Invasão Domiciliar
Tive um dia cansativo. Não concordei com aquilo que o Tenete Carlos fez com aqueles moleques. Eles apanharam como gente grande!
Às vezes eu fico de saco cheio dessa vida. Tem hora que não da pra agüentar mais essa desgraça. Mas e se eu tomar uma decisão drástica, como que fica a minha família?
Tudo isso acabou refletindo no meu sono da madrugada. Logo acordei com um barulho muito sutil, um estalo vindo do piso de madeira no chão da sala.
Morando nesse bairro violento, no mínimo era assaltante ou vieram me apagar… Era tudo ou nada!
Olhei para minha mulher e ela estava dormindo que nem uma pedra. Logo me levantei e furtivamente peguei meu revolver calibre 38 que estava na gaveta. Na escuridão fui saindo do quarto. Meu coração começou a acelerar e minha respiração ficou um tanto ofegante.
Estava tudo estranho, uma mistura de sonho com realidade. Logo quando cheguei à sala, vi uma sombra no canto usando um capuz. Quando ela pensou em dizer algo, eu… Eu por reação, dei três tiros bem dado naquela criatura.
O corpo cambaleou, ajoelhou e caiu. Quando cheguei mais perto, vi a cena mais terrível de toda minha vida. Algo insuportável. Algo que jamais me esquecerei. Meu Deus, como pude ser tão precipitado… Era meu filho que disse que ia dormir fora na casa de um amigo e acabou voltando de madrugada.
A beira de um colapso, ouvi minha mulher chegar correndo e desesperadamente começar a gritar – Mataram meu filho, meu filhinho, filho meu.
Hoje já não durmo mais.