Tigresa ( segunda parte )

__Seria muito mais seguro terminar o serviço aqui dentro e se livrar do corpo depois,não acha?

Victório Zickwolf encarou a jovem e admirou,além da beleza,a forma prática de pensar de sua "funcionária".Desde que tornara-se o responsável pelas operações no sudeste brasileiro,ele havia aumentado em muito os lucros da organização.Seu modo de administrar era simples:agia nas sombras,sem levantar muita poeira,e procurava contar sempre com o apoio das autoridades certas.Além disso,imaginava o seu "trabalho" como uma atividade igual à tantas outras,a não ser pelo fato de ter que constantemente subornar algumas pessoas,chantagear e escravizar outras,além de precisar matar seus concorrentes de vez em quando;sem falar que os rendimentos eram,digamos;diferenciados.

Aquele corretor de imóveis metido a herói,porém,o fêz violar suas próprias regras.O certo teria sido ordenar que seus empregados estourassem a cabeça do pulha o quanto antes,mas Victório havia tido um enorme prejuízo com a perda do local onde mantinha as garotas de programa e outras atividades,como venda de drogas,pirataria de CDs,DVDS,softwares,e venda de medicamentos falsos.Por isso mandou que Sebastian fosse trazido à sua presença.Queria cuspir na cara do infeliz antes de mandá-lo para o inferno,e providenciaria uma morte angustiante,como,por exemplo,o desgraçado preso num carro encharcado de gasolina caindo ribanceira abaixo.A observação feita por Liana,sua bela capanga da tatuagem felina o alertou para o equívoco que estava pretes a cometer.Seria realmente muito arriscado ficar passeando com o imbecil pela cidade até o local do serviço.Uma blitz no lugar e hora errados poria tudo a perder.Aceitou a opinião da tigresa:

__Você tem razão.Faça tudo na sala vermelha.

__Do jeito rápido ou do lento?__perguntou a mulher

__Preciso responder?__sorriu Victório em resposta,deixando clara a sua preferência.

Impotente,Sebastian acompanhava o diálogo e pensava como aquela mulher exuberantemente bela podia ser tão cruel.Em pânico,nem percebeu a cusparada que Victório acabara de lhe dar.O líquido espesso e repugnante escorreu pelo lado direito de seu rosto,desceu pelo pescoço e alcançou a gola de sua camisa.O cheiro era nauseante.Enojado,o refém mal teve tempo de devolver o "cumprimento" na mesma moeda,como era sua intenção,pois foi carregado por dois capangas na direção de um corredor sinuoso cujas paredes eram revestidas de lambri.Sua ex-musa ia logo atrás.Ao chegarem em frente a uma porta de ferro negra,que ficava no fim da passagem estreita pararam.A mulher tirou do bolso uma chave e a introduziu na fechadura.Um barulho de metal deslizando em metal foi ouvido.Ao passarem pela porta,que rangera melancolicamente ao ser aberta,Sebastian perscrutou o interior do cômodo e ficou impressionado:todas as paredes e o teto eram de um vermelho berrante.Rubras também eram a mesa e as duas cadeiras que compunham a escassa decoração do ambiente.Mal a porta foi fechada,os capangas o algemaram na cadeira,apesar do seu esforço em desvencilhar-se.Com as mãos pra trás,Sebastian levantou a cabeça e encarou a moça,que tinha uma expressão indefinida no rosto.Nesse meio tempo,um dos marginais apertou com o pé direito um botão quase imperceptível situado um pouco acima do rodapé de uma das paredes,e imediatamente um barulho de engrenagem sendo acionada começou.Em menos de trinta segundos a parede deslizou lateralmente,expondo um cômodo oculto,em cujo interior era possível vislumbrar vários tipos de armamentos,coletes à prova de balas,grande quantidade de munição,e alguns apetrechos que Sebastian não soube identificar.Um deles foi colocado em cima da mesa pelos bandidos.Era um console prateado com vários botões e que possuía uma espécie de óculos com as laterias fechadas,semelhante aos óculos que as pessoas usam para fazer pesca submarina,repousando em cima de um suporte que saía do console e os mantinha virados para cima.A tigresa retirou os óculos do suporte e Sebastian pôde ver o fio que conectava as duas partes do aparelho.Com a cabeça do refém imobilizada pelos capangas,a mulher adaptou o artefato ao rosto dele,prendendo-o por um elástico a altura da nuca.Como as lentes eram completamente negras,Sebastian passou apenas a escutar o que acontecia na sala.Um dos bandidos disse:

__Eu adoro quando usamos esse.É como jogar video game à vera!

Quando o marginal acabou de falar,um barulho de luta corporal teve início.Apesar de breve,a luta foi intensa.Cego pelas lentes negras,Sebastian retesou-se na cadeira e esperou pelo pior.Segundos depois,as lentes foram retiradas de seus olhos e o refém pôde ver os dois capangas desacordados,talvez mortos,no chão;depois,sentiu as algemas sendo abertas.Ao virar-se,a tigresa o encarou com um leve sorriso e disse:

__Você vai precisar de um belo colete e de uma boa arma se quizer sair vivo daqui.

Ainda tonto pela adrenalina,Sebastian tentou,mas não conseguiu levantar-se.....

EM BREVE,PUBLICAREI A CONCLUSÃO DA HISTÓRIA.BOA SEMANA PARA TODOS!

arqueiro
Enviado por arqueiro em 05/07/2009
Reeditado em 07/09/2009
Código do texto: T1683874
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