Trecho do livro CICATRIZES DE UM SEGREDO

Romance policial de minha autoria...contato pelo email marcioscheibler@ibest.com.br

Foi uma hora de sexo intenso. Os dois conversavam na cama.

- Nunca imaginei que tivesse coragem de trair minha esposa.

- Não pense nisso agora. Ou será que não gostou da transa?

- Adorei. Foi maravilhoso, mas no fundo sinto uma culpa enorme.

- Posso fumar?

- A casa é sua.

Ela atirou-se por cima de Medeiros e puxou a segunda gaveta do balcão ao lado da cama. Devido à força com que foi puxada, a gaveta caiu e espalhou os objetos pelo chão.

- Deixe que eu arrume – disse ele.

Medeiros sentou-se à beira da cama. Quando olhou para o chão viu, entre os objetos, um colar de esmeraldas com dez pedras. O detetive ficou estático.

- O que houve? – quis saber Silvana.

- Esse colar é seu?

- Sim. Foi presente de um homem muito chato que vivia me paquerando, mas nunca quis nada com ele.

Medeiros sabia que sobre uma das pedras havia as iniciais AV, de Adalberto Valença, talhadas com cerca de três milímetros. Ricardo havia informado sobre isso. O detetive aproximou o colar dos olhos e constatou a inscrição. Silvana estava mentindo.

- Guarde essas coisas e deite ao meu lado novamente – pediu ela.

- Tenho que ir. Amanhã a gente conversa.

- Você está estranho. O que aconteceu? Ficou com ciúmes do colar?

- Antes fosse. A história é bem mais complexa do que imagina.

Ela calou-se, vestiu a camisola e acompanhou-o até a porta.

- Nem um beijo eu ganho?

Medeiros apenas beijou-a no rosto. Silvana ficou mais confusa ainda. O detetive entrou no carro e partiu.

- Não pode ser verdade. Ela não roubou as jóias – resmungava Medeiros.

Ele chegou ao hotel, banhou-se e ficou sentado sobre a cama. O sono não vinha. A noite seria passada em claro tentando entender o que Silvana fazia com o colar de esmeraldas dentro do próprio quarto. O caso já estava desvendado na cabeça do detetive, mas esse fato poderia alterar tudo.

Marcio Scheibler
Enviado por Marcio Scheibler em 15/10/2009
Código do texto: T1867290
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