Janela entreaberta!

 
    
   Da janela entreaberta do seu apartamento no primeiro andar, Alice olhava a rua que era iluminada apenas pela luz da lua cheia. Era a uma noite como tantas outras, a rua estava silenciosa e poucas pessoas ainda transitava na escuridão, causada pela falta de energia elétrica. Todos passavam com passos largos, como a fugir de alguma coisa, ou apenas da própria solidão.
    Enquanto olhava a rua ela pensava em sua amada filhinha de seis anos, que fora vítima de estupro seguido de assassinato. Desde então seu coração ficou despedaçado e ela já não tinha mais nenhuma alegria.
   Depois de longa investigação, ela acabou descobrindo quem, ou quais, os causadores desse odioso delito e prometeu vingá-la, não ia deixar que esses monstros continuassem a fazer outras vítimas, como aconteceu com sua  pequena criança.
   Repentinamente ela ouviu um barulho e viu que alguém caia bem em embaixo da sua janela. Nesse momento a energia voltou e ela pode ver bem o homem que olhava o corpo caído no chão, sem nenhum sinal de emoção.
   O agressor tinha os cabelos crespos e barba por fazer e aparentava ter uns quarenta anos, mais ou menos. Ele ainda olhou para os lados e só então saiu andando normalmente, como se nada tivesse ocorrido. Em poucos minutos havia várias viaturas da polícia, um resgate e muitas pessoas que foram se juntando e logo havia uma multidão curiosa, querendo saber o que acontecera. A polícia reconheceu aquele homem, como sendo um perigoso assassino procurado pela justiça há algum tempo.
    No seu apartamento, Alice recebia um estranho visitante: - vim buscar o pagamento, tudo foi feito como o planejado. E ela sem dizer nada lhe ofereceu um cálice de bebida, o homem pegou-o e tomou de um só gole, depois de pegar o envelope. Contou o dinheiro e saiu para a rua calma e tranqüila. Dentro do seu apartamento Alice olhava a foto de uma menina linda carregando um ursinho de pelúcia. No dia seguinte ela viu no noticiário policial que um homem aparentando quarenta anos, havia sido encontrado morto. Ela deu um suspiro triste e falou pra si mesma.
   -Agora tudo está acabado. - Ele não vai mais magoar você,  minha filha querida, nem a ninguem. -A justiça está feita!