pulou um homem armado e atira três vezes no peito de Henrique que não teve nenhuma chance de defesa e morreu de uma maneira brutal.
1. Um mês depois
Quarta-feira, Marco Vivaldi conversa com seu filho Mariano, o segundo da família, estão esperando uma visita não muito desejável. Enquanto isso discute questões familiares e sobre o futuro da empresa, a situação está crítica, Mariano ainda não havia se formado em economia e eles precisavam de alguém que assuma o cargo da presidência, pois o pai estava muito doente e sem condições de continuar no comando. Chega a tal visita, é o delegado Matias Campos, ele está investigando o assassinato do filho mais velho do casal, Henrique foi encontrado morto em sua casa em um condomínio de classe alta, e sua esposa, com quem se casara há sete meses, não estava em casa na hora da tragédia. O delegado começou falando:
- Senhores, como sabem estou dedicado a este caso há um mês e ainda não tenho uma pista concreta do crime, estou atolado de trabalho, mas estou deixando tudo pra depois só para resolver este caso.
- Eu imagino-disse Mariano. Casos sobre famílias milionárias devem ser muito mais interessantes, não é?
Matias ignorou o sarcasmo do segundo filho, pegou um gravador em sua pasta e disse que toda a conversa seria gravada. Aí o Sr. Vivaldi começou a falar que esperava muito que a família não fosse prejudicada em nenhum aspecto.
- Garanto que não será senhor - disse o delegado.
- Como posso ter certeza?
- Senhor Vivaldi, nesta investigação queremos saber detalhes sobre a vida de seu filho antes de ele casar, a família só terá problemas se alguém for o assassino.
- Posso te garantir que não há um nessa família, conheço muito bem meus filhos e sei que não criei nenhum criminoso.
- Onde estão seus outros filhos senhor? Eles também precisam dar detalhes sobre o irmão e sua esposa não pode ficar fora disso.
- Meus outros filhos estão em férias pela Europa, voltam daqui a cinco dias, minha esposa ainda não quer falar sobre o acontecido, poupe-a, por favor.
- Eu entendo, já perdi um filho e sei como é duro aceitar o fato. Acho que hoje eu não tenho o que falar, quando toda a sua família estiver em condições de cooperar com a investigação eu retornarei.
O delegado foi embora e meia hora depois chegou ao seu gabinete no departamento de polícia e conversou com seu assistente e este pergunta:
- O senhor desconfia de alguém da família?
- Talvez do segundo filho, mas não posso ter certeza de nada sem o depoimento da família.
- Mas não tem ninguém mesmo que esteja sob suspeita?
- O caso é muito sério, é sobre uma das famílias mais ricas da cidade, não posso acusar ninguém sem uma prova concreta, que é o maior empecilho da investigação.
- Mas deve ter alguém, não é possível.
- Por favor, pare Cláudio- este era o nome do detetive- você está sendo inconveniente.
- Está bem, este é o seu trabalho e não o meu.
- Que bom que você entende.