SÉRIE "SP SANGUE E SEXO" CONTO : A CORDA - PARTE FINAL
...CONTINUA...
Roupas simples, pés descalços e olhos abertos, esta foi a cena que o velho padre deparou ao entrar no beco, havia duas pessoas enforcadas e penduradas numa grade que separava o beco com a outra rua. Uma mulher de aproximadamente 45 anos e uma menina não mais que 14 anos de idade.
O pobre sacerdote se ajoelhou frente aquela cena terrível e pôs-se a orar e pedir a DEUS que estivesse enganado, orava para que a crueldade humana não fosse capaz de cometer aquela atrocidade.
Somente depois de muita oração e de muitas lágrimas o padre teve consciência de que aquilo era real, a mulher e a adolescente estavam com uma pequena corda em seus pescoços, os olhos abertos demonstravam que lutaram por suas vidas até o ultimo segundo, contudo em vão. Permaneciam como duas estátuas vivas olhando com suas almas o beco escuro e abandonado pela grande maioria da sociedade.
O padre então desesperado com a cena orientou outros sacerdotes que entrassem em contato com a policia imediatamente. O que foi feito e, em menos de 10 minutos diversas viaturas estavam no local juntamente com Duarte e uma equipe do DEPOC.
- Que horas o padre diz ter visto as pessoas correrem do local? Perguntou Duarte ao policial que fazia o trabalho de colher depoimento do padre.
- Por vota das 2horas da manhã ele saiu até a porta da igreja para alimentar alguns moradores de rua e viu que os moradores estavam demasiadamente agitados então, decidiu ver o que era, chegou ao beco e encontrou esta cena.
- Conseguiu mais algum depoimento? Algum morador falou a respeito?
- Não Senhor, todos eles dizem temer o que pode lhes acontecer, preferem se manter distantes de nós.
- Então Duarte, conseguiu algo? Disse Suzanne se aproximando dos corpos já deitados e embalados no chão.
- A mesma cena, a mesma forma de estrangulamento e a mesma reação das pessoas que moram aqui!
- Eles estão assustados! Não vão cooperar, você sabe disso tão bem quanto eu!
- Se você está ainda com aquele pensamento na cabeça esqueça, isto está ficando sério demais e não temos certeza de quantos assassinos estamos falando. Podemos estar lhe dando com um grupo de justiceiros e não quero você ou ninguém do meu departamento correndo risco de morte, fui claro?
- Perfeitamente Sr. Duarte, mas isto não significa que eu não vá fazer algo...
- Senhor? Poderia me dar sua atenção? Disse um dos guardas chamando pela presença de Duarte.
Duarte então olhou firme para Suzanne que desviou o olhar e andou em direção contrária.
- Júlio, se Duarte perguntar por mim diga a ele que tive que ir embora que amanhã nos falamos ok?
- Aonde você vai? Precisamos de você por aqui!
- Não precisam de mim aqui! Vou fazer algo realmente útil, que sirva para esta investigação...
- Hei Suzanne, cuidado não vá se meter em encrencas. Disse Julio segurando Suzanne por um dos braços.
- Apenas mantenha Duarte distraído nos próximos dias que eu mantenho contato.
- O que você vai fazer? Disse Julio sem compreender a ação de sua companheira.
- Vou achar este maldito assassino...
Três dias haviam se passado desde que encontraram a mulher e a adolescente enforcadas no beco no centro da cidade, porém pouca coisa havia evoluído nas investigações. Duarte via-se regularmente rodeados de senhores engravatados querendo respostas e uma solução para o caso.
- Isa! Que maldita gripe foi esta de Suzanne que não aparece aqui há mais de 3 dias?
- Senhor, recebi apenas uma ligação dela dizendo que assim que melhorasse estaria de volta.
Duarte estava preocupado, pois as cobranças por parte do prefeito e de outras pessoas para solucionar o caso estava alta e se sentia impotente por não avançar com as investigações.
- Chame Julio para mim Isa. Ordenou Duarte ao fazer algumas anotações na lousa em sua sala.
- Sim Senhor.
- Júlio, sei que você e Suzanne estão muito envolvidos nestes crimes que vem ocorrendo. Estão nas ruas constantemente, só quero que saiba que estamos no meio de um fogo cruzado entre comerciantes e moradores de rua e tudo que estiver na frente desta guerra poderá se machucar...
- Compreendo senhor. Disse Julio tentando disfarçar sua preocupação com Suzanne que havia desaparecido há três dias.
- Sei que você está em contato com Suzanne constantemente logo, deve mantê-la atenta a tudo e de olhos bem abertos para que não seja surpreendida por fatos desagradáveis.
- Transmitirei o recado senhor, mas acredito que ela assim que se recuperar estará por aqui e teremos certeza de que ela está bem!
- Júlio! Não tentem ser super heróis, as ruas são muito mais cruéis do que os filmes da televisão.
Julio então se calou abaixou sua cabeça e saiu da sala sem olhar nos olhos de Duarte.
Com a mesma rapidez que a porta se fechou ela abriu com um empurrão de Isa que entrou na sala ofegante:
- Chefe, Telefone é o Secretário, parece que estamos tento problemas entre os comerciantes e alguns moradores de rua...
Duarte então pegou o telefone rapidamente e ouviu atentamente o que o secretário tinha a dizer...
Após terminar a ligação Duarte saiu de sua sala procurando por Vander e Júlio:
- Vamos estamos tendo confusão com alguns amigos de vocês, no caminho explico.
Partiram então juntamente com mais algumas viaturas para o local onde estava havendo um conflito entre moradores de rua e comerciantes.
- O Que está havendo Chefe? Perguntou Vander dirigindo a viatura em alta velocidade de olhos atentos, desviando dos demais carros á sua frente.
= Nosso Amigo Manfredo e outros amigos se envolveram num conflito direto com alguns moradores de rua, há indícios de muita confusão na região...
- Quero que fiquem atentos aos detalhes, a ação de reprimir o conflito é da policial civil e militar! Estamos indo nesta para ver se conseguimos colher alguma coisa para o nosso caso, entendido?
Julio e Vander não responderam nada apenas balançaram a cabeça afirmativamente.
A visão que tiveram ao chegar no centro comercial do bairro era de fato de uma grande agitação. Alguns comerciantes haviam fechado seus estabelecimentos e haviam algumas barricadas feitas de pedra e latões em chamas impedindo a entrada da polícia na região.
Havia muita gente correndo, parte provocando mais tumulto e parte se escondendo de pedras e paus sendo atirados pelos moradores de rua.
- A confusão é grande Duarte. Disse um dos Comandantes da policia ao reconhecer Duarte e sua equipe chegando ao local.
- Teremos que usar força bruta! Já convoquei a própria polícia de choque para controlar os manifestantes. Completou o Comandante.
- E sabem qual o motivo desta confusão?
- O senhor ainda não sabe? Não lhe informaram?
- Não! O Secretário me ligou e pediu que eu acompanhasse de perto esta confusão. Respondeu Duarte.
- Alguns moradores de rua, encontraram o corpo de mais um homem enforcado e pendurado numa das árvores da praça que fica no final da rua do comércio.
- Disse terem encontrado mais um corpo?
- Sim! Tudo indica que seja o segundo em menos de 24 horas...
- Meu Deus. Disse Duarte levando as mãos à cabeça.
- Onde estão os corpos, Comandante? Perguntou Duarte.
- Não conseguimos encontrar, quando chegamos aqui a confusão já era bem grande e estamos tentando apaziguar os ânimos.
- Compreendo!
- Julio, Vander vamos nos espalhar e fiquem atentos a tudo, temos que entender o que aconteceu aqui, precisamos encontrar os corpos assassinados, eles são de nossa responsabilidade, entendido?
- Pode deixar Chefe...
Assim como Julio e Vander, Duarte saiu andando pelas ruas conturbadas daquela manhã a procura de algo que pudesse ajudar, uma vez que mais dois crimes haviam sido cometidos de forma similar ao caso que investigavam.
Não muito longe dali Julio havia entrado em uma pequena rua juntamente com alguns moradores de rua que estavam assustados com toda aquela confusão.
- Calma, fiquem aqui que nada de ruim vai lhes acontecer, entenderam?
Havia algumas mulheres e crianças e permaneceram ali olhando o corre-corre de muita gente.
- Você precisa sair daqui! Você não pode continuar correndo este risco todo desnecessariamente. Disse Julio a uma das mulheres que estava encostada na parede atenta ao movimento das pessoas.
- Eu tenho que continuar aqui! Estou bem próxima da verdade! Descobri coisas que jamais saberíamos estando dentro de uma sala. Disse a mulher.
- Duarte está desconfiado de seu desaparecimento e sua doença repentina, Suzanne!
- Preste atenção Julio, eu estou bem! São eles,.”os doutores do bairro”, eles estão por traz desta onde de crimes e violência! Disse Suzanne tirando um capuz que cobria seu rosto.
- Como sabe? Como podemos ter certeza de que são eles e como vamos incriminá-los?
- Todo mundo na rua sabe! Todos os moradores sabem que existe a “tal” guerra entre eles e esta gente pobre. Esta é a forma que encontraram de limpar os bairros e isto não vai acabar nunca se não agirmos.
- O Que quer que eu faça? Que eu continue mentindo até quando para Duarte?
- Apenas mais esta noite! Confie em mim, tenho certeza que estou no caminho certo e vou conseguir provas concretas para colocar estes homens na cadeia.
- Não sei Suzanne, acho que Duarte está certo! Estamos no meio de um fogo cruzado e devíamos agir de forma diferente, ser mais prudentes!
- Prudentes? O que conseguiram até agora agindo com prudência? Nada. Respondeu Suzanne convencendo Julio a permanecer calado.
- Somente mais esta noite então! Se você não se apresentar amanhã cedo no DEPOC eu mesmo venho com Duarte lhe buscar...
- Agora vá antes que você estrague tudo, tenho certeza que os assassinos irão agir hoje a noite, eles não aceitarão esta manifestação pacificamente.
- A policia estará em todos os cantos esta noite Suzanne, acha que eles vão atacar?
- Tenho plena convicção! Eles precisam demonstrar força para esta gente, é assim que eles agem.
- Tome cuidado Suzanne.
- Pode deixar amanhã cedo estarei lá.
Duarte, Julio e Vander retornaram a noite para o DEPOC e perceberam ao chegarem que as coisas não estavam bem.
- O secretário ligou o dia todo procurando pelo Senhor! Disse Isa entregando as chaves da sala a Duarte.
- Posso imaginar o que ele queria.
- As coisas não estão bem não é Chefe? Conheço este olhar. Disse Isa colocando uma de suas mãos sobre o ombro de Duarte.
- Deixei uma pilha de documentos em sua mesa! São documentos do processo de Sebastião, acho que vai ter uma longa noite hoje Chefe.
Sobre a mesa de Duarte havia uma pilha de relatórios vindo do Fórum conforme Vander havia solicitado, tratava-se do caso de Sebastião, do julgamento e de todo o processo que envolvia sua condenação.
A madrugada havia chegado e com ela um frio muito grande o que fazia a noite se tornar muito calma e tranqüila, diferente do que tinha sido o dia todo.
Suzanne estava em meio a um grupo de mulheres e crianças moradores de rua, se alimentavam precariamente e mantinham-se próximos uns dos outros a fim de afugentar o frio que corria pelos becos da cidade.
- O que faz aqui minha filha? Perguntou uma das senhoras sentada próxima a Suzanne.
- Eu? Gaguejou Suzanne. Bem eu perdi tudo que eu tinha a pouco tempo e não me restou ninguém nesta vida a não ser vocês...
- Você é nova por aqui não é? Perguntou outra mulher atenta a conversa.
- Sim! Fiquei assustada com as mortes que ocorreram no bairro em que eu estava e vim para cá.
- Pelo jeito não adiantou fugir não é mesmo? Comentou a velha senhora esfregando suas mãos tentando aquecê-la.
- Não! Mas tenho certeza que isto vai acabar logo...
- Deus te ouça minha filha! Sei que esta não é uma vida muito digna de se ter mas não quero amanhecer com uma corda no pescoço pendurada na praça como aconteceu com aquele homem...
Suzanne então se levantou, cobriu seu rosto com um pequeno cobertor impedindo a continuidade daquela conversa e disse:
- Vou procurar algo que comer!
- Tome cuidado menina, as ruas estão muito perigosas ainda.
As ruas estavam estranhamente vazias e calmas, o que contrastava com o pensamento de Suzanne, que aguardava uma noite de muitos tumultos e violência.
Continuou caminhando solitariamente pelas ruas a busca de algo que pudesse lhe garantir o retorno a delegacia no dia seguinte com pistas suficientes para incriminar os mandantes de todos aqueles crimes.
Duarte permanecia solitário na leitura dos processos até ser interrompido por uma parte no processo que lhe chamou a atenção. Leu, releu atentamente e como se houvesse descoberto algo muito importante ligou imediatamente para Júlio:
- Arrume-se precisamos voltar às ruas imediatamente...
Duarte ligou para outro telefone mas não teve sucesso de conversar com a pessoa:
“No momento não posso atender, queira deixar seu recado”
- Vander, acorde temos que ir buscar Suzanne. Disse Duarte batendo nas pernas de Vander que dormia tranquilamente em uma das cadeiras na sala.
- Buscar Quem? Respondeu Vander levantando ainda sonolento.
- No caminho lhe explico. Disse Duarte apressadamente.
Enquanto dirigia a viatura Duarte foi explicando o que passava em sua cabeça para Vander que olhava de forma não compreender o raciocínio de Duarte.
- O que quero dizer é que, talvez os Comerciantes estejam por traz desta onda de violência, mas não cometendo estes assassinatos.
- E a teoria de que eles estariam promovendo estes crimes para afugentar os moradores de rua?
- Ela seria válida se eu não tivesse lido o que li no processo do Sebastião...
Encontraram então Júlio já próximo a região onde havia tido toda a confusão durante o dia.
- Então, o que temos? Perguntou Julio ao entrar na viatura.
- Comece a me contar tudo que sabe sobre o plano de Suzanne... Ordenou Duarte vendo os dois homens se entreolharem.
Suzanne estava encostada na parede próxima a farmácia de Manfredo e olhava tudo atentamente.
- Sei que você vão agir desgraçados, vamos saiam da toca seus ratos...
...
- Então Suzanne pode estar correndo risco ao estar buscando uma coisa que pode não ser a nosso assassino.
- Temos que encontrá-la rapidamente. Disse Duarte.
- Siga em frente, vou lhe mostrar onde ela pode estar.
- Chame reforço policial, peçam para que encontrem o policial Mauricio Manfredo ele é da 13ª delegacia de polícia e é nosso suspeito de ser o assassino da CORDA !
...
As horas passavam e Suzanne estava se sentindo novamente inútil por não estar acontecendo aquilo que ela desejava, seu plano e suas teorias poderiam estar erradas e com isto teria que aceitar a ira de Duarte na manhã seguinte. Deu alguns passos na direção contrária da farmácia e ao levantar a cabeça deparou-se com a sombra de uma pessoa alta á sua frente.
Não teve tempo de sacar de sua cintura seu revólver calibre 38 e sentiu um golpe de algo pesado em sua cabeça, caiu então no chão desmaiada e sangrando.
Ao acordar percebeu que sua boca estava tapada com uma fita, suas mãos e pés amarrados, notou que estava num terreno abandonado e não havia ninguém por perto.
Tentou se soltar de alguma forma foi quando ouviu uma voz vinda fora do seu alcance de sua visão lhe disse:
- Não adianta tentar fugir Policial! Você agora é minha. Disse isto colocando uma pequena corda em volta do pescoço de Suzanne.
Suzanne se debateu tentando se soltar, mas era em vão, as cordas que a mantinham amarrada estavam cortando seus pulsos e faziam-na sentir ainda mais dores.
- Em homenagem a nossa profissão eu vou permitir que você diga suas ultimas palavras Policial...
Então o homem aproximou-se e Suzanne pode ver que se tratava do Policial que fazia a ronda na região. O mesmo policial que havia dado informações a respeito dos criminosos e dos tumultos entre moradores de rua e comerciantes.
- Surpresa? Disse em tom de ironia o homem abaixando-se e tirando a fita adesiva da boca de Suzanne.
- Você é um lixo! Disse Suzanne olhando para o rosto do homem.
- Lamento que você tenha se metido nesta historia minha querida. Disse puxando o cabelo e a cabeça de Suzanne.
- Sabe que sua presença aqui será de grande valia? Sim, as coisas devem continuar! Fiz uma promessa a meu irmão no dia do seu enterro e você vai me ajudar a continuar com minha missão. Continuou a ironizar o homem.
- Do que você está falando? Você é um louco!
- Louco Eu policial? Disse o homem em voz alterada derrubando Suzanne no chão.
- Você sabe o que é dedicar uma vida inteira para cuidar da sua família, dos filhos, tratar todo mundo com carinho e respeito e um dia aparecer um ladrãozinho qualquer e lhe tirar tudo que você tem? Tirar-lhe a vida por um punhado de arroz?
- Você não sabe de nada mocinha! Completou o homem levantando novamente Suzanne puxando-a pela corda que apertava seu pescoço.
- Você é um policial assim como eu, deveria estar protegendo as pessoas e não as enforcando! Isto lhe torna um assassino também.
- O que adiantou meu irmão ser generoso? O que adiantou ele ser amigo de todos? O que fizeram com ele? Quando ele não pode ajudar esta “gente” mataram-no a sangue frio na frente de seus filhos!
- Alguém teve pena de sua família? Ninguém pensou nele antes de disparar aqueles 4 tiros em meu irmão! E porque eu deveria proteger este tipo de gente?
- Porque você é um policial e acredita na Justiça.
- Justiça? Quer saber qual o significado de justiça policial.
O homem então arrastou Suzanne até um tronco pequeno de árvore e iniciou o estrangulamento puxando a pequena corda pelo dois lados.
Suzanne não possuía nenhuma condições de se defender e de se soltar. O ar já lhe faltava, sua garganta já sentia a corda cortando sua pele, não havia muita coisa a ser feita a não ser lamentar o fato de não ter seguido as orientações de Duarte.
Seu pulmão puxava o pouco de ar que conseguia ainda respirar e de repente sentiu a corda se afrouxar.
Caiu sobre a terra e continuou a puxar o ar como se tentasse recuperar suas forças.
- Esta é a única justiça que eu conheço! Somente limpando esta cidade destes “ratos de esgoto” é que teremos um lugar melhor para viver.
- Você deveria esta do meu lado Policial e não contra mim. Disse o homem levantando Suzanne novamente pelos cabelos.
- Eu tenho nojo de policiais como você seu porco. Suzanne então cuspiu no rosto do assassino.
- Tenho certeza que você vai ser pego e vai apodrecer na cadeia! Relutava Suzanne.
- Acho que não minha querida companheira. A polícia nem suspeita que um policial como eu sem qualquer mancha profissional teria coragem de fazer mal a pobrezinhos que vivem na rua. A policia está atrás de outras pessoas mais poderosas! Seus amigos investigadores estão distantes da verdade, eles estão a esta altura imaginando o que os doutores da rua serão capazes de fazer para proteger seus patrimônios.
- Você usou esta situação entre os comerciantes e os moradores de rua e está jogando a culpa para eles...
- Como você é inteligente minha querida. Pena que seja seu ultimo pensamento...
Arrastou novamente Suzanne para o tronco da arvore e antes que pudesse sufocá-la outra vez escutou sirenes e o barulho de helicóptero se aproximando.
- Seus amigos estão chegando!
Correu então em direção ao fundo do terreno arrastando Suzanne pelo pescoço puxando a corda.
- Já sabemos de toda a verdade Maurício! Largue a policial imediatamente e nada lhe acontecerá. Disse a vóz vinda do Helicóptero.
- Pensa que vão me pegar? Estão enganados...
Mauricio percebeu que o terreno estava sendo tomado por policiais armados e desesperadamente subiu no muro que ficava no fundo do terreno e gritou:
- Se vocês se aproximarem eu enforco a companheira de vocês! Afastem-se todos! Ordenava o homem puxando a corda e levantando Suzanne cerca de 30 centímetros do chão.
O homem então olhou em volta de si e percebeu que não teria como fugir do cerco policial. Debruçou-se sobre o muro e em voz baixa disse à Suzanne:
- É hora de nos despedirmos deste mundo minha amiga, nos vemos no inferno! Ao dizer isto puxou ainda mais a pequena corda que estava em suas mãos sufocando ainda mais Suzanne.
Suzanne sentiu a corda cerrar sua garganta e estava se entregando quando ouviu um disparo de revolver vindo do outro lado do muro. Sentiu a corda afrouxar novamente e simultaneamente a sua queda no chão viu o assassino da corda cair logo a sua frente ensangüentado.
Possuía forças apenas para respirar, não conseguia se quer tirar a corda do pescoço mas antes que desmaiasse por completo viu a chegada de Duarte com a arma na mão ainda fumegando.
- Não diga nada! Disse Duarte.
- É hora de irmos embora! Está acabado.
Duarte então se abaixou, desamarrou Suzanne, beijou sua testa e seu rosto, a tomou em seus braços e saiu caminhando em direção a saída do terreno...
FIM
ESTE CONTO PERTENCE A “SÉRIE SP SANGUE E SEXO” ESCRITO POR ADÉRCIO GARCIA.